Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Tutorial 1 – UC 13 (Dor) | Maria Paula M. Mattei 1 Dor Faz parte do sistema somatossensorial, que processa também tato, posição e temperatura (acima de 43ºC) Sensação variável que é modulada pela vivência e estado emocional Produzida por diversos estímulos: pressão mecânica, temperatura, pH, soluções hipertônicas, luz e mediadores químicos. Fisiopatologia da Dor Nociceptor Neurônios com terminações nervosas livres. Respondem a estímulos nocivos (químico, mecânico ou térmico). Encontrados na pele, articulações, músculos, ossos e órgãos internos → não estão no SNC. A ativação desses receptores inicia respostas protetoras: desconforto do uso excessivo de nossos músculos e articulações nos alerta a ir com calma, a fim de evitar mais danos a essas estruturas. Existem 3 tipos de nociceptores: Térmicos ou Mecânicos: sinais aferentes levados ao SNC por fibras sensórias A (A-delta) pouco mielinizadas. Respondem a estímulos mecânicos (ex: dor causada por objeto pontiagudo) e térmicos (>43ºC) → via rápida. Polimodais: supridos por fibras C não mielinizadas que respondem a estímulos mecânicos, químicos e de temperatura → via lenta. ↳ Quando a histamina ativa as fibras C, obtém-se a sensação de prurido. Silentes: normalmente inativos e estão presentes em vísceras. Quando há uma inflamação/lesão eles diminuem o limiar de disparo →Receptores específicos: TRPV1: calor TRPM8: frio (mentol) TRPA1: ardência/irritação ASICs: sensíveis à acidose A Via da Dor: Trato Espinotalâmico Lateral 1. O nociceptores desencadeiam potenciais de ação no neurônio sensorial primário, o qual vai até o corno dorsal da medula espinal. ↳ Sinalização vai ativar sistema arco-reflexo (resposta protetora integrada na medula espinal) e vai ascender para o córtex, responsável pela sensação consciente de dor ou prurido. 2. Na medula espinal, os neurônios sensoriais primários fazem sinapse com interneurônios (neurônios sensoriais secundários) assim que entram na medula espinal. Todos os neurônios sensoriais secundários cruzam a linha média do corpo em algum ponto, logo, as sensações do lado esquerdo do corpo são processadas pelo hemisfério direito do cérebro. 2a. Os neurônios secundários da nocicepção, temperatura e tato grosseiro cruzam a linha média na medula espinal e se projetam para o encéfalo pelo trato espinotalâmico. 2b. Neurônios secundários também vão para o sistema límbico e hipotálamo, logo, a dor também se relaciona com manifestações emocionais (sofrimento) e reações neurovegetativas (autônomas, como náuseas, vômitos e sudorese). 3. No tálamo, os neurônios sensoriais secundários fazem sinapse com os neurônios sensoriais terciários no núcleo centro-lateral e ventro-póstero-lateral. Dali, eles se projetam para a região somatossensorial do córtex. Hiperalgesia: quando a dor é intensificada devido à lesão de um tecido. Essa lesão aumenta a sensibilidade dos nociceptores a estímulos térmicos e mecânicos que antes não eram dolorosos. ↳ Isso ocorre porque as terminações nervosas livres e células não-neurais (mastócitos e plaquetas) liberam mediadores químicos inflamatórios. ↳ Prótons, ATP e serotonina dessa “sopa inflamatória” alteram a excitabilidade neuronal por interagirem com os canais iônicos dos nociceptores; Bradicinina e prostaglandinas iniciam uma cascata intracelular de inflamação. Tutorial 1 – UC 13 (Dor) | Maria Paula M. Mattei 2 4. O córtex somatossensorial (giro pós-central) reconhece de onde se originam as sensações ascendentes. ↳ Cada um dos tratos sensoriais tem uma região correspondente no córtex, a qual se chama campo sensorial. Ex: as vias sensoriais da mão esquerda ficam em um campo sensorial, já as do pé esquerdo em outro campo. ↳ O tamanho do campo não é fixo, ou seja, se uma parte do corpo é mais usada, a área do campo sensorial vai aumentar. Ex: cegos ampliam o campo sensorial dedicada à ponta dos dedos no córtex ao aprender Braille. Agora, se parte do corpo não é mais usada (perder um membro), o campo sensorial daquela estrutura começa a ser trocada pelos campos de outras estruturas. ↳ Quando essa reorganização não é perfeita, pode