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UNIVERSIDADE FEDERAL DE SANTA CATARINA CENTRO TECNOLÓGICO – CTC DEPARTAMENTO DE ENGENHARIA SANITÁRIA E AMBIENTAL DISCIPLINA ENS 5123 – GERENCIAMENTO E TRATAMENTO DE RESÍDUOS SÓLIDOS URBANOS PROFESSOR ISRAEL FERNANDES DE AQUINO PGRSS Farmácia Trindade Flávia Junqueira de Macedo Marcelo Adolpho Costa Chaluppe Mariana Dall’Orto Mello Rodrigues Vinícius Muller Buratto Florianópolis, abril de 2012. 2 Sumário 1. INTRODUÇÃO ........................................................................................................................ 4 1.1. Definição ....................................................................................................................... 4 1.1.1. Classificação quanto aos riscos potenciais de contaminação ............................... 4 1.1.2. Classificação quanto à origem ............................................................................... 5 1.2. Resíduos de Serviços de Saúde ..................................................................................... 6 1.2.1. Classificação .......................................................................................................... 6 2. INFORMAÇÕES GERAIS .................................................................................................. 9 2.1. Estrutura Administrativa e Operacional ............................................................................ 9 2.2. Aspectos Legais ........................................................................................................... 11 2.2.1. Nível Federal ........................................................................................................ 11 2.2.2. Nível Estadual ...................................................................................................... 13 2.2.3. Nível Municipal .................................................................................................... 13 2.3. Aspectos Financeiros ................................................................................................... 13 2.4. Meios de Controle e Fiscalização ................................................................................ 14 3. DIAGNÓSTICO ...................................................................................................................... 14 3.1. Inventário dos resíduos gerados ..................................................................................... 14 3.2. Caracterização e manejo dos Resíduos gerados ......................................................... 15 3.2.1. Caracterização e manejo dos Resíduos do Grupo B ............................................ 15 3.2.2. Caracterização e manejo dos Resíduos do Grupo D ........................................... 18 4. PASSIVOS AMBIENTAIS ........................................................................................................ 18 4.1. Passivos ambientais do manejo dos resíduos do grupo B .............................................. 19 4.2. Passivos ambientais do manejo dos resíduos do grupo D .............................................. 19 5. PROPOSIÇÕES ...................................................................................................................... 19 5.1. Ações de minimização dos resíduos gerados e correta segregação ............................... 20 5.1.1. Manejo dos resíduos do grupo B ................................................................................ 20 5.1.2. Manejo dos resíduos do grupo D ................................................................................ 21 5.1.3. Educação Ambiental .................................................................................................... 23 5.2. Ações para a manutenção do PGRSS .............................................................................. 24 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ........................................................................................... 24 3 LISTA DE FIGURAS Figura 1 - Localização do Empreendimento (Google Earth). ......................................................... 9 Figura 2 - Área de circulação dos clientes ................................................................................... 10 Figura 3 - Balcão de atendimento ............................................................................................... 11 Figura 4 - Acondicionamento dos medicamentos....................................................................... 16 Figura 5 - Depósito dos medicamentos ....................................................................................... 17 Figura 6 - Armazenamento dos utensílios de limpeza. ............................................................... 17 Figura 7 - Armazenamento dos resíduos sólidos. ....................................................................... 18 Figura 8 – Coletores de resíduos perigosos. ............................................................................... 21 Figura 9 – Coletor de resíduo reciclável. ..................................................................................... 22 Figura 10 – Contentores de disposição para coleta pública ....................................................... 22 Figura 11 - Cartilha de Educação Ambiental ............................................................................... 24 LISTA DE TABELAS Tabela 1 - Resíduos gerados no estabelecimento Tabela 2 – Coletores propostos. ANEXOS ANEXO I – Alvará Sanitário FARMÁCIA TRINDADE. ANEXO II – Alvará de Funcionamento da FARMÁCIA TRINDADE. ANEXO III – Controle de pragas FARAMÁCIA TRINDADE. ANEXO IV – Certidão de Regularidade FARMÁCIA TRINDADE. ANEXO V – Licença Ambiental de Operação. ANEXO VI – Contrato de prestação de serviço. ANEXO VII – Manifesto para transporte de Resíduos Perigosos. ANEXO VIII – Auto de Intimação. 