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UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA O desenho infantil como possível diagnostico para dificuldade de aprendizagem Por: Andressa Medeiros Orientador(a): Fabiane Muniz Rio de Janeiro 2017 UNIVERSIDADE CANDIDO MENDES / AVM PÓS-GRADUAÇÃO LATO SENSU AVM FACULDADE INTEGRADA O desenho infantil como possível diagnóstico para dificuldade de aprendizagem Apresentação de monografia à AVM Faculdade Integrada – Universidade Candido Mendes como requisito parcial para obtenção do grau de especialista em Psicopedagogia institucional Por: Andressa Medeiros AGRADECIMENTOS Agradeço aos meus pais, Anderson Medeiros e Claudia Regina. Agradeço ao meu noivo Leonam Augusto. E todas as crianças que desenham. Agradeço a Deus por toda aprendizagem adquirida ao longo da minha jornada. DEDICATÓRIA Dedico este trabalho à minha família. Aos meus pais Anderson Medeiros e Claudia Regina, pelo apoio que me foi dado ao longo desta caminhada acadêmica. Essa vitória não é só minha, é nossa! Epigrafe “A fala da criança talvez não demonstre tudo o que ela sente, mas no desenho essa emoção pode estar mais clara, sendo possível perceber como ela constrói sua aprendizagem.” (Stephânia Silveira Pereira Faria ) METODOLOGIA O presente trabalho tem como objetivo geral analisar os desenhos infantis feitos livremente ou com praticas pedagógicas pela criança. Com a finalidade de pesquisar sua iconografia e procurar chegar próximo ao problema enfrentado pela criança, na qual dificulta sua aprendizagem. Uma vez que o diagnostico for constatado, os educadores terão subsídios para amenizar o problema. O trabalho conta com ampla pesquisa, bibliografia adequada, e estudo de desenhos livres, feitos por crianças. A Pesquisa foi fundamentada a partir das autoras Nicole Bedard, Dinah Campos, Stephânia Faria. Resumo O trabalho psicopedagogico conta com auxilio de praticas de ensino e educação como atividades lúdicas e desenhos livres. Estas atividade são elaboradas conforme idade e maturidade da criança. O presente trabalho escolheu os métodos de desenvolvimento com desenho para a criação de suas atividades que auxiliam o profissional na descoberta de possíveis diagnósticos a respeito da dificuldades de aprendizagem na escola. Com o embasamento teórico é feito uso de questões históricas que tratam o desenho e sua iconografia como parte da evolução humana, e que participa de diversas culturas, como algo crucial para o desenvolvimento cultural e social, mostrando o quanto o ser humano tem uma ligação patológica com o desenho e o desenvolvimento que esta escrita permite com o cognitivo. A partir deste estudo, será avaliado o desenvolvimento da criança a partir de seus desenhos. E a interpretação de seus signos será avaliada. Procurando diagnosticar a base do problema, e trazer soluções didáticas que auxiliem na melhora da criança. Como jogos, brincadeiras e atividades. SUMÁRIO INTRODUÇÃO 10 CAPÍTULO I - O psicopedagogo e a intervenção psicodedagogica 12 1.1 A história 12 1.2 Psicopedagogia 13 1.3 O Psicopedagogo 14 1.4 Diagnóstico 15 1.5 Intervenção escolar 16 1.6 Como o psicopedagogo trabalha 18 CAPÍTULO II - A historia do desenho 21 2.1 A interpretação do desenho 23 CAPÍTULO III - O desenho infantil como possível diagnostico para dificuldade de aprendizagens 26 3.1 A interpretação 28 3.2 Manual de interpretação 29 3.3 Símbolos 31 3.3 Sobre a avaliação 33 CAPÍTULO IV - Estudo de caso 34 CONCLUSÃO 38 BIBLIOGRAFIA 40 WEBGRAFIA 41 ANEXOS 42 8 9 INTRODUÇÃO O presente trabalho tem como objetivo principal, o estudo sobre a possibilidade do uso de desenhos infantis, para auxilio no diagnostico de uma criança que está sobre os cuidados de um psicopedagogo. O trabalho consiste na defesa desta indagação mediante um estudo que retrata o ser humano como um ser necessitado de entretenimento ativo, neste caso a necessidade de retratar seu estado emocional e psico através de desenhos livres. A hipótese é que o ser humano tem a capacidade de retratar o seu estado emocional através do desenho desde a pré-história. E este fato histórico, auxilia no estudo contemporâneo, de que os desenhos infantis possam ter marcas do estado cognitivo e psico da criança. Neste caso o trabalho pretende estudar os desenhos infantis através de bases de estudos que avalie os traços, cores, personagens entre outras iconografias, que são bases para auxilio de interpretação sobre a personalidade da criança e de seu estado emocional. Através deste estudo é possível um diagnostico a respeito de alguma dificuldade que a criança esteja passando e que de alguma forma, afeta seu estado educacional de aprendizagens. Desta maneira procurar entender qual o estado emocional da criança através da leitura do desenho e através do mesmo tentar co-relacionar com suas dificuldades enfrentadas. Fazendo relação entre ambas, para procurar um melhor método de tratamento adequado. O Trabalho começa deixando claro o que é psicopedagogia. E suas referencias a respeito do desenho e de como o profissional de psicopedagogia age com este método. O segundo capitulo fala sobre a historia do desenho, onde é traçado de maneira concisa uma linha do tempo a respeito do aparecimento do desenho desde a pré-história, e como o mesmo chegou até o contemporâneo fazendo parte de trabalhos psicopedagogicos. O terceiro capitulo é dedicado a interpretação do desenho relatando como o desenho ficou característico de crianças, e tornou-se auxilio para diagnósticos. O ultimo capitulo, é também dedicado a trazer de forma clara, alguns traçados a respeito do desenho da 8 10 criança, como cor, características, e formações iconográficas, que auxiliam no trabalho do profissional para diagnosticar o problema. 11 CAPÍTULO I O psicopedagogo e a intervenção psicopedagógica A história No século XVIII, o conceito de aprendizagem e suas dificuldades não existiam, essas questões eram conhecidas como doenças mentais. O primeiro centro de Psicopedagogia do mundo surgiu na década de 1920, ligado ao pensamento psicanalítico de Lacan1. Em Paris seu surgimento foi em 1946. Estes centros surgiram com intuito de reeducar as crianças que estavam fora de um comportamento considerado adequado na época. Essa prática de reeducação, consistia em identificar e tratar dificuldades de aprendizagem. Esses centros possuíam uma ampla colaboração de profissionais, como psicólogos, psicanalistas, pedagogos, psicomotricidade, etc. A argentina foi a maior influenciadora da Psicopedagogia no Brasil. A psicopedagogia chegou ao Brasil, na década de 70, momento em que os países latinos contavam com governos ditatoriais. Por isso a Psicopedagogia chegou de maneira clandestina. Suas dificuldades de aprendizagem nesta época eram associadas a uma disfunção neurológica denominada de disfunção cerebral mínima que virou moda neste período, servindo para camuflar problemas sociopedagógicos. Nos anos 80, começa a se falar a respeito do “problema de aprendizagem escolar”, que passou a ser chamado de “problema de ensinagem”. Na década de 90, surgiram os cursos de especializaçãoem Lato Sensu, nos estados brasileiros. Hoje a Psicopedagogia é uma formação de especialização e ainda não é uma profissão regulamentada. Hoje contamos com a Associação Brasileira de Psicopedagogia (ABPp), que é responsável pela organização de eventos, encontros e congressos que retratam a trajetória da psicopedagógia até os dias de hoje. A Associação visa 1 Jacques Lacan_ psicanalista_ foi um dos grandes interpretes de Freud e deu nascimento à uma corrente psicanalítica: o lacanismo. 