resultar em sensações sensoriais, como dor, que o cérebro interpreta como sendo no membro que falta (dor do membro fantasma). Neurotransmissores: Glutamato: gera potenciais excitatórios pós-sinápticos (PEPS) rápidos Substância P: PEPS lentos Modulação da Dor Pode ser exacerbada por experiencias passadas ou suprimidas em emergências. Pode ser suprimida no corno dorsal da medula, antes que os estímulos passem pelo trato espinal por interneurônios inibidores tonicamente ativos (sempre ativos) → Regulação Aferente ↳ Fibras C fazem sinapses nesses interneurônios inibidores, e quando elas são ativadas por estímulo doloroso, as fibras C excitam a via ascendente e bloqueiam a inibição tônica. Tutorial 1 – UC 13 (Dor) | Maria Paula M. Mattei 3 Nas condições de emergência, vias descendentes que passam pelo tálamo inibem neurônios nociceptores na medula → Regulação Descendente ↳ Uma região mesencefálica chamada de substância cinzenta periaquedutal (PAG) está envolvida na supressão da dor. ↳ A PAG recebe aferências de várias estruturas do encéfalo, muitas das quais são responsáveis pela transmissão de infos relacionadas ao estado emocional. ↳ Os neurônios da PAG enviam axônios descendentes para diversas regiões do bulbo. Esses neurônios bulbares projetam axônios para os cornos dorsais da meda espinhal, onde podem deprimir a atividade dos neurônios nociceptivos. O SNC produz substâncias endógenas que produzem analgesia (muito parecidas com a morfina) chamas de endorfinas. ↳ Os neurônios que contêm endorfinas na medula espinhal e no tronco encefálico reduzem a passagem de sinais nociceptivos no corno dorsal e nos níveis superiores encefálicos. Reflexos Induzidos pela Dor O estímulo doloroso vai gerar reflexos (independente do meu cérebro reconhecer que está doendo – pessoas inconscientes também produzem o reflexo) O tipo do reflexo depende das características do estímulo doloroso. Ex: dores em estruturas profundas (vísceras) podem dar origem à contração da musculatura adjacente e até induzir adoção de posturas específicas. Tipos de Dor Quanto a cronologia: Aguda: Causada por uma lesão e tem duração imediata. A dor serve como um aviso para evitar lesões adicionais ativando o sistema nervoso simpático. Geralmente responde bem ao tratamento (administração de analgésicos em conjunto com tranquilização e apoio). Crônica: Permanece por longo período após a lesão já ter se resolvido ou curado, ou seja, não há uma razão para a dor. É uma dor patológica e geralmente está associada à dor neuropática. Persiste há mais de 3 a 6 meses, ou que dura mais de 1 mês após a cura de um agravo/doença, ou que reaparece em intervalos de meses ou anos. Teoria do Portão: As fibras A, que levam informação sobre estímulos mecânicos, ajudam a bloquear a transmissão da dor. ↳ Isso ocorre porque as fibras A fazem sinapse com interneurônios inibidores e aumentam essa inibição. ↳ Se estímulos simultâneos de fibras A e C chegam ao neurônio inibidor, a resposta é a inibição parcial da via ascendente da dor, de modo que a dor percebida pelo cérebro é menor. ↳ Motivo pelo qual quando esfregamos o local da batida (canela, joelho etc.) a dor diminui, porque o estímulo tátil de esfregar ativa fibras A e ajuda a diminuir a sensação de dor. Tutorial 1 – UC 13 (Dor) | Maria Paula M. Mattei 4 A adaptação da pessoa à dor pode ser acompanhada de sintomas depressivos, retraimento, anorexia, hipersonolência ou insônia, irritabilidade, falta de iniciativa.... Pacientes podem não aparentara sensação de dor, e a frequência cardíaca e expressões faciais podem não refletir o estímulo doloroso que eles sentem. Tende a responder mal ao tratamento porque está mesclada à fisiologia e à psicologia do paciente → abordagem multiprofissional. Quanto a fisiopatologia: Nociceptiva: A dor com a fisiologia normal, os estímulos ascendem normalmente pela via → adaptativa (te protege de situações perigosas). Compreende a dor somática e visceral: Somática: Bem localizada sobre a pele ou nas estruturas musculoesqueléticas profundas. Dor muscular durante o exercício, feridas na pele, vacinação Visceral: Mal localizada e geralmente