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MONOGRAFIA TCC_2020 - FINALIZADO OK

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CENTRO UNIVERSITÁRIO MAURÍCIO DE NASSAU 
CURSO DE GRADUAÇÃO DE ARQUITETURA E URBANISMO 
 
 
LÍLIAN ROSE DA SILVA 
 
 
 
 
ARQUITETURA HUMANIZADA NO AMBIENTE DE CAPS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
2020 
 
 
LÍLIAN ROSE DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ARQUITETURA HUMANIZADA NO AMBIENTE DE CAPS 
 
 
 
Projeto apresentado ao Curso de Graduação 
de Arquitetura do Centro Universitário Maurício 
de Nassau do estado de Pernambuco, como 
pré-requisito para obtenção de nota da 
disciplina Tópicos Integradores II, sob 
orientação do Professor Fábio Correia. 
 
 
 
 
 
 
 
 
RECIFE 
2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Dedico esta monografia a todas as pessoas que 
contribuíram direta ou indiretamente na construção do 
meu trabalho. 
 
 
 
AGRADECIMENTOS 
 
 
 
 
Primeiramente agradeço a Deus, por mais uma conquista. 
À minha mãe, Maria Helena, por me apoiar nos momentos mais difíceis de desânimo 
e cansaço. 
A todos os professores do curso que me acompanharam durante a graduação e me 
ensinaram que estudar vale a pena, em especial ao meu orientador pela dedicação, 
paciência e incentivo. 
Um agradecimento especial ao médico psiquiátrico Dr. João Ribeiro pela sugestão 
do tema abordado nessa monografia. 
Enfim, muito obrigada a todos que de alguma forma direta ou indiretamente 
colaborou para a realização desse projeto. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
“A arquitetura é coisa para ser vivida.” 
Lúcio Costa 
 
 
 
 
 
 
 
RESUMO 
 
 
 O presente estudo tem como principal foco abordar como cada vez mais a 
humanização é necessária nos ambientes de saúde, precisamente aqui abordado o 
CAPS (centro de atenção psicossocial). O objetivo geral é demostrar como a 
arquitetura humanizada pode ajudar no tratamento e funcionamento de uma unidade 
de saúde que faz atendimentos psicológicos. Para tanto, definiram-se como 
objetivos específicos a descrição com base em bibliografias, amostras e obtenção de 
dados a importância da humanização em ambientes de CAPS, verificando o 
desempenho e as soluções arquitetônicas de humanização, utilizadas para 
promover o bem estar aos pacientes, analisando os ambientes por onde ocorre o 
atendimento aos usuários do ponto de vista da acessibilidade e humanização. 
Abordar esse tipo de tema tem a justificativa de olhar para os Hospitais Psiquiátricos 
de uma forma diferenciada, os mesmos vêm se desestruturando nos últimos anos, e 
depois da reforma psiquiátrica surgiu a necessidade de uma dedicação maior as 
pessoas com transtorno mentais, foi então que surgiu a criação dos CAPS que são 
casas que atendem pessoas com transtornos mentais e também pessoas que tem 
vícios de álcool e outras drogas, a intensão dessa criação seria substituir 
gradativamente os hospitais por CAPS, observando tudo isso, o presente estudo 
vem analisar com um olhar arquitetônico, a necessidade de um lugar humanizado 
para atender a população que tem esse tipo de problema. O presente estudo 
consiste em pesquisas aplicada em caráter exploratório e descritivo a parti de 
coletas de fontes de informações secundárias. Os resultados desse trabalho visam 
tratar com respeito e atenção através da arquitetura as pessoas com problemas 
psicológicos que necessitam de um local planejado adequadamente. Com o 
levantamento de informações ao longo da pesquisa, e de análises das informações, 
foi possível concluir que é possível melhorar o ambiente através da arquitetura 
humanizada e deixar os frequentadores do local radiantes apenas pelo aspecto 
estrutural do ambiente. 
 
Palavras Chave: Ambiente. Transtorno Mental. Humanização. Tratamento. 
 
 
 
 
ABSTRACT 
 
The present study has as its main focus to address how humanization is increasingly 
necessary in health environments, precisely here addressed the CAPS (psychosocial 
care center). The general objective is to demonstrate how humanized architecture 
can help in the treatment and functioning of a health unit that provides psychological 
assistance. For that, the description based on bibliographies, samples and data 
collection was defined as specific objectives, the importance of humanization in 
CAPS environments, verifying the performance and architectural humanization 
solutions, used to promote well-being to patients, analyzing the environments where 
service to users occurs from the point of view of accessibility and humanization. 
Addressing this type of theme has the justification of looking at Psychiatric Hospitals 
in a different way, they have been disintegrating in recent years, and after the 
psychiatric reform, there was a need for greater dedication to people with mental 
disorders, it was then that the creation of CAPS that are homes that serve people 
with mental disorders and also people who have addictions to alcohol and other 
drugs, the intention of this creation would be to gradually replace hospitals with 
CAPS, observing all of this, this study comes to analyze with an architectural look , 
the need for a humanized place to serve the population that has this type of problem. 
The present study consists of research applied in an exploratory and descriptive 
manner based on collections from secondary information sources. The results of this 
work aim to treat people with psychological problems who need a properly planned 
place with respect and attention through architecture. With the survey of information 
throughout the research, and analysis of the information, it was possible to conclude 
that it is possible to improve the environment through humanized architecture and 
leave the visitors of the place radiant only by the structural aspect of the environment. 
 
 
 
Key-words: Environment. Mental Disorder. Humanization. Treatment. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE FIGURAS 
 
 
Figura 01: Área interna do Hospital Psiquiátrico 19 
Figura 02: Primeiro Hospital Psiquiátrico do Brasil 20 
Figura 03: Emblema de Humanização 22 
Figura 04: Sala de Espera Hospitalar 24 
Figura 05: Primeiro CAPS do Brasil 26 
Figura 06: Unidade de CAPS 27 
Figura 07: Tabela de Cores 
Figura 08: Fachada do CAPS Itapeva 
Figura 09: Anexo do CAPS Itapeva 
Figura 10: Implantação do CAPS Itapeva 
Figura 11: Área Externa CAPS Itapeva 
Figura 12: Área Externa Arborizada 
Figura 13: Sala de Atividade Coletiva 01 
Figura 14: Sala de Atividade Coletiva 02 
Figura 15: Vias de Acesso Interno 
Figura 16: Jardim Vertical 
Figura 17: Detalhe do Casarão 
Figura 18: Fachada do Hospital Psiquiátrico Kronstad 
Figura 19: Implantação do Hospital Psiquiátrico Kronstad 
Figura 20: Área de Convivência Externa 
Figura 21: Acomodações na Área Externa 
Figura 22: Corte 01 
29 
31 
31 
32 
33 
33 
34 
34 
35 
35 
36 
37 
38 
39 
39 
40 
 
 
 
Figura 23: Corte 02 
Figura 24: Planta Baixa 
Figura 25: Planta Baixa Pavimento Térreo 
Figura 26: Fachada Clínica Hospitalar Novo Nascer 
Figura 27: Implantação da Clínica Novo Nascer 
Figura 28: Fachada Interna da Clínica 
Figura 29: Área de Atividade Coletiva Externa 
Figura 30: Sala de Atividade Interna 
Figura 31: Área de Passeio Coberta 
Figura 32: Área de Recreação Externa 
Figura 33: Fachada CAPS AD CPTRA 
Figura 34: Implantação CAPS AD CPTRA 
Figura 35: Área de Convivência Externa 
Figura 36: Área de Convivência Interna 
Figura 37: Sala de Reunião 
Figura 38: Refeitório 
Figura 39: Sala de Atendimento Individual 
Figura 40: Recepção 
Figura 41: Fluxograma CAPS AD CPTRA 
Figura 42: Proposta de Paisagismo – Área de Convivência Externa 
Figura 43: Proposta de Layout – Recepção 
Figura 44: Proposta de Layout – Sala de Atividade Coletiva 01 
Figura 45: Proposta de Layout – Sala de Atividade Coletiva 02 
Figura 46: Proposta de Layout – Sala de Atendimento Individual 01 
Figura 47: Proposta de Layout– Sala de Atendimento Individual 02 
40 
41 
41 
42 
43 
44 
44 
45 
45 
46 
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49 
49 
50 
50 
51 
51 
53 
57 
58 
59 
60 
61 
61 
 
 
Figura 48: Proposta de Layout – Refeitório 
Figura 49: Proposta de Layout e Cor – Sala coletiva Interna 01 
Figura 50: Proposta de Layout e Cor – Sala coletiva Interna 02 
 
 
62 
63 
64 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE TABELAS 
 
Tabela 01: Análise do Estudo de Caso – CAPS Itapeva 36 
Tabela 02: Análise do Estudo de Caso – Clínica Novo Nascer 46 
Tabela 03: Análise do Estudo de Caso – CAPS AD CPTRA 52 
Tabela 04: Tabela Comparativa dos Estudos de Caso 54 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE GRÁFICOS 
 
Gráfico 01: Humanização 65 
Gráfico 02: Ambientes Humanizados 66 
Gráfico 03: Ambientação 67 
Gráfico 04: Modelo dos Mobiliários 67 
Gráfico 05: Presença de Cor 68 
Gráfico 06: Acústica 69 
Gráfico 07: Primeiras Impressões do CAPS 70 
Gráfico 08: Presença de Jardim 70 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
LISTA DE SIGLAS/ABREVIATURAS 
 
PNH – Política Nacional de Humanização 
ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas 
CAPS – Centro de Atenção Psicossocial 
SUS – Sistema Único de Saúde 
MTSM – Movimento dos Trabalhadores em Saúde Mental 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
SUMÁRIO 
 
 
 
1. INTRODUÇÃO..............................................................................................14 
 
2. OBJETIVOS.............................................................................................. ....16 
2.1 OBJETIVOS GERAL...........................................................................16 
2.2 OBJETIVOS ESPECÍFICOS...............................................................16 
 
3. METODOLOGIA............................................................................................17 
 
4. REFERENCIAL TEÓRICO............................................................................18 
4.1 HISTÓRICO PSIQUIÁTRICO.............................................................18 
4.2 CONCEITO DE HUMANIZAÇÃO.......................................................20 
4.3 ARQUITETURA HOSPITALAR..........................................................23 
4.4 DEFINIÇÃO DE CAPS.......................................................................25 
4.5 SENTIDO DAS CORES.....................................................................27 
 
