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Linguagem Jurídica - Aula 1 - Linguagem verbal e não verbal

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Linguagem Jurídica
Aula 1: Linguagem verbal e não verbal: relevância na atuação profissional
Linguagem verbal e não verbal 
As investigações técnico-científicas sobre o fenômeno da comunicação verbal e não verbal são de grande valia para a compreensão dos relacionamentos interpessoais, como também de grande relevância na atuação de muitas áreas profissionais.
Uma das intuições mais fortes em matéria de linguagem verbal é a que se refere à sua capacidade de ser portadora de conteúdos. Com efeito, ainda que um conteúdo ou uma ideia possam se atualizar por meio de outras linguagens (pictórica, gestual, imagem), o verbal é sempre a materialidade privilegiada para esse fim.
Assim, percebemos a referida característica nos quesitos formulados, quando o esperado é que o perito se pronuncie a respeito de conteúdos efetivamente materializados pela palavra.
Em toda palavra, texto, ou outro objeto de discurso, existe uma significação explícita ou implícita e com a imagem ocorre o mesmo. Há imagens que não estão visíveis, porém sugeridas, implícitas a partir de um jogo de imagens previamente oferecidas.
O texto de imagens também tem na sua constituição marcas de heterogeneidade, como o implícito, o pressuposto, o subentendido, as inferências e o contexto. São marcas, porém, que não podem ser pensadas como vozes, porque analisar o não verbal pelas categorias de análise do verbal implicaria a redução de um ao outro.
Assim, ao se interpretar a imagem pelo olhar — e não por meio da palavra ― apreende-se a sua matéria significante em diferentes contextos. O resultado dessa interpretação é a produção de outras imagens (outros textos), produzidas pelo sujeito-espectador a partir do caráter de incompletude inerente ao discurso verbal e não verbal.
Atenção: A interpretação do discurso não verbal se efetiva, então, por esse efeito de sentidos que se institui entre o olhar, a imagem e a possibilidade dos sentidos polissêmicos, a partir das formações sociais em que se inscreve tanto o sujeito-autor do texto não verbal quanto o sujeito-espectador.
Leitura de imagens: Aprender com os olhos ver
As linguagens têm muitos sentidos e, por vezes, são passíveis de muitas interpretações. Uma única imagem pode servir a múltiplos propósitos, aparecer em uma gama de diferentes situações, significar coisas diferentes para pessoas diferentes porque os papéis das imagens são múltiplos, diversos e complexos.
É preciso “praticar o olhar”, aprender a olhar com “olhos de ver”, porque o olhar é uma atividade que envolve uma grande quantidade de propósito e de direção, envolve aprender a interpretar.
A leitura de imagens como instrumento para a interpretação e para construção de descrição, narrativas e argumentações é de suma relevância, porque podemos considerar a imagem como fonte para o trabalho de reconstrução, pois valoriza os registros, os sinais, os vestígios, deixados pelo homem, permitindo, pois, a apreensão de seus significados.
Atenção: Sendo assim, na leitura de uma imagem, diferentes interpretações podem surgir e o sujeito-espectador é levado a escolher a interpretação mais “adequada e coerente ao contexto em que se inscreve”.
Fazer essa interpretação requer um olho exercitado, capaz de confrontar a imagem com experiências vividas, mobilizar lembranças e testar a imagem mediante projeções tentativas.
Qualquer imagem admite uma interpretação em uma linguagem compreensível, revelando ao sujeito-espectador aquilo que podemos chamar de Narrativa.
Fotografia forense
A fotografia forense, também conhecida como fotografia de evidencias, vem a cada ano ganhando papel de destaque no cenário pericial. Ela e útil e necessária a todos os peritos judiciais e criminais, independentemente de suas especialidades periciais, pois constitui uma excelente ferramenta de produção de prova, enriquecimento o laudo pericial e os pareceres técnicos elaborados pelos peritos.
