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Educação: Educabilidade, Acto Educativo, Comunidade Educativa e Coeducação

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Disciplina de Teoria da Educação
1. Educabilidade
1.Educabilidade é a qualidade daquele que é educável. O ser humano possui educabilidade, ou seja, pode ser educado. Lembrando que a “educação” vai muito além da educação escolar, por isso são compreendidas: a educação formal, informal e não formal.
 Educabilidade
Conforme descreve Nogueira-Ramirez (2011, p. 157), a faculdade de ser educado foi o que diferenciou radicalmente o homem dos animais, e suporta-se em Rousseau (1978b [1755], p. 243), ao afirmar, “Pois, o animal, pelo contrário” [do homem], ao fim de alguns meses, é o que será por toda a vida, e sua espécie, no fim de milhares de anos, o que era no primeiro ano desse desenvolvimento da espécie humana e do indivíduo humano, sua transformação, seu progresso, mas também sua decadência. Graças a essa faculdade e por efeito de um longo e lento processo, o homem abandonou seu estado primitivo e alcançou a civilização, processo que se deu em distintas etapas sucessivas em que os resultados de uma foram condição para seguinte.
Segundo a obra de AMARAL (1999, p. 63), quem erigiu o conceito de educabilidade à posição de conceito fundamental da Pedagogia foi o filosofo e pedagogo Herbart. Em sua obra Esboço para um curso de pedagogia de 1835, o autor inicia a sua observação com a seguinte frase: “O conceito fundamental da pedagogia é a educabilidade”. Com efeito, a possibilidade de modificação do ser humano constitui o grande pressuposto da educação em todos os tempos. Sem admiti-lo não a nós sequer pensar a educação.
Em forma geral, a educabilidade pode definir-se como a disposição a ductilidade ou a plasticidade individual para receber influencias e para elaborar sobre elas novas estruturas (...) (Laterza e Rios, 1871, p. 114).
 2. Acto Educativo
De acordo com SAVIANI (1992, p. 17), “o acto educativo é o acto de produzir directa e intencionalmente em cada sujeito singular, a humanidade que é produzida histórica e colectivamente pelo conjunto dos homens”
Em suma, a expressão de acto educativo, aplica-se para generalizar diversos tipos de actividades acadêmicas, orientadas para a capacitação, educação contínua, atualização profissional e melhora continua das pessoas.
3. Comunidade Educativa
A Comunidade Educativa pode ser definida como sendo o conjunto de agentes que directa ou indirectamente contribuem para a ocorrência do processo educativo.
Segundo o INEP (Instituto Nacional de Ensino e Pesquisa) apud Confort (s/d), a Comunidade Educativa é integrada indiretamente pelas famílias, as autoridades locais e do mundo econômico e social e diretamente pelos atores implicados no funcionamento da escola (professores, direção, alunos e membros dos órgãos da escola). Ainda segundo o INEP, a Comunidade Educativa é responsável pelos diversos níveis, instâncias e modalidades de Ensino, pela educação integral de todos os que nela vivem, ocupando-se de todas as modalidades de educação: a escolar e a extraescolar.
A Comunidade Educativa precisa reavaliar seu papel enquanto potencializadora de Educação. Para isso, alguns questionamentos precisam ser vivenciados em busca de um olhar mais apurado, um olhar lapidado. Até que ponto os entraves pedagógicos estão sempre sendo atrelados ao aluno? Até que ponto as dificuldades de aprendizagem, hoje tão comumente justificativas do insucesso escolar, não seriam, parafraseando Rubem Alves, dificuldades de aprendizagem, pautadas numa metodologia arcaica, baseada única e exclusivamente em repetições, mecanizadas, de anos anteriores? Até que ponto os professores sentem-se comprometidos com uma escola de qualidade e conscientizados da importância da sua função? Até que ponto a gestão escolar permite a discussão de todo processo educativo buscando alternativas para o refazer pedagógico e consequentemente para a tomada de decisões onde todos são coautores e corresponsáveis? Até que ponto estes questionamentos interferem ou não na formação de uma Educação sólida num mundo cada vez mais inconsistente de valores, posturas?
Buscar uma Educação sólida deveria ser o princípio norteador de toda Instituição Escolar, através da Comunidade Educativa, em prol de uma Educação de qualidade que vise uma sociedade mais humana, onde todos, independente de classe social, pudessem vislumbrar um espaço social mais igualitário.
4. Coeducação
O termo coeducação é, em geral, lido e usado como sinônimo de escola mista, ou seja, escola que atende pessoas do sexo masculino e feminino. Atualmente, contudo, tem-se o entendimento de que estudar em uma escola mista não significa uma educação não diferenciada por sexo e/ou a busca por uma educação igualitária para meninos e meninas. Por isso, o significado do termo ‘co-educação’ ganhou novo sentido, visando a uma política educacional de igualdade de gênero – que se propõe pensar as construções sociais sobre o ser homem ou ser mulher – e refletindo sobre como a escola pode contribuir para a desigualdade ou para a igualdade de gênero (AUAD, 2003; 2006; ZAIDMAN, 1996). 
A perspectiva coeducativa percebe “[...] atitudes e valores tradicionalmente considerados como de homens e de mulheres de modo que possam ser aceitos e assumidos por pessoas de ambos os sexos” (COSTA & SILVA, 2008, p. 11). Nesse pensamento, não há a intenção de negar traços do masculino ou do feminino, mas busca-se compreender os ingredientes sociais, históricos, culturais e antropológicos que os compõe e, evita-se a sua aprendizagem como fenômeno incontestável ou derivado de uma verdade absoluta ou divina. Objetiva-se um espaço de convivência, de interação e de aprendizagens, onde as diferenças entre sexos são reconhecidas, sem dogmas, sem hierarquia de valores e sem imposição de comportamentos e de pendores naturalizados com típicos de meninos ou de meninas (BENEVIDES, 2006). 
AUAD (2006) argumenta que, se há possibilidade de a escola ser um dos lugares onde há o aprendizado da separação, do discriminatório, existe também, em contrapartida, a possibilidade de ser uma instituição promotora da igualdade e do entendimento de que diferenças não devem justificar desigualdades. A estudiosa ressalta ser a escola mista, ao mesmo tempo, meio e pressuposto para a existência da ‘co-educação’ e se posiciona: 
Defendo as escolas mistas com sistemática reflexão sobre a coexistência de meninos e meninas. Defendo ainda o debate sobre o que é, na nossa sociedade, o masculino e o feminino. Afinal, qual masculino e qual feminino queremos na realidade escolar e fora dela? (AUAD, 2006, p.55)
5. Relação entre o educador e educando e os seus papeis 
5.1 Relação entre educador – educando
Em todo processo de aprendizagem humana, a interação social e a mediação do outro tem fundamental importância. Na escola, pode-se dizer que a interação professor-aluno é imprescindível para que ocorra o sucesso no processo ensino aprendizagem. Por essa razão, justifica-se a existência de tantos trabalhos e pesquisas na área da educação dentro dessa temática, os quais procuram destacar a interação social e o papel do professor mediador, como requisitos básicos para qualquer prática educativa eficiente.
De acordo com as abordagens de Paulo Freire, percebe-se uma vasta demonstração sobre esse tema e uma forte valorização do diálogo como importante instrumento na constituição dos sujeitos. No entanto, esse mesmo autor defende a ideia de que só é possível uma prática educativa dialógica por parte dos educadores, se estes acreditarem no diálogo como um fenômeno humano capaz de mobilizar o refletir e o agir dos homens e mulheres. E para compreender melhor essa prática dialógica, Freire acrescenta que [...], o diálogo é uma exigência existencial. E, se ele é o encontro em que se solidarizam o refletir e o agir de seus sujeitos endereçados ao mundo a ser transformado e humanizado, não pode reduzir-se a um ato de depositar idéias de um sujeito no outro, nem tampouco tornar-se simples troca de idéias a serem consumidas pelos permutantes. (FREIRE, 2005, p. 91).
