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Receptores na anestesia Receptores são componentes das células que interagem com a substância mensageira, classicamente denominada de ligante. A associação de um fármaco ligante ao seu receptor induz efeitos farmacológicos, onde o efeito inicial é chamado “ação” do fármaco, enquanto os efeitos subsequentes são denominados “efeitos” do fármaco. Seletividade e especificidade A seletividade é o que determina a capacidade de um ligante em produzir um efeito. Fármacos seletivos somente produzem efeitos através da ligação com determinada classe de receptores. Por exemplo: a dopamina quando administrada em doses baixas, irá se ligar a receptores beta- adrenérgicos, aumentando a contratilidade miocárdica. Porém, se administrada em doses altas, irá provocar vasoconstrição periférica mediada por receptores alfa-adrenérgicos. Entretanto, a dobutamina é mais seletiva, sendo mediada apenas por receptores beta-adrenérgicos, sem induzir vasoconstrição periférica significativa. A especificidade descreve a capacidade de um ligante em se ligar em apenas um tipo específico de receptor. Um ligante altamente específico pode ter diversos efeitos, porém são efeitos devido a interação com um único receptor. Por exemplo: A atropina se liga a um tipo específico de receptor, porém há diversos efeitos, visto que esses receptores se encontram em diversos tecidos. Farmacologia - @diaveterinario Agonistas e antagonistas dos receptores Um ligante agonista pode ser um agonista completo, que ativa totalmente o receptor, ou um agonista parcial, que não ativa totalmente o receptor, induzindo um efeito menos intenso. Por exemplo: a morfina é um agonista opioide μ completo, enquanto a buprenorfina é um agonista opioide μ parcial. Isso significa que a morfina induz efeitos analgésicos melhores que a buprenorfina, embora a buprenorfina tenha maior afinidade pelos receptores μ. Um ligante também pode ser um antagonista neutro, quando se liga ao receptor, porém não tem capacidade de ativá-lo. Essa ligação pode ser não competitiva ou competitiva. Os agonistas reversos são ligantes que irão produzir efeitos opostos aos ligantes agonistas. Por exemplo, se o efeito agonista consiste em analgesia, o efeito agonista reverso consiste em aumentar a sensação dolorosa. Receptores de importância na anestesia Canais de íons sódio: São canais iônicos que conduzem cáton sódio para dentro da célula, gerando um potencial de ação. Embora o mecanismo de ação não esteja bem elucidado, os anestésicos locais funcionam bloqueando estes canais e impedindo que ocorram potenciais de ação. Receptores GABA: São receptores inibitórios encontrados no sistema nervoso central. São dividios em GABAa (resposta rápida) e GABAb (resposta lenta). Os receptores GABAa são canais aniônicos que possibilitam a passagem de cloreto para dentro da célula. Os fármacos que se ligam a esse receptor induzem uma alteração alostérica, que pode aumentar a eficiência do receptor (moduladores alostéricos positivos) ou diminuir a eficiência do receptor (alostéricos negativos). Receptores AMPA e NMDA: São receptores catiônicos que habitualmente coexistem na mesma membrana pós-sináptica. O AMPA é um receptor inotrópico controlado por ligante. A associação de um ligante induz uma mudança que possibilita a abertura do cana. O NMDA é um receptor inotrópico controlado por ligante e também controlado por voltagem. A ativação fraca do receptor AMPA não é suficiente para ativar o receptor NMDA, porém, uma ativação forte do receptor AMPA irá induzir uma abertura do canal de NMDA. Receptores beta-adrenérgicos: Existem 3 tipos de receptores beta-adrenérgicos. Beta 1: Localizado no sarcolema cardíaco Beta 2: Localizado no músculo liso brônquico Beta 3: Localizado no tecido adiposo. Esses receptores estão ligados ao sistema enzimático da adenilciclase (AC) por meio das proteínas G. Eles são ativados por agonistas beta- adrenérgicos endógenos (Epinefrina e Noraepinefrina).
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