Implícitos: pressuposições, subentendidos e inferências 
As imagens implícitas funcionam como pistas, favorecendo a compreensão da narratividade sem se ater exclusivamente ao verbal, mas buscando uma articulação em um plano discursivo não verbal e revelando a tessitura da imagem em sua heterogeneidade.
Os implícitos podem ser divididos em três categorias:
• Pressuposições;
• Subentendidos;
• Inferências.
Saber ler nas “entrelinhas” é articular os conhecimentos prévios às informações textuais, inclusive as que dependem de pressuposições e inferências (semânticas e/ou pragmáticas) autorizadas pelo texto.
Isso permite dar conta de ambiguidades, ironias, expressões figuradas, opiniões e valores implícitos, que são fenômenos que denotam as intenções do autor.
Pressuposições e Subentendido
Agora vamos analisar a pressuposição, que é uma das formas de se dizer implicitamente alguma coisa que, uma vez sendo dita, não pode ser negada, pois se encontra inscrita na própria estrutura linguística.
Assim, em linguagem verbal, muito do sentido vem implícito na própria forma de expressão.
Ao dizer, por exemplo, que “ele deixou de beber”, já digo que “ele bebia antes” e que “já não bebe mais”.
O interessante a observar é que não se negam os pressupostos de uma frase, mesmo colocando-a na negativa.
Veja:
Paulo não bate mais na mulher.
Pressuposto: Ele antes batia na mulher.
Precisamos ficar atentos aos pressupostos de um texto, eles são fundamentais na sua interpretação.
Desse modo, a pressuposição é um mecanismo discursivo que permite ao leitor perceber certas palavras ou expressões contidas na frase, uma vez que são recuperadas as informações linguisticamente, isto é, elas são derivadas da decodificação de elementos do sistema linguístico.
Assim sendo, algumas palavras são ditas, outras são pressupostas e sua decodificação é essencial no ato da leitura.
Posto e Pressuposto
Veja a frase a seguir:
O tempo continua nublado.
Podemos dizer que o posto é exatamente a informação explícita, que afirma que o tempo está, no momento da fala, nublado.
O verbo “continuar”, entretanto, passa uma informação implícita de que antes o tempo já estava nublado.
A essa informação que passa a ser percebida pelo leitor, a partir do posto, damos o nome de pressuposto.
Inferências 
As inferências são processos cognitivos que implicam a construção de representação semântica, baseada na informação textual e no contexto, sendo justamente a capacidade de reconhecimento da intenção comunicativa do interlocutor, e mais precisamente do autor, no caso do texto escrito, que caracteriza o leitor maduro e, portanto, crítico, questionador e reconstrutor dos saberes acumulados culturalmente.
Por conseguinte, falando-se de uma perspectiva de leitura enquanto ato comunicativo e construtivo, que é a que tem sido considerada aqui, o leitor maduro é aquele que sabe utilizar adequadamente todas as informações disponíveis, estabelecendo ligações relevantes entre a informação textual e o seu conhecimento prévio, sem privilegiar qualquer desses canais de informação. 
Veja um exemplo:
Imagens do circuito interno do condomínio, usadas na investigação, revelam Lucas Leite Ribeiro Porto, suspeito de matar sobrinha-neta de Sarney, chegando, e, posteriormente, descendo do nono andar pelas escadas. Ele não utiliza o elevador e desce correndo e com uma aparência de estar transtornado com algo.
A polícia ainda afirmou que Lucas tentou destruir provas que o ligassem à cena do crime, como apagar os registros de ligações do celular, se desfazendo das roupas. O suspeito ainda apresentava lesões no pulso, tórax e no rosto — sinais de que a vítima lutou contra o agressor.
Linguagem não verbal: vestígios, evidencias, indícios, circunstancias
Crimes bárbaros acontecem diariamente no nosso país, nos quais, na grande maioria das vezes, os réus não confessam sua autoria. Desse modo, a perícia criminal tem o papel de investigar de maneira detalhada o caso, em uma descrição minuciosa e exaustiva, em busca da autoria do crime, do local em que o crime ocorreu, das causas, vestígios, sinais, indícios e circunstâncias em que o delito aconteceu.
