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Atividades Alternativas e Meio Ambiente
A ão 
Nesta webaula, nosso foco será direcionado às atividades alternativas, mais especificamente, à essência das experiências na natureza.
A essência do “alternativo”
Você já sabe a importância das disputas de poder nos processos de construção e legitimação de um campo social (por exemplo, o campo educacional, que envolve todas as questões pertinentes à educação; ou o campo científico, que envolve as questões pertinentes à ciência; ou ainda o campo ambiental, que envolve as questões pertinentes ao meio ambiente). 
A perpetuação de um campo social é condicionada por uma estrutura na qual a lógica dominante é constantemente desafiada por racionalidades periféricas. Ao apresentarem “novas” maneiras de pensar e agir diante das problematizações do campo, as racionalidades periféricas buscam deslegitimar a lógica dominante, ocasionando um reposicionamento no campo de modo que essa “nova” racionalidade “periférica” se torne dominante. 
Desta forma, a essência do “novo” como “alternativo” (ao dominante) está ligada à estrutura de disputas, que é basilar para a formação e perpetuação dos campos sociais. Isso fica evidente ao analisarmos os discursos de racionalidades que desafiam a lógica dominante em um campo, nos quais a ideia de uma “nova” ou “alternativa” maneira de pensar e agir se torna um dispositivo para a identificação daquela racionalidade como desafiante à lógica dominante. 
Fonte: iStock.
Nessa mesma perspectiva da relevância do “alternativo” como dispositivo da afirmação de oposição ao dominante em disputas de poder, podemos pensar nos acontecimentos na perspectiva foucaultiana, na qual os acontecimentos são caracterizados por ocorrências múltiplas associadas a um mesmo fenômeno que potencialmente abalam a estabilidade de conceitos dominantes em um campo. 
Um exemplo é o movimento ambientalista, que tem como base existencial a ideia do “alternativo”, uma vez que se legitima a partir da clara distinção às estruturas morais e políticas instauradas na sociedade da época. Sendo elemento basilar do movimento ambientalista, a essência alternativa se perpetua nos discursos ambientais e nos processos de ambientalização nos mais diversos escopos da esfera social.    
A construção da essência 'alternativa' das experiências na natureza
A construção da essência alternativa das experiências na natureza não tem raízes apenas no movimento ambientalista. Uma das principais decorrências do processo civilizatório, como descrito por Norbert Elias (1993), pode ser descrita como um “afastamento” da natureza, sendo o ser civilizado aquele que se distancia, com destreza, dos modos “selvagens”, estando a ideia de selvagem quase sempre associada a uma vida que remete ao contato direto com a natureza (selva-gem). 
Fonte: iStock
Podemos pensar, começando por um exemplo mais centrado no indivíduo, sobre o “aventureiro” que busca vivências na natureza. A própria ideia de “aventura”, nesse sentido, expõe o caráter alternativo da experiência em relação ao que estamos acostumados a fazer em nossas práticas cotidianas. 
A incorporação do alternativo como estética ecológica
A aventura esteticamente buscada nas experiências na natureza não está necessariamente associada ao risco ou à imprevisibilidade do inexplorado, mas à alternativa da prática comum, permitindo uma fuga temporária de minha própria “civilidade” 
(proximidade com o civilizado e com a civilização). Nessa lógica, a estética do alternativo a partir da aventura pode estar presente e ser reproduzida mais no plano da imaginação do que na presença do risco. Por exemplo: dirigir um carro ou mesmo caminhar na rua em uma cidade com alto índice de criminalidade. 
Pensar na incorporação do alternativo como estética ecológica nos leva a considerações importantes sobre a influência dessa estética em nossas concepções éticas em relação à natureza, assim como as consequências práticas dessa (re)orientação ética (dimensão política). Em outras palavras, uma vez que criamos a expectativa do alternativo em nossas vivências na natureza, o alternativo passa a fazer parte também de nossa ética e, consequentemente, política ecológica. 
A incorporação do alternativo como ética ecológica
A tríade estética-ética-política não é passível de fragmentação: sempre se desenvolve de maneira relacional e integrada. Ou seja, meus gostos e desejos estão relacionados à maneira como penso o mundo (ética), incluindo minhas concepções de certo e errado, feio e bonito, etc.; na mesma medida, a maneira em que penso o mundo está diretamente relacionada com a maneira em que direciono minhas ações no mundo (política), orientando meus atos por inclinações que identifico como certas ou erradas, justas ou injustas, boas ou ruins, etc. 
Outro destaque importante é que as relações entre estética-ética-política não ocorrem em um direcionamento específico, por exemplo, a estética influencia a ética, que influencia a política; assim, teríamos que pensar em uma relação rizomática, como as raízes de uma planta, nas quais as relações não possuem uma ordem ou hierarquia específica, mas se integram como um emaranhado no qual todas as partes se relacionam sem um direcionamento específico. 
Fonte: iStock.
Para finalizar, nessa perspectiva, retomando a conjunção da estética alternativa associada ao mundo natural (diante da distinção entre o civilizado e o selvagem) e a ressignificação do natural em uma ótica positiva diante do movimento ambientalista e dos processos de ambientalização, sendo o “alternativo” bandeira de um movimento que critica uma lógica dominante injusta, a essência alternativa passa a ser parte fundamental de uma estética-ética-política ecológica que orienta as expectativas direcionadas às vivências na natureza. 
Nesta webaula, estudamos o significado de “alternativo” na perspectiva das “atividades alternativas”, compreendemos a relação histórica do “alternativo” com as experiências na natureza, incluindo sua relevância na construção da estética e da ética ecológica.

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