4 1. INTRODUÇÃO Este trabalho tem como objetivo a elaboração de um Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviço de Saúde – PGRSS, como proposta de trabalho acadêmico para a disciplina ENS 5123 – Tratamento e Gerenciamento dos Resíduos Sólidos Urbanos, ministrada aos alunos do curso de Engenharia Sanitária e Ambiental pela Universidade Federal de Santa Catarina. O Plano de Gerenciamento dos Resíduos de Serviços de Saúde é o documento que identifica e descreve as ações relativas ao manejo dos resíduos em estabelecimento de saúde, observadas suas características e riscos, no âmbito dos estabelecimentos, contemplando os aspectos referentes à geração, segregação, acondicionamento, coleta, armazenamento, transporte, tratamento e disposição final, bem como as ações de proteção à saúde pública e ao meio ambiente (ANVISA, 2004). O objeto de estudo deste trabalho, é a Farmácia Trindade, estabelecimento privado de atuação no mercado de medicamentos e cosméticos localizado no município de Florianópolis. 1.1. Definição Segundo a ABNT – Associação Brasileira de Normas Técnicas, Resíduos Sólidos caracterizam-se como: “Resíduos nos estados sólido e semissólido, que resultam de atividades de origem: industrial, doméstica, hospitalar, comercial, agrícola, de serviços e de varrição. Ficam incluídos nesta definição os lodos provenientes de sistemas de tratamento de água, aqueles gerados em equipamentos e instalações de controle de poluição, bem como determinados líquidos cujas particularidades tornem inviável o seu lançamento na rede pública de esgotos ou corpos de água que exijam para isso soluções técnicas economicamente inviáveis em face da melhor tecnologia disponível.” A classificação dos resíduos sólidos varia de acordo com o critério de análise adotado. Os critérios de classificação comumente utilizados são quanto aos riscos potenciais de contaminação do meio ambiente e quantoà natureza ou origem do resíduo. (IBAM, 2001) 1.1.1. Classificação quanto aos riscos potenciais de contaminação De acordo com a NBR 10.004 da ABNT, os resíduos sólidos podem ser classificados em: • Resíduos Classe I – Perigosos São aqueles que, em função de suas características intrínsecas de inflamabilidade, corrosividade, reatividade, toxicidade ou patogenicidade, apresentam riscos à saúde pública através do aumento da mortalidade ou da morbidade, ou ainda, provocam efeitos adversos ao meio ambiente quando manuseados ou dispostos de forma inadequada. 5 • Resíduos Classe II A – Não Perigosos São os resíduos que podem apresentar características de combustibilidade, biodegradabilidade ou solubilidade. Não se enquadrando nas classificações de resíduos Classe I – Perigosos – ou Classe II B – Inertes; • Resíduos Classe II B – Inertes São aqueles que, por suas características intrínsecas, não oferecem riscos à saúde e ao meio ambiente, e que, quando amostrados de forma representativa, segundo a norma NBR 10.007, e submetidos a um contato estático ou dinâmico com água destilada ou deionizada, a temperatura ambiente, conforme teste de solubilização segundo a norma NBR 10.006, não tiverem nenhum de seus constituintes solubilizados a concentrações superiores aos padrões de potabilidade da água, conforme listagem nº 8 (Anexo H da NBR 10.004), excetuando-se os padrões de aspecto, cor, turbidez e sabor. 1.1.2. Classificação quanto à origem O resíduo também poderá ser classificado, de acordo com a sua natureza ou origem, isto é: comercial, de varrição e feiras livres, serviços de saúde, portos, aeroportos e terminais ferro e rodoviários, industriais, agrícolas, entulhos e os resíduos sólidos domiciliares urbanos (IBAM, 2001): • Resíduos comerciais: aqueles originados dos diversos estabelecimentos comerciais, tais como, supermercados, estabelecimentos bancários, lojas, bares, restaurantes, etc. O resíduo destes estabelecimentos e serviços tem um forte componente de papel, plásticos, embalagens e resíduos de asseios dos funcionários, tais como, papéis toalha, papel higiênico etc. • Resíduos públicos: são aqueles originados dos serviços de limpeza pública urbana, incluindo todos os resíduos de varrição das vias públicas, limpeza de praias, de galerias, de esgotos, de córregos e de terrenos, restos de podas de árvores e de feiras livres. • Resíduos de serviços de saúde: constituem os resíduos sépticos, ou seja, que contêm ou potencialmente podem conter organismos patogênicos. São produzidos em serviços de saúde, tais como: hospitais, clínicas, laboratórios, farmácias, clínicas veterinárias, postos de saúde etc. • Resíduos de portos, aeroportos, terminais rodo e ferroviários: constituem os resíduos oriundos dos portos, terminais e aeroportos. Basicamente, originam-se de material de higiene, asseio e restos de alimentação que podem veicular doenças provenientes de outras cidades, estados ou países. • Resíduos industriais: aqueles originados nas atividades dos diversos ramos da indústria, tais como, metalúrgica, química, petroquímica, papelaria, alimentícia etc. O resíduo industrial é bastante variado, podendo ser representado por cinzas, lodos, óleos, resíduos 6 alcalinos ou ácidos, plásticos, papel, madeira, fibras, borracha, metal, escórias, pilhas e baterias, etc. • Resíduos agrícolas: são os resíduos sólidos das atividades agrícolas e da pecuária, como embalagens de adubos, defensivos agrícolas, ração etc. • Resíduos de entulho: são os resíduos da construção civil, demolições e restos de obras, solos de escavações etc. • Resíduos domiciliares: aqueles originados da vida diária das residências, constituído por restos de alimentos (tais como, cascas de frutas, verduras etc.), produtos deteriorados, jornais e revistas, garrafas, embalagens em geral, papel higiênico, fraldas descartáveis e uma grande diversidade de outros itens. Contêm, ainda, alguns resíduos que podem ser potencialmente tóxicos. 1.2. Resíduos de Serviços de Saúde Segundo a ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS – NBR 12.807 de janeiro de 1.993, “Resíduos de serviço de saúde são os produtos residuais não utilizáveis, resultantes de atividades exercidas por estabelecimento de serviço de saúde”. 