12 como principal objetivo, tornar conhecido o campo de atuação de um psicopedagogo. Psicopedagogia Ao estudar sobre aprendizagem, percebemos que ela inicia-se ainda no ventre, os estímulos auditivos e sensoriais são considerados um processo de aprendizagem. A aprendizagem é uma estimulação do ambiente sobre o indivíduo, onde, diante de uma situação ou mudança de comportamento é possível receber uma interferência de vários fatores, como intelectual, psicomotor, físico, social e emocional. Ao nascer o indivíduo faz parte de uma instituição social, neste caso a família. Ao longo da vida, começa a fazer parte de outras instituições, nesta fase vai se construindo conhecimentos, praticas, valores, e crenças. Desta forma, a rede de conhecimentos vai ampliando, e cada vez mas é necessário inserir a psicopedagogia para estudar como ocorrem as relações interpessoais nestes ambientes. A Psicopedagogia surge com a necessidade de buscar soluções para problemas de aprendizagem, um ato de aprender e ensinar. Um trabalho feito com conhecimentos interdisciplinar e o corpo teórico pedagógico, cujo trabalho procura ensino e aprendizagem dos campos de aspecto cognitivo, afetivo, social. Vejamos algumas referencias sofre a definição do objeto de estudo sobre a psicopedagogia. O objeto central de estudo da psicopedagogia se estrutura em torno do processo de aprendizagem humana: seus padrões evolutivos normais e atípicos, bem como a influência do meio ( familia, escola, sociedade) no seu desenvolvimento. (Kiguel,1981 apud apostila AVM) A psicopedagogia estuda o ato de aprender e ensinar, levando sempre em conta as realidades interna e externa da aprendizagem, tomadas em conjunto. E, mais procurando estudar a construção do conhecimento em toda sua complexidade, procurando colocar em pé de igualdade os aspectos cognitivos, afetivos e sociais que lhe são implícitos. ( Neves,1991 apud apostila AVM) A psicopedagogia, que inicialmente foi uma ação subsidiaria da medicina e da psicologia, perfilou-se como um conhecimento independente e complementar, possuida de um 13 objeto de estudo, o processo de aprendizagem, e de recursos diagnósticos, corretores e preventivos próprios. (Visca, 1987apud apostila AVM) A Psicopedagogia é formada por outras áreas de conhecimentos, como: Psicologia, psicanálise, lingüística, fonoaudióloga, medicina e pedagogia. A psicopedagogia trata os problemas da aprendizagem, e quais são os problemas que levam os alunos a dificuldade de aprender. Neste caso, o psicopedagogo estuda as características da aprendizagem humana: Como se aprende, como evolui, as alterações, etc... procurando reconhecer, tratar e/ou prevenir. A psicopedagogia, estuda o processo biológico, com situações afetivas e cognitivas, que são alteradas pelas condições socioculturais do sujeito e do seu meio. É importante pensar nos problemas sociais, e como o mesmo pode interferir nos problemas escolares. O Psicopedagogo Este profissional procura compreender as informações, muitas vezes implícitas, sobre os motivos que levam as pessoas a obterem resultados insuficientes ao esforço aplicado. O psicopedagogo pode ser clínico, onde o trabalho é elaborado em uma clinica ou psicopedagogo institucional pode atuar em instituições como empresas e organizações. Assim como o ambiente familiar e escolar. O tratamento está relacionado a construção do conhecimento, e não chegar logo ao produto final, sem uma breve pesquisa. É importante a utilização de dramatizações, jogos, leituras, diálogos, desenhos, projetos.... Dessa forma o profissional está apto para orientar os pais, professores e auxiliar na mediação do processo. O psicopedagogo desenvolve atividades que estimulam o cognitivo, afetivo e o social. E contribui para a construção da autonomia, durante as sessões. O psicopedagogo utiliza recursos como jogos, livros, computadores com a finalidade de descobrir, qual o estilo de aprendizagem do paciente. Como por exemplo: Ritmos, motivações, hábitos adquiridos. Com estas informações, o profissional tem a função de auxiliar o indivíduo que não aprende, a se encontrar nesse processo, alem de ajudá-lo a desenvolver habilidades. 14 Cabe ao psicopedagogo intervir junto á família das crianças, como por exemplo com uma ficha de anaminese ( anexo 1). Desta forma estará recebendo conhecimentos sobre as informações da vida orgânica, cognitiva, emocional e social do individuo. Acredita-se que o trabalho psicopedagogico quando encontra uma parceria com a escola e a família, possui efeitos positivos para minimizar as dificuldades que estão presentes no contexto escolar. Diagnóstico Para diagnosticar o problema o psicopedagogo estuda o processo de aprendizagem do individuo visando entender a origem da dificuldade apresentada. Neste processo esta incluso, entrevistas iniciais, com responsáveis pela criança ou adolescente. A criança ou o jovem pode se expressar através de cartas e textos ou desenhos. O propósito do diagnóstico é investigar o processo de aprendizagem do indivíduo e seu modo de aprender, suas competências e limitações, procurando assim entender as dificuldades e os distúrbios de aprendizagem apresentado. Podendo precisar de auxílio de outros profissionais, como o neurologista, psicólogo e fonoaudiólogo para aprofundar o estudo. O acompanhamento psicopedagogico parte das questões estudadas no diagnostico. Através da atividades, é possível buscar entender os problemas e vencê-los, para que o aprendiz possa obter autonomia e sucesso. Durante o acompanhamento são estabelecidos contato com a equipe escolar e responsáveis, visando uma melhor integração entre escola-familia. O procedimento padrão para iniciar a coleta de dados são: � Entrevista inicial com o responsável. Com objetivo de colher os primeiros dados sobre a família e a dificuldade da criança. � Anamnese Levantamento de dados sobre a historia de vida. � Análise do material escolar Que implica em verificar a metodologia utilizada em sala de aula � Avaliação comportamental e pedagógica e relatório escolar 15 Estudar a conduta do aluno e seu relacionamento com colegas. Inicialmente