5. ESTUDOS DE CASO....................................................................................30 
 5.1 CAPS ITAPEVA.................................................................................30 
 5.2 HOSPITAL PSIQUIÁTRICO KRONSTAD.........................................37 
 5.3 CLÍNICA HOSPITALAR NOVO NASCER.........................................42 
 5.4 CAPS AD CPTRA..............................................................................47 
 5.5 CONCLUSÃO DOS ESTUDOS DE CASO........................................55 
 
6. DIRETRIZES E DISCUSSÃO........................................................................56 
 6.1 ANÁLISE DOS QUESTIONÁRIOS....................................................64 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS...........................................................................71 
 
8. REFERÊNCIAS..............................................................................................72 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
14 
 
 
1. INTRODUÇÃO 
 
 A superação do modelo manicomial encontra uma reflexão nas políticas de saúde 
do Brasil, que tiveram um marco teórico e político nas Conferências Nacionais de 
saúde de 1986, 1987, 1992 e 2001. Observa-se na reforma psiquiátrica brasileira, 
nas últimas décadas, intercalação de períodos de intensificação das relações e de 
surgimento de novos serviços e programas. 
 O primeiro CAPS (Centro de Apoio Psicossocial) do Brasil foi criado em 1987, na 
cidade de São Paulo e em 1989 foram criados em Santos com atenção 24hs, 
posteriormente denominados de CAPS III. Nos anos que se seguiram, os CAPS 
foram implementados em vários municípios do país e consolidaram-se como 
dispositivos estratégicos para a superação do modelo de amparo no contexto da 
reforma psiquiátrica, e para a criação de um novo lugar social para as pessoas com 
a experiência de sofrimento, decorrentes de transtornos mentais, incluindo aqueles 
por dependência de álcool e outras drogas (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). 
 O tratamento no CAPS baseia-se em atividades grupais com diversos 
profissionais multidisciplinares (médico, psicólogos, terapeuta ocupacional, 
enfermeiro, farmacêutico, assistente social, técnico em enfermagem, técnico 
administrativo, copeira, assistente de serviços gerais, etc.). Esses profissionais 
realizam atendimento diariamente de segunda a sexta-feira, das 8:00 às 12:00 horas 
e de 13:00 às 17:00 horas ou dependendo da gravidade do estado do paciente, 24h 
por dia. Nessa unidade, a missão é de garantir o exercício da cidadania e da 
inclusão social dos usuários (termo usado para substituir a palavra paciente após a 
reforma psiquiátrica, porque estava associado a passividade, aquele que aguarda, 
diferente de usuário que é um ser ativo que participa do seu acompanhamento 
terapêutico) e familiares. 
 Nesse contexto a casa está associada à ideia de acolhimento, de família, de 
proteção e de refúgio, exatamente o que a política do CAPS determina. Observando 
tudo isso com um olhar arquitetônico, compreende-se que é um processo 
sociocultural havendo a participação do projetista que vai levar em consideração as 
particularidades do serviço e da constituição da forma, dos usos e da função de uma 
casa para uso de um CAPS, prestando atenção nos preconceitos relacionados ao 
15 
 
modo de viver, na legislação do lugar, nas limitações econômicas e na humanização 
do ambiente. 
 A proposta de fazer um trabalho que aborde a humanização de uma unidade de 
CAPS é a expectativa em ver uma unidade que funciona perfeitamente em harmonia 
com as necessidades diárias do serviço. E é nesse sentido que a arquitetura vem 
colaborar e agir com todos os benefícios da ambientação na área da saúde. 
 A humanização no ambiente de CAPS é um ganho tanto para os próprios 
usuários como para a equipe multidisciplinar, familiares e toda a sociedade. Com o 
serviço bem elaborado, fica mais fácil para atende todas as necessidades da 
população em geral, fazendo com que os mesmos tenham um quadro de 
recuperação melhor e mais rápido. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
16 
 
2. OBJETIVOS 
 
2.1. Objetivo Geral 
 Demostrar como a arquitetura humanizada pode ajudar no tratamento e 
funcionamento de uma unidade de saúde que faz atendimentos psicológicos. 
 
2.2. Objetivos Específicos 
 
➢ Descrever com base em bibliografias, amostras e obtenção de dados a 
importância da humanização no ambiente de CAPS; 
➢ Verificar o desempenho e as soluções arquitetônicas de humanização 
utilizadas para promover o bem estar aos pacientes, por meio de estudos de 
casos; 
➢ Analisaros ambientes onde ocorre o atendimento aos usuários do ponto de 
vista da acessibilidade e humanização. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
17 
 
3. METODOLOGIA 
 A metodologia foi baseada em revisão de literatura sendo utilizados livros e 
artigos de relevância na área de conhecimento, pesquisados em bancos de 
dados indexados no Scielo, Google acadêmico e órgãos públicos. Foram 
incluídas referências bibliográficas que enfatizassem todo o desenvolvimento da 
história manicomial e a parte arquitetônica na área da saúde. A pesquisa foi 
realizada com intuito de mostrar o quanto a arquitetura tem influência nos 
ambientes de convívio da saúde e obter uma aproximação com o tema que está 
sendo estudado, ressaltando a importância da arquitetura humanizada nos 
ambientes de CAPS com relação aos métodos e as técnicas de metodologia, na 
qual leva em consideração o ponto de vista e a satisfação dos usuários do 
espaço, assim como os estudos de ergonomia do ambiente construído, buscou-
se identificar o conforto ambiental (luz e som), percepção (cores e texturas) e a 
acessibilidade (layout e dimensionamento), além de obter informações através 
das pesquisas bibliográficas somadas aos estudos de casos apresentados. 
Foram realizados questionários com os usuários e funcionários do CAPS que 
fazem tratamento e trabalham na área de estudo, ambos para colher informações 
sobre os pontos positivos e negativos do dia a dia do ambiente de trabalho e as 
melhorias que eles desejam para ter um ambiente humanizado e para saber a 
visão de humanização dos dois lados. Realizado levantamento fotográfico e 
levantamento de dados do local estudado para melhor desempenho da pesquisa. 
 
 
 
 
 
 
 
18 
 
4. REFERENCIAL TEÓRICO 
 
 4.1 Histórico psiquiátrico 
 
 Segundo Belmonte (2006), os asilos psiquiátricos desde o modelo clássico 
nascido na França em fins do século XVIII até hoje perduram no mesmo modelo 
hospitalar, porém a vida dos internos vem sofrendo mudanças desde a criação do 
primeiro hospital psiquiátrico brasileiro, o Hospital D. Pedro II, na Praia Vermelha, 
em 1852. Mas hoje em dia, são raras as imagens de loucos vagando nus por 
pavilhões de hospícios, como era visto no final da década de 1970. A mudança veio 
através de um Movimento de Trabalhadores em Saúde Mental (MTSM), que deu 
início ao processo da Reforma Psiquiátrica. Desde o final da década de 1970, 
quando foi constituído o MTSM, várias iniciativas foram realizadas para acabar com 
a tradição manicomial. 
 A reforma psiquiátrica brasileira é um grande conflito com ambientes e situações 
distintas, um processo que trás marcas no seu tempo. Não há possibilidades de 
compressão sem mencionar os movimentos sociais, a articulação da sociedade civil 
que apresentaram suas demandas e necessidades, assumindo o lugar de 
interlocutor, exigindo do estado a realização dos seus direitos, verbalizando seus 
interesses, suas disputas, negociações e propostas de novas pactuações sociais. 
Assim eles acreditam em novas ações de uma construção de uma nova sociedade, 
com um mundo mais justo e mais livre (YASUI, 2010). 
 No início da década de 1980 foram propostas as reformulações psiquiátricas, 
ocupando um lugar sólido das políticas de saúde. Foi então que surgiram as 
Conferências Nacionais de Saúde Mental (CNSM), a primeira em 1987, a segunda 
em 1992 e a última em 2003, nessa conferência os assuntos sobre doenças mentais 
não foram discutidos apenas pelos funcionários e sim pelos usuários e familiares. 
Nessas manifestações os envolvidos nessa conferência assumiram o lema ‘Por uma 
sociedade sem manicômios’ (BELMONTE, 2006). 
 O movimento da luta antimanicomial apareceu para propor novas práticas 
terapêuticas aos indivíduos com transtorno mentais e ao mesmo tempo defender 
seus direitos humanos lutando por uma por uma atenção digna dos serviços de 
saúde e buscando mudar a visão social que a loucura possuía. Essa luta pela 
descaracterização dessas instituições teve um papel importante e um encorajamento 
19 
 
de algumas pessoas ao trazer a tonar relatos, histórias e imagens das barbaridades 
que aconteciam nos antigos manicômios, como exemplo teve a história que gerou 
um livro escrito pelo próprio paciente Austregésilo Carrano Bueno, O Canto dos 
Malditos, depois tornou-se filme, O Bicho de Sete Cabeças ( CARDOSO, 2013). 
 Foi realizada uma intervenção na Casa de Saúde Anchieta, em São Paulo, em 03 
de maio de 1989, dentro das políticas das normas no campo da Reforma Sanitária, 
sendo assim um novo campo é aberto para as políticas de saúde mental. Um 
primeiro manicômio é progressivamente desmontado para dá lugar as instituições, 
serviços e práticas que substitui o modelo psiquiátrico asilar. Foi assim que em 1987 
inaugurou em São Paulo o primeiro centro de atenção psicossocial batizado de 
CASP Prof. Luís da Rocha Cerqueira (BELMONTE, 2006). 
 A figura 01 a seguir, mostra como os hospitais psiquiátricos abrigavam seus 
pacientes, esse era o pavilhão na área interna, observa-se uma superlotação de 
usuários, as cores das paredes e das grades apáticas e neutras, ausência de um 
mínimo de conforto, mobiliários insuficiente, tanto para deitar como para sentar, as 
grades dando a sensação de encarceramento, dando a impressão de que os que se 
encontravam naquele espaço eram pessoas perigosas. A falta de humanização é 
nítida, não só nos mobiliários como na estrutura também, os hospitais eram vistos 
como prisões e depósito de pessoas. 
 