1.2.1. Classificação De acordo com a resolução CONAMA n° 358, de 29 de abril de 2005, os resíduos de serviços de saúde podem ser classificados em: I - GRUPO A: Resíduos com a possível presença de agentes biológicos que, por suas características de maior virulência ou concentração, podem apresentar risco de infecção. a) A1 1. Culturas e estoques de microrganismos; resíduos de fabricação de produtos biológicos, exceto os hemoderivados; descarte de vacinas de microrganismos vivos ou atenuados; meios de cultura e instrumentais utilizados para transferência, inoculação ou mistura de culturas; resíduos de laboratórios de manipulação genética; 2. Resíduos resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação biológica por agentes classe de risco 4, microrganismos com relevância epidemiológica e risco de disseminação ou causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido; 3. Bolsas transfusionais contendo sangue ou hemocomponentes rejeitadas por contaminação ou por má conservação, ou com prazo de validade vencido, e aquelas oriundas de coleta incompleta; 4. Sobras de amostras de laboratório contendo sangue ou líquidos corpóreos, recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, contendo sangue ou líquidos corpóreos na forma livre. 7 b) A2 1. Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações, e os cadáveres de animais suspeitos de serem portadores de microrganismos de relevância epidemiológica e com risco de disseminação, que foram submetidos ou não a estudo anátomo-patológico ou confirmação diagnóstica. c) A3 1. Peças anatômicas (membros) do ser humano; produto de fecundação sem sinais vitais, com peso menor que 500 gramas ou estatura menor que 25 cm ou idade gestacional menor que 20 semanas, que não tenham valor científico ou legal e não tenha havido requisição pelo paciente ou por familiares. d) A4 1. Kits de linhas arteriais, endovenosas e dialisadores, quando descartados; 2. Filtros de ar e gases aspirados de área contaminada; membrana filtrante de equipamento médico hospitalar e de pesquisa, entre outros similares; 3. Sobras de amostras de laboratório e seus recipientes contendo fezes, urina e secreções, provenientes de pacientes que não contenham e nem sejam suspeitos de conter agentes Classe de Risco 4, e nem apresentem relevância epidemiológica e risco de disseminação, ou microrganismo causador de doença emergente que se torne epidemiologicamente importante ou cujo mecanismo de transmissão seja desconhecido ou com suspeita de contaminação com príons; 4. Resíduos de tecido adiposo proveniente de lipoaspiração, lipoescultura ou outro procedimento de cirurgia plástica que gere este tipo de resíduo; 5. Recipientes e materiais resultantes do processo de assistência à saúde, que não contenha sangue ou líquidos corpóreos na forma livre; 6. Peças anatômicas (órgãos e tecidos) e outros resíduos provenientes de procedimentos cirúrgicos ou de estudos anátomo-patológicos ou de confirmação diagnóstica; 7. Carcaças, peças anatômicas, vísceras e outros resíduos provenientes de animais não submetidos a processos de experimentação com inoculação de microorganismos, bem como suas forrações; e 8. Bolsas transfusionais vazias ou com volume residual pós-transfusão. e) A5 1. Órgãos, tecidos, fluídos orgânicos,materiais perfurocortantes ou escarificantes e demais materiais resultantes da atenção à saúde de indivíduos ou animais, com suspeita ou certeza de contaminação com príons. 8 II - GRUPO B: Resíduos contendo substâncias químicas que podem apresentar risco à saúde pública ou ao meio ambiente, dependendo de suas características de inflamabilidade, corrosividade, reatividade e toxicidade: a) produtos hormonais e produtos antimicrobianos; citostáticos; antineoplásicos; imunossupressores; digitálicos; imunomoduladores; anti-retrovirais, quando descartados por serviços de saúde, farmácias, drogarias e distribuidores de medicamentos ou apreendidos e os resíduos e insumos farmacêuticos dos medicamentos controlados pela Portaria MS 344/98 e suas atualizações; b) resíduos de saneantes, desinfetantes, desinfestantes; resíduos contendo metais pesados; reagentes para laboratório, inclusive os recipientes contaminados por estes; c) efluentes de processadores de imagem (reveladores e fixadores); d) efluentes dos equipamentos automatizados utilizados em análises clínicas; e e) demais produtos considerados perigosos, conforme classificação da NBR 10.004 da ABNT (tóxicos, corrosivos, inflamáveis e reativos). III - GRUPO C: Quaisquer materiais resultantes de atividades humanas que contenham radionuclídeos em quantidades superiores aos limites de eliminação especificados nas normas da Comissão Nacional de Energia Nuclear-CNEN e para os quais a reutilização é imprópria ou não prevista: a) enquadram-se neste grupo quaisquer materiais resultantes de laboratórios de pesquisa e ensino na área de saúde, laboratórios de análises clínicas e serviços de medicina nuclear e radioterapia que contenham radionuclídeos em quantidade superior aos limites de eliminação. IV - GRUPO D: Resíduos que não apresentem risco biológico, químico ou radiológico à saúde ou ao meio ambiente, podendo ser equiparados aos resíduos domiciliares: a) papel de uso sanitário e fralda, absorventes higiênicos, peças descartáveis de vestuário, resto alimentar de paciente, material utilizado em anti-sepsia e hemostasia de venóclises, equipo de soro e outros similares não classificados como A1; b) sobras de alimentos e do preparo de alimentos; c) resto alimentar de refeitório; d) resíduos provenientes das áreas administrativas; e) resíduos de varrição, flores, podas e jardins; e f) resíduos de gesso provenientes de assistência à saúde. 9 V - GRUPO E: Materiais perfurocortantes ou escarificantes, tais como: lâminas de barbear, agulhas, escalpes, ampolas de vidro, brocas, limas endodônticas, pontas diamantadas, lâminas de bisturi, lancetas; tubos capilares; micropipetas; lâminas e lamínulas; espátulas; e todos os utensílios de vidro quebrados no laboratório (pipetas, tubos de coleta sanguínea e placas de Petri) e outros similares. 2. INFORMAÇÕES GERAIS Em funcionamento há nove anos sob a administração do atual proprietário, a FARMÁCIA TRINDADE, de razão social FARMÁCIA E DROGARIA SCHWINGEL LTDA, está localizada na Rua Lauro Linhares, nº1061/sala 2, bairro Trindade, no município de Florianópolis. O horário de atendimento do estabelecimento é das 8 às 20 horas nos dias úteis e das 8 às 13 horas no sábado. Figura 1 - Localização do Empreendimento (Google Earth). 