são três entrevistas com a família, A entrevista inicial, que retrata o motivo da consulta, onde se esclarece sobre o trabalho psicopedagógico e o contrato periodicidade, valores, faltas e etc. No segundo encontro será para a realização da anamnese, para colher dados significativos sobre a história de vida. No primeiro contato com a criança é realizado o enquadramento e inícia-se o processo para investigar o que está envolvido no processo de aprendizagem. Nos encontros seguintes serão aplicadas as provas projetivas psicopedagógicas e operatórias (piagetianas), avaliação pedagógica, análise do material escolar e outros testes complementares necessárias de acordo com a queixa e observações. As Provas Projetivas Psicopedagógicas, procura avaliar através de produções criativas dos desenhos os vínculos que o sujeito estabelece com a escola, a família e consigo mesmo. Quando desenha, o sujeito retrata conteúdos presentes no inconsciente, ou seja, a realidade como ele a vê, o que permitirá uma leitura psicopedagógica sobre o que está impedindo a aprendizagem. O psicopedagogo devera estaratento aos fatores de aspectos cognitivos, afetivos e motores, buscando correlacionar com o desenho e verificando se há vínculos de manifesto das relações do sujeito. Intervenção Escolar O psicopedagogo que trabalha com a intervenção escolar tem como objetivo desenvolver a organização, a partir de recursos para que o educativo seja mais eficiente. O consultor escolar tem em vista dar suporte a escola, professores e pais para desenvolver novas habilidades, percepções e entendimentos. Com isso o consultor é definido pelo seu relacionamento interpessoal em caráter profissional; exame de necessidade educacional; decisões e implementações de medidas necessárias a sua solução. Exame e utilização de percepções, conhecimentos e habilidades dos que implementarão as medidas. A interação, trocas de experiências e convivências auxilia na participação de toda a comunidade escolar. 16 O psicopedagogo que trabalha na escola é capaz de auxiliar a instituição nas seguintes modalidades: • Diagnostico escolar • Identidade da escola • Reprogramação curricular • Analise de conteúdo • Dialogo entre escola e família Para seguir estas etapas o profissional deverá perceber qual o método utilizado pela escola para o processo educacional e assim qual o planejamento didatico- pedagogico. Identificando qual a identidade da escola, o que ela visa com a sua filosofia. A partir destas observações o psicopedagogo poderá auxiliar a escola em uma reprogramação curricular, analisando seus conteúdos, para uma nova abordagem didática. E melhorar o dialogo entre escola-familia. O profissional que trabalha na escola é responsável pela aprendizagem do aluno e sua inserção no mundo assim como é responsável pelo papel do mediador, que muitas vezes é um professor ou psicopedagogo que atua em sala de aula. O psicopedagogo realiza o planejamento educacional assim como um assessoramento pedagógico com planos educacionais e organizações. É importante a inserção de novas modalidades para obter resultados eficientes. Observar os conflitos intensos que podem estar causando transtornos, como a situação cognitiva, afetiva, funcional e cultural. Pode-se analisar o comportamento da criança a partir de atividades propostas e treinamento, para assim avaliar seu ‘problema’ ou não de aprendizagem. Este trabalho por exemplo é feito para avaliar o desenho da criança que pode ser inserido dentro de uma atividade proposta pelo profissional. O profissional pode pontuar como o professor vai ensinar, e trazer questionamentos reflexivos “como fazer” e “ para que” fazer, auxiliando o professor a pensar sobre sua pratica e saber lidar com elas, ampliando possibilidades, ensinamentos e reflexões. 17 Como o psicopedagogo trabalha Cada Profissional tem seus métodos avaliativos para observar e diagnosticar o que afeta o individuo. Para um apoio pedagógico de trabalho, o psicopedagogo estuda algumas características da aprendizagem humana, tais como: • Como se aprende • Como se evolui • Fatores condicionantes • Alteração durante o processo • Condições socioculturais • Situação afetiva e cognitiva Neste caso, o profissional deve estar atento ao interesse do aluno por determinados assuntos, e fazer uso de jogos e tecnologia para estimular o interesse e logo auxiliar na aprendizagem positiva. Perceber se o aluno possui uma aprendizagem diferenciada dependendo do assunto ou situação. Se ele evolui com alguns métodos de ensino. Se há fatores que melhoram ou dificultam a aprendizagem. Se for preciso o profissional deve estar preparado para realizar mudanças nas dinâmicas. É relevante perceber qual a relação do individuo com o meio em que vive. E suas relações afetivas e cognitivas. O psicopedagogo pode atuar também no processo preventivo, neste caso preocupa-se especialmente com a escola, com a instituição e com o professor. Estudando o grupo social escolar. Na forma preventiva pode -se recorrer a varias estratégias para se ocupar dos problemas que podem surgir. Desta forma pode desempenhar uma pratica docente, que envolve a preparação de profissionais da educação, ou atuando dentro da própria escola. Neste caso participar das dinâmicas das relações da comunidade educativa a fim de favorecer a integração e troca, promovendo metodologias de acordo com as características da escola e do individuo. Com objetivo de diminuir a freqüência dos problemas de aprendizagem e/ou amenizar o problema existente desta forma algumas ferramentas de pesquisa são: 18 • Abordar questões didático-metodologicas • Formação e orientação do professor • Aconselhamento aos pais • Planos de diagnostico • Planos e intervenção Por exemplo, em casos de transtornos diagnosticados é importante avaliar o método de ensino, pois um método não adequado pode interferir no processo de aprendizagem. É importante perceber o nível de desenvolvimento cognitivo do sujeito, pois este fator afeta a aprendizagem do aluno. Uma das observações a serem feitas a respeito das mudanças de comportamento do individuo são as experiências construídas por fatores, emocionais, relacionais, neurológicos e ambientais. Neste caso e entre outros, pode se desenvolver planejamentos pedagógicos para as mudanças e adaptações, enfrentadas pelo aluno. O trabalho executado na escola, precisa de uma equipe para formar um apoio a educação dos alunos. Algumas vezes as crianças possuem dificuldades na escola, o profissional de Psicopedagogia pode auxiliar nesta dificuldade, identificando a causa do problema e procurando uma maneira de resolver-lo. (Teorias e intervenções psicopedagogicas. AVM) O profissional pode atuar no planejamento junto com a escola e professores, e/ou com trabalho de auxilio com o diagnostico da criança. Neste caso, cada psicopedagogo pode criar