Já para Vygotsky, a ideia de interação social e de mediação é ponto central do processoeducativo. Pois para o autor, esses dois elementos estão intimamente relacionados ao processo de constituição e desenvolvimento dos sujeitos. A atuação do educador é de suma importância já que ele exerce o papel de mediador da aprendizagem do educando. Certamente é muito importante para o educando a qualidade de mediação exercida pelo educador, pois desse processo dependerão os avanços e as conquistas do aluno em relação à aprendizagem na escola.
Portanto, para Vygotsky, a sala de aula é, sem dúvida, um dos espaços mais oportunos para a construção de ações partilhadas entre os sujeitos. A mediação é, portanto, um elo que se realiza numa interação constante no processo ensinoaprendizagem.
Pode-se dizer também que o ato de educar é nutrido pelas relações estabelecidas entre educador-educando.
5.2. Papel do educador e do educando
5.2.1. Papel do educador
Durante muito tempo a prática educativa era centrada no educador. Este repassava os conteúdos e os alunos absorviam ou memorizavam sem qualquer reflexão ou indagação. Ao final, o conteúdo era cobrado em forma de uma avaliação. Esse tipo de informação; repassada e memorizada, destoa completamente da proposta de um novo ensino na busca da produção do conhecimento. Essa prática pedagógica em nada contribui para o aspecto cognitivo do aluno. 
Hoje, não se pede um professor que seja mero transmissor de informações, ou que aprende no ambiente acadêmico o que vai ser ensinado aos alunos, mas um educador que produza o conhecimento em sintonia com o aluno. Não é suficiente que ele saiba o conteúdo de sua disciplina. Ele precisa não só interagir com outras disciplinas, como também conhecer o aluno.
Dessa forma, Libâneo (1998, p.29) afirma que o educador medeia à relação ativa do aluno com a matéria, inclusive com os conteúdos próprios de sua disciplina, mas considerando o conhecimento, a experiência e o significado que o aluno traz à sala de aula, seu potencial cognitivo, sua capacidade e interesse, seu procedimento de pensar, seu modo de trabalhar. Nesse sentido o conhecimento de mundo ou o conhecimento prévio do aluno tem de ser respeitado e ampliado. 
Ensinar bem não significa repassar os conteúdos, mas levar o aluno a pensar, criticar. Percebe-se que o professor tem a responsabilidade de preparar o aluno para se tornar um cidadão ativo dentro da sociedade, apto a questionar, debater e romper paradigmas. Cury (2003, p.127) afirma que “a exposição interrogada gera a dúvida, a dúvida gera o estresse positivo, e este estresse abre as janelas da inteligência. Assim formamos pensadores, e não repetidores de informações”. 
Reforça Cury (2003, p.65), “Os educadores, apesar das suas dificuldades, são insubstituíveis, porque a gentileza, a solidariedade, a tolerância, a inclusão, os sentimentos altruístas, enfim todas as áreas da sensibilidade não podem ser ensinadas por máquinas, e sim por seres humanos. ” 
Conclui-se com essa afirmação que o educador é a alma do estabelecimento de ensino. Ele tem a tarefa importante de formar cidadãos e de desenvolver neles a capacidade crítica da realidade, para que possam utilizar o que aprenderam na escola em diversas situações e/ou lugares. 
5.2.2. O Papel do educando 
Nas palavras de Brooks Adams, historiador e educador norte americano: “Sabendo que você não consegue ensinar tudo a uma criança, é melhor ensinar a ela como aprender”.
Quisera todos os profissionais da educação entendessem a verdade dessa conclusão e buscassem metodologias “ativas”, interacionistas, como sugerem os estudos de Piaget e Vigotsky – salvas as peculiaridades de cada estudioso. Ou que, como Ausubel, percebessem que o interesse do aluno é crucial para que ocorra a aprendizagem significativa, assim como a interação do aprendiz com o objeto de conhecimento.