2.1. Estrutura Administrativa e Operacional As atividades administrativas e operacionais do estabelecimento são desempenhadas no mesmo espaço físico. Esta sala é dividida por um balcão principal para o atendente, e proprietário, receber os clientes. Na parte de circulação dos clientes estão dispostos cosméticos e artigos para higiene pessoal que são vendidos no estabelecimento. Este espaço de circulação é dividido por uma estante central que possui os mesmos produtos. Os clientes que entram na farmácia têm acesso direto a estes produtos, que são, entre outros: produtos 10 de higiene corporal, capilar e bucal, produtos de esteticismo, preservativos, cremes para cabelo, cremes para cuidado do corpo, giletes e produtos para higiene de recém-nascidos. Os medicamentos estão em área de acesso único do farmacêutico, atrás do balcão do atendente. Este espaço possui um computador para registro das mercadorias vendidas, uma máquina para compras efetuadas com cartão e uma mesa de trabalho com cadeira. De acesso restrito, encontra-se uma sala com duas repartições e mais um banheiro. Em uma das repartições pode-se verificar a existência de artigos de cozinha: um micro-ondas e uma geladeira pequena, bem como uma estante com alguns alimentos. A outra repartição é utilizada para depósito de documentos e comprovante de pagamentos. O estabelecimento apresenta os documentos necessários para o funcionamento legal. No anexo estão apresentados o Alvará Sanitário (ANEXO I), Alvará de Funcionamento (ANEXO II), Certificado de controle de pragas (ANEXO III) e a Certidão de Regularidade (ANEXO IV). Figura 2 - Área de circulação dos clientes 11 Figura 3 - Balcão de atendimento 2.2. Aspectos Legais Os aspectos legais apresentados no presente documento são Leis, Portarias, Decretos, Normas e Resoluções que dispõem sobre o gerenciamento de resíduos sólidos ou que possuem relevante associação com o tema. 2.2.1. Nível Federal As legislações, de âmbito Federal, com maior relevância e que contemplam os assuntos relacionados ao meio ambiente e aos resíduos sólidos são: • LEI Nº 6.437, DE 20 DE AGOSTO DE 1977: Configura infrações à legislação sanitária federal, estabelece as sanções respectivas, e dá outras providências; • PORTARIA MINTER Nº 53, DE 01 DE MARÇO DE 1979: Dispõe sobre o gerenciamento de resíduos sólidos; • LEI Nº 6.938, DE 31 DE AGOSTO DE 1981: Dispõe sobre a Política Nacional do Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências; • PORTARIA DA ANVISA Nº 344, DE 12 DE MAIO DE 1998: Aprova o regulamento Técnico sobre substâncias e medicamentos sujeitos a controle especial; • LEI Nº 9.605, DE 12 DE FEVEREIRO DE 1998: Dispõe sobre as sanções penais e administrativas derivadas de condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, e dá outras providências; 12 • DECRETO Nº 3.179, DE 23 DE SETEMBRO DE 1999: Especifica as sanções administrativas aplicáveis às condutas e atividades lesivas ao meio ambiente, dispostas entre outras normas, na Lei Nº 9.605, de 28/01/1998; • LEI Nº 10.165, DE 27 DE DEZEMBRO DE 2000: Altera a Lei Nº 6.938, que dispõe sobre a Política Nacional de Meio Ambiente, seus fins e mecanismos de formulação e aplicação, e dá outras providências; • LEI Nº 12.305, DE 2 DE AGOSTO DE 2010: Institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos (PNRS); • DECRETO Nº 7.404, DE 23 DE DEZEMBRO DE 2010: Regulamenta a Lei nº 12.305, de 2 de agosto de 2010, que institui a Política Nacional de Resíduos Sólidos, cria o Comitê Interministerial da Política Nacional de Resíduos Sólidos e o Comitê Orientador para a Implantação dos Sistemas de Logística Reversa, e dá outras providências. A PNRS reúne, em seu escopo, o conjunto de princípios, objetivos, instrumentos, diretrizes, metas e ações adotadas pelo Governo Federal, isoladamente ou em regime de cooperação com Estados, Distrito Federal, Municípios ou particulares, com vistas à gestão integrada e ao gerenciamento ambientalmente adequado dos resíduos sólidos. Dentre os instrumentos estabelecidos pela Lei, no âmbito do manejo ambientalmente adequado dos resíduos sólidos, destacam-se os Planos de Gerenciamento de Resíduos Sólidos - PGRS, que são aplicáveis a estabelecimentos comerciais e industriais. As principais resoluções relacionadas aos resíduos de serviço de saúde são: • RESOLUÇÃO CONAMA Nº 275, DE ABRIL DE 2001: Estabelece o código de cores para os diferentes tipos de resíduos; • RESOLUÇÃO CONAMA Nº 005, DE 5DE AGOSTO DE 1993: Estipula que os prestadores de serviço de saúde devem elaborar o gerenciamento de seus resíduos; • RESOLUÇÃO CONAMA 283/01, DE 12 DE JULHO DE 2001: Dispõe sobre o tratamento e destinação final dos resíduos de serviços de saúde. • RESOLUÇÃO DE DIRETORIA COLEGIADA, RDC ANVISA Nº 33/03, DE 2003: Dispõe sobre o regulamento técnico para o gerenciamento de resíduos de serviços de saúde. o As principais normas técnicas relacionadas aos resíduos sólidos são: • NBR 10.004: Resíduos sólidos – Classificação; • NBR 12.807: Resíduos de Serviço de Saúde; • NBR 12.235: Armazenamento de Resíduos Sólidos Perigosos (antiga NB-1183); • NBR 11.174: Armazenamento de Resíduos Classe II - Não Inertes e III - Inertes (Antiga NB-1264); 13 • NBR 7.500: Símbolos de Risco e Manuseio para o Transporte e Armazenagem de Materiais – Simbologia; • NBR 14.725: Informações sobre segurança, saúde e meio ambiente. 2.2.2. Nível Estadual Na esfera Estadual, as legislações relacionadas ao meio ambiente e os resíduos sólidos são: • LEI Nº 11.347, DE 17 DE JANEIRO DE 2000: Dispõe sobre a coleta, o recolhimento e o destino final de resíduos sólidos potencialmente perigosos que menciona, e adota outras providências; • LEI Nº 13.557, DE 17 DE NOVEMBRO DE 2005: Dispõe sobre a Política Estadual de Resíduos Sólidos e adota outras providências; • LEI Nº 14.675, DE 13 DE ABRIL DE 2009: Institui o Código Estadual do Meio Ambiente e estabelece outras providências (Esta Lei institui a Política Estadual de Resíduos Sólidos); 2.2.3. Nível Municipal Por fim, em nível municipal, o estabelecimento de serviços de saúde deve seguir as seguintes legislações do município de Florianópolis: • LEI COMPLEMENTAR Nº 113, DE 24 DE ABRIL DE 2003: Dispõe sobre a forma de apresentação dos resíduos sólidos para a coleta; • LEI COMPLEMENTAR Nº 398, DE 16 DE NOVEMBRO DE 2010: Institui a Política Municipal de Coleta Seletiva de resíduos sólidos no município de Florianópolis, cria o conselho gestor e dá outras providências; 2.3. Aspectos Financeiros Os aspectos financeiros a serem contemplados neste documento são relativos aos custos operacionais da farmácia no que se refere ao manejo dos resíduos sólidos gerados em suas