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Unidade III Direito Aplicado ao Comércio Exterior e Legislação Aduaneira – Direito da Empresa Prof. João Felipe Consentino E á i t b l i tEmpresa, empresário e estabelecimento Empresa Empresário Estabelecimento Personalidade jurídica Capacidade para ser empresário Sociedades entre cônjuges Empresa, Empresário e Estabelecimento No decorrer de nossos estudos veremos os seguintes tópicos: conceitos de empresa e de empresário; as características, capacidade e requisitos para configuração darequisitos para configuração da condição de empresário; o nome empresarial; tipos e classificação de sociedades; os atos constitutivos e a personalidade jurídica. Empresa E f t d Códi Ci il d tiEm que pese o fato do Código Civil destinar um capítulo para tratar das questões inerentes ao “Direito de empresa”, ele não traz um conceito ou definição sobre empresa. Por seu turno, a doutrina entende que: “empresa é definida como sendo a atividade econômica organizada, que visa à obtenção de lucros mediante o oferecimento, ao mercado, de bens e serviços, gerados di t i ã d f t dmediante a organização dos fatores de produção, tais como força de trabalho, matéria-prima, capital e tecnologia”. FERRAGUT, Maria Rita. Responsabilidade tributária e o Código Civil de 2002. São Paulo, editora Noeses, 2005. p. 2 Empresário Já, a figura do empresário encontra-se conceituada pela própria Lei 10.406/02 (Código Civil): “Art. 966. Considera-se empresário quem fi i l t ti id dexerce profissionalmente atividade econômica organizada para a produção ou a circulação de bens ou de serviços.” EstabelecimentoEstabelecimento O artigo 1.142 do Código Civil estabelece que: “considera-se estabelecimento todo complexo de bens organizado, para í i d á iexercício da empresa, por empresário, ou sociedade empresária.” Os equipamentos (corpóreos e incorpóreos) que o empresário utiliza para desenvolver a sua atividade sãodesenvolver a sua atividade são os móveis, utensílios, marca, logotipo etc. Personalidade Jurídica A sociedade somente adquire personalidade jurídica com o registro de seus atos constitutivos, conforme prescreve o artigo 1150 do Código Civil. Veja: “Art. 1.150. O empresário e a sociedade empresária vinculam-se ao Registro Público de Empresas Mercantis a cargo das Juntas Comerciais, e a sociedade simples ao Registro Civil das Pessoas Jurídicas, o qual deverá obedecer às normas fixadas para aquele registro, se a sociedade simples adotar um dos tipos de sociedade empresária.” Capacidade para ser empresário O Código Civil dispõe no artigo 972: "podem exercer a atividade de empresário os que estiverem em pleno gozo da capacidade civil e não forem legalmente impedidos ”legalmente impedidos.” Sociedade entre os cônjuges De acordo com o artigo 977, do CCB, a possibilidade dos cônjuges formarem uma sociedade somente é possível se não forem casados no regime de comunhão universal de bens: "Art. 977. Faculta-se aos cônjuges contratar sociedade, entre si ou com terceiros, desde que não tenham casado no regime da comunhão universal de bens, ou no da separação obrigatória.”separação obrigatória. Interatividade Sobre o conceito de empresa é correto afirmar que: a) O exercício organizado de qualquer atividade com ou sem fins econômicos pode ser considerada como atividade empresária;empresária; b) Empresa é definida como sendo a atividade econômica organizada, que visa à obtenção de lucros; c) Estabelecimento é sinônimo de empresa; d) Apenas a industrialização de produtosd) Apenas a industrialização de produtos pode estar dentro do conceito de atividade empresarial. e) Estabelecimento e empresa são antônimos. Formas societárias: Sociedades não personificadas; Sociedades personificadas. Formas societárias A sociedade individualmente consideradaA sociedade individualmente considerada pode formar-se de mais de uma maneira. O artigo 983, do C.C. consigna que a sociedade deverá ser constituída segundo um dos tipos ali regulados, são elas: 1. sociedade em comum;; 2. sociedade em conta de participação; 3. sociedade simples; 4. sociedade em nome coletivo; 5. sociedade em comandita simples; 6 i d d li it d6. sociedade limitada; 7. sociedade anônima; 8. sociedade em comandita por ações; 9. sociedade cooperativa; 10. sociedade coligada. Formas Societárias – Sociedades não Personificadas São não personificadas ou existentes unicamente de fato, que não possuem seus atos constitutivos devidamente registrados. a) sociedades em comum: tem-se que enquanto não inscritos os atos constitutivos, reger-se-á observadas, subsidiariamente e no que com l f tí iele forem compatíveis, as normas da sociedade simples. Formas Societárias – Sociedades não