Vestígios– Um vestígio seria o produto de um agente ou evento provocador. Nessa dinâmica, pressupõe-se que algo provocou uma modificação no estado das coisas de forma a alterar a localização e o posicionamento de um corpo no espaço em relação a uma ou várias referências fora e ao redor do dele.
O correto e adequado levantamento de local de crime, por exemplo, revela uma série de vestígios. Estes são submetidos a processos objetivos de triagem e apuração analítica dos quais resultam diversas informações.
Evidencia – Uma informação de relevância primordial é aquela que atesta ou não o vínculo de tal vestígio com o delito em questão.
Uma vez confirmado objetivamente este liame, o vestígio adquire a denominação de evidência.
Nas palavras de Mallmith (2007): “As evidências, por decorrerem dos vestígios, são elementos exclusivamente materiais e, por conseguinte, de natureza puramente objetiva”.
Portanto, evidência é o vestígio que, após avaliações de cunho objetivo, mostrou vinculação direta e inequívoca com o evento delituoso. Processualmente, a evidência também pode ser denominada prova material.
Indicio – Assim como ocorre com o vestígio, a origem da palavra “indício” significa “sinal, indicação, revelação, denúncia, descoberta, acusação, indício, prova”.
Entretanto, ao contrário do vestígio e da evidência, o indício apresenta uma conceituação legal prevista no Código de Processo Penal. Nesse sentido, indício seria uma circunstância conhecida, provada e necessariamente relacionada ao fato investigado, e que, como tal, permite a inferência de outra(s) circunstância(s).
Circunstância – O termo “circunstância” é aqui utilizado como expressão próxima, semanticamente, de “conjuntura”, como a combinação ou concorrência de elementos em situações, acontecimentos ou condições de tempo, lugar ou modo.
Considerando a definição legal, é de se reparar que um indício, sendo uma circunstância, autoriza a conclusão indutiva de outros indícios, também circunstanciais.
Nos termos da lei, a circunstância conhecida e provada seria uma premissa menor, ao passo que a razão e a experiência seriam uma premissa maior. Da comparação entre as premissas menor e maior emerge a conclusão indutiva de que trata o texto legal (MIRABETE, 2003).
Via de regra, essa premissa menor vem apresentada de forma objetiva por se tratar de “circunstância conhecida e provada”.
Agora veja o mesmo exemplo, com novos elementos:
Mariana Menezes de Araújo Costa Pinto foi morta, em 14/11/16, dentro do apartamento em que morava, e o principal suspeito é o seu cunhado Lucas Porto, casado com a irmã dela. Segundo o laudo pericial, ela morreu asfixiada por um travesseiro depois de ter sido estrangulada.
Imagens do circuito interno do condomínio, usadas na investigação, revelam o suspeito chegando, e, posteriormente, descendo do nono andar pelas escadas. Ele não utiliza o elevador. Ele desce correndo e com uma aparência de estar transtornado com algo. Segundo a polícia, ao ser preso, o suspeito ainda apresentava lesões no pulso, tórax e no rosto ― sinais de que a vítima lutou contra o agressor.
Nesse caso, o papel da perícia criminal é a busca da verdade “real” no processo, atuando não como auxiliar na justiça mas, sim, como peça chave para a conclusão de um processo crime.
Em primeiro lugar, o perito deve definir a extensão do local onde o crime ocorreu. De acordo com o tipo de homicídio, a cena do crime pode não ser apenas o local onde a vítima é encontrada, mas também locais próximos à cena do crime, como a vizinhança.
Exemplo de investigação de crime – numeração de evidências.
Conservar o local do crime é importante para que se tenha sucesso no resultado final da perícia, pois o perito tem apenas uma única chance de realizar os procedimentos de maneira detalhada, pois, com o tempo, as provas são alteradas por vários fatores. 