Figura 01: Área interna do Hospital Psiquiátrico 
 
Fonte: capsicopucsp.wordpress.com, modificada pela autora,2020 
20 
 
A figura 02, logo abaixo, se refere a um Hospital Psiquiátrico, o primeiro no Brasil, 
onde se tem uma grande semelhança com penitenciária. Apresentando grades e 
colunas altas, janelas fechadas, paredes com cores frias, sem vibração, sem vida. 
 
Figura 02: Primeiro hospital psiquiátrico do Brasil 
 
Fonte: ccms.saude.gov.br 
 
 
4.2 Conceito de humanização 
 
 O termo humanização estar cada vez mais presente em discursões que envolve 
os setores da rede de saúde. Quando se entende esse fator, observa quanto a 
humanização é importante na saúde pública e na arquitetura hospitalar. O termo em 
questão é de difícil definição, a humanização exerce influência sobre o ser humano, 
seja em sua residência, no trabalho, no tratamento de saúde, no laser, etc. Os 
espaços se tornam humanizados quando se tem uma forte ligação com os usuários. 
Nos ambientes de saúde essa ligação se torna mais forte porque eles buscam bem 
estar e tranquilidade para ter uma melhor recuperação. O termo humanização jamais 
deve se confundir com luxo, pois tem a ver com qualidade, essa qualidade se dá 
21 
 
com a junção de vários fatores como a iluminação, ventilação, utilização correta das 
cores, mobiliário, decoração e tantos outros (TOLEDO, 2007). 
 Segundo a Política Nacional de Humanização (PNH), acessado em 2020 e 
encontra-se disponível no site do Ministério da Saúde, a humanização deve estar 
inserida em todas as políticas e programas do SUS. A humanização é a valorização 
dos usuários, trabalhadores e gestores no processo de produção da saúde. Valorizar 
o sujeito é oportunizar uma maior autonomia e ampliação da sua capacidade em 
transformar a realidade em que vivem. Uma das diretrizes do HumanizaSUS é a 
ambiência que é responsável por criar espaços saudáveis, acolhedores e 
confortáveis, onde propiciam encontro entre pessoas. Essa ambiência se faz através 
de uma discursão compartilhada do projeto arquitetônico, das reformas e do uso dos 
espaços de acordo com as necessidades de usuários e trabalhadores de cada 
serviço, orientação que pode melhorar o trabalho de saúde (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2017). 
 A permanência em um CAPS é por si só causa de stresspara muitos usuários, 
principalmente pela abstinência do uso da droga e o distanciamento dos familiares e 
amigos, a doença e o processo de tratamento, a redução da autonomia e da 
privacidade, a dúvida da reintegração na sociedade e trabalho, são algumas das 
razões que acentuam o estado psicológico fragilizado do paciente. Nesse caso, a 
busca pela semelhança com o lar através da humanização é muito importante, pois 
visa proporcionar em caráter de acolhimento expressando através da utilização de 
aberturas mais adornadas, cortinas, objetos decorativos, mobiliário e acabamentos 
com aparência tipicamente residencial (CAVALCANTI, 2007). 
 Para se ter uma humanização uniforme, a colaboração entre os profissionais que 
trabalham na área da saúde é de estrema importância, pois de nada adianta a 
implantação dos conceitos de humanização nos ambientes se os colaboradores não 
estiverem alinhados com a causa. Para implantar essa política no local, um dos 
desafios é enfrentar as condições de trabalho a que estão submetidos os 
trabalhadores, desvalorização e baixo investimento em educação permanente 
(BARBOSA, 2013). Sendo assim, a humanização do ambiente, tem benefícios tantos 
para os pacientes que precisam de tratamento, quanto para os trabalhadores. 
 
 
 
22 
 
 A figura 03 que vem a seguir trata de uma representação de união que a 
humanização deve ter na trajetória de todos os serviços, seja na arquitetura, na 
saúde, na educação, na segurança, na religião, enfim, todos os setores precisam 
humanizar os serviços para um melhor atendimento para população e essa 
humanização se dá na ambientação, união e ação das pessoas envolvidas. 
 
 
Figura 03: Emblema de humanização 
 
Fonte: trabalhadoresdaebserh.blogspot 
 
 
 
4.3 Arquitetura Hospitalar 
 
 Apesar desse trabalho não se tratar de um hospital, ele fala sobre tratamento de 
saúde mental e os usuários são tratados em clínicas que são chamadas de CAPS, e 
esses ambientes são tratados como hospitalar por recuperarem pessoas que 
precisam de tratamento de saúde. Portanto, se faz necessário abrir um espaço para 
essa discussão. 
 Inevitavelmente, as pessoas iram frequentar um ambiente hospitalar, seja como 
paciente ou acompanhante, essa ida é sempre em momentos de fragilidade, física 
ou mental. Assim, um ambiente agradável fará bem aos olhos de quem precisa do 
23 
 
local e será muito importante no tratamento desse indivíduo que irá passar um 
tempo nesse local, seja curto ou longo (NASCIMENTO, 2018) 
 Segundo Ciaco (2010), foram muitas as evoluções da arquitetura hospitalar dos 
tempos antigos para os atuais, antes os pacientes ficaram em grandes vãos super 
lotados para não contaminarem os mais saudáveis, com o decorrer do tempo, novos 
projetos foram surgindo cada vez mais complexos com o objetivo da melhoria do 
cuidado e bem estar dos pacientes. 
 Segundo Nascimento (2018), existem 4 tipos de conforto que contribuem para o 
ambiente ser mais agradável, são eles: 
 
➢ Conforto térmico: A ventilação nos locais de internamento é muito importante, 
porque faz a troca de ar entre o ambiente e o paciente, por esse motivo, a 
importância do posicionamento correto de janelas e portas. 
➢ Aspecto interno: Se trata do fluxograma do ambiente, cada abertura de porta 
tem que ser bem pensada para não dificultar a circulação. 
➢ Conforto acústico: O local onde será instalado o edifício é muito importante, 
pois os internos precisam de sossego no período de internação. 
➢ Conforto luminoso: Se refere ao reflexo de luz projetada em móveis e 
espelhos que podem incomodar o paciente o deixando estressado e com isso 
atrapalhando o tratamento dele. 
 
 Segundo Toledo (2007), a humanização de um edifício hospitalar é resultante de 
um processo projetual que não se limita à beleza do traço, ao respeito à 
funcionalidade ou ao domínio dos aspectos construtivos, mas alia esses aspectos a 
criação de espaços que além de favorecer a recuperação da saúde e garantir o 
bem-estar físico e psicológico aos usuários do edifício hospitalar, sejam eles 
pacientes, acompanhantes ou funcionários, estimulam a incorporação de novos 
procedimentos às práticas médicas. 
 Ao pensar a arquitetura nos espaços assistenciais de saúde deve-se ter a 
consciência de que “é uma arquitetura pensada e feita para o ser humano em sua 
condição de maior sensibilidade”. (CIACO, 2010, p. 27). 
 Pensando em um ambiente hospitalar, o projeto, mas que qualquer outro, requer 
uma série de preocupação com a satisfação e bem estar da equipe de trabalho, dos 
pacientes, dos funcionários em geral e dos que administram o local. O ambiente 
24 
 
precisa ter conforto, eficiência e qualidade, porque os espaços precisam ser flexíveis 
para acomodar equipamentos médicos sofisticados e constantemente redesenhados 
e modernizados, ter a satisfação dos médicos e enfermeiros na atuação profissional 
com iluminação adequada, poucos ruídos e funcionalidade dos espaços, satisfação 
dos pacientes e acompanhantes, permitindo uma boa recuperação, tranquilidade e 
segurança (SAMPAIO, 2005). 
 A figura 04 é de uma sala de um hospital infantil na Inglaterra, os arquitetos que 
trabalharam nesse projeto, pensaram em utilizar cores com tons quentes e alegres, 
fazendo uma ligação com a realidade das crianças que iram frequentar o local, 
tirando a ideia de se está em um hospital, tornando-o mais familiar e assim amenizar 
o sofrimento e a ansiedade que um tratamento e internação hospitalar trás na vida 
dos pacientes, transformando em um ambiente que traga bem estar. Esse projeto, 
fugiu do padrão branco que tem nos ambientes de saúde, onde esse modelo 
representa higiene e neutralidade, mas a cada dia a humanização hospitalar vem 
tomando conta desses moldes e trazendo mais cores para o ambiente. 
 
 
Figura 04: Sala de espera hospitalar 
 
Fonte: rsdesingn.com.br/espaço 
 
 
 
 
25 
 
4.4 Definição de CAPS 
 
 Os Centros de Atenção Psicossocial (CAPS) são serviços de saúde aberto e 
comunitário do SUS (Sistema Único de Saúde) local de tratamento e referência para 
pessoas que sofrem com transtornos mentais, psicoses e neuroses graves, pessoas 
dependentes de álcool e outras drogas, existido também tratamento para o público 
infanto-juvenil. Em alguns casos, casas residenciais são transformadas em unidade 
de saúde para receber esse público específico. Diante desses quadros, a 
permanência nessa instituição de cuidado intensivo, diário e contínuo é essencial 
para o paciente. Com esse serviço, evita-se a internação psiquiátrica do paciente 
integrando-o a família e a sociedade (MINISTÉRIO DA SAÚDE, 2015). 
 O CAPS tem várias modalidades e são pontos de atenção estratégicos e de 
caráter aberto e comunitário, constituídos por equipes multiprofissionais que atuam 
no atendimento interdisciplinar, as pessoas com transtornos mentais graves e 
persistentes, incluindo as pessoas com necessidades decorrentes do uso de crack, 
álcool e outras drogas, e sua área territorial, podendo ser em situações de crise, 
reabilitação psicossocial ou na substituição do modelo asilar (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2017). 
Os CAPS são divididos em várias modalidades: 
CAPS I: Atendimento a todas as faixas etárias, casos mentais graves e persistentes. 
Atende regiões com pelo menos 15 mil habitantes. 
CAPS II: Atendimento a todas as faixas etárias, casos mentais graves e 
persistentes. Atende regiões com pelo menos 70 mil habitantes. 
CAPS III: Atendimento com até 5 vagas de acolhimento noturno e observação, todas 
as faixas etárias, transtorno mentais graves e persistentes. Atende regiões com pelo 
menos 150 mil habitantes. 
CAPS AD III Álcool e Drogas: Atendimento de 8 a 12 vagas de acolhimento noturno 
e observação, funcionamento 24h, todas as faixas etárias. Atende regiões com pelo 
menos 150 mil habitantes. 
CAPSi: Atendimento as criançase adolescentes com transtorno mentais graves e 
persistente. Atende regiões com pelo menos 70 mil habitantes. (MINISTÉRIO DA 
SAÚDE, 2017). 
26 
 
 Segundo o Ministério da saúde (2017), os CAPS têm vários tipos de acolhimento, 
segue os 3 principais: 
➢ Acolhimento inicial: Primeiro atendimento por vontade própria, encaminhada 
ou em situação de crise no território. 
➢ Atendimento individual: Atenção focalizada no usuário, para direcionar a 
melhor forma de tratamento que se encaixe no estado em que ele se 
encontra. 
➢ Atendimento em grupo: São ações desenvolvida coletivamente, onde todos 
interagem uns com os outros, no intuito de desenvolver sociabilidade, troca de 
afetos, confiança, entre outros. 
 