atividades educativas para as crianças na escola, para uma percepção de problemas enfrentados, incluindo atividades de desenvolvimento com o lápis e papel, no desenvolvimento de desenhos. Ao desenhar a criança “externaliza aquilo que faz parte da vida, seja real ou imaginário” (PEREIRA; SILVA, 2011, p. 95 apud Stephânia Silveira Pereira Faria) 19 O presente trabalho procura desenvolver como diagnosticar a dificuldade de aprendizagem existente na criança, a partir do desenho infantil. Para isso o psicopedagogo pode orientar os pais, como proceder com o tratamento de maneira eficaz. Vejamos algumas orientações que podem ser dadas aos responsáveis, segundo orientações da professora Tatiana Comiotto. • Considerar a expressão artística da criança como um registro de sua personalidade em formação. • Compreender que, enquanto trabalha, a criança está adquirindo experiências importantes para seu desenvolvimento. • Sensibilizar a criança em suas relações com o ambiente • Apreciar o esforço da criança, quando esta consegue transmitir sua própria experiência. • Compreender que as proporções “erradas” exprimem, frequentemente, uma experiência. • Aprende que as percepções da criança, a respeito de sua arte, são diferentes das percepções dos adultos. • Apreciar os trabalhos artísticos da criança de acordo com seus próprios méritos • Colocar à disposição da criança, um local apropriado, onde possa trabalhar. • Ensinar a criança a respeitar as manifestações de arte dos outros. • Encorajar a criança a expressar-se por si mesma. • Na colaboração com as crianças em tarefas criadoras, estimular a tolerância e o respeito para com o trabalho alheio. • Deixar que a criança desenvolva sua própria técnica, mediante a experiência 20 CAPÍTULO II A história do desenho A historia do desenho se inicia junto com a historia do homem. Conforme as experiências dos homens pré-históricos tomaram tendência, seus hábitos tornaram se imagens registradasnas cavernas, o que hoje chamamos de pinturas rupestres, na verdade foi uma maneira encontrada pelo homem de expressar seus hábitos diários, e de eternizá-los. O desenho pré-histórico veio como uma comunicação, que auxilia no desenvolvimento da linguagem escrita e falada, pois ao que indica estudos historiográficos, a expressão por meio das pinturas facilitou a comunicação dos povos. Com o tempo o desenho passou a se tornar relevante para linguagem escrita, e visual. Os desenhos já tiveram presente como representação em templos sagrados, tumbas e deuses mitológicos, passaram de séculos em séculos, deixando seu legado na historia. O desenho deixou marcas no Egito, onde é usado para decorar tumbas e templos. Possuindo significados relevantes, como por exemplo se alguém retira os desenhos de sua tumba, o mesmo é condenado após a morte. Mesopotâmicos, Chineses e Americanos desenvolveram diferentes iconografias com diversos significados, caracterizando seus povos. Assim como na antiguidade, gregos e romanos utilizavam o desenho para representação de seus deuses, e o império romano ganha expansão da representação cartográfica de rotas comerciais. O desenho, a imagens, a iconografia, a representação e todas estas morfologias da palavra desenho, foram marcadas em diferentes superfícies, como paredes de cavernas, blocos de barro, blocos de argila, couro, tecidos, folhas de palmeiras, pedras, ossos de baleia, papiro, bambu, etc. Ao que indica o papel foi inventado pelos chineses há cerca do ano VI a.C, neste caso o papel de seda branco desenvolvido para o desenho e a escrita. O papel sofreu mudanças e alterações, no entanto mantém sua técnica de extração de vegetais, prensagem e secagem. Assim como a superfície para demarcar o desenho teve suas variações. Os apetrechos também. Vejamos que começou com os dedos, madeira, osso em formato de cunha, penas, carvão até chegar 21 em 1884 com a invenção da caneta que se tornou o principal utensílio para a construção de desenhos. Dentro desta evolução de artifícios para a construção do desenho, o próprio desenho evoluiu. No Japão, os samurais se dedicavam as artes, e fazia muito uso da caneta nanquim, criada pelos chineses para a elaboração de desenhos relacionados a natureza. O desenho também foi representante da religião. No renascimento, o desenho presente nas pinturas retrata a realidade, ganhando formas com luz, sombras, proporções, e cores, que foram adaptadas pelos pintores para enfatizar a realidade. Logo mais tarde foi necessário a representação de projeções de maquinas, e durante a revolução industrial, teve tendência o desenho industrial. Por volta do século XIX, o desenho teve sua estréia em quadrinhos.Caricaturas e charges tomaram tendências, após a Primeira e a Segunda Guerra Mundial, com objetivo de fazer criticas ao sistema e dando inicio as animações. Os desenhos evoluíram e hoje temos cartuns, charges, caricaturas, animes, mangas, grafite, desenho artístico. O desenho evolui também sua estrutura passam de cavernas, argilas, e penas,e hoje ganharam dimensões em 3D, computadores, softwares, Entre Outras. Após esta longa jornada de evolução entre rabiscos, pinturas, desenhos, iconografia, imagem, entre representação e historia o desenho está marcado como algo que representa a vida e a historia da humanidade, estando presentes em tantos momentos históricos, e sendo utilizado como meio de representação social, e que muitas vezes representação emocional dos povos. O que hoje é um auxilio para os estudiosos da mente, que defende a necessidade do ser humano de registrar suas tensões sociais, seus hábitos e relevâncias de vida, através da imagem. Esta relação afeta o mundo contemporâneo, que faz uso da relação entre homem e desenho para diagnostico da realidade do individuo. 22 A interpretação do desenho No final do século XIX, iniciou-se o interesse pelo desenho infantil, Isso ocorreu devido a influencia de Rousseau2 de não considerar a criança como adulto em miniatura. O desenho tornou-se parte das etapas de desenvolvimento da criança e aos poucos introduzido em tratamentos psicanalíticos, depois de ser utilizado pela psicologia experimental. No século XX, o desenho infantil se tornou fonte de pesquisa para a psicologia infantil e atualmente continua sendo fonte para pesquisas nas áreas de educação, pedagogia, e psicologia. O desenho tem a capacidade de retratar o que esta na mente da criança, e seu estado emocional. Por isso o desenho infantil tem sido uma ferramenta de estudo, pois é um meio de entender o desenvolvimento da criança. Através do desenho é possível que a criança indique conhecimentos, emoções, imaginação, memórias, desenvolvimento, seu estado físico, e cultural, também podem aparecer. Através do desenho é possível a criança retratar suas dificuldades em relação a escola e família. Pensemos que a criança desenha para contar uma historia