Personificadas b) sociedades em conta de participação: é exercida unicamente pelo sócio ostensivo, em seu nome individual e sob sua própria e exclusiva responsabilidade, participando os demais dos resultados correspondentesdemais dos resultados correspondentes. Obriga-se perante terceiro tão-somente o sócio ostensivo; e, exclusivamente perante este, o sócio participante, nos termos do contrato social. A constituição da sociedade em conta de participação independe de qualquer formalidade e pode provar-se por todos os meios de direito. Formas Societárias – Sociedades Personificadas As sociedades personificadas constituem-se mediante contrato escrito, particular ou público, que, além de cláusulas estipuladas pelas partes, mencionará: nome, nacionalidade, estado civil, profissão e residência dos sócios, se pessoas naturais, e a firma ou a denominação, nacionalidade e sede dos sócios, se jurídicas; denominação, objeto, sede e prazo da i d dsociedade; capital da sociedade, expresso em moeda corrente, podendo compreender qualquer espécie de bens, suscetíveis de avaliação pecuniária; Formas Societárias – Sociedades Personificadas Dentre elas, o Código Civil classificou como sociedade personificada as seguintes: 1. sociedade simples; 2. sociedade em nome coletivo; 3. sociedade em comandita simples; 4. sociedade limitada; 5. sociedade anônima; 6. sociedade em comandita por ações; 7. sociedade cooperativa; 8. sociedade coligada. Interatividade Quais são as sociedades não personificadas atualmente existentes: a) Sociedade em comum e simples; b) Sociedade simples e em conta de participação;participação; c) Sociedade em conta de participação e sociedade em comum; d) Sociedade simples e em nome coletivo; e) Sociedade limitada e sociedade anônima. Reorganização societária: Incorporação; Fusão; Cisão.Cisão. Holding Company Reorganização Societária “A reorganização societária envolve 4 (quatro) operações, a saber: incorporação, fusão, cisão e transformação. Por meio de tais operações, as pessoas jurídicas mudam de tipo societário, aglutinam-se ou dividem se visando os sócios a dotar adividem-se, visando os sócios a dotar a respectiva sociedade de perfil mais adequado à realização do seu objeto social.” Incorporação Operação pela qual uma ou mais sociedades são absorvidas por outra, que lhes sucede em todos os direitos e obrigações (Lei das S.A., art. 227; CC, art. 1116) A B A Fusão Operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova, que lhes sucederá em todos os direitos e obrigações (art. 1119 do CC). A B C Cisão Operação pela qual a sociedade transfere todo ou somente uma parcela do seu patrimônio para uma ou mais sociedades, constituídas para esse fim ou já existentes, extinguindo-se a sociedade cindida, se houver versão de todo o seu patrimônio ouhouver versão de todo o seu patrimônio, ou dividindo-se o seu capital, se parcial a versão. (Lei das S.A., art. 229) A B c Holding Company Conceito jurídico Trata-se de pessoa jurídica, sem atividade industrial ou comercial própria, que se destina a conservar e gerir patrimônio acumulado ao longo do tempo, sejaem imóveis, títulos, valores mobiliários, bens ó i ti i õ i tá imóveis ou participações societárias, tomando as decisões decorrentes do controle societário, conforme a vontade da maioria de seus membros. Sua atividade é de gestão patrimonial eSua atividade é de gestão patrimonial e participação societária em outras empresas. Holding Company – Vantagens: Possibilita a separação do patrimônio operacional dos demais ativos, deixando- os distantes dos riscos inerentes ao negócio; Possibilita maior grau de confidencialidade, já que é uma empresa separada da operacional; Possibilita a cristalização dos blocos familiares; Possibilita o planejamento visando a p j participação dos empregados nos lucros da empresa; Holding Company – Vantagens: Possibilita a solução de problemas referentes à sucessão, substituindo declarações testamentárias e inventários, podendo ser, especificamente, indicados os sucessores, de acordo com a vontade do detentor do patrimônio;do detentor do patrimônio; Possibilita a centralização do controle isolando eventuais conflitos da atividade operacional; Possibilita a estruturação para vendas, aquisições, joint ventures e demais formas de associações com terceiros. Holding Company Como atingir os objetivos? Participação no quadro social das demais sociedades; Influência direta nas decisões (inclusive quanto à alienação de participações sociais, sucessão e liquidação de quotas por falecimento ou exclusão de sócio); Utilização de benefícios fiscais de isenção e imposto sobre herança (Art. 154 da CF), IR (Imposto de Renda), ITBI (imposto de transmissão de bens imóveis) e ITCMD (imposto de transmissão de bens móveis e doações). Interatividade Assinale a alternativa correta: a) Fusão é a operação pela qual se unem duas ou mais sociedades para formar sociedade nova; b) uma holding company é uma ficçãob) uma holding company é uma ficção jurídica, não existindo no mundo fático para fins de controles fiscal e societário; c) a holding jamais poderá assumir o lugar de um sócio numa sociedade operacional;p ; d) Incorporação é a operação pela duas empresas se unem para busca de uma objetivo comum; e) Todas estão corretas. Responsabilidade Desconsideração da personalidade jurídica Responsabilidade O artigo 135, do Código Tributário Nacional, abrangia a responsabilidade pelos débitos tributários aos sócios, diretores, gerentes e representantes das sociedades. Responsabilidade Já o artigo 50 da Lei 10.406/02 (Código Civil) prevê: “Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade ou pela confusão patrimonialfinalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Público quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dossejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica." Responsabilidade Artigo 158 (LSA): prevê a responsabilidade pessoal dos administradores pelos: prejuízos que causar quando agir dentro de suas atribuições com culpa, dolo ou violação da lei ou estatuto;violação da lei ou estatuto; responderá também pelos ilícitos causados pelos demais administradores em caso de omissão e pelos prejuízos causados em virtude do não cumprimentocausados em virtude do não cumprimento dos deveres impostos por lei, para assegurar o funcionamento e a continuidade da empresa. Responsabilidade Tendência crescente à responsabilidade pessoal Código de Defesa do Consumidor Artigo 28: Prevê o afastamento da personalidade jurídica e responsabilização dos administradores pela má gestão que cause prejuízos aos consumidorescause prejuízos aos consumidores. CLT - Consolidação das Leis Trabalhistas Solidariedade com relação aos débitos trabalhistas e possibilidade de t aba stas e poss b dade de desconsideração da personalidade jurídica. Responsabilidade Tendência crescente à responsabilidade pessoal CTN - Código Tributário Nacional Artigo 134, II: Prevê a responsabilidade subsidiária do administrador de bens de terceiros pelos tributos devidos por estes. Artigo 135, III: Prevê a responsabilidade pessoal e solidária dos diretores, gerentes ou representantes de pessoas jurídicas pelos créditos correspondentes a obrigações tributárias resultantes de atosobrigações tributárias resultantes de atos praticados com excesso de poderes, violação de lei ou estatuto. Despersonificação da personalidade jurídica "Art. 50. Em caso de abuso da personalidade jurídica, caracterizado pelo desvio de finalidade, ou pela confusão patrimonial, pode o juiz decidir, a requerimento da parte, ou do Ministério Públi d lh b i t iPúblico quando lhe couber intervir no processo, que os efeitos de certas e determinadas relações de obrigações sejam estendidos aos bens particulares dos administradores ou sócios da pessoa jurídica "jurídica. Despersonificação da personalidade jurídica Pela teoria da desconsideração ou despersonificação, o juiz pode deixar de aplicar as regras de separação patrimonial entre sociedade e sócios, ignorando a existência da pessoa jurídica num caso concreto porque é necessário coibir aconcreto, porque é necessário coibir a fraude perpetrada graças à manipulação de tais regras. A aplicação da teoria da desconsideração não implica a anulação ou o desfazimentonão implica a anulação ou o desfazimento do ato constitutivo da sociedade empresária, mas apenas a sua ineficácia episódica. Curso de D. Comercial – D. da Empresa - Fábio Ulhoa Despersonificação da personalidade jurídica Desconsideração da Personalidade Jurídica: Constatada a fraude ou o abuso daConstatada a fraude ou o abuso da autonomia patrimonial entre a pessoa da empresa e dos sócios, o magistrado pode exigir que os sócios respondam com os seus próprios bens para recompor a lesão causada a terceiroscausada a terceiros Interatividade Assinale a alternativa correta: a) Apenas para fins trabalhistas é aceita a despersonificação da pessoas jurídica; b) Em se ocorrendo a despersonificação de uma pessoa jurídica, obrigatoriamente p j , g ocorrerá a extinção da pessoa jurídica; c) Os sócios jamais responderão pelos débitos da sociedade; d) A responsabilidade do administrador pode ser invocada apenas para saudarpode ser invocada apenas para saudar débitos tributários; e) Não há que se falar em responsabilidade do administrador se este agiu dentro dos limites estabelecidos em lei e estatuto. É ÓATÉ A PRÓXIMA!
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