A figura 05 abaixo, representa o CAPS pioneiro no Brasil, sua estrutura antiga e 
diferenciada, faz com que ele se torne interessante para o estudo, pois ele se 
relaciona melhor com o conceito de humanização, esse modelo de instituição fica 
com aspecto familiar e dá ideia de lar, com isso os usuários que são tratados no 
local, se sentem mais acolhidos e abrigados pelo calor humano que uma casa 
transmite. 
 
Figura 05: Primeiro CAPS do Brasil 
 
Fonte: spdm.gov.br 2020 
27 
 
A figura 06, corresponde a um CAPS mais atual, foi construído com uma estrutura 
mais comercial, que leva os usuários que irão fazer tratamento nele, a ter uma visão 
e sensação de estar realmente em uma clínica fazendo tratamento de saúde. 
Observa-se que a instituição não ficou muito distanciada do conceito de 
humanização, pois traz vegetação para recepcionar as pessoas que chegam ao 
local e as cores das paredes e colunas estão fazendo uma ligação com o primeiro 
CAPS do Brasil. 
 
Figura 06: Unidade de CAPS 
 
Fonte: diariodegoias.com.br 
 
 
 4.5 Sentido das Cores 
 
 As cores que são apresentadas no espaço de tratamento hospitalar têm uma 
grande influencia não só na primeira impressão de quem chega ao local, mas 
também em quem permanece nesse ambiente, tanto no âmbito positivo como no 
negativo. Na prevenção e no tratamento de doenças, o uso das cores está baseado 
no fato de que os sensores tem grande domínio na mente, sendo absorvido ao ser 
humano de acordo com as informações que recebem ( BOCCANERA, 2007). 
 Segundo Cunha (2004), a cor deve ser vista como um elemento de mudança no 
paciente em sua estadia no hospital, pois proporciona tranquilidade e bem estar, 
porque algumas cores atraem e outras repelem, isso quando a cor utilizada não for 
28 
 
apropriada naquele ambiente, podendo também transmitir sensação de calor ou de 
frio, agitar ou inibir as pessoas, causar ilusões, influenciar diretamente o espaço e 
criar efeitos diversos, como monotonia ou movimento, com isso, diminuir ou 
aumentar a capacidade de percepção. 
 Ainda segundo Boccanera (2007), a harmonia das cores nos mobiliários, roupas, 
pisos, tetos, paredes e decoração é importante quando se considera o tempo de 
estadia dos pacientes e do trabalho dos profissionais, pois o contato com cores 
monótonas ou que lembram doenças e morte, pode interferir na avaliação física e 
nos aspectos emocionais e psicológicos de forma consciente ou inconsciente. 
 Segundo Lacy (2000), cada pessoa tem sua cor favorita, cada um reage de uma 
forma quando se depara com sua cor predileta, assim acontece nos ambientes, as 
reações são diversas e cada cor tem sua influencia no ser humano, segue abaixo a 
influencia das cores mais utilizadas: 
 
➢ Vermelho: Essa cor é forte e faz a pessoa se sentir corajosa, poderosa e 
ousada, uma cor que chama atenção, estimula a pessoa a agir antes de 
pensar, ela se encontra na tabela de cores quentes. 
➢ Amarelo: É associada com a luz do sol, quente e expansiva, é uma cor que 
ativa a mente que se abre para novas ideias, o amarelo alimenta o ego e 
pode estimular e iluminar os recessos mais profundos da mente. 
➢ Verde: É a cor do equilíbrio e da harmonia, nem quente, nem frio, ele combina 
com todas as outras cores e ajuda a reduzir a tensão e o estresse. O verde é 
uma cor que está relacionada com a autoestima, conhecida como baixar a 
pressão arterial, ele faz com que as pessoas sintam uma sensação de 
liberdade e fluidez. 
➢ Azul: Essa cor é conhecida como uma cor terapêutica que acalma, relaxa e 
esfria, dependendo da tonalidade do azul, ele é associado a lealdade, 
integridade, respeito, responsabilidade e autoridade. Tudo isso, pela 
semelhança que essa cor tem com a imensidão do céu que é belo e sagrado 
e faz conexão com o amor a vida. 
➢ Marrom: Essa cor remete a sensação de que tudo é permanente, sólido e 
seguro, transmite estabilidade, por esse motivo é tão utilizada em assoalhos e 
móveis, passa energia boa para os ambientes. 
29 
 
➢ Cinza: Essa cor é associada ao medo, porém nos tons mais claros e 
misturado com outras cores, tem efeito positivo e equilibrado. 
➢ Branco: Essa cor transmite a sensação de inocência, pureza, simplicidade, 
limpeza e paz, porém ela só tem vida quando realçada com outras cores, não 
é à toa que se encontra na tabela de cores neutras. 
➢ Preto: Essa cor pode causar nas pessoas indiferença, inacessibilidade e 
prepotência, mas também dá um ar sofisticado, formal e moderno no 
ambiente, é usada também em casos de luto e para transmitir sensação de 
mistério e raiva. 
 
 
A figura 07, mostra uma tabela de cores onde se encontra as cores frias, as quentes 
e as neutras, todas elas têm relação com a sensação da temperatura que as cores 
transmitem através do ambiente no ser humano. 
 
 
 
Figura 07: Tabela de cores 
 
Fonte: estudiopar.com.br 
 
 
 
 
 
30 
 
5. ESTUDOS DE CASO 
 Os estudos de casos que serão apresentados a seguir, auxiliou as análise para 
observar as necessidades e aspectos positivos de cada caso desenvolvido, levando 
em questão a humanização dos espaços. 
 
5.1 CAPS ITAPEVA – SP 
 O Centro de Atenção Psicossocial Professor Luiz da Rocha Cerqueira, mais 
conhecido como CAPS Itapeva, foi o primeiro CAPS do Brasil e continua 
funcionando normalmente até os dias atuais, onde já se passaram mais de 15 mil 
usuários no local. Tem esse nome em homenagem ao médico psiquiatra nascido em 
Alagoas, com uma longa história em instituições manicomial, criou reformas 
psiquiátricas e coordenou a saúde mental no estado de São Paulo durante a década 
de 1970. O CAPS foi fundado em 12 de março de 1987, no início foi adaptado numa 
residência que antes era denominada “Casarão”, funcionava como divisão de 
ambulatórios de saúde mental, ele facilitava a possibilidade em lidar com a loucura, 
foi extinto em 1985. Com o passar dos anos e com a necessidade do serviço da 
saúde mental, foram criadas áreas de expansão no local. A unidade conta com 
vários espaços para atividades recreativas e artesanais. Dados do site da 
associação paulista de medicina, acessado em 19/10/20, disponível em 
spdm.org.br. 
A figura 08 logo abaixo, mostra a fachada principal do CAPS Itapeva, uma 
construção com dois pavimentos, aspecto antigo e domiciliar, sem grades e com 
cores agradáveis, bem diferente dos tipos de lugares que eram oferecidos no 
passado, nos hospitais psiquiátricos, a vegetação se faz presente, dando maior 
frescor ao ambiente. 
 
 
 
31 
 
Figura 08: Fachada do CAPS Itapeva 
 
Fonte: portalweb.mpse.mp.br 
 
A figura 09 logo abaixo, se trata do prédio anexo do CAPS Itapeva, o mesmo serve 
para atender aos funcionários, como uso de estacionamento, num portão no canto 
esquerdo da figura, serve para atendimentos médicos rápidos. Observa-se que foi 
mantido uma ligação com o casarão através da cor, nada mais, pois todo o restante 
pertence a uma construção pendendo para o contemporâneo. 
 
Figura 09: Anexo do CAPS Itapeva 
 
Fonte: Google Maps, 2020 
32 
 
IMPLANTAÇÃO 
 O CAPS Itapeva, fica localizado em São Paulo, no bairro da Bela Vista, na 
Avenida Paulista, uma das mais movimentadasdo estado. O acesso se dá pela rua 
Carlos Comenale, existe outros acessos, porém, são bloqueados por conta dos 
usuários, para evitar fugas. 
 
Figura 10: Implantação - CAPS Itapeva 
 
 CAPS Itapeva 
 Avenida Paulista 
 Norte 
Fonte: Google Maps, modificada pela autora, 2020 
 
 
 A área interna, como mostra na figura 11 logo abaixo, tem um recuo tipo terraço 
para ser usado quando estiver chovendo para não perder o contato com a natureza 
e com o ar livre, serve também para os usuários que querem fazer atividades em 
grupo como jogar dominó entre outros. A área interna se une com a externa e assim 
se torna um espaço proveitoso e agradável. 
33 
 
Figura 11: Área externa CAPS Itapeva 
 
Fonte: jornalitanews.com.br 
 
 A área externa, como mostra na figura 12, é bastante arborizada e com espaço 
proveitoso para atividades tanto em grupos, como individual. Com essa área 
arborizadas os pacientes sentem-se próximo a natureza e com isso tira aquela 
imagem de prisão de um ambiente psiquiátrico que existe na mente da sociedade. 
Essa área tem um espaço muito bom, porém a ausência de assentos de concreto 
para os usuários e acompanhantes sentarem é notório. 
 