que quer ser contada. Se a criança não desenha, talvez é porque não quer que sua historia seja contata. E desta forma é preciso saber o que tem por trás desta historia que a criança não quer contar. (AMANCIO, 2006) A questão levantada nesta pesquisa, está sendo estudada e pesquisada por muitos psicopedagogos, que acreditam no potencial do desenho, e de como ele pode ser uma fonte de informações a respeito da criança e um auxilio para os psicopedagogos. Referentes a este fato faço uso das palavras de Stephânia Silveira Pereira Faria, que diz: A fala da criança talvez não demonstre tudo o que ela sente, mas no desenho essa emoção pode estar mais clara, sendo possível perceber como ela constrói sua aprendizagem. Assim, o trabalho objetiva explorar e estudar os desenhos infantis, a fim de indicarem possíveis causas que possam estar dificultando a aprendizagem das crianças, facilitando o trabalho psicopedagógico junto a elas. 2 Jean-Jacques Rousseau, filósofo, teórico político, escritor e compositor autodidata suíço. Um dos principais filósofos do iluminismo e um precursor do romantismo. https://pt.wikipedia.org/wiki/Su%C3%AD%C3%A7a https://pt.wikipedia.org/wiki/Iluminismo https://pt.wikipedia.org/wiki/Romantismo 23 Vejamos que o desenho infantil tem um potencial muito forte para se tornar um instrumento de apoio no trabalho psicopedagogico, dando suporte para as possíveis causas que estão provocando dificuldade de aprendizagem na criança. Com a interpretação do mesmo, é possível perceber o desenvolvimento do individuo, em diversas especialidades. Vejamos: Psicologia é um instrumento de diagnostico de problemas psíquicos. Pedagogia é um instrumento de comunicação, adaptação e de construção de vínculos. Psicanálise é um instrumento de acessibilidade do inconsciente. Psicopedagogia é um instrumento de diagnostico de problemas de aprendizagem. A partir das questões já apresentadas aqui, vejamos como fazer uso do desenho para finalidade dos diagnósticos. Para dar inicio discutiremos, afinal o que é desenho? Genilza Alves da Silva trouxe em seu trabalho, alguns autores que procuram definir o desenho como : “O conjunto das atividades humanas que desembocam na criação e fabricação concreta, em diversos materiais, de um mundo figurativo, de um mundo de figuras” (Moreira,2002 p. 102 apud Genilza) “o desenho é qualquer representação gráfica, colorida ou não de formas” ( Sans, 2002, p.19 apud Genilza) “Representação de formas sobre uma superfície, por meio de linhas, pontos e manchas ou ainda é a arte e a técnica de representar, com lápis, pincel, etc. um tema real ou imaginário expressando a forma”( Ferreira,2011, p.305 apud Genilza) Assim, para Moreira (2002), Sans (2002) e Ferreira (2011), o desenho é uma ação que tem por finalidade a representação, uma ação dinâmica, não sendoum fazer imediato, muito pelo contrário o desenho é um processo que envolve todas as potencialidades do desenhista tais como as cognitivas, as físicas e as emocionais, de acordo com Moreira (2002). (MELLO, Genilza) 24 Vejamos que o desenho possui esta capacidade de fazer o uso das potencias humanas como cognitivas, afetivas e emocionais, sendo uma ferramenta de muita importância para o suporte de estudo desde psicologia, pedagogia, Psicopedagogia e psicanálise. 25 CAPÍTULO III O desenho infantil como possível diagnóstico para dificuldade de aprendizagens Em 1887, na Bolonha, Ricci foi o primeiro a estudar o desenho e seus estágios de evolução da figura humana, com ênfase nos aspectos estéticos e na evolução da cor. Em 1949, foi numerado um numero considerável de autores que estudaram o desenho infantil. Entre eles há objetivos diversos, no entanto é comum afirmar que a maior porcentagem foi para estudo de questões psicológicas.entre eles alguns objetivos: As fases do desenvolvimento, métodos do exame e medida da inteligência, motricidade, traço e uso da mão, noção do espaço, função da percepção visual, papel da forma, verbalização perigrafica, objeto da reprodução, expressão, caráter,tipos, jogo, psicopatologia, etc. ( CAMPOS, dinah) Atualmente o desenho é uma representação particular de como a criança percebe e compreende o mundo. O inconsciente muitas vezes se manifesta nos aspectos simbólicos do desenho. Por exemplo, crianças que estejam passando por alguma dificuldade, e estão emocionalmente perturbadas, acabam não retratando as imagens da figura humana na proporção de suas aptidões intelectuais. Vejamos que o que é projetado na imagem são aspectos psicológicos afetados. Sobre o profissional e o desenho. Pode-se aplicar a didática do desenho livre com a criança, é importante e interessante saber deixá-la livre para escolha do papel e lápis. É aconselhável ter disponíveis lápis de ponta fina, media e grossa. O fato de que a pessoa escolha um lápis ou outro já nos proporcionara algumas indicações sobre o seu caráter. (BEDARD, Nicole) 26 As folhas também devem ser disponibilizadas livremente, para sabermos como a criança se situa no seu ambiente. Se escolher um formato pequeno, estará indicando uma certa capacidade de introversão e de concentração. É uma criança que não procura ocupar todo o lugar disponível, talvez por falta de confiança em si mesmo ou simplesmente porque suas necessidades são limitadas, fáceis de satisfazer... ...Um desenho realizado numa folha de formato médio, mostrará uma criança adaptável e flexível. É uma criança que sabe ocupar seu lugar no grupo, ao mesmo tempo respeitando os demais. ...A criança que escolhe o papel grande, acredita ser capaz de realizar coisas grandes. É agradável a ela se ver rodeada pelos demais e não desfruta em absoluto da solidão. (BEDARD, Nicole.) Antes do profissional começar a análise do desenho, é importante compreender que cada fase da criança o desenho tem potencial diferenciados. E vão mudando conforme o amadurecimento físico e emocional. E este fato conta na hora da analise e do diagnóstico. Então vejamos: De 0 á 3 anos: É a fase que nos traz poucas informações. Sem controle motor. A criança desenha sem intenção, sem controle e de forma desordenada. De 3 á 6 anos: Tenta desenhar conforme sua realidade e percepção, o desenho já possui intenção. No entanto pode desenhar figuras humanas incompletas. De 6 á 10 anos: A criança é capaz de usar o lápis e seus “erros” podem ser interpretados a partir de um sentido emocional A partir de 10 anos: Os desenhos mostram o emocional da criança. Os desenhos já começam a expressar uma impressão de profundidade e distância, e a criança dá bastante atenção aos detalhes e se torna exigente. 