atribuída pelo paciente a órgãos internos. Prisão de ventre, apendicite inicial, isquemia cardíaca (sentida no pescoço e irradia para ombro e braços) Essas dores em locais distantes do órgão lesionado são chamadas de dor referida. Ela ocorre porque a dor visceral e somatossensorial convergem para um único trato ascendente, logo, o encéfalo não é capaz de distinguir os sinais viscerais dos originados nos receptores somáticos. Neuropática: Causada por uma lesão do sistema nervoso central ou periférico → não adaptativa. Os mecanismos de lesão do sistema nervoso não são muito bem compreendidos, mas podem ser esmagamento do tecido nervoso, agressões nutricionais, químicas, isquêmicas, metabólicas e neoplásicas. Percebida e descrita como elétrica (queimação, lancinate, em punhalada, vibrátil, formigamento) ou associada a parestesia ou alteração de temperatura. A sensibilidade da área afetada é anormal ↳ Estímulos não nocivos (toque, pressão leve e temperatura amena) são amplificados e tornam-se hiperalgésicos ou produzem dormência. ↳ A sensação percebida pode não ter nada a ver com o estímulo: um toque leve pode provocar dor, o frio é sentido como calor, estímulo por objeto pontudo é sentido como dormência etc. Exemplos: neuralgia pós-herpética, dor do membro fantasma, dor torácica pós-toracotomia e neuropatia diabética. Inflamatória: Ocorre quando uma lesão de tecido significativa resulta em alterações fisiológicas no sistema nervoso que potencializam a dor devido à hiperalgesia. Transmitida através de vias e nervos normais, igual a nociceptiva. Artropatias e artrites, vasculopatias isquêmicas, feridas pós-operatórias tardias e queimaduras. Anamnese com Foco na Dor Ter uma abordagem abrangente e escutar a descrição feita por ele. Aceite o relato do paciente, porque este é o indicador mais confiável da dor. Perguntar: Tutorial 1 – UC 13 (Dor) | Maria Paula M. Mattei 5 Localização: pedir para apontar o local da dor, porque termos leigos não são precisos o suficiente para a localização. Irradiação: pode ser localizada, irradiada (quando segue o trajeto de uma raiz nervosa ou nervo conhecido) ou referida. Referida: não existe lesão neural, é uma confusão de interpretação do cérebro. Geralmente é visceral. Irradia: dor neuropática. Ex: pode ser causada por compressão nervosa (sente dor no pescoço que vai até o braço) Qualidade/Caráter: peço para paciente descrever a dor ou dizer que sensação e emoção ela lhe traz. Quando ele sente dificuldade em qualificá-la, devo perguntar a qualidade com termos descritores mais comumente usados e ver qual ele acha que descreve a dor dele da melhor forma. Verificar se a dor é: → Evocada: aquela que ocorre apenas mediante algum tipo de provocação. *Alodínia: sensação desagradável, dolorosa provocada pela estimulação tátil, principalmente se repetitiva. “O mero contato da roupa é muito doloroso”. *Hiperpatia: sensação mais dolorosa que a comum provocada por estimulação nóxica, sobretudo repetitiva. → Espontânea: constante ou intermitente. Intensidade: existem 3 escalas que costumam ser adotadas: → Visual Analog Scale → Numeric Rating Scale → Wong-Baker FACES Pain Rating Scale * A escala de dor FACES pode ser usada pelas crianças e por pacientes que não falam o idioma do país ou com comprometimento cognitivo. * Temos que explicar ao paciente que cada rosto exprime um sentimento: a face 0 está muito feliz, pois não sente dor.... Duração: geralmente determina-se com a máxima precisão possível a data de início, mas quando é contínua, calculamos sua duração de acordo com o tempo entre seu início e o momento da anamnese. Se é cíclica, é importante registrar a data e duração de cada episódio. Se intermitente, registrar a data de início, duração dos episódios e o número de crises por dia e quantidade de dias por mês em que sente dor. Evolução: perguntar se todos esses pontos se alteraram ao longo do tempo. Relação com funções orgânicas: é avaliada de acordo com a localização da dor e os órgãos/estruturas situados na mesma área: dor cervical, dorsal ou lombar, pesquisar sua relação com os movimentos da coluna; se torácica, com a respiração, movimentos