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Atividades Alternativas e Meio Ambiente - UNIDADE 1 - Seção 2

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Atividades Alternativas e Meio Ambiente
Horizonte 
Nesta webaula, veremos como “acontecimentos” sociais influenciam diretamente nossos conceitos de natureza. Veremos também como os conceitos de natureza que incorporamos interferem diretamente em como nos relacionamos com o meio ambiente. Considerando a diversidade de acontecimentos que historicamente influenciaram nossas concepções contemporâneas de natureza, estudaremos cinco dimensões ou horizontes modernos dessa construção:
· Horizonte ecológico, com ênfase à influência das ciências naturais.
· Horizonte ambiental, com ênfase à influência do movimento ambientalista.
· Horizonte ecopedagógico, com ênfase à influência da educação ambiental.
· Horizonte econômico, no qual daremos ênfase à influência dos mercados.
· Horizonte virtual, com ênfase à influência dos algoritmos e do “novo” universo virtual.
Horizonte ecológico – ciências naturais
Pensando mais especificamente nessa relação da ciência com a conceptualização da natureza, podemos pontuar três momentos:
· Materialismo clássico
· Virada cultural
· Novos materialismos
Tendo origem no século 17 e sendo fundamentado, principalmente, nas obras do filósofo René Descartes, é caracterizado pela legitimidade da ciência como fonte do conhecimento “verdadeiro”, uma verdade única (objetiva) e segura. A realidade é descrita pela união daquilo que é material – inorgânico (sem vida) e inativo (sem ação; sem agência) – e imaterial ou “espiritual”, que existe no mundo das ideias, sendo vivo e ativo (possui, acima de tudo, agência). Por exemplo, o corpo seria algo material, que só possui vida (agência) enquanto tiver uma mente (que é imaterial). 
Influência Científica 
Sobre a influência da ciência nas concepções contemporâneas de natureza, especialmente na sociedade moderna, a ciência exerce papel fundamental na constituição das estruturas sociais. A prevalência da concepção de natureza mais associada ao materialismo clássico por mais de 300 anos explica, em grande parte, a dominância ainda hoje dessa concepção, assim como as dificuldades de mudança dessa visão. 
Horizonte ambiental: a influência do movimento ambientalista
Uma das mais importantes decorrências dos processos de ambientalização foi a organização de grupos que passaram a defender a “causa” ambiental, ou seja, grupos que, em seu conjunto, fazem parte de um movimento “ambientalista”, tendo como principal ponto em suas agendas a proteção do meio ambiente. 
As ações desses grupos passam a ser fundamentais para a inserção da perspectiva ambiental nas mais diferentes esferas sociais, incluindo aspectos éticos, transformando nossos significados de natureza, superando uma visão de mera fonte de recursos e despertando uma sensibilização para uma natureza viva que tem direito a cuidados; aspectos políticos, ao fornecer subsídios para a aprovação de leis e regulamentações ambientais que afetam toda a estrutura social; e aspectos estéticos, à medida em que mexe com os gostos e desejos de uma sociedade que passa a ver na natureza novas possibilidades de consumo, tanto como paisagem (incluindo as mais diferentes formas de lazer e turismo) e produtos (valorização de produtos “naturais”, orgânicos, sem conservantes, tradicionais, etc.). 
Horizonte ecopedagógico: a influência da educação ambiental
Assim que novos valores (estéticos-éticos-políticos) emergem a partir das ações do movimento ambientalista ou, num plano mais amplo, dos processos de ambientalização, a educação ambiental é apontada como elemento essencial para a propagação desses valores. 
Após diretivas sobre a educação ambiental presentes em documentos elaborados em encontros científicos internacionais desde a década de 1970 e a inserção de um capítulo sobre meio ambiente na Constituição Federal brasileira de 1988 (artigo 225), vários estados brasileiros integram em suas constituições o direito à educação ambiental. 
Contexto escolar e não-escolar
No contexto escolar, a Política Nacional de Educação Ambiental, de 1999, estabelece a normativa da educação ambiental como prática contínua e permanente em todos os níveis e modalidades do ensino. No contexto não-escolar, a educação ambiental se torna foco da agenda de diversas instituições governamentais e não governamentais, legitimando-as com a “boa imagem” associada a processos educativos, ou seja, repassando para essas instituições a autoridade legítima da educação. Para saber mais, clique na imagem. 
A educação ambiental se torna uma interlocução “direta” dos valores ambientais – de contato direto com as pessoas e com objetivos claros estabelecidos. Porém, o potencial de uma interlocução clara é desafiado em diversas frentes. Primeiramente, a educação ambiental é orientada como um processo interdisciplinar e transversal. Outro problema é que ela não representa um interesse único, principalmente em seu contexto interdisciplinar e transversal.
À medida em que esse campo de disputas se desenvolve, novas terminologias emergem a partir de diferentes interesses que desafiam os objetivos “originais” da educação ambiental, tais como “educação ambiental crítica”, “educação ambiental transformadora”, “educação para a sustentabilidade”, “alfabetização ecológica”, “educação para o desenvolvimento sustentável”, entre outras. 
Horizonte econômico: a influência dos mercados
A discussão sobre a diversidade de interesses e significados relativos à natureza é uma ótima entrada para pensarmos sobre o horizonte econômico, no qual consideramos, essencialmente, a influência dos mercados nas concepções contemporâneas de natureza, podendo ser resumida em dois pontos principais: 
· A maneira como os mercados incorporam a perspectiva ambiental em seus processos de produção.
· Os mecanismos que criamos para a precificação da natureza. 
Sobre a incorporação da perspectiva ambiental nos processos de produção, o mais relevante para nossa discussão é a relação direta entre produção e consumo. O consumidor que vive em uma sociedade que passa por processos de ambientalização incorpora novos valores éticos e estéticos em relação ao meio ambiente, criando uma demanda de produção que precisa se adequar. 
Ao se adaptar a essa nova ética e estética, o mercado não só garante a continuidade de sua produção, como se renova na legitimidade do “ambientalmente responsável”. Mais do que isso, ao criar produtos “ambientalmente amigáveis” o próprio mercado exerce influência na construção de uma concepção de natureza, quando estabelece os parâmetros da responsabilidade ambiental.
Concepção de natureza: a influência do universo virtual
Para finalizar, vamos falar sobre o horizonte virtual, sendo esse o mais recente entre os abordados nesta webaula. Essa dimensão basicamente se resume ao crescente uso dos algoritmos computacionais, que cada vez mais têm sido determinados por processos computacionais que utilizam um número muito grande de dados (big data) e que são acessíveis a um número muito grande de pessoas. Um algoritmo pode ser usado, por exemplo, para determinar quais atitudes eu preciso adotar para me tornar um indivíduo “ambientalmente responsável”. 
Algoritmos
Nesta webaula, vimos como os conceitos de natureza são socialmente construídos, ou seja, como as nossas relações do dia a dia vivendo em sociedade influenciam nossa compreensão de natureza e as maneiras como nos relacionamos com o meio ambiente.