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Lehninger, 6ª ed, 2014 Capítulo 25 Leonardo Dutra Rubim Curso de Farmácia na Universidade Estadual de Londrina – UEL Leonardo.dutra@uel.br V. 1 mailto:Leonardo.dutra@uel.br ➢ Tradução: processo final do dogma central da biologia molecular em que há a leitura do código genético no mRNA para a síntese de proteínas específicas. ➢ Aminoacil-tRNA-sintetase: enzima responsável por catalisar o processo de ativação dos aminoácidos por ATP ➢ Códon: trinca de nucleotídeo que codifica um aminoácido específico (são lidos de maneira sucessiva e sem sobreposição no mRNA) ➢ O primeiro códon é (~) específico para cada aminoácido e determina a fase de leitura ➢ Códon de iniciação (AUG): codifica resíduos Met na posição interna dos polipeptídeos e inicia o processo de adição de aminoácidos ➢ Códon de terminação (UAA, UAG, UGA): sinalizam a parada da síntese e não codificam aminoácido nenhum. ➢ Fase de leitura aberta (ORF): fase de leitura que não apresenta um códon de terminação entre 50 ou mais códons consecutivos. Geralmente, quando longas, codificam proteínas. ➢ O código genético é degenerado: um aminoácido pode ser codificado por mais de uma trinca de nucleotídeos. ➢ Anticódon: sequência de três bases nos tRNA que pareiam com os códons no mRNA ➢ A primeira base do códon pareia com a terceira bse do anticódon Lehninger, 6ª ed, 2014 Capítulo 27 1 Código genético ➢ Ribossomos eucarióticos: ❑ Diâmetro de cerca de 23nm ❑ Coeficiente de sedimentação: 80S ❑ Subunidades 60S e 40S ➢ Ribossomos procarióticos: ❑ Diâmetro de cerca de 28nm ❑ Coeficiente de sedimentação: 70S ❑ Subunidades 30S e 50S Lehninger, 6ª ed, 2014 Capítulo 27 2 Código genético → Relembrando ← ➢ Proposto por Crick ➢ Explica como um tRNA pode ler mais de um códon com o mesmo anticódon na mesma molécula de tRNA ➢ A inespecíficidade da terceira base garante uma dissociação rápida do anticódon, o que aumenta a velocidade da tradução ➢ Nucleotídeo Iosinato (I): ❑ Contém hipoxantina como base (incomum) ❑ Pode formar ligações de hidrogênio fracas com U, A e C ❑ Presente no anticódon 1. As duas primeiras bases de um códon no mRNA sempre estabelecem pareamento fortes de bases do tipo Watson-Crick com bases correspondentes no anticódon. Confere maior parte da especificidade 2. A primeira base do anticódon determina o número de códons reconhecidos pelo tRNA ❑ Se for C ou A: pareamento específico ❑ Se for U ou G: pareamento pouco específico ❑ Se for I: pareamento inespecífico 3. Quando um aminoácido é especificado por diversos códons diferentes, os códons que diferem em uma das 2 primeiras bases necessitam de t RNA diferentes. 4. Um mínimo de 32 tRNA são necessários para traduzir todos os 61 códons (31 para codificar aminoácidos e 1 para o início da tradução) Lehninger, 6ª ed, 2014 Capítulo 27 3 ➢ Formados por uma única fita de RNA enovelada numa estrutura tridimensional ➢ Em 2 dimensões, os tRNA tem possuem um padrão de ligações de H que formam um padrão de folha de trevo com quatro braços ➢ Em 3 dimensões tem formato de um L torcido ➢ Braço do aminoácido: pode carregar um aminoácido específico ➢ Braço do anticódon: contém o anticódon ➢ Braço D (carrega o nucleotídeo incomum di- hidrouridina (D)) e o braço TψC (contém ribotimidina (T) e pseudouridina (c): contribuem com interações importantes para o enovelamento das moléculas de tRNA, e o braço TψC interage com o rRNA da subunidade maior do ribossomo Lehninger, 6ª ed, 2014 Capítulo 27 4 Síntese proteica ➢ Necessidades químicas: ❑ Grupamento carboxila de cada aminoácido deve ser ativado para facilitar a formação da ligação peptídica. ❑ Um elo deve ser estabelecido entre cada novo aminoácido e a informação contida no mRNA que o codifica. ➢ Ambas as necessidades são supridas quando o aminoácido