É preciso, ainda, olhar para a complexidade da vida moderna em constante mudança na qual os alunos estão inseridos e para o distanciamento que a escola mantém em relação a esse dinamismo, já que, atualmente, nos deparamos com alunos ativos fora do contexto escolar, imersos, conhecedores e usuários das transformações e avanços tecnológicos. E, na contramão desse processo, encontramos escolas conservadoras, mantenedoras da mera transmissão do conhecimento.
Ora, a modernidade pede uma escola com alunos sujeitos do próprio conhecimento, criativos, críticos, que troquem informações entre os pares, professores e demais fontes.
O que o aluno aprende precisa se estender para outros contextos. Precisa ser útil para ele em diversas situações, dentro e fora da escola, já que compreender envolve saber explicar, justificar, relacionar, aplicar e extrapolar conhecimento, ou seja, desenvolver habilidades cognitivas e metacognitivas. Essas habilidades deveriam ser os objetivos a serem perseguidos pela escola, pois são as características que descrevem o papel do aluno sujeito da própria aprendizagem.
Portanto, para que o papel do aluno protagonista seja efetivo, é necessário um profissional da educação com funções que extrapolem a transmissão de conteúdos específicos. Esse profissional precisa conhecer e se adequar à realidade moderna, aos interesses, características e habilidades peculiares dessa geração. Precisa saber ouvir o aluno, respeitar suas respostas e fazer intervenções desafiadoras e esclarecedoras ao mesmo tempo. Precisa avaliar a estrutura cognitiva dos alunos, planejando para a compreensão e para a intermediação da construção do conhecimento.
Referência bibliográfica 
AMARAL, Maria N. Fundamentação Filosófica da Pedagogia Sistemática ou Geral. São Paulo. 1999.
AUAD, Daniela. Educar meninas e meninos: relações de gênero na escola. São Paulo: Contexto, 2006. https://doi.org/10.1590/s0104-40602010000100019
BENEVIDES, Maria Victoria de Mesquita. Sinopse educar meninos e meninas. In: AUAD, Daniela. Educar meninas e meninos: relações de gênero na escola. São Paulo: Contexto, 2006. (Capa). https://doi.org/10.1590/s0104-40602010000100019
COSTA, Maria Regina Ferreira da; SILVA, Rogério Goulart. O ensino da diferença sexual nas aulas de educação física. In: Anais do 1º Encontro da ALESDE (Asociacíon Latinoamericana de Estudios Socioculturales del Deporte). Esporte na América Latina: atualidade e perspectivas. Realizado nos dias 30, 31/10 e 01/11/2008. UFPR – Curitiba/PR, Brasil. Disponível em: <http://www.cev.org.br/biblioteca/o-ensino-diferenca-sexual-nas-aulas-educacao-fisica/>. Acesso em: 30 ago. 2012. https://doi.org/10.5016/dt000609408
CURY, Augusto Jorge. Pais brilhantes, professores fascinantes. Rio de Janeiro: Sextante, 2003.
FREIRE, P. Pedagogia da autonomia. 36. ed. São Paulo: Paz e Terra, 2007.
LATERZA, Moacir; RIOS, Terezinha. Filosofia da educação: fundamentos. 1971.
LIBÂNEO, José Carlos. Adeus professor, adeus professora? novas exigências educacionais e profissão docente. São Paulo: Cortez, 1998.
NOGUEIRA-RAMIREZ, Carlos, E. Pedagogia e governamentais ou da Modernidade como uma sociedade educativa. Belo Horizonte. 2011
SAVIANI, D. Pedagogia Histórico Crítica: Primeiras aproximações. 6. ed. São Paulo:
Autores Associados, 1992.
VIGOTSKY, L. S. A formação social da mente. São Paulo: Martins Fontes, 1984.
ZAIDMAN, Claude. La mixité à l’ école primaire. Paris, L’ Harmattan, 1996.

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