27 Existe uma distinção a respeito da analise e da interpretação. A análise esta relacionada diretamente com enfoque técnico e racional e se fundamenta em bases solidamente comprovadas. A interpretação é justamente o resultado deste processo. A interpretação O primeiro passo para a interpretação das imagens desenhadas, é uma avaliação continuada da criança. Não se diagnostica um ser, por um único desenho.Vejamos que é importante também perceber a dimensão espacial do desenho. Formas grandes, por exemplo pode indicar segurança, existência, ocupação de lugar, existencial, pode ser uma forma de chamar a atenção de mostrar que existe. Formas pequenas, podem ser para marcar a necessidade de se sentir menor, que se conformam com pouco espaço, podem ser crianças tranqüilas.Algumas destas características podem ser melhor associadas as cores utilizadas. Cores fortes, podem indicar uma criança exigente, que procura chamar atenção. Cores fracas, podem indicar um comportamento social adequado. É relevante antes de começar a interpretar os signos, fazer uma interpretação básica dos traços simples, que podem transmitir um ser com duvidas, rebelde, ou pacifico. Uma percepção que pode ser analisada a partir de traços, contínuos, manchados etc. A respeito das formas, o parecer que é uma interpretação universal, pois há semelhanças entre psicológicos, filosóficos, e religiosos. As cores são interpretadas de maneiras positivas ou negativas. O estilo do desenho e suas cores podem indicar as interpretações. Depois destes podemos finalmente fazer uma associação com as imagens rabiscadas, como casa, chaminé, janela, pessoas, sol, lua, estrelas, chuva, nuvem... etc.... 28 Manual de interpretação Posição do desenho Na parte superior do papel, pode ser sobre o intelecto, a imaginação, a curiosidade e o desejo de descobrir coisas novas. A parte inferior do papel pod ser sobre as necessidades físicas e materiais que pode ter a criança. O lado esquerdo pode indicar pensamentos sobre o passado, enquanto o lado direito, o futuro. Se o desenho se situa no centro do papel, pode estar representando o momento atual. Dimensões do desenho Os desenhos com formas grandes podem estar indicando segurança, enquanto os de formas pequenas parecem ser feitas por crianças que normalmente precisam de pouco espaço para se expressar. Podem também sugerir uma criança reflexiva, ou com falta de confiança. Traços do desenho Os traços contínuos, sem interrupções, aparentam ser de uma pessoa dócil, enquanto o apagado ou falhado, pode revelar uma criança um pouco insegura e impulsiva. A pressão do desenho Uma boa pressão indica entusiasmo e vontade. Quanto mais forte seja o desenho, mais agressividade existirá, enquanto as mais superficiais demonstram falta de vontade ou fadiga física. As cores do desenho O vermelho representa a vida, o ardor, o ativo; o amarelo, a curiosidade e alegria de viver; o laranja, necessidade de contato social e público, impaciência; o azul, a paz e a tranquilidade; o verde, certa maturidade, sensibilidade e intuição; o negro representa o inconsciente; o marrom, a segurança e planejamento. É necessário acrescentar que o desenho de uma só cor, pode denotar preguiça ou falta de motivação. Faço uso das palavras de Nicole Bedard, para fazermos um manual simples e conciso, a respeito da interpretação do desenho. https://br.guiainfantil.com/dialogo-na-familia/320-comunicacao-entre-pais-e-filhos.html https://br.guiainfantil.com/seguranca-carro/58-seguranca-no-carro-dos-bebes-y-das-criancas.html 29 Vermelho Representa o sangue, a vida, ardor, algo “ ativo”. Pode referir-se a uma criança de espírito desportivo ou que esteja passando por um momento agressivo. Amarelo Representa o conhecimento, a curiosidade, e alegria de viver. Pode representar uma criança expressiva, generosa, extrovertida,otimista e ambiciosa. Laranja Representa uma necessidade de contato social e publico. Pode representar uma criança que deseja as coisas rápido, gosta de jogos em grupo pois tende a liderar. Pode representar uma pessoa impaciente. Azul Representa a paz, harmonia e tranqüilidade. Pode representar uma criança introvertida, com seu próprio ritmo. Verde Representa a natureza. Pode representar a curiosidade, o conhecimento, o bem estar. Maturidade. Preto Representa o inconsciente, o que não vemos. Pode representar auto-confiança. Fácil adaptação Rosa Representava o feminino. Pode representar suavidade e ternura. Marrom Representa terra, estrutura e planificação Pode representar apreciação de segurança Cinza Representa desconhecido Pode representar período de transição. Branco Geralmente é usado o branco do papel, é uma cor considerada transparente quando o fator é o lápis. 30 Símbolos Casa Deve-se observar a orientação espacial, Cores, Janelas, Chaminés, se há fechadura ou puxador, se a casa é grande ou pequena, pois o tamanho da casa pode retratar sobre o contato da criança com o ambiente. Sol e Lua O sol tem representatividade masculina e a lua tem representatividade feminina. Nuvens São indícios de crianças sensíveis ao ambiente paterno e social. Árvore É importante analisar o tronco, altura, raízes e os ramos e folhagens. Cada um diz sobre a energia, saúde e comportamento da criança. Flores Retrata a vontade de que a criança tem em agradar. Em grande quantidade tem a necessidade de atrair a atenção dos pais. Montanha Pode representar estabilidade que encontrou ou que pretende encontrar. Pode representar sonhos. Animais Pode representar a necessidade da criança de comunicar-se com uma determinada necessidade, como por exemplo de ser compreendida pelos adultos. Veículos Pode representar atitude social em relação aos demais. Barcos Representa adaptação a circunstancias imprevistas. Figura Humana Retrata a criança e as pessoas a sua volta. É importante observar o rosto e os membros. Olhos Se representado só com um traço pode revelar a falta de aceitação do meio, que fecha os olhos para não ver. Quando os olhos são omitidos é imaturidade afetiva, problema patológico, egocentrismo. Olhos sem pupilas pode ser 31 aspecto de agressividade. Se forem pretos pode ser conflito, agressividade, recusa do meio. Boca Refere-se as tendências de satisfação, como dar e receber. Boca grande pode significar ambição, boca com traço reto pode ser introversão. Boca redonda, agressividade. Dentes na boca, agressividade oral. Cabeça É parte do corpo onde se localiza o eu. A cabeça é considerada como o centro do poder intelectual, social e do controle dos impulsos na cabeça. Cabeça exagerada, egocentrismo, narcisismo, fantasia maior que a capacidade de realização. Sobrancelhas Traço em linha reta, personalidade forte, decidida e teimosa. Sobrancelha levantada, livre expressão, arrogância, desdém e duvida. Traços finos fina sensibilidade. Nariz Essencialmente, possuidor de simbolismo sexual. Orelha Omissão é comum. Ênfase, resistência a autoridade. Muito grande, sensibilidade a criticas e desejo de aprovação social. Pescoço Constitui uma zona de conflito entre o controle emocional e os impulsos corporais. Braços Adaptação social e relação com o meio, quando omitido pode ser rompimento com o mundo exterior. Mãos Quando ausente, significa falta de confiança, mãos no bolso pode ser personalidade delinqüente. Mãos maiores que o restante do corpo, pode ser ambição. Pernas Junto com os pés são fontes de conflitos e dificuldades. Pés Indicam a segurança geral do individuo, em caminhar no meio ambiente. 