atividades. A Coleta de Resíduos Sólidos de Florianópolis é cobrada através da Taxa de Coleta de Resíduos Sólidos incluída no carnê de IPTU. O valor é variável conforme a frequência de coleta, que pode ser alternada, 03 (três) vezes por semana, ou diária, 06 (seis) vezes por semana. A legislação que rege tal cobrança é composta pela Lei Complementar Nº 132, de 23 de dezembro de 2003 e Lei Complementar Nº 136, de 26 de março de 2004, a qual prevê a forma 14 de cobrança, além dos Decretos Nº 2215 e Nº 2250, de 2004, que dispõem também sobre a referida taxa. Outro custo associado ao manejo dos resíduos corresponde aos valores pagos para coletar e dar destino adequado aos medicamentos e alguns produtos do setor de perfumaria classificados como resíduos perigosos. Os valores correspondentes aos serviços são cobrados mediante apresentação da fatura/nota fiscal de prestação de serviços, e são realizados com periodicidade média de quarto meses, de acordo com as necessidades da farmácia. 2.4. Meios de Controle e Fiscalização No município de Florianópolis, o órgão ambiental autorizado a exercer as atividades de regularização e de fiscalização de farmácias é a Prefeitura Municipal. A ANVISA tem a missão de “regulamentar, controlar e fiscalizar os produtos e serviços que envolvam riscos à saúde pública” (Lei nº 9.782/99, capítulo II, art. 8º). Portanto, é responsável por fiscalizar Resíduos de Serviços de Saúde, que podem propiciar riso à saúde pública. Além disso, a Portaria nº 334, de 12 de maio de 1998 dispõe no art. 87 que as Autoridades Sanitárias do Ministério da Saúde, Estados, Municípios e Distrito Federal inspecionarão periodicamente as empresas ou estabelecimentos que exerçam quaisquer atividades relacionadas às substâncias e medicamentos de que trata o Regulamento Técnico presente na Portaria. Pelo Art. 88 da mesma Portaria, as empresas, estabelecimentos ou instituições que exerçam atividade relacionada com substâncias constantes da lista do Regulamento Técnico ou seus respectivos medicamentos deverão, quando solicitadas, prestar todas as informações às Autoridades Sanitárias nos prazos fixados. 3. DIAGNÓSTICO O diagnóstico dos resíduos gerados foi realizado com as informações levantadas na visita ao estabelecimento. Na ocasião da visita foram identificados os resíduos gerados, a localização dos coletores, o armazenamento dos resíduos, a disposição para a coleta convencional, além de documentos da empresa de coleta e transporte dos resíduos especiais, assim como documentos relativos à legalidade de funcionamento do estabelecimento. As informações foram passadas pelo proprietário da farmácia que acompanhou a visita. 3.1. Inventário dos resíduos gerados A Tabela 1 apresenta o inventário dos resíduos gerados no estabelecimento de acordo com a classificação da NBR 10004. O levantamento quantitativo dos resíduos gerados não foi 15 realizado devido ao pequeno volume gerado no estabelecimento e por questões operacionais (falta de balança de precisão). RESÍDUO CARACTERIZAÇÃO CLASSIFICAÇÃO Rejeitos Todo material não passível de reutilização e reciclagem. Produtos vencidos de perfumaria e cosméticos não perigosos. Classe II – A (não inertes) Resíduos Orgânicos Restos de alimentos. Resíduos Recicláveis Compostos em sua maioria por papel (embalagens e notas fiscais) e plástico (embalagens). Resíduos Perigosos Medicamentos vencidos, produtos cosméticos vencidos com substâncias perigosas e lâmpadas fluorescentes. Classe I (Resíduo Perigoso) Tabela 2 - Resíduos gerados no estabelecimento 3.2. Caracterização e manejo dos Resíduos gerados Os procedimentos de caracterização dos resíduos e do manejo dos resíduos gerados no estabelecimento foram realizados de acordo com a RDC 306/2004 e CONAMA 358/2005. 3.2.1. Caracterização e manejo dos Resíduos do Grupo B Os resíduos do Grupo B gerados pelo estabelecimento são provenientes de produtos não comercializados até a sua data de validade ou produtos utilizados no estabelecimento. Estes produtos são medicamentos não controlados, medicamentos controlados (portaria 344/98 MS), cosméticos com substâncias perigosas e lâmpadas fluorescentes. Os medicamentos não controlados e os cosméticos vencidos com substâncias perigosas são armazenados em uma caixa de papelão sem tampa, devidamente identificada, localizada em local de acesso restrito (depósito) em uma prateleira. Apesar de não serem classificados como resíduos do grupo B, os produtos cosméticos e de perfumaria sem substâncias perigosas e fora da data de validade são dispostos junto com os resíduos perigosos. Figura A coleta, transporte e destinação final são realizados por tais atividades (ANEXO V). Um contrato foi estabelecido entre as partes interessadas onde constam as especificações do serviço prestado destes resíduos é de quatro meses, variado de ac estabelecimento. A cobrança por tais serviços é realizada de acordo com uma taxa mínima de vista acrescida de um valor proporcional ao emitido um manifesto para o transporte de res pelo responsável da empresa contratada transporte e tratamento (incineração) apresentado no gráfico 1. 19/03/2010 0,0 0,5 1,0 1,5 2,0 2,5 3,0 3,5 4,0 4,5 P es o ( kg ) Coleta dos Resíduos do Grupo B Figura 4 - Acondicionamento dos medicamentos A coleta, transporte e destinação final são realizados por uma empresa licenciada para Um contrato foi estabelecido entre as partes interessadas onde constam as especificações do serviço prestado (ANEXO VI). Aperiodicidade média da coleta destes resíduos é de quatro meses, variado de acordo com as necessidades do estabelecimento. A cobrança por tais serviços é realizada de acordo com uma taxa mínima de de um valor proporcional ao peso dos resíduos coletados. No ato da emitido um manifesto para o transporte de resíduos perigosos (ANEXO VII pelo responsável da empresa contratada, onde constam informações sobre a geração, tratamento (incineração). O histórico de coleta dos resíduos do Grupo B está Gráfico 1 - Coleta dos Resíduos do Grupo B. 19/03/2010 24/06/2010 12/11/2010 27/12/2010 26/01/2011 14/03/2011 28/09/2011 27/11/2011 Datas de coleta (2010-2011) Coleta dos Resíduos do Grupo B 16 uma empresa licenciada para Um contrato foi estabelecido entre as partes interessadas onde A periodicidade média da coleta ordo com as necessidades do estabelecimento. A cobrança