Figura 12: Área externa arborizada 
 
Fonte: jornalitanews.com.br 
34 
 
 Na figura 13, sala de atividade coletiva, a figura mostra uma sala que tem dupla 
função, uma delas é a de informática, com computadores que tem acesso a internet 
que pode ser usado tanto para cursos online, como para pesquisas e também para 
entretenimento dos usuários, a e outra opção é a de pintura, com uma mesa 
redonda repleta de lápis de cera e papeis em branco para ativar a criatividade e 
imaginação. 
Figura 13: Sala de atividade coletiva 
 
Fonte: g1.globo.br 
 
 A figura 14 abaixo, se trata também uma sala de atividades coletivas, a diferença 
é o tipo de abordagem, o intuito desta atividade se baseia em colagem e artesanato 
que serve para desenvolver a coordenação motora, ter uma maior noção de espaço, 
e trabalha a atenção e criatividade, além de desenvolver seu lado artístico. 
 
Figura 14: Sala de atividade coletiva 
 
Fonte: silvioalvarez.com.br 
35 
 
 Na figura 15 e 16, mostra como o gerenciamento do CAPS tem a preocupação de 
que os usuários que frequentam o local tenham contato com a natureza também na 
área interna do edifício, o jardim vertical com plantas e flores bem cuidadas, ficam 
posicionadas em lugares específicos por onde os pacientes e funcionários circulam 
tornando o ambiente mais agradável e humanizado e contando com iluminação 
natural. 
 
Figura 15: Vias de acesso interno 
 
Fonte: jornalitanews.com.br 
 
Figura 16: Jardim vertical 
 
Fonte: silvioalvarez.com.br 
36 
 
 Na figura 17, as janelas são de um modelo diferenciado, um tipo de arquitetura 
rústica, pode-se observar que as janelas são duplas, uma é guilhotina e a outra é de 
abrir para o lado de fora. Apesar de terem dois tipos em uma só, elas ficam abertas, 
bem diferente dos hospitais psiquiátrico que eram sempre fechadas. Elas remetem 
as características domiciliar e não perdeu a referência com o passado. 
Figura 17: Detalhe do casarão 
 
Fonte: jornalitanews.com.br 
 
 
TABELA 01: Análise do Estudo de Caso – CAPS Itapeva 
PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS 
SER PIONEIRO NO BRASIL E SERVI DE 
REFERÊNCIA PARA OUTRAS UNIDADES 
QUANTIDADE DE BANCOS PARA 
OS USÚARIOS SENTAREM NA 
ÁREA EXTERNA INSUFICIENTE 
TER PRESERVADO A ESTRUTURA 
ARQUITETÔNICA ANTIGA E FAZER USO 
DOS ESPAÇOS ATÉ OS DIAS ATUAIS 
CORES REPETITIVAS, SEM VIDA E 
SEM ÂNIMO 
DISPOR DE UMA ÁREA ARBORIZADA, 
TANTO NA ÁREA EXTERNA COMO 
INTERNA 
USAR UMA SALA DE ATIVIDADE 
COLETIVA PARA DOIS USOS 
BOA LOCALIZAÇÃO NO TERRITÓRIO 
Fonte: Elaborada pela autora, 2020 
37 
 
5.2 HOPITAL PSIQUIÁTRICO KRONSTAD – NORUEGA 
 O hospital foi inaugurado em agosto de 2013 e o seu edifício tem departamentos 
de pacientes internados nos andares superiores, policlínicas nos andares inferiores 
para adultos, enfermarias para estadias curtas e estacionamento subterrâneo. O 
projeto do hospital dá destaque na sua abertura e transparência em relação ao 
público e ao mesmo tempo protege os pacientes. Um dos pontos fortes dessa obra é 
a relação dos usuários do espaço com a natureza e a ideia de maior abertura quanto 
aos problemas de saúde mental na sociedade atual. Informações adquiridas no site 
de arquitetura, acessado em 20/10/20, disponível em archdaily.com.br. 
 Na figura 18, a fachada verde é cercada por painéis brancos, a parte branca 
expressa estabilidade e segurança, e é uma memória do sentimento de casa, a série 
de jardim já começa pela fachada, mostrando a introdução do seu interior. Essa 
fachada se abre em direção a leste e a área posterior tem vista para a montanha 
Ulriken, trazendo luz natural e permite quem está dentro do prédio observe a 
natureza. A fachada conta vidros espelhados onde reflete a cidade a sua frente e ao 
mesmo tempo dá privacidade e segurança aos pacientes para desfrutar da 
paisagem do mundo que eles estão afastados pelo internamento, essa fachada está 
ligada diretamente à estação de trem que fica em frente ao hospital. 
 Figura 18: Fachada do Hospital Psiquiátrico Krondstad 
 
Fonte: Google Maps, 2020 
 
38 
 
IMPLANTAÇÃO 
 O hospital se localiza em uma área de muito tráfego na Noruega, no bairro de 
Bergen. O edifício tem uma área de 12.500m² O acesso se dá pela principal avenida 
Fjøsangerveien. 
 
 
Figura 19: Implantação – Hospital Psiquiátrico Krondstad 
 
 Hospital Psiquiátrico Krondstad 20m |_______| 
 Estação de trem 
 Norte 
Fonte: Google Maps, modificada pela autora, 2020 
 
 
 
 Na figura 20 logo abaixo, mostra uma das partes mais bonita e interessante do 
hospital, tem uma vasta área verde no teto com acesso livre aos pacientes que pode 
tomar sol, ler um livro ou conversar com suas visitas, inclusive fazer alimentação ou 
atendimento médico, tudo isso livremente e protegido. A ideia dos arquitetos que 
fizeram o projeto, foi de fazer uma extensão da praça pública que tem na rua, na 
frente do edifício. Assim os pacientes não abdicavam da praça no período de 
internamento. 
 
39 
 
Figura 20: Área de convivência externa 
 
Fonte: Archdaily.com.br 
 
 Na figura 21 abaixo, mostra como o prédio dispõe de muita área verde, 
oferecendo aos cidadãos um lugar diferenciado e agradável, ajudando no tratamento 
das doenças e a convivência ao ar livre, tanto é favorável aos pacientes quanto aos 
funcionários, todos são favorecidos. Observa-se que em cada cantinho tem um lugar 
para as pessoas sentar e apreciar o espaço. 
 
Figura 21: Acomodações na área externa 
 
Fonte: Archdaily.com.br 
40 
 
 Na figura 22 abaixo, mostra através do corte como cada departamento do 
hospital está conectado a um jardim de cobertura específico, cada jardim tem suas 
próprias características e se diferencia por sua função e localização. As zonas 
verdes tem a intensão de socializar e oferecer ambientes de contemplação da 
natureza e a mistura de materiais e plantas naturais. 
 
Figura 22: Corte 01 
 
Fonte: Archdaily.com.br 
 
 A figura 23, mostra como é claro de se ver através de um corte a fundamentação 
estrutural do edifício, a valorização de se ter um espaço com plantas naturais, e ao 
mesmo tempo deixar os seus pacientes protegidos por uma estrutura armada e 
segura, diminuindo a sensação de estarem sendo observados. O intuito desse 
projeto é fortalecer a sensação entre realidade e espaço privado. 
 
Figura 23: Corte 02 
 
Fonte: Archdaily.com.br 
41 
 
 Na figura 24, apresenta a planta baixa do hospital psiquiátrico,pode-se observar 
a conexão com jardim na área central para favorecer os dois lados do pavimento, no 
canto esquerdo da planta estão dormitórios, refeitórios e banheiros dos pacientes, 
no meio ficam as salas de reunião e consultórios, o lado direito da planta tem mais 
dormitórios, refeitórios, banheiros, sala de reunião e consultórios. 
 
Figura 24: Planta baixa 
 
Fonte: Archdaily.com.br 
 
 Na figura 25 logo abaixo, trata-se da planta baixa do pavimento térreo onde ficam 
acomodados apenas consultórios e área de convivência coletiva e com a natureza, 
observa-se que bem na frente tem a estação de trem que faz ligação com o edifício. 
 
Figura 25: Planta baixa pavimento térreo 
 
Fonte: Archdaily.com.br 
42 
 
 Itens relevantes a serem considerados no Hospital Psiquiátrico Krondstad: 
 
➢ A preocupação do projeto em interagir pessoas e vegetação; 
➢ O bom aproveitamento da iluminação natural; 
➢ Dispor de uma importante área externa que mantém os pacientes em contato 
com a natureza; 
➢ Boa localização da edificação no território; 
➢ Ter área de recreação ao ar livre para fazer atividades em grupo; 
➢ Dá aos pacientes liberdade mesmo eles presos no internamento. 
 
5.3 CLÍNICA HOSPITALAR NOVO NASCER – PE 
 A Clínica é especializada em tratamentos de saúde mental, assim como 
dependência química e alcoolismo, foi inaugurada em 08 de dezembro de 2013, ela 
surgiu pela necessidade de encontrar um lugar apropriado para tratamento de 
alguém da família querida. Hoje a propriedade encontra-se com uma grande equipe 
multiprofissional e uma estrutura humanizada e acolhedora. Dados coletados no site 
da clínica, acessado em 06/11/20, disponível em novonascer.com.br. A figura 26, 
logo abaixo, mostra a fachada que é vista assim que as pessoas chegam ao local, 
muro alto, guarita fechada, possivelmente é assim para evitar fugas dos usuários e 
deixá-los mais protegidos, não ter exposição das suas atividades. 
Figura 26: Fachada Clínica Novo Nascer 
 
Fonte: novonascer.com.br 
43 
 
IMPLANTAÇÃO 
 A clínica fica localizado em Camaragibe, no bairro de Aldeia, o acesso se dá pela 
rodovia PE 16, na Rua Cristine Albert. 
 
Figura 27: Implantação – Clínica Novo Nascer 
 
 Clínica Hospitalar Novo Nascer 
 Rodovia PE 16 
 Norte 
Fonte: Google Maps, modificada pela autora, 202 
 
 
 Na figura 28 logo abaixo, mostra a fachada interna de um de vários cômodos que 
existe na clínica, esse é o principal, o projeto foi para que a semelhança com uma 
residência fosse o principal foco, uma construção simples e ao mesmo tempo 
sofisticada, rodeada de área verde natural e arborização, um ambiente muito 
acolhedor para quem vai precisar passar uma temporada para fazer tratamento da 
saúde psicológica e química. 
44 
 
Figura 28: Fachada interna da clínica 
 
Fonte: novonascer.com.br 
 A figura 29 abaixo, apresenta como a clínica dispõe de vários tipos diferenciados 
de atendimentos, para todos os tipos de casos e de doenças diferentes, o espaço ao 
ar livre para atender os pacientes e seus familiares é muito importante na questão 
humanização, mostra que a instituição se preocupa com o bem estar dos seus 
usuários oferecendo um ambiente aberto para aqueles que sentem medo da 
conversa com um profissional ou outros tipos de angustia. 
 