32 Sobre a avaliação Para um bom diagnostico, é importante obter-se de vários desenhos pelas crianças durante um determinado tempo. Um único desenho não é o suficiente para um diagnóstico concreto! A principio um único desenho, não trata de uma realidade absoluta sobre o estado da criança. É preciso aprofundar este estudo, para não errar e dar um diagnostico equivocado! Perceber o que esta sendo transmitido pela criança a partir dos seus desenhos! Entender o comportamento, temperamento, caráter, a personalidade e suas necessidades. 33 CAPÍTULO IV Estudo de caso Criança: E.S Idade: 9 anos Dificuldade: Falta de concentração, agressividade infantil, inconstância. Histórico: Criança carinhosa, bom rendimento escolar, no entanto possui dificuldade de concentração, é uma criança inconstante, indecisa, iniciou um processo de agressividade oral e física com familiares e amigos. Foi relatada que a mudança na criança começou após o processo de divorcio dos pais. Descrição do desenho 1: Uma menina, vestido triangular, pés para o mesmo lado, olhos redondos com traços em volta, nariz em meia lua para baixo, cabelos enrolados em volta da cabeça, listras pelo vestido e braços que estão rente ao corpo. Um menino, vestindo bermuda e camisa, listras nas roupas, braços com flexão no cotovelo. Olhos pretos e redondos, traços a redor dos olhos. Cabelo curto, compactado na cor preta.Ambos com sorriso triangular com dentes. Não há uma composição bem elaborada, os personagens estão soltos, em um cenário não acabado. Coração com rostos, nariz, boca e sardas.Há nuvens com e sem presença de rostos. Há a assinatura da criança. Avaliação: Desenho 1 ( anexo 2) Cor _ A cor predominante é o preto, que esta relacionado ao sentimento de morte, ódio e negatividade, no entanto como está representado sozinho está relacionado ao medo e a tristeza. Olhos_ Os olhos estão representados sem pupila, significa que a criança recusa a enfrentar a realidade, e que podem ter aspectos de agressividade. Sentindo que o mundo está fechado para ele com uma certa discriminação. Os olhos em negrito tem a relação inter-social, de conflitos e agressões , recusa do meio. Boca _ Quando seguido de dentes, significa agressividade oral. Quando em negrito, Agressão oral, problemas de fato, inter-relação social. 34 Diagnóstico: Os traços fortes e negros, assim como as características da boca, olhos e dentes, fazem supor que a criança está passando por um momento de agressividade infantil forte. Assim como foi relatado pelos pais da criança, que a menor tem demonstrado inúmeras vezes uma agressividade forte, com familiares e amigos. As agressões começaram oralmente até a chegar no nível físico. Um possível diagnóstico é que a agressividade, pode também influenciar na falta de concentração. A criança esta passando por uma fase de isolamento, está se sentindo isolada, com dificuldade de encarar o meio, e a convivência com os demais, está triste e com medo. Tratamento: Diante de uma analise em base do diagnostico da criança, foi sugerido aos pais, algumas mudanças. Como: Criar um quadro de rotina Capaz de auxiliar a criança na sua percepção de integração com o meio, e dar regras quanto aonde e quando pode fazer algo. A criação da rotina ajuda na inconstância da criança, e a impor limites. Fazer um esporte, sugiro luta. Auxilia a criança a trabalhar o físico e a mente, e auxilia a controlar o sentimento de raiva. Com um esporte a criança aprende a controlar as emoções, e que tem hora e lugar para determinadas atitudes. Atividade de confiança Objetivo: Trabalhar a expressividade e cultivar a falar a verdade, com isso o sentimento de integração com meio, estará mais presente, deixando de lado o sentimento de medo e tristeza. Atividade: o responsável irá junto a criança criar uma lata, caixa, algum recipiente. Através de artesanato irá confeccionar o mesmo. Dentro deixara diversos papeis pequenos junto a lápis, ou caneta.Será explicado a criança que toda vez que ela estiver triste, com medo, ou qualquer sentimento ela 35 poderá escrever e colocar lá dentro! A regra desta brincadeira e colocar seus sentimentos para fora, isso não acarretará em castigos e punições. A criança foi encaminhada ao neurologista, onde foi medicada. A criança continuou com o tratamento com desenhos, jogos, esportes, e atividades lúdicas. Criança: E.S Idade: 11 anos Relatório: Após um período de adaptação, tratamento, e cuidados temos um novo desenho da criança. Descrição desenho 2: Sol e arvore localizada no canto esquerdo da folha. Arvore com tronco e folhagem arredondada. Pássaros com pequenos traços espalhados, montanha no canto direito. Nuvens finas, do meio para o canto direito da folha. As cores usadas foram: verde, marrom, amarelo, azul e preto. A criança utilizou as cores da natureza no desenho. A cor que chamou mais atenção é o azul, que também foi utilizado no branco do papel. Avaliação: Desenho 2 ( anexo 3) Montanhas Representa a estabilidade que a criança encontrou ou quer encontrar. Sonhos e metas a serem alcançados. Quando desenhada a direita da pagina, trata-se de uma estabilidade que a criança quer conseguir. Nuvens Sensibilidade ao ambiente paterno, ou social. Arvores Representam o lugar que a criança ocupa socialmente. Copa arredondadas representa sentimentos desde a fadiga, alegria, confusão e despreocupação. Sol A esquerda do papel, representa o passado, e uma mãe independente, raios fortes podem ser a representação de mãe controladora. 36 Azul O azul representa a tranqüilidade, harmonia e paz, uma cor enfatizada na nuvem e no fundo do papel. Diagnóstico: Neste segundo momento a criança parece estar passando por uma fase normal da adolescência, talvez estivesse passando por dificuldades de socialização de maneira positiva ou negativa. Pode estar passando por uma carência por uma falta paterna, assim como problemas com uma mãe controladora. Não há indícios de problema de aprendizagem. 