por tais serviços é realizada de acordo com uma taxa mínima de coletados. No ato da coleta é II) que é assinado , onde constam informações sobre a geração, O histórico de coleta dos resíduos do Grupo B está 27/11/2011 17 Os medicamentos controlados fora do prazo de validade são armazenados em um móvel de madeira fechado, com prateleiras, porta e fechadura. Os medicamentos ficam dispostos nas prateleiras, separados por características semelhantes. A coleta, transporte e destinação final destes resíduos são realizados pela Vigilância Sanitária Municipal de acordo com as determinações da ANVISA. A periodicidade da coleta é feita de acordo com as possibilidades operacionais da Vigilância Sanitária Municipal. No momento da coleta é realizado um auto de intimação (ANEXO VIII), com enquadramento legal na portaria 344/998 MS, no qual são descritos os medicamentos controlados vencidos apreendidos e seu posterior tratamento térmico (incineração). Figura 5 - Depósito dos medicamentos As lâmpadas fluorescentes utilizadas no estabelecimento são armazenadas em uma caixa juntamente com os equipamentos de limpeza. Este resíduo é acondicionado e disposto para a coleta convencional da prefeitura municipal. Figura 6 - Armazenamento dos utensílios de limpeza. 18 3.2.2. Caracterização e manejo dos Resíduos do Grupo D Os resíduos do grupo D gerados pelo estabelecimento são em sua maioria compostos por papel e plástico. Os resíduos são notas fiscais, embalagens de papel e plástico, restos de alimentos, resíduos do sanitário, cosméticos e produtos de perfumaria sem substâncias perigosas. Figura 7 - Armazenamento dos resíduos sólidos. No estabelecimento não existe separação de resíduos recicláveis, de forma que todos os resíduos são dispostos nos mesmos coletores. Existem dois pequenos coletores no estabelecimento. Um coletor está localizado na área de circulação dos clientes e outro coletor no sanitário. Os resíduos são acondicionados em sacolas plásticas de volume compatível ao do coletor. Conforme já mencionado, apesar de os produtos cosméticos e de perfumaria sem substâncias perigosas e fora da data de validade ser classificados como resíduos do Grupo D, estes produtos são dispostos junto com os resíduos do Grupo B e coletados por uma empresa licenciada para tal atividade. Os demais resíduos do grupo D são dispostos para a coleta convencional da Prefeitura Municipal. Como não existe um contentor externo para essa disposição, os sacos são dispostos na calçada em horário próximo ao da passagem do carro coletor. Além da farmácia Trindade, outros estabelecimentos comerciais vizinhos também dispõem seus resíduos da mesma forma. 4. PASSIVOS AMBIENTAIS De acordo com a Unctad (United Nations Conference on Trade and Development), o passivo pode ser constituído da obrigação legal, contratual ou justa. Incluindo as questões ambientais à definição, Passivo Ambiental é o conjunto de todas as obrigações éticas e morais que as empresas têm com a natureza e com a sociedade, destinado exclusivamente a promover investimentos em benefícios ao meio ambiente. Estas obrigações são impostas por legislações e regulamentações ambientais que incubem, por exemplo, punições como taxas, 19 contribuições, multas e penalidades por infrações legais e recuperação de áreas degradadas. Uma destas leis é a lei nº 6.437, de 20 de agosto de 1977 que configura as infrações à legislação sanitária federal (exceto as infrações previstas em normas especiais). 4.1. Passivos ambientais do manejo dos resíduos do grupo B Os resíduos pertencentes ao grupo B são Resíduos Químicos que podem possuir Características de Periculosidade ou Não. As Lâmpadas Fluorescentes são um exemplo deste tipo de resíduo, que apresentam características de periculosidade, e devem ou ser submetidas a processo de reutilização, recuperação ou reciclagem, ou ser submetidas a tratamento final específico. Resíduos da Classe B podem ser considerados passivos ambientais, pois quando depositados em locais indevidos poderão causar dano ao meio ambiente e à saúde da população. Portanto, é de obrigação do consumidor e do produtor dar a destinação adequada destes resíduos, sobre pena da legislação ambiental. 4.2. Passivos ambientais do manejo dos resíduos do grupo D A não separação dos resíduos gerados e a consequente disposição dos mesmos para a coleta convencional impossibilitam o estabelecimento de participar da coleta seletiva. Os materiais destinados á coleta seletiva são utilizados como matéria prima para a produção de outros produtos, evitando assim que recursos naturais sejam explorados. Outra importante contribuição da reciclagem para reduzir os impactos ambientais é a redução de resíduos que são dispostos em aterros sanitários. Além de prejudicar a decomposição dos rejeitos dispostos no aterro sanitário e o correto funcionamento do mesmo, os resíduos recicláveis ocupam um espaço importante dentro dessas unidades, espaço esse que poderia ser utilizado para dispor rejeitos. Dessa forma a disposição de materiais recicláveis em aterros sanitários diminui a vida útil dos mesmos, fazendo com que seja necessária a construção de novos aterros. 5. PROPOSIÇÕES O Plano de Gerenciamento está baseado nos princípios da não geração e da minimização da geração de resíduos através das práticas dos 3Rs, conforme determinações da Política Nacional de Resíduos Sólidos. Neste item serão apontadas e descritas ações relativas ao manejo dos resíduos sólidos gerados na Farmácia Trindade, contemplando os aspectos referentes à minimização na geração, segregação, acondicionamento e destinação correta dos resíduos. As metas a serem atingidas com a implementação do PGRS são: 20 • Reduzir a quantidade de resíduos encaminhados ao aterro sanitário; • Garantir a segregação na origem de todos os resíduos gerados, disponibilizando coletores diferenciados e o encaminhamento ao destino ambientalmente adequado; • Aprimorar o acondicionamento dos resíduos; • Sensibilizar proprietário através de Programas de Educação Ambiental. 5.1. Ações de minimização dos resíduos gerados e correta segregação Neste item serão contemplados os aspectos referentes à segregação na origem dos diferentes tipos de resíduos, bem como as ações de educação ambiental para sensibilização do proprietário, tendo em vista reduzir a quantidade de resíduos destinados ao aterro sanitário, em conformidade com as determinações da Lei 12.305 de 2010, que torna proibida a destinação de resíduos recicláveis em aterro sanitário e passa a vigorar a partir de 2014. 