Figura 29: Área de atividade coletiva externa 
 
Fonte: novonascer.com.br 
45 
 
 A figura 30, apresenta uma sala de atividade coletiva, acomodações para sentar 
muito confortáveis e com várias opções, sofá, puff fofão e tem também tapete para 
as pessoas que preferem sentar no chão. Janelas que permitem a entrada da 
iluminação natural, uma alternativa para quem não quiser fazer atividade ao ar livre 
ou para dias chuvosos. 
 
Figura 30: Sala de atividade interna 
 
Fonte: novonascer.com.br 
 
A figura 31 abaixo, mostra como alinhar passeio protegido e beleza ao mesmo 
tempo, pois quem quiser dá um passeio quando estiver em tempos de chuva ou não 
quer receber o sol diretamente na pele, conta com uma área de passeio coberta por 
um material que transparente onde as pessoas que passarem irá aproveitar o 
benefício de visualizar a natureza e ainda terem uma proteção. 
 
Figura 31: Área de passeio coberta 
 
Fonte: novonascer.com.br 
46 
 
Na figura 32, mostra que o espaço da instituição é tão grande que teve condições 
para instalação de um campo para a prática do futebol e outros tipos de recreação 
para os usuários internos passarem melhor o tempo ocioso, uma boa oportunidade 
de avaliar como foi bem aproveitado todos os espaços do local. 
 
Figura 32: Área para recreação externa 
 
Fonte: novonascer.com.br 
 
 
TABELA 02: Análise do Estudo de Caso – Clínica Novo Nascer 
PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS 
SER UMA CLÍNICA DE BOA REFENRÊNCIA 
PARA O PÚBLICO PRIVATIVO E 
PARTICULAR. 
A ENTRADA É MUITO FECHADA EM 
RELAÇÃO A VISUALIZAÇÃO DO 
ESPAÇO, PROVOCA UMA SENSAÇÃO 
DE PRISÃO. 
DIVERSIFICAÇÃO DE ESPAÇOS PARA 
ATIVIDADES EM GRUPO E INDIVIDUAL. 
 
DISPÕE DE ARBORIZAÇÃO BEM 
DISTRIBUIDA EM TODO O ESPAÇO, NÃO 
DEIXANDO NENHUM ESPAÇO SEM O 
CONTATO COM A NATUREZA. 
MÁ LOCALIZAÇÃO NO TERRITÓRIO 
Fonte: Elaborada pela autora, 2020 
47 
 
5.4 CAPS AD CPTRA – PE 
 O Centro de Prevenção Tratamento e Reabilitação de Alcoolismo (CPTRA) é um 
CAPS que faz atendimento para tratar pessoas que faz uso de álcool e outras 
drogas. O CAPS foi fundado em 1990, antes funcionava como divisão de 
ambulatórios e emergência de saúde mental do hospital Ulisses Pernambucano. 
Com o passar dos anos e com a necessidade do serviço da saúde mental, foi criado 
o CPTRA, primeiro CAPS de AD de Pernambuco. A unidade conta com vários 
espaços para atividades recreativas e artesanais. Essa instituição conta com 
multiprofissionais, atendimento vinte quatro horas por dia, com divisões que segue 
em grupos, uns passam a manhã, outros à tarde, alguns o dia inteiro e outros ficam 
em regime de internamento passando 14 dias ou mais, dependendo do caso de 
cada indivíduo, outros tem atendimento a noite, para participarem de grupo de 
tabagismo. Dados coletados do canal do YouTube da própria instituição, acessado 
em 05/08/20, disponível no canal do CAPS AD CPTRA em youtube.com. 
 A figura 33 mostra a fachada do CAPS AD CPTRA, com uma forte tendência para a 
arquitetura barroca, um espaço grande e bem aproveitado, com uma arborização 
presente ao seu redor, janelas grandes que permitem a entrada de ventilação e 
iluminação natural, assim como a porta da entrada. A floração da árvore frutífera que 
fica na frente da instituição, dá um ar agradável e se assemelha com aquela casa 
que tinha uma plantação de jambo, dando um aspecto familiar ao ambiente. 
Figura 33: Fachada CAPS AD CPTRA 
 
Fonte: Autora, 2020 
48 
 
IMPLANTAÇÃO 
 O CAPS fica localizado em Recife, no bairro da Tamarineira, fica próximo ao 
Parque da Jaqueira e o acesso se dá pela Avenida Rosa e Silva, uma avenida muito 
movimentada que dá acesso a vários bairros da região é a Avenida Norte que fica 
bem próximo ao local também, segue na figura 34 logo abaixo. 
 
Figura 34: Implantação – CAPS AD CPTRA 
 
 CAPS AD CPTRA 
 Norte 
Fonte: Google Maps, modificada pela autora, 2020 
 
 Na figura 35 logo abaixo, mostra a área de convivência externa, um espaço que 
se encontra logo na chegada daqueles que frequentam a instituição, seja pacientes, 
familiares e funcionários. Observa-se que esse ambiente é rodeado por árvores, 
tornando um lugar prazeroso e agradável, esse lugar é usado para as pessoas 
esperar atendimento, para reunião, realização de grupos coletivos, atendimento com 
a família dos pacientes, para os usuários receberem visitas, entre outros. O formato 
49 
 
do banco deconcreto contribui para que os frequentadores tenham o contato visual 
entre si. 
 
Figura 35: Área de convivência externa 
 
Fonte: Autora, 2020 
 
 A figura 36 abaixo, se trata da área de convivência interna, contém um sofá, 
cadeiras de plástico, móvel para guarda de objetos e outro para apoiar o suporte de 
água, uma televisão para distração dos usuários, o espaço serve para reuniões em 
grupo, interação entre os pacientes e leitura. Observa-se que o espaço é pequeno, 
mas se assemelha com um domicilio. 
 
 
 
Figura 36: Área de convivência interna 
 
Fonte: Autora, 2020 
50 
 
 A figura 37 abaixo, apresenta a sala de reunião que serve também para grupos 
de atividade coletivas, festas, apresentação de trabalhos acadêmicos e reunião de 
família, observa-se que as janelas tem um material que transmite luz natural para 
dentro da sala e que a mesma não tem proteção para controlar a luminosidade, é 
provável que isso atrapalhe algumas das atividades realizadas, como por exemplo 
apresentação com retroprojetor e grupos de relaxamento. 
 
Figura 37: Sala de reunião 
 
Fonte: Autora, 2020 
 
 A figura 38, mostra o refeitório do CPTRA, apesar da presença da janela, o 
espaço não tem outro tipo de ventilação, pois o ambiente tem uma temperatura 
elevada por conta do balcão térmico para manter a temperatura dos alimentos, seria 
necessário a utilização de uma ventilação mecânica. O espaço serve não só para as 
refeições, mas também para fazer atividades em grupo. 
 
Figura 38: Refeitório 
 
Fonte: Autora, 2020 
51 
 
 A figura 39 apresenta a sala de atendimento individual que serve tanto como para 
atendimento médico como para acolhimento individual do usuário, observa-se que o 
ambiente tem uma janela que transmite luz natural, tem a opção de dois tipos de 
ventilação, a natural e a mecânica, na parede quadros ficam de frente para os 
pacientes podendo tirar a atenção deles no momento em que o médico ou psicólogo 
estiverem passando alguma informação. 
 
Figura 39: Sala de atendimento individual 
 
Fonte: Autora, 2020 
 
 A figura 40 abaixo, mostra a recepção, lugar onde as pessoas chegam e tem a 
primeira impressão da instituição, nas paredes encontra-se vários cartazes 
informativos, mural com avisos para os usuários, água é sempre necessário em 
qualquer tipo de recepção, principalmente em um lugar com lida com pessoas com 
transtorno mental. 
 
Figura 40: Recepção 
 
Fonte: Autora, 2020 
52 
 
TABELA 03: Análise do Estudo de Caso – CAPS AD CPTRA 
PONTOS POSITIVOS PONTOS NEGATIVOS 
SER O PIONEIRO EM CAPS 24H AD NO 
RECIFE. 
NÃO DISPOR DE DUAS OU NENHUMA 
OPÇÃO DE VENTILAÇÃO, TEM 
AMBIENTES QUE TEM SÓ A NATURAL E 
OUTROS QUE NÃO TEM NEM NATURAL, 
NEM MECÂNICA. 
A OPÇÃO DE TER ESPAÇO PARA REALIZAR 
ATIVIDADES EM GRUPO TANTO NA ÁREA 
INTERNA QUANTO NA EXTERNA. 
NÃO DISPONIBILIZAR NENHUMA 
DISTRAÇÃO NA RECEPÇÃO. 
DISPÕE DE ARBORIZAÇÃO BEM 
DISTRIBUIDA EM TODO O ESPAÇO. 
 
BOA LOCALIZAÇÃO NO TERRITÓRIO. 
 
 
Fonte: Elaborada pela autora, 2020 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
53 
 
FLUXOGRAMA 
 Devido não ter acesso às informações arquitetônica como as plantas e cortes, se 
fez necessário a realização de um fluxograma através de observações do local. 
Neste fluxograma observa-se que existe um vazio no meio, se aproximando para o 
final da edificação, se trata de um espaço ao ar livre, é provável que o projeto tenha 
fundamentos de uma casa pátio, porém esse espaço não é utilizado para nenhuma 
atividade, por esse motivo não seria interessante fazer um fluxo para ele, mesmo 
porque não existe. 
 
Figura 41: Fluxograma CAPS AD CPTRA 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2020 
54 
 
TABELA 04: TABELA COMPARATIVA DOS ESTUDOS DE CASO 
 
 
 
Análises dos 
Estudos de 
Caso 
CAPS 
Itapeva 
 
 
 
Hospital 
Psiquiátrico 
Kronstad 
 
 
Clínica 
Hospitalar 
Novo Nascer 
 
 
CAPS AD 
CPTRA 
 
 
 
 
Aplicação de 
Humanização 
Acesso a área 
externa com 
proteção e a 
semelhança com o 
domicilio. 
Acesso a área externa 
com proteção, contato 
com a áreas verdes. 
Contato com a 
natureza, organização 
e semelhança com o 
domicílio. 
Acesso a área externa 
com segurança, contato 
com a natureza. 
 