do tórax, tosse, espirro.... Fatores desencadeantes ou agravantes: tanto em se a ausência ou a presença de algo causa a dor. Fatores atenuantes Manifestações concomitantes Revisão do Mecanismo de Inflamação É uma resposta dos tecidos vascularizados a infecções e tecidos lesados. Basicamente, consistem em recrutar as células e moléculas de defesa da circulação para os locais necessários. Os participantes mais importantes na inflamação são os vasos sanguíneos e leucócitos. ↳ Vasos se dilatam para reduzir o fluxo sanguíneo e aumentar sua permeabilidade, assim permitem que proteínas e células migrem para o tecido. Escores de 1 a 10 Tutorial 1 – UC 13 (Dor) | Maria Paula M. Mattei 6 A inflamação causa lesão tecidual, gerando dor e perda de função. 4 Sinais Clínicos da Inflamação | Sinais Cardinais de Celsus: 1. Dor 2. Calor 3. Rubor 4. Edema 5. Perda de função – na inflamação crônica Edema leva à dor por causa da compressão das terminações nervosas e a perda da isotonicidade do meio, o que acidifica o pH intersticial. ↳ pH ácido faz a proteína quinase C (CPK) sensibilizar o receptor vaniloide (TRP) nos neurônios nociceptivos. Inflamação Aguda Resposta inicial rápida e de curta duração (persiste por horas ou poucos dias). Os principais acontecimentos são a exsudação de fluido e proteínas plasmáticas, causando edema, e a emigração de leucócitos (principalmente neutrófilos). Exsudação é o extravasamento de fluidos, proteínas e células do sangue para o tecido. * Exsudato: fluido extravascular com alta concentração proteica e com resíduos celulares. * Transudato: fluido com pouca proteína e células; é um ultrafiltrado de plasma. * Pus: exsudato purulento; rico em leucócitos (principalmente neutrófilos), restos celulares e microorganismos. Predomina a imunidade inata. Características Principais: 1. Dilatação de pequenos vasos levando ao aumento no fluxo sanguíneo: - Vasodilatação é induzida pela histamina. - Resulta em calor e vermelhidão (eritema) - Na fase inicial ocorre a saída de transudato, e posteriormente, de exsudato. 2. Aumento de permeabilidade da microvasculatura, que permite que as proteínas do plasma e os leucócitos saiam da circulação. - Perda de fluido e diâmetro aumentado levam ao fluxo sanguíneo mais lento e aumenta a viscosidade do sangue. - Resulta em estase sanguínea (movimentação mínima do sangue). - Por causa da estase os leucócitos (neutrófilos) se acumulam e se aderem ao endotélio vascular. Logo em seguida, migram para dentro do tecido lesado. - A contração das células endoteliais (que resulta dos espaços interendoteliais) é o mecanismo mais comum de extravasamento. ↳ é iniciado pela histamina, bradicinina, leucotrienos e outros mediadores. - A lesão endotelial direta, que resulta em necrose, também é um fator que separa as célulasendoteliais. 3. Emigração de leucócitos da microcirculação, seu acúmulo no foco da lesão e sua ativação para eliminar o agente agressor. - Os leucócitos mais importantes são os que podem fazer fagocitose: neutrófilos e macrófagos. - Durante o processo de emigração, os leucócitos realizam o rolamento, adesão e migração pelo endotélio vascular. Uma vez no tecido, o leucócito é ativado para reconhecer o agente patológico. A ativação resulta em fagocitose e morte intracelular do patógeno. ↳ A morte intracelular é feita pelas espécies reativas de oxigênio (EROs) e espécies reativas de nitrogênio, principalmente derivadas do óxido nítrico. Inflamação Crônica De longa duração e está associado a maior destruição tecidual, presença de linfócitos e macrófagos, proliferação de vasos sanguíneos e deposição de tecido conjuntivo. Sucede a inflamação aguda ou pode se iniciar insidiosamente, como uma resposta de baixo grau e latente sem nunca ter existido uma reação aguda. Predomina a imunidade adaptativa Causas: Infecções persistentes por microrganismos Doenças autoimunes ou alergias Tutorial 1 – UC 13 (Dor) | Maria Paula M. Mattei 7 Exposição prolongada a agentes tóxicos Características Principais: 1. Infiltração com células mononucleares (macrófagos, linfócitos e plasmócitos). 