5.1.1. Manejo dos resíduos do grupo B O manejo dos resíduos sólidos do Grupo B exige cuidados especiais quanto à segregação, acondicionamento, manuseio, coleta, transporte e destinação final. Para os resíduos do grupo B gerados pela Farmácia Trindade será proposto o manejo destes resíduos de acordo com o previsto na RDC 306/2004 doMinistério da Saúde. A minimização desse tipo de resíduo exige um acompanhamento do histórico dos tipos de medicamentos e produtos vencidos, para em futuras compras junto aos fornecedores, encomendar uma quantidade compatível ás vendas, minimizando assim também os custos de compra e disposição. Os medicamentos não controlados vencidos e os produtos de perfumaria e cosméticos vencidos que tiverem substâncias perigosas acima dos limites permitidos para o descarte como resíduos do grupo D devem ser armazenados em recipientes rígidos com tampa e devidamente identificados por escrito como Resíduos Perigosos – Resíduos Químicos, além de identificados com o símbolo padrão para tal resíduo. Propõe-se para o acondicionamento desses resíduos a substituição da caixa de papelão por um coletor de plástico rígido (bombona) de 30 litros identificado com o símbolo dos resíduos do Grupo B (figura 8). Os outros procedimentos do manejo desses resíduos já descritos anteriormente devem ser mantidos. As embalagens secundárias dos medicamentos e dos produtos de perfumaria devem ser separadas e dispostas como resíduos recicláveis, diminuindo os custos da coleta privada e contribuindo para a reciclagem. Os medicamentos controlados vencidos devem ser armazenados em recipientes rígidos devidamente identificados por escrito como Resíduos Perigosos – Resíduos Químicos, além de identificados com o símbolo padrão para tal resíduo. O acondicionamento desses resíduos no estabelecimento pode ser mantido na forma atual, porém propõe-se identificar o 21 móvel com o adesivo padrão dos resíduos químicos, além da identificação por escrito. É pertinente ressaltar que o móvel deve estar sempre chaveado. Sugere-se para o caso das lâmpadas, um contentor específico para o armazenamento desse material (figura 8). Identificar o recipiente e sempre manter a organização e proteção das unidades, a fim de que não ocorra a quebra dos vidros e vazamento dos componentes tóxicos em seu interior. Com respaldo da Lei 12.305, no que dispõem sobre a logística reversa, as lâmpadas utilizadas podem ser entregues no mesmo estabelecimento onde foram adquiridas desde que mantidas as notas fiscais das mesmas, dispensando assim a necessidade de contratar uma empresa especializada. Figura 8 – Coletores de resíduos perigosos. O procedimento atual relativo à coleta, transporte e destinação final dos resíduos do Grupo B deve ser mantido, uma vez que a empresa contratada para esse serviço apresenta todas as licenças para exercer essa atividade e nenhuma reclamação por parte do proprietário da farmácia foi realizada. 5.1.2. Manejo dos resíduos do grupo D O manejo dos resíduos sólidos do Grupo D na farmácia Trindade atualmente não propicia a reciclagem dos resíduos gerados. No estabelecimento os próprios geradores dos resíduos serão responsáveis por destinar diferenciadamente e corretamente seus resíduos, fazendo-se necessário o uso de lixeiras específicas, devidamente sinalizadas e identificadas, para resíduos recicláveis e não recicláveis. Apesar de os resíduos orgânicos serem passíveis de reciclagem com a sua disposição em unidades de compostagem, não será indicada a separação dos resíduos orgânicos no estabelecimento, uma vez que a empresa responsável pela coleta municipal não realiza a coleta de resíduos orgânicos separadamente, além de o volume gerado não justificar uma coleta e disposição especializada. Dessa forma, os resíduos orgânicos devem ser dispostos nas mesmas lixeiras que os resíduos não recicláveis. 22 Propõe-se para o estabelecimento a disponibilização de dois coletores na área de circulação dos clientes. O primeiro, um coletor pequeno (já existente), justificado pela reduzida geração desse tipo de resíduo, para disposição dos resíduos não recicláveis. Sugere-se identificação na tampa por um adesivo de “Rejeito” e utilização de sacos plásticos de volume compatível para o acondicionamento desses resíduos. O segundo, um coletor de 20 litros (Figura 9), na cor azul, com tampa basculante, disposto ao lado do coletor de resíduos não recicláveis, para dispor os resíduos recicláveis. O contentor deve estar devidamente identificado por escrito e/ou por adesivo (Figura 9) como “Resíduos Recicláveis”. O acondicionamento deve ser feito em sacos plásticos azuis, de volume compatível ao do coletor. Para o sanitário, manter o mesmo coletor e forma de acondicionamento existente atualmente. Figura 9 – Coletor de resíduo reciclável. Para a disposição dos resíduos para a coleta convencional e coleta seletiva sugere-se uma reunião com os outros estabelecimentos vizinhos que dispõe os resíduos atualmente no mesmo local, para a compra de dois contentores. Sugere-se adquirir dois contentores de 360 litros com tampa e rodas, um na cor azul claro para os resíduos recicláveis e outro na cor azul escuro para os resíduos não recicláveis, como determina a Lei Municipal 113 de 2003 (Figura 10). Não existe a necessidade de utilizar sacos plásticos, uma vez que os resíduos já estarão acondicionados adequadamente. Os contentores devem estar identificados com sinalização clara, por escrito, do tipo de resíduo a ser disposto. O responsável por esvaziar os coletores do estabelecimento deve atentar para não misturar os dois tipos de resíduos e transportá-los até o local de disposição final, onde cada tipo deverá ser disposto no contentor próprio. Figura 10 – Contentores de disposição para coleta pública . 