Veja:
A polícia ainda afirmou que o suspeito do crime Lucas Leite Ribeiro Porto tentou destruir provas que o ligassem a cena do crime, como apagar os registros de ligações do celular, se desfazendo das roupas. O suspeito ainda apresentava lesões no pulso, tórax e no rosto — sinais de que a vítima lutou contra o agressor.
 De modo geral, quem chega primeiro ao local é a polícia, isolando o lugar onde o maior número de provas certamente está concentrado.
 Com a chegada do perito, a área isolada aumenta, afastando os curiosos do local para que não inutilizem as provas deixadas nele.
 O perito inicia seu trabalho fazendo anotações de detalhes da cena do crime e do corpo das vítimas que podem ser alterados com o passar do tempo, mas que podem ser fundamentais para se chegar ao resultado final. Momento em que a linguagem não verbal, os vestígios, os implícitos e subentendidos são fundamentais para desvelamento do crime.
 Posteriormente, o perito conta com a ajuda de outros profissionais especialistas para ajudá-lo, de acordo com o tipo de prova encontrada no local durante o reconhecimento da área investigada.
 Vestígios como pingos de sangue requerem a análise de um profissional específico e não há como enviar uma amostra para o laboratório. Sendo necessária, assim, a presença do especialista.
O perito é, por vezes, solicitado a localizar no tempo certa comunicação verbal. No caso de uma demanda que também se encontra dentro das possibilidades do linguista, porque é possível, com efeito, recuperar, na materialidade linguística, traços indicativos de tempo (e também de espaço).
Em contrapartida, na hipótese de o quesito buscar saber se existem evidências digitais sobre o momento da gravação do áudio, tais como a data e a hora em que ocorreu a conversa, essa análise demandaria conhecimentos complementares na área de informática.
Cuidados com o local do crime 
Para a produção da maioria dos laudos da perícia é preciso, antes de qualquer coisa, que o local do crime seja fotografado, analisado e feita a coleta de todos os vestígios necessários, que, posteriormente, serão submetidos a análises em laboratório.
Notamos, assiml, que o elemento visual vai articular-se ao verbal de maneiras diferentes em cada enunciado, interferindo na forma de composição, no estilo e, consequentemente, nos temas produzidos. 
São, portanto, projetos de construção de conhecimento verbo-visualmente constituídos e que estão presentes na área funcional ou de atuação em questão.
Linguagem verbal e não verbal: técnica da escuta ativa
A escuta não é apenas o calar-se diante do outro, mas acompanhar, acolher, compreender e, quando necessário, provocar a pensar, pensar junto com o outro.
É possível observar o quanto a escuta atenta, mas silenciosa, ou melhor, sem interferências, com imparcialidade, é importante na mediação de conflitos, não só para coletar dados ou fatos para maior clareza no entendimento da situação de conflito, mas também pela possibilidade de minimizar os conflitos em nosso mundo.
Em grande parte das vezes, para que a própria pessoa, ou parte envolvida no conflito, compreenda suas questões é necessário intervir na mediação de modo mais específico.
Nesses casos, o papel do mediador é provocar os conflitantes a pensar de que modo, em que, onde, quando e como se chegou àquele impasse. E levá-los a refletir, nos pontos que foram observados, e, a partir da historicidade daquela lide, como pontos importantes a ela talvez estejam até supervalorizados ou negligenciados.
Ou nos dados circunstanciais que talvez não estejam sendo considerados como de seu contexto, de modo que aquelas partes ou pessoas se sintam provocadas a pensar no conflito sob novos ângulos.
Destacamos que, a partir da iniciativa de promover a fala e a escuta recíprocas entre os envolvidos na lide, o mediador dá valor às ponderações das partes e as libera do hermetismo da linguagem jurídica, razão por que a simplificação da linguagem jurídica configura instrumento fundamental para o acesso à Justiça.
Uma técnica bastante interessante é que o mediador use o modo afirmativo para checar a compreensão de certas afirmações e seguir evoluindo na comunicação.