37 CONCLUSÃO Podemos concluir que o trabalho do psicopedagogo é amplo. Pode ser realizado em escolas e instituições empresariais. Quando o ambiente é escolar o mesmo conta com a cooperação de professores, e equipe pedagógica para entender a filosofia e a metodologia da escola. O psicopedagogo pode interferir na escola, com o trabalho de intervenção escolar, orientando sobre possíveis métodos de aprendizagens. Pode interferir no método preventivo, ou não. Quando o psicopedagogo realiza trabalhos particulares com crianças fora do ambiente escolar, ele deve fazer uma ficha para entender melhor a relação da criança com família, pais, e professores. E a partir de uma analise inicial é possível começar o tratamento. O indicado é iniciar um tratamento com jogos, didática construtiva, arte- educação etc.. Pais e professores podem colaborar com a didática proposta pelo psicopedagogo. O método de diagnostico proposto nesta pesquisa é o desenho livre. Através dele o profissional tem subsídios para uma analise a respeito das emoções, e da vida da criança. No estudo de caso, podemos perceber o quanto o desenho da criança, retratou seu estado emocional, e sua relação social com os demais. A partir desta analise, foi possível trabalhar os problemas da criança com conversas com os pais, trabalhos de didática, arte terapia, e arte-educação. Devido à agressividade infantil, o profissional não pode tratar sozinho e encaminhou para um neurologista, que continuou o tratamento com medicamentos. Após um tempo de tratamento, estudo, e analise. A criança já está olhando para o externo de uma maneira mais amistosa. Suas ambições e sonhos, retratam uma idade de pensamentos férteis e com mais centralidade em suas atitudes. Vimos com este trabalho que o desenho é uma parte importante do ser humano, ele vem desde os primórdios históricos, até os dias atuais retratando 38 o subconsciente das pessoas. E hoje podemos fazer uso desta relação para analises, diagnósticos e tratamentos de Psicopedagogia. Dentro dos parâmetros estabelecidos por alguns autores, sobre a iconografia das imagens, podemos fazer uso destas descrições iconográficas para auxiliar na leitura do desenho infantil. Através deste estudo de caso, podemos perceber como a leitura dos desenhos são importantes para analises e diagnósticos. A partir deste estudo, outros profissionais podem usar como base, a interpretação iconográfica das imagens para auxiliar em seus processos de estudo, e tratamento psicopedagogico. 39 BIBLIOGRAFIA AMANCIO, Cristiane ferreira cunha, Desenho Infantil enquanto objeto de investigação psicopedagogico. Universidade Candido Mendes. 2006. ARAUJO, Vanúbia Dantas. A linguagem na perspectiva psicopedagógica: o desenho como instrumento de comunicação. Universidade Federal da Paraíba (UFPB) BEDARD, Nicole, como interpretar os desenhos das crianças. 1º edição, São Paulo, SP. Editora Isis, 2013. CAMPOS, Dinah Martins de Souza. O teste do desenho como instrumento de diagnostico da personalidade. Editora Vozes Petrópolis, RJ. 2014. FARIA, Stephânia Silveira Pereira, O DESENHO INFANTIL COMO INSTRUMENTO IMPORTANTE PARA O TRABALHO PSICOPEDAGÓGICO INSTITUCIONAL. Curso de Pós Graduação em Psicopedagogia Institucional. Polo de Anápolis, GO MELLO, Genilza Alves da Silva. A IMPORTÂNCIA PEDAGÓGICA E PSICOPEDAGÓGICA DO DESENHO NO PROCESSO ENSINO APRENDIZAGEM. Teorias e intervenções psicopedagogicas. AVM 40 WEBGRAFIA http://pointdaarte.webnode.com.br/news/historia-do-desenho/ http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/rousseau-307428.shtml http://pedagogiastephania.blogspot.com.br/2014/11/o-desenho-infantil-como- instrumento.html http://www.seduc.mt.gov.br/Paginas/A-Interven%C3%A7%C3%A3o-do- Psicopedagogo-do-Ambiente-Escolar.aspx http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/T205038.pdf http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/tatiana/materiais/Desenho.pdf http://pointdaarte.webnode.com.br/news/historia-do-desenho/ http://educarparacrescer.abril.com.br/aprendizagem/rousseau-307428.shtml http://pedagogiastephania.blogspot.com.br/2014/11/o-desenho-infantil-como-instrumento.html http://pedagogiastephania.blogspot.com.br/2014/11/o-desenho-infantil-como-instrumento.html http://www.seduc.mt.gov.br/Paginas/A-Interven%C3%A7%C3%A3o-do-Psicopedagogo-do-Ambiente-Escolar.aspx http://www.seduc.mt.gov.br/Paginas/A-Interven%C3%A7%C3%A3o-do-Psicopedagogo-do-Ambiente-Escolar.aspx http://www.avm.edu.br/docpdf/monografias_publicadas/T205038.pdf http://www.joinville.udesc.br/portal/professores/tatiana/materiais/Desenho.pdf 41 ANEXOS Índice de anexos Anexo 1 >> Ficha de anamnese Anexo 2 >> Desenho 1 Anexo 3 >> Desenho 2 42 ANEXO 1 ENTREVISTA DE ANAMINESE 1.DADOS DA CRIANÇA: Nome: Idade: Local e data de nascimento: Residência: Própria( ) Alugada( ) 2.DADOS DOS FAMILIARES: Nome do pai: Grau de instrução: Profissão: Idade: Naturalidade: Nome da Mãe: Grau de instrução: Profissão: Idade: Naturalidade: *OUTROS FILHOS: Nome: Idade: Escolaridade: Nome: Idade: Escolaridade: Nome: Idade: Escolaridade: 3.QUEIXA INICIAL: • Você acha que o paciente apresenta alguma dificuldade para aprender na escola? Qual? • Desde quando percebeu esse problema? • Já procuraram especialistas? Quais? • O paciente está fazendo algum tipo de tratamento médico? ( )psicólogo ( ) Psiquiatra ( )Neurologista ( ) Pediatra ( ) outros, quais? 4. GESTAÇÃO:• Quais as condições de saúde da mãe durante a gravidez? 43 • Levou alguma queda ou susto forte? • Quais as condições emocionais da mãe durante a gravidez? • O paciente nasceu com quantos meses? • Com quantos quilos? • Comprimento ao nascer? • Qual tipo de parto? ( ) Normal ( ) Cesariana • Teve algum problema após o pato? Qual? 5.SAÚDE: • A criança sofreu algum acidente?Qual? ( ) sim ( ) não • Submeteu-se a alguma cirurgia?Qual? ( ) sim ( ) não • Possui alergias? ( ) sim ( ) não • Tem bronquite ou asma? ( ) sim ( ) não • Apresenta problema de visão? Qual? ( ) sim ( ) não • Apresenta algum problema de audição? Qual? ( ) sim ( ) não • Apresenta dor de cabeça? ( ) sim ( ) não • Já desmaiou alguma vez? ( ) sim ( ) não • Quando? • Como foi? • Teve ou tem convulsões? ( ) sim ( ) não • Alguém da família apresenta algum problema de : ( ) desmaios ( ) convulsões ( ) ataques • Quem? 6.ALIMENTAÇÃO: • O paciente foi amamentado? ( ) sim ( ) não • Até quando? • Alimenta-se bem? Como é seu apetite? 7. SONO: • Possui sono: ( )tranqüilo ( )inquieto ( ) agitado ( ) refere pesadelos ( ) Acorda varias vezes. • Qual o horário de dormir? • Dorme sozinho ou com alguém? 8.DESENVOLVIMENTO: • Andou com que idade? • Deixou da usar fraldas com que idade? • É lento para realizar alguma atividade? Qual? 44 • Como o relacionamento da criança com os pais? ( ) tranqüila ( ) agressiva ( )amorosa ( )muito quieta ( ) fechada ( )passiva ( ) medrosa ( ) desligada. • Quais as medidas usadas para disciplinar o paciente? • Como reage quando é contrariado? • Quais as atividades preferidas? • Descreva o dia-a-dia do paciente desde quando acorda até a hora de dormir: • O paciente gosta de ir à escola? ( ) sim ( ) não • Já repetiu a séria alguma vez? ( ) sim ( ) não • Qual ou quais? • Gosta de estudar? ( ) sim ( ) não • Tem horário para estudar? ( ) sim ( ) não .Qual? • Os pais ajudam o pacienta nas atividades escolares? ( ) sim ( ) não 45 Anexo 2 46 ANEXO 3
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