23 Os horários das coletas convencionais e seletiva devem ser conhecidos pelo proprietário do estabelecimento para que os resíduos estejam organizados no momento da passagem do carro coletor. • Dias e horário da Coleta Convencional na Rua Lauro Linhares: De domingo a 6ª feira às 20 horas. • Dia e horário da Coleta Seletiva na Rua Lauro Linhares: 3ª feira, às 8 horas. A fim de certificar a destinação correta dos resíduos comuns do posto, é indicado a solicitação de uma declaração de coleta de resíduos recicláveis e não recicláveis elaborada e assinada por representante da COMCAP, empresa que realiza a coleta para a prefeitura. PROPOSTA DE COLETORES Tipo Quant. Volume Cor Imagem Resíduo Bombona Plástica 1 30 litros Não especificada Produtos vencidos (medicamentos, cosméticos e perfumaria) Contentor para Lâmpadas Fluorescentes 1 Não especificado Não especificada Lâmpadas Fluorescentes Coletor de 20 litros 1 20 litros Azul Resíduos recicláveis Contentores 1 360 litros Azul Claro Resíduos Recicláveis Disposição para coleta pública Contentores 1 360 litros Azul Escuro Resíduos não Recicláveis Disposição para coleta pública Tabela 2 – Coletores propostos. 5.1.3. Educação Ambiental As ações de educação ambiental para a FARMÁCIA TRINDADE terão como público alvo o proprietário do estabelecimento, os clientes e os fornecedores. Para o proprietário, sugere- se a leitura na íntegra do presente PGRSS, com a completa assimilação dos deveres e responsabilidades relacionadas ao gerenciamento dos resíduos do estabelecimento. Sugere também a leitura de manuais e orientações disponibilizado Saúde e do Meio Ambiente em seus sítios (alguns apresentados nas Referências Bibli do presente plano). Para os clientes, sugere importância da correta segregação dos resíduos para as etapas seguintes do manejo figuras 11. 5.2. Ações para a manutenção do PGRSS É essencial para a manutenção do PGRSS no estabelec responsável pela implantação e execução das atividades relacionadas ao gerenciamen resíduos, uma vez que não existem outras pessoas envolvidas nas atividades do estabelecimento. Ele fará o acompanhamento da farmácia, propondo ajustes necessários dispondo corretamente os resíduos. 6. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Renato da Silva Monografia. Saúde. Fundação Oswaldo Cruz.Rio de Janeiro, 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. lidades relacionadas ao gerenciamento dos resíduos do estabelecimento. Sugere is e orientações disponibilizados virtualmente pelos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente em seus sítios (alguns apresentados nas Referências Bibli do presente plano). Para os clientes, sugere-se a colocação de cartazes informativos sobre a importância da correta segregação dos resíduos e sobre as consequências da não separação dos resíduos para as etapas seguintes do manejo. Exemplos de cartazes são apresentados nas Figura 11 - Cartilha de Educação Ambiental Ações para a manutenção do PGRSS É essencial para a manutenção do PGRSS no estabelecimento que o proprietário seja implantação e execução das atividades relacionadas ao gerenciamen resíduos, uma vez que não existem outras pessoas envolvidas nas atividades do fará o acompanhamento frequente do previsto no PGRS opondo ajustes necessários e orientando os clientes que não estiverem dispondo corretamente os resíduos. REFERÊNCIAS BIBLIOGRÁFICAS ALMEIDA, Renato da Silva Monografia. Gerenciamento de Resíduos de Estabelecimentos de Fundação Oswaldo Cruz. Rio de Janeiro, 2007. BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Brasília, 2006. 24 lidades relacionadas ao gerenciamento dos resíduos do estabelecimento. Sugere-se s virtualmente pelos Ministérios da Saúde e do Meio Ambiente em seus sítios (alguns apresentados nas Referências Bibliográficas se a colocação de cartazes informativos sobre a ências da não separação tazes são apresentados nas imento que o proprietário seja o implantação e execução das atividades relacionadas ao gerenciamento dos resíduos, uma vez que não existem outras pessoas envolvidas nas atividades do PGRSS para o dia-a-dia que não estiverem Gerenciamento de Resíduos de Estabelecimentos de BRASIL. Ministério da Saúde. Agência Nacional de Vigilância Sanitária. Manual de 25 BRUNO, Ricardo. Cartilha do Plano de Gestão dos Resíduos de Serviços de Saúde. Centro Tecnológico Ambiental, Qualidade, Saúde e Segurança Ocupacional. Rio de Janeiro, 2006. GOIAS (Estado). Secretaria do Estado da Saúde. Manual de Gerenciamento de Resíduos de Serviços de Saúde. Goiás, 2004. PARANÁ (Estado). Secretaria do Meio Ambiente e Recursos Hídricos. Cartilha Desperdício Zero, Kit Resíduos 6. Paraná, 2005. UNCTAD. United Nations Conference on Trade and Development. Environmental Financial Accounting and Reporting at the Corporate Level. Geneva, 1998. ASSOCIÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. NBR 10004: resíduos sólidos: classificação. Rio de Janeiro, 2004. NBR 12235: armazenamento de resíduos sólidos perigosos. Rio de Janeiro, 1992. NBR 12810: coleta de resíduos de serviços de saúde. Rio de Janeiro, 1993. NBR 13853: coletores de resíduos de saúde perfurantes ou cortantes: requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 1997. NBR 1475: ficha de informações de segurança de produtos químicos. Rio de Janeiro, 2001. NBR 7500: símbolos de risco e manuseio para o transporte e armazenamento de material. Rio de Janeiro, 2000. NBR 9191: sacos plásticos para acondicionamento de lixo: requisitos e métodos de ensaio. Rio de Janeiro, 2000. CONSELHO NACIONAL DO MEIO AMBIENTE. Resolução n° 6, de 19 de setembro de 1991: “Dispõe sobre a incineração de resíduos sólidos provenientes de estabelecimentos de saúde, portos e aeroportos”. Resolução n° 5, de agosto de 1993: “Estabelece definições, classificação e procedimentos mínimos para o gerenciamento de resíduos sólidos oriundos de serviços de saúde, portos e aeroportos, terminais ferroviários e rodoviários”. Resolução n° 275, de abril de 2001: “Estabelece código de cores para diferentes tipos de resíduos na coleta seletiva”. Resolução n° 283 de 12, de julho de 2001: “Dispõe sobre o tratamento e a destinação final dos serviços de saúde”. 26 ANEXOS ANEXO I – Alvará Sanitário FARMÁCIA TRINDADE. 27 ANEXO II – Alvará de Funcionamento da FARMÁCIA TRINDADE. 28 ANEXO III – Controle de pragas FARAMÁCIA TRINDADE. 29 ANEXO IV – Certidão de Regularidade FARMÁCIA TRINDADE. 30 ANEXO V – Licença Ambiental de Operação. 31 ANEXO VI – Contrato de prestação de serviço. 32 ANEXO VII – Manifesto para transporte de Resíduos Perigosos. 33 ANEXO VIII – Auto de Intimação.
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