Ao parafrasear e resumir o quefoi dito, o mediador permite que o interlocutor possa ouvir-se e perceber de forma clara o que expressou.
 Parafrasear é uma técnica que ajuda no entendimento do que está sendo dito pelo interlocutor. Se o mediador usar regularmente essa técnica, perceberá o quanto ela clarifica pontos e evita os desentendimentos, muito comuns em comunicação, porque, no parafraseamento, o mediador reformula a frases sem alterar o sentido com a finalidade de organizá-las, sintetizá-las.
 Assim como, a partir da formulação de perguntas, o mediador faz indagações pertinentes à compreensão do conflito para explorar soluções viáveis. Já quanto ao resumo, seguido de confirmação, permite que os mediandos observem como os seus relatos foram registrados.
Linguagem não verbal: mediação de conflitos
A linguagem corporal é um elemento fundamental para o sucesso de uma audiência de mediação.
Às vezes, esses gestos podem ser mais fortes do que discursos inteiros. A postura física, que pode ser encontrada em qualquer situação comunicacional comum, possui um grande poder na transmissão de uma mensagem e, por consequência, na empatia e persuasão de uma audiência de mediação.
Daí a força e os perigos de uma postura física enganosa, principalmente por parte do mediador.
Segundo os pesquisadores da linguagem, a utilização de gestos, expressões faciais e olhares causam mais reação no receptor do que a fala por si só.
Dessa forma, para que o emissor/mediador tenha um bom desempenho, é vital que todas essas formas de discurso, tanto oral quanto gestual, estejam em consonância, pois o poder da imagem é de grande relevância a respeito da importância do gestual, da postura, da expressão.
Devemos entender, então, a importância dos sinais externos, pois eles fazem parte da mensagem comunicada, incorporando-se a ela. Portanto, eles não podem contradizer o que exprimem as nossas palavras.
É sabido que os sinais externos são reflexos da alma da pessoa e, muitas vezes, recebem maior atenção do receptor do que o discurso falado. Daí a importância do mediador estar sempre atento entre a mensagem que busca transmitir e suas expressões, gestos e postura.
 A postura corporal do outro, suas expressões faciais, a maneira como anda, como gesticula e até a maneira como se veste nos dão informações preciosas.
 É necessário prestar atenção também ao som da voz do outro. É por meio da voz que expressamos alegria, desespero, tristeza, medo ou raiva.
 Às vezes, a maneira como uma pessoa usa sua voz nos dá muito mais informações sobre ela do que o sentido lógico daquilo que diz. Devemos também aprender a “ouvir” com nossos olhos.
Linguagem não verbal: mediador de conflito
No processo de resolução de disputa, o mediador é um modelo de comportamento para as partes e está, a todo o momento, ajustando a forma como as partes agem no processo por meio de suas próprias atitudes.
Portanto, o mediador deve se preocupar não apenas com a forma como ele fala, mas também com os outros elementos da comunicação que podem infundir nas partes sentimentos que alterarão seu comportamento.
Em vez de o mediador chamar a atenção de uma parte repetidas vezes, sempre que esta interrompe a fala da outra parte, basta um simples gesto com a mão, acompanhado de uma amena expressão facial, para que a parte entenda que naquele momento não deve interromper. Devem ser evitados gestos bruscos, hostis ou excessivamente enérgicos.
A comunicação não verbal é tão importante quanto a comunicação verbal, principalmente em relação ao rosto, cuja capacidade de expressão é extremamente significativa.
O psicólogo norte-americano Paul Ekman declarou que o rosto humano é capaz de exibir mais de dez mil expressões. O rosto é um verdadeiro laboratório da psicologia das emoções e ser capaz de elaborar o seu mapa, a sua geografia, não está dissociado de outras dimensões da linguagem corporal, como o comportamento espacial, o contato corporal, a distância interpessoal, a orientação, os gestos típicos, a postura e o próprio olhar.

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