Presença de 
Cores 
Cores harmonizadas 
e quente. 
Mistura da cor fria 
com as neutras. 
Mistura cores, unindo 
as frias, quentes e 
neutras. 
Usou apenas cores 
neutras. 
 
 
Aplicação da 
Iluminação 
Ambiente com 
muitas janelas que 
leva luz para o 
interior do edifício. 
Muito vidro e 
aberturas que leva 
iluminação para o 
interior do edifício. 
Muitas janelas no 
ambiente, onde entra a 
iluminação sem 
problemas. 
Muitas janelas e 
aberturas que entra a 
iluminação sem 
problemas. 
 
 
Isolação e 
Ventilação 
Ventilação natural, 
aberturas adequadas 
em relação a 
orientação solar. 
Ventilação mecânica, 
adequação das 
aberturas são mistas 
em relação a 
orientação solar. 
Ventilação natural, 
adequação das 
aberturas são mistas 
em relação a 
orientação solar. 
Ventilação natural e 
mecânica, aberturas 
adequadas em relação a 
orientação solar. 
 
Maior 
Qualidade do 
Ambiente 
Ambiente com 
muitas janelas e com 
uso aberto. 
A preocupação de dá 
aos pacientes o contato 
com jardins. 
Diferentes lugares para 
realizações de grupos. 
Muitas janelas para 
entrada de ar puro. 
 
 
 
Temperatura 
A temperatura é 
ambiente, com uso 
da ventilação natural 
através das 
esquadrias. 
A temperatura é 
controlada por meio de 
ar condicionado. 
A abertura das 
esquadrias controla a 
temperatura do 
ambiente. 
A temperatura é 
controlada tanto por 
meio da abertura das 
esquadrias como por ar 
condicionado. 
 
 
Localização no 
Território 
Boa localização, 
acesso centralizado 
para todos. 
Boa localização, 
acesso centralizado 
para todos. 
A localização é muito 
distante do centro e 
tem acesso dificultoso. 
Boa localização, acesso 
centralizado para todos. 
 
 
Presença de 
Arborização 
Muitas arvores e 
flores espalhadas 
na área interna e 
externa. 
Muita área verde 
na área externa do 
edifício. 
Muitas arvores e 
flores espalhadas 
na área externa. 
Muitas árvores 
espalhadas na área 
externa. 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2020 
 
 
 
55 
 
5.5 CONCLUSÃO DOS ESTUDOS DE CASO 
 
 Para os estudos de casos foram analisados dois CAPS sendo um em São Paulo, 
o CPAS Itapeva e o outro em Recife, o CAPS AD CPTRA, uma Clínica hospitalar 
particular em Camaragibe, a Clínica Novo Nascer e um hospital psiquiátrico na 
Noruega, o Hospital Kronstad. Foi possível analisar as diferenças e semelhanças 
entre eles mesmo sendo diferentes entre si e que nem todos apresentaram os 
requisitos de humanização, o que eles tinham de semelhante foi a presença de 
arborização, que é um ponto muito positivo no quesito humanização, é possível 
visualizar melhor no quadro comparativo que foi elaborado no final dos estudos. 
Cada um deles contribuiu para o aprimoramento das propostas das diretrizes 
apresentadas nesse trabalho. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
56 
 
6. DIRETRIZES E DISCUSSÃO 
 Neste trabalho vamos nos ater apenas nos espaços de convivência dos usuários, 
área aberta e de circulação de pessoas, com espaço para ações culturais e 
comunitárias, utilizado também para ações individuais tipo atendimento e 
acolhimento dos usuários, leitura e descanso. Esta pesquisa e estudo é com base 
em tudo que foi levantado, os problemas que pode ser melhorado, tomando como 
referência os estudos de casos, voltada para compreender como um olhar 
arquitetônico humanizado pode interferir positivamente no tratamento do indivíduo 
que estar nos espaços de saúde, como nesse caso o CAPS, são as minhas próprias 
reflexões. 
 
Os ambientes que iremos abordar são: 
 
➢ Recepção; 
➢ Sala de atendimento individualizado;➢ Salas de atividades coletivas; 
➢ Espaço de convivência interna; 
➢ Espaço de convivência externa; 
➢ Refeitório. 
 
 A partir das revisões bibliográficas, estudos de casos apresentados e análise dos 
questionários realizado com usuários e funcionários, foi possível definir algumas 
diretrizes referentes à concepção de projetos arquitetônicos no ambiente de CAPS, 
independente do layout, instituição pública ou privada, já que cada instituição tem 
sua modulação e singularidade. Sabemos que a humanização não pode acontecer 
de forma generalizada e sim de acordo com o perfil do usuário e suas necessidades, 
mas existem alternativas que podem ser utilizadas desde a concepção projetual não 
se limitando a um público ou perfil de usuário e sim a todos. 
 As diretrizes indicadas a seguir são fruto das pesquisas que foram feitas através 
de perguntas e respostas, que fala sobre a percepção das pessoas sobre 
humanização nos ambientes de CAPS, as sugestões e opiniões sobre o que deveria 
fazer parte da instituição para que ela seja chamada de humanizada, sobre a 
relação entre o ambiente e o tratamento dos pacientes, a aproximação dos 
57 
 
mobiliários com os de uma residência para dá um aspecto de lar e assim eles se 
sentirem mais acolhido pelo espaço. As cores também fazem parte dessa conjuntura 
assim como elementos para a melhora visual das salas para uso coletivo e 
individual. 
 
1) A proposta a seguir é sobre a área de convivência externa, que também 
serve de recepção e atividade coletiva ao ar livre. Essa área é a primeira 
impressão que os visitantes, usuários, familiares e funcionários tem ao chegar 
na instituição. Por esse motivo é desejável que tenha um jardim com flores de 
cores vibrantes e coloridas e diversificadas, dando sensação de vigor aos que 
chegam ao local. É muito importante a presença de paisagismo nessas áreas, 
flores e grama fazem toda diferença no ambiente, a ideia é promover um lugar 
acolhedor. O piso construído se faz necessário apenas para acessar o banco 
de concreto para não pisar na grama, é desejável que o formato do banco 
continue o mesmo, pois faz ligação com os mobiliários da nova proposta do 
interior do edifício. Segue a inspiração na figura 42. 
 
Figura 42: Proposta de paisagismo – Área de convivência externa 
 
Fonte: montagem da autora, 2020 
58 
 
2) A recepção tem como proposta usar cores harmonizadas para evitar o 
cansaço na retina e trazer tranquilidade para o ambiente, pois a recepção tem 
uma atmosfera muito pesada, pois é nela que as pessoas chegam aflitas para 
que seus problemas sejam resolvidos ou que tenham solução nos casos dos 
seus familiares. Foi pensando nisso que se fez necessário usar cores com 
tom sobre tom, a presença de um som ambiente também é importante para 
acalmar. Os mobiliários recebem uma cor amadeirada e branca, cadeiras 
confortáveis, porque muitas vezes o atendimento é demorado, bancada com 
design diferenciado com espaço para acomodar revistas e livros, ajuda a 
distrair quem estar esperando. Nas paredes seria interessante permanecer os 
cartazes informativos e um mural com avisos relacionado ao funcionamento 
do local. Tudo isso é pensado para diminuir a ansiedade dos que precisam 
frequentar o local, nem todos ficam internados, muitos se limitam apenas 
nessa área de recepção. Segue na figura 43 a proposta descrita. 
 
Figura 43: Proposta de layout - Recepção 
 
Fonte: Montagem da autora, 2020 
59 
 
3) A proposta é deixar as cadeiras em formato de U e a mesa também sendo um 
de frente para o outro formando assim com a junção dos dois o formato de O, 
O de otimismo em conseguir se reinserir ne sociedade e O de objetivo de 
alcançar o que tanto os usuários almejam, esse formato também foi pensado 
pelo fato do contato visual, todos conseguem olharem entre si e com isso 
facilita a comunicação. Será uma única mesa na sala e no meio do círculo 
que irá se formar, terá almofadas para serem usadas nos grupos e também 
para quem quiser sentar mais à vontade na reunião ou palestra. A proposta 
também foi colocar vida na sala, não só através dos mobiliários, como 
também com a presença de plantas e foi separado também um cantinho do 
café, para ser usado nos intervalos das atividades. Os mobiliários ficaram 
com cores mais vibrantes, as cadeiras adquiriram cores diversas, cada uma 
com sua cor, tanto as cadeiras dos palestrantes e organizadores quanto as 
dos espectadores e usuários, a mesa ficou com tom de amadeirado claro. O 
piso e o teto também receberam um novo tratamento, tanto na cor quanto nos 
materiais. Com esse aspecto a sala ficou com um clima acolhedor e 
humanizado, deixando os frequentadores do local mais a vontade e satisfeito 
em estar no ambiente, toda essa proposta citada é mostrada na figura 44. 
 
Figura 44: Proposta de layout - Sala de atividade coletiva 
 
Fonte: Autora, 2020 
 
60 
 
Na figura 45, é mostrado um outro ângulo da sala, onde mostra o quadro que pode 
ser usado para várias opções, tanto para recados e avisos, como para dá aula ou 
apresentar trabalhos, As janelas ganharam persianas para controlar a claridade 
quando for haver algum grupo terapêutico que precise diminuir a luz ou precisar 
apresentar um trabalho que use retroprojetor ou até mesmo para os usuários 
assistirem filmes com o ambiente mais apropriado. As paredes ficaram com cores 
diferentes para deixar o ambiente mais bonito e sofisticado. 
 