2. Destruição tecidual 3. Tentativas de reparo pela substituição do tecido lesado pelo conjuntivo (fibrose). Células Mediadoras Macrófagos: São as dominantes Secretam citocinas e fatores de crescimento que agem em outras células, principalmente linfócitos T, e destroem invasores e tecidos. A célula que dá origem ao macrófago é o monócito ao migrar para o tecido inflamado. Duas vias ativação: Via Clássica: - Induzida por produtos microbianos como a endotoxina - Induzida por sinais derivados de linfócitos T (citocina IFN-) - Substâncias estranhas como cristais e partículas → Macrófagos (M1) irão produzir então NO, EROs e produzir mais ainda enzimas lisossômicas. → Secretam outros mediadores da inflamação, como as citocinas TNF, quimiocinas e IL-1 que iniciam e propagam a inflamação *As IL possuem um efeito excitatório direto nos neurônios nociceptivos. Via Alternativa: - Induzida por outras citocinas além do IFN-, como IL-4 e IL-13 produzidas pelos linfócitos T. → Esses macrófagos (M2) não são microbicidas, sua principal função é ajudar no reparo tecidual. ↳ Secretam fatores de crescimento que promovem a angiogênese, ativam os fibroblastos e estimulam a síntese de colágeno. Linfócitos: Quando são ativados, a inflamação crônica tende a ser persistente e grave. São as células dominantes em reação autoimunes e de hipersensibilidade A citocinas do M1 recrutam os leucócitos Os linfócitos T CD4, por causa da secreção de suas citocinas, aumentam muito a reação inflamatória. O círculo vicioso da inflamação crônica: - M1 apresentam antígenos a células T e produzem citocinas que estimulam as respostas dos linfócitos T. - Os linfócitos T ativados produzem citocinas que recrutam e ativam macrófagos Eosinófilos: Abundantes nas reações mediadas por IgE (alergias) e em infecções parasitárias. Mediadores Celulares Têm como objetivo iniciar, manter, amplificar e encerrar o processo inflamatório. Tutorial 1 – UC 13 (Dor) | Maria Paula M. Mattei 8 Metabólitos do Ácido Araquidônico: Prostaglandinas e leucotrienos (chamados de eicosanoides) Ácido araquidônico (AA) está presente nos fosfolipídios de membrana. Estímulos mecânicos, químicos e físicos liberam AA dos fosfolipídios da membrana através da ação de fosfolipases celulares (fosfolipase A2). Os mediadores derivados do AA são sintetizados por duas classes de enzimas, as ciclo-oxigenases (geram prostaglandinas) e lipo-oxigenase (leucotrienos e lipoxinas). Prostaglandinas: Produzidas pelos mastócitos, macrófagos, células endoteliais, entre outras. Agem nos receptores pré e pós-sinápticos dos neurônios sensoriais o corno posterior da medula, aumentando a excitabilidade da membrana dos neurônios → sensibilização central. São geradas pelas COX-1 e 2. COX-1 - Produzida por estímulos anti-inflamatórios COX-2 - Induzida por estímulos inflamatórios - Geradoras das prostaglandinas Neuropeptídeos: Secretados por nervos sensoriais e leucócitos São a substância P e a neurocinina A, produzidos no SNC e SNP. A substância P participa na transmissão de sinais de dor (neurotransmissor excitatório). Bradicinina: Vasodilatador potente Ativa fosfolipase, o que leva à produção de AA e consequentemente prostaglandinas. A ativação da fosfolipase também produz CPK, o que ativa o TRP. Facilita a liberação de substância Resumo Aguda x Crônica: Tutorial 1 – UC 13 (Dor) | Maria Paula M. Mattei 9 Resumo da Inflamação em Geral: Referências: -> AIRES, Margarida de Mello. Fisiologia. 3. ed. Guanabara Koogan, 2008. -> COSTANZO, Linda S. Fisiologia. 5. ed. Elsevier, 2014. -> SILVERTHORN, Dee Unglaub. Fisiologia Humana. 7. ed. Artmed, 2017. -> F. BEAR, Mark; W. CONNORS, Barry; A. PARADISO, Michael. Neurociências: Desvendando o sistema nervoso. 4. ed. Artmed, 2017. -> S. BICKLEY, Lynn; G. SZILAGYI, Peter. Bates Propedêutica Médica. 11. ed. Guanabara Koogan, 2015. -> CELENO PORTO, Celmo; LEMOS PORTO, Arnaldo. Porto & Porto Semiologia Médica. 7. ed. Gen, 2014. -> KUMAR, Vinay; K. ABBAS, Abul ; C. ASTER, Jon . Robins & Cotran Patologia: Bases patológicas das doenças. 9. ed. Elsevier, 2016. -> SOCIEDADE BENEFICENTE ISRAELITA BRASILEIRA HOSPITAL ALBERT EINSTEIN. Manuais de Especialização: Dor. 1. ed. Manole, 2015.
Compartilhar