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Licença Paternidade: Requisitos e Reforma Trabalhista

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Atividade 3 (A3) Rotinas de Departamento Pessoal
Pergunta:
De acordo com o art. 473 da CLT e art. 10, 1º, ADCT, a licença-paternidade para pai casado e solteiro eram de 5 dias, gozadas no decorrer da primeira semana após o parto. Em 2016, com a Lei nº 13.257/16, foi introduzida a possibilidade de prorrogação da licença-paternidade para 15 dias, totalizando 20 dias. Para ter o direito à prorrogação da licença-paternidade, é necessário o preenchimento de alguns requisitos. Quais são eles? E com a nova reforma trabalhista, o objeto é lícito ou ilícito?
Resposta:
A licença paternidade foi criada por reconhecer a necessidade da mãe em ter auxílio no pós-parto, além de permitir que o pai faltasse ao trabalho para fazer o registro civil do filho. 
Com o tempo e a evolução da sociedade, a participação e auxílio paterno no cuidado com os filhos passaram a ser valorizados, trazendo mudanças para este instituto. 
A licença paternidade é direito garantido inicialmente pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT), no artigo 473, III, que prevê que o trabalhador poderá faltar por um dia, sem prejuízo do salário, durante a primeira semana após o nascimento do filho.
Em 1988 a Constituição Federal passou a prever o direito à licença paternidade no art. 7º, XIX, e as suas disposições transitórias regularam o prazo de 5 dias, no artigo 10, § 1º.
Trata-se de licença remunerada, motivo pelo qual o trabalhador não terá prejuízos ou descontos salariais durante o período. Para solicitar, o trabalhador deverá comunicar o nascimento ao empregador e, quando possível, apresentar a certidão de nascimento para comprovar.
Quando foi prevista a licença paternidade, a lei não deixou clara a possibilidade de aplicação nos casos de adoção. Contudo, as decisões judiciais têm entendido que não há diferença entre a paternidade biológica ou adotiva para fins de concessão da licença. Isso acontece porque essa licença não é apenas direito do trabalhador: é também direito da criança ser amparada e desfrutar dos cuidados paternos.
Em 2016, O Governo Federal instituiu o Programa Empresa Cidadã, no qual as organizações cadastradas recebem benefícios fiscais e oferecem contrapartidas. Entre as regras dessa política está a licença paternidade ampliada em 15 dias, medida que beneficia o novo pai com um total de 20 dias de descanso, direito até então previsto apenas nos casos de licença maternidade. 
O acréscimo mencionado não se torna um encargo da empresa: ao declarar o imposto de renda com base no lucro real, a organização pode deduzir os valores pagos com a licença paternidade do programa.
Por outro lado, para fazer jus ao benefício, o trabalhador deve preencher os seguintes requisitos:
· ser empregado de organização cadastrada no Programa Empresa Cidadã;
· comprovar a participação em programa ou atividade de orientação sobre paternidade responsável;
· requerer o benefício estendido em até 2 dias após o nascimento.
Vale ressaltar ainda que a adesão ao programa é facultativa, ou seja, a maioria das empresas não é obrigada a conceder uma licença maior do que o prazo de 5 dias.
Essa prorrogação é aplicável também aos casos de adoção ou obtenção de guarda judicial para fins de adoção de criança.
Todavia, para os trabalhadores das empresas que não aderem ao Programa, assim como para os demais trabalhadores, como autônomos e profissionais liberais, prevalece o direito a cinco dias de licença.
A reforma trabalhista sancionada em 2017, no entanto, não teve o condão de alterar a licença paternidade. Isso porque, entre outros motivos, trata-se de um direito constitucional, e não de um direito garantido pela Consolidação das Leis do Trabalho (CLT). A reforma trabalhista, por outro lado, proibiu que convenção ou acordo coletivo de trabalho suprima ou reduza a licença paternidade. Isso significa que nenhum acordo celebrado entre empregador e o trabalhador pode diminuir ou pôr fim à licença de no mínimo cinco ou de 20 dias, no caso previsto em lei. Qualquer acordo nesse sentido é ilícito e não deve ser cumprido.
Ademais, o acordo coletivo pode estender a quantidade de dias. Caso a negociação coletiva determine esse aumento do número de dias referentes à licença paternidade, o empregador correspondente deve respeitar a nova previsão.
Dessa forma, a reforma trabalhista impede qualquer negociação que reduza ou suprima a licença paternidade. Fica permitida, portanto, a negociação que expanda esse direito.
Nesse contexto, é importante refletir sobre a baixa adesão ao Programa Empresa Cidadã, onde das empresas aptas ao cadastro, apenas poucas se inscreveram no programa. Na verdade, o que cresce nas empresas é a negociação da licença paternidade como parte de políticas de incentivo ao colaborador.
Em suma, o prazo de 5 dias não pode ser reduzido de nenhuma forma, mas pode ser ampliado para beneficiar o trabalhador. 
Por isso, algumas organizações consideram os impactos positivos na motivação do funcionário e criam normas próprias para extensão do período. 
A mudança na licença paternidade é muito mais um movimento de empresas que pensam diferente do que fruto da imposição de regras legais.
Maria Elvira Lopes Gimenez
04/03/2021.

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