Figura 45: Proposta de layout - Sala de atividade coletiva 
 
Fonte: Autora, 2020 
 
 
4) O consultório e sala de atendimento individual é um dos ambientes mais 
importantes do CAPS, pois é nele que os usuários relatam seus problemas, e 
para que ele se sinta à vontade para falar suas angustias, a minha proposta 
foi criar um ambiente confortável e agradável, onde ele e seus familiares 
sentisse segurança, foi colocado uma cortina para controlar a luminosidade e 
dá um ar sofisticado e que remete recordações de um lar. As cores também 
são aceitáveis nessa mudança, pois a harmonia das cores traz tranquilidade e 
sendo assim os usuários tem mais desenvoltura no momento do atendimento 
e nas consultas médicas. Os mobiliários mudam para um aspecto mais 
confortável e agradável. A maca recebe uma cor vibrante e alegre, na cor 
verde que traz equilíbrio, assim como o colchonete que fica com o mesmo 
61 
 
tom só que mais claro. As cadeiras ficam mais confortáveis, tanto as dos 
usuários e familiares como a do atendente ou médico, a mesa na cor branca 
que remete paz e limpeza. As paredes também ficam em tom claro para 
acalmar o espaço. Foi tirado os quadros das paredes para não desviar a 
atenção do usuário no momento do atendimento. Toda a proposta se 
encontra na figura 46 e 47. 
 
Figura 46: Proposta de layout– sala de atendimento individual 
 
Fonte: Autora, 2020 
 
Figura 47: Proposta de layout– sala de atendimento individual 
 
Fonte: Autora, 2020 
62 
 
5) O refeitório é o ambiente frequentado por todos os frequentadores do CAPS, 
de usuários a funcionários diariamente por tempo integral, nesse caso a 
energia que esse local transmite é muito importante, nesse lugar as pessoas 
ficam felizes e tem prazeres diferentes, principalmente os usuários que 
passam por momentos de confusão mental e ver na comida uma fuga e 
também, existe a questão medicamentosa, onde alguns remédios aumentam 
o apetite, pensando em todo esse processo, foi estudado uma proposta que 
agradasse a todos. É desejável que a janela tenha uma cor vibrante, as 
paredes e piso ganham uma nova textura, porém o tom permanece o mesmo, 
pois o branco traz limpeza e paz. Os mobiliários mudam para forma 
arredondada para se assemelhar com a mesa domiciliar e assim os usuários 
ficarem mais a vontade nesse espaço e esse formato ajuda na circulação das 
pessoas. A proposta descrita é mostrada na figura 48. 
 
Figura 48: Proposta de layout -Refeitório 
 
Fonte: Montagem da autora, 2020 
 
63 
 
6) A proposta a seguir é sobre a área de convivência interna, nesse local ficam 
pessoas que querem assistir televisão, ler um livro ou revista, jogar jogos de 
tabuleiro, conversar e serve também para fazer alguns tipos de grupos 
terapêuticos, com tudo isso, foi pensado numa forma de fazer com que a 
humanização se fizesse ainda mais presente nesse ambiente. As cores 
ganham presença em tudo, nas paredes e piso, nos mobiliários e nas portas. 
Um mural no fundo da televisão ganham destaque na área, pois nesse local, 
ela é o principal entretenimento, tanto para distração quanto para informação, 
o garrafão de água foi mantido para que os usuários não precise se retirar do 
espaço para se hidratar, uma mesinha com cadeiras para jogos, um mobiliário 
que servirá para guardar jogos e utensílios. Um sofá confortável com cores 
discretas em formato de L, mas conhecido como sofá de canto, esse foi a 
proposta mais desejável pôr a sala ter um espaço pequeno, acomodaria mais 
pessoas e não atrapalharia a circulação dos demais. Um banco baú foi 
colocado para ser usado quando tivesse mais pessoas no local para sentar ou 
participar de grupos. A estante para apoiar livros e revistas, um mural com 
fotos dos usuários e funcionários para relembrar momentos marcantes. Toda 
essa proposta tem o intuito de deixar o ambiente com aspecto mais 
residencial possível, para amenizar o tempo que os pacientes ficam fora de 
suas casas. Segue logo abaixo nas figuras 49 e 50. 
 
Figura 49: Proposta de layout e cor – sala coletiva interna 
 
Fonte: Autora, 2020 
64 
 
Figura 50: Proposta de layout e cor – sala coletiva interna 
 
Fonte: Autora, 2020 
 
 
 
 
 
6.1. ANÁLISE DO QUESTIONÁRIO: 
 
Os questionários foram respondidos por pacientes e funcionários de três tipos de 
CAPS, mesclando entre o de transtorno mental e o de álcool e outras drogas, 
disponibilizaram suas opiniões e experiências que será mostrada a seguir. 
 
62,9% das respostas disseram que consideram os ambientes de CAPS humanizado 
e 37,1% não consideram os ambientes de CAPS humanizados, como mostra no 
gráfico 01. 
 
 
 
 
 
65 
 
 
Gráfico 01: Humanização 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2020 
 
Foi perguntado nos questionários o motivo das suas respectivas respostas , aos que 
responderam não, foi pedido para dizerem na opinião deles o que o CAPS precisaria 
para ser humanizado, não foram colocadas todas as respostas por motivo de 
repetição do raciocínio, seguem algumas respostas: 
 
➢ Ter mais iluminação, espaços com melhor circulação de ar e acessos para 
locomoção; 
➢ As estruturas dos CAPS são ambientes antigos é necessária uma 
reformulação nos espaços dando um ambiente mais acolhedor e de 
proteção para todos que estão nestes ambientes; 
➢ Amor; 
➢ Um tratamento menos mecânico, com atividades transformadoras como por 
exemplo o esporte, a arte e o lazer; 
➢ Poderia melhorar se existisse vontade política; 
➢ Poderiam ser melhor adaptados as demandas do serviço; 
➢ Melhor estrutura física para o acolhimento; 
➢ Estruturação dos ambientes, espaço de apoio para pacientes em crise, 
condições e melhoria dos trabalhadores; 
➢ As cores das paredes; 
➢ Acessibilidade e rota de fuga; 
66 
 
➢ Ambientes claros, área de convivência mais equipada e utilização da área 
externa; 
 
Aos que responderam sim, foi pedido para que eles dissessem qual os ambientes 
que eles consideram mais humanizado, as respostas mostram no gráfico 02. 
 
 
 
Gráfico 02: Ambientes humanizados 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2020 
 
 
 
 
 
 
97,1% das respostas disseram acreditar que um ambiente humanizado interfere 
positivamente no tratamento dos usuários e 2,9% disseram talvez, nenhum 
respondeu não, como mostra no gráfico 03. 
 
 
 
 
 
 
 
67 
 
Gráfico 03: Ambientação 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2020 
 
 
71,4% das respostas afirmaram que os mobiliários dos CAPS deveriam ter um 
aspecto mais domiciliar e 28,6% disseram que não, como mostra no gráfico 04. 
 
Gráfico 04: Modelo dos mobiliários 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2020 
 
 
Em relação as cores, 68,6% das respostas acham interessante ter cores vibrantes 
nos ambientes e 31,4% não acham, como mostra no gráfico 05. 
 
 
68 
 
Gráfico 05: Presença de cor 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2020 
 
 
Da mesma forma que foi perguntado sobre a justificativa das respostas de sim e não 
do questionário anterior, foi pedido para que os participantes dissessem o que eles 
acham que uma área de convivência coletiva tanto interna como externa do CAPS 
deveria ter na opinião deles para ser mais humanizada, não foram colocadas todas 
as respostas por motivo de repetição do raciocínio, seguem algumas respostas: 
 
➢ Jogos, televisão e religião; 
➢ Vegetação, sombra e animais cuidados; 
➢ Iluminação, ser arejada, ter música ambiente, espaço para jogos e 
conversação; 
➢ Uma estrutura acolhedora; 
➢ Almofadas e tapetes; 
➢ Cores alegres; 
➢ No mínimo uma sala de vídeo, sala de jogos e uma sala de leitura, todos 
com uma boa ventilação. Além de profissionais humanizados que ajudem; 
➢ Poucos móveis apenas os essenciais, espaço amplo; 
➢ Mesas e cadeiras confortáveis; 
➢ Precisa de área adequada limpa e organizada, jardins ,respeito, não gritar, 
pedir por favor, obrigada, tratar bem as pessoas que estão em volta como 
devemos ser tratados; 
➢ Mesa redonda, sofá; 
69 
 
➢ Ventiladores; 
➢ Fotografias das pessoas que frequentam o serviço (as memórias do 
serviço); 
➢ Ser um ambiente mais alegre que passe satisfação, conforto e seja 
agradável. 
 
 
Como mostra no gráfico 06, 88,6% das pessoas responderam que consideram 
importante a acústica na sala de acolhimento dos usuários e 11,4% acham talvez, 
nenhum respondeu não. 
 
Gráfico 06: Acústica 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2020 
 
 
Foi perguntado sobre a sensação de cada um a primeira vez que visitou um CAPS, 
porque muitas vezes as pessoas tem medo e preconceito em relação ao ambiente, 
mas as respostas foram positivas, pois 60% responderam que tiveram uma 
impressão positiva e 40% negativa, como mostra no gráfico 07. 
 
 
 
 
 
70 
 
Gráfico 07: Primeiras impressões do CAPS 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2020 
 
 
Em relação a chegada ao CAPS, foi perguntado sobre a importância em ter a 
presença de plantas, flores e jardim na área externa da recepção, 91,4% 
responderam que é importante e 8,6% responderam talvez, ninguém respondeu não, 
como mostra o gráfico 08. 
 
 
 
Gráfico 08: Presença de jardim 
 
Fonte: Elaborado pela autora, 2020 
 
 
71 
 
7. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
 Conforme foi apresentado ao longo desse trabalho, é possível reforçar a 
importância do assunto abordado, pois o mesmo foi desenvolvido com a intensão de 
mostrar como a arquitetura é capaz de influenciar positivamente na questão da 
humanização nos ambientes de tratamento de saúde e otimizar a relação entre o 
ambiente arquitetônico e o ser humano. As informações e dados que foi visto aqui 
contribuiu para a valorização e significado dos espaços de saúde, principalmente 
quando se tem um olhar humanizado, precisamente para os ambientes destinados 
as pessoas com problemas psicológico como é o caso dos CAPS. O arquiteto tem o 
potencial de criar esse tipo de ambiente, de mudar a percepção de quem precisa 
usar esses lugares, dando mais conforto e segurança. Cada etapa desse trabalho foi 
importante e muito desafiante, contribuindo diretamente para ampliação do 
conhecimento na área de humanização e arquitetura, assim como uma abertura para 
uma nova visão do ambiente hospitalar. 
 Como principais resultados dessa pesquisa, é possível demonstrar a capacidade 
que o arquiteto tem em transformar um ambiente apático em um lugar agradável e 
prazeroso usando apenas um olhar humanizado, trazendo calor humano

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