certo é ligado ao tRNA certo em uma reação que ocorre no citosol ➢ A ligação covalente de cada um dos aminoácidos a um tRNA específico é feita pela enzima aminoacil-tRNA- sintetase, as custas de ATP e íon Mg. ➢ Quando ligados ao seu aminoácidos (aminoacilados), os tRNA são considerados “carregados” ➢ Gasto de duas ligações fosfato de alta energia, tornando a reação global irreversível Lehninger, 6ª ed, 2014 Capítulo 27 5 Síntese proteica ➢ O mRNA se liga a subunidade menor do ribossomo e ao aminoacil-tRNA iniciador ➢ A subunidade ribossômica maior se liga para formar o complexo de iniciação ➢ O aminoacil-tRNA estabelece um pareamento de bases com o códon AUG do mRNA. ➢ Esse processo acontece por proteínas citosólicas, chamadas fatores de iniciação e requer GTP ➢ Etapa 1: ❑ A subunidade 30S se liga aos fatores de iniciação IF1 e IF3 ❑ O Fator IF3 impede que as subunidades 30S e 50S se combinem prematuramente ❑ O mRNA se liga a subunidade 30S ❑ A Sequência de Shine-Dalgarno, presente no mRNA, guia o códon iniciador (5’)AUG até a posição correta (sequência consenso: 4 a 9 resíduos de purina, 8 a 13 pb no lado 5’ do códon de início, que pareia com os resíduos de pirimidina complementar no rRNA ❑ O primeiro aminoácido a ser adicionado, codificado pelo códon AUG, é a n- formilmetionina (fMet), que é carregado pelo tRNA aminoacilado tRNAfMet. Essa inserção acontece no sítio P (complexo fMet-tRNAfMet se liga somente ao sítio p) → IMPORTANTE ← Lehninger, 6ª ed, 2014 Capítulo 27 6 Síntese proteica em procariotos ❑ Os outros aminoácidos adicionados pelo ribossomo chegam pelo tRNAmet ao sítio A de ligação e só depois passam para o sítio P. Os resíduos de Metionina adicionados intracadeia e codificados pelo códon AUG, também são adicionados pelo RNAmet ❑ Sítio E: sítio de saída dos tRNA não carregados que já terminaram a inserção ➢ Etapa 2: O complexo constituído da subunidade 30S do ribossomo, do IF-3 e do mRNA se junta ao IF-2 ligado a GTP e ao fMet-tRNAfMet iniciador. O anticódon desse tRNA pareia então corretamente com o códon iniciador do mRNA. ➢ Etapa 3: esse grande complexo se combina com a subunidade 50S do ribossomo; simultaneamente, o GTP ligado ao IF-2 é hidrolisado a GDP e Pi, os quais são liberados do complexo. Nesse ponto, todos os três fatores de iniciação saem do ribossomo. Formação da N-formilmetionina- tRNAfMet (fMet-tRNAfmet): Primeiro a metionina é ligada ao tRNAfmet pela ação da Met-tRNA- sintetase e depois uma transformilase transfere um grupo formila do N10- formiltetra-hidrofolato para o grupo amino do resíduo de metionina. Lehninger, 6ª ed, 2014 Capítulo 27 7 Síntese proteica em procariotos ➢ Fatores de alongamento: (EF-Tu, EF-Ts, EF-G em bactérias) ➢ Precisa de 4 moléculas de GTP ➢ As etepas de inserção se repetem enquanto houverem resíduos de aminoácidos a serem adicionados ➢ Etapa 1: ❑ O aminoalcil-tRNA que entra se liga a um complexo de EF-Tu ligado a GTP ❑ O complexo resultante aminoacil-tRNA –EF-Tu-GTP se liga ao sitio A do complexo de inciação 70S. ❑ O GTP é hidrolisado e o complexo EF-Tu-GDP é liberado (depois é regenerado) ➢ Etapa 2: ❑ Ocorre a formação de uma ligação peptídica entre os dois aminoácidos ligados por meio dos tRNA aos sítios A e P. Isso ocorre por meio da transferência do grupo N-formilmetionil do tRNA iniciador para o grupo amino do segundo aminoácido, agora no sítio A ❑ Essa reação produz um dipeptidil-tRNA no sítio A, e o tRNAfMet “não carregado” (desacilado) permanece ligado ao sítio P. Os tRNA mudam então para um estado híbrido de ligação, com elementos de cada um deles estendendo-se sobre dois sítios diferentes no ribossomo ❑ Essa reação é catalisada pela peptidil- trasnferase (rRNA 23S) ➢ Etapa 3: ❑ Ocorre a translocação ❑ O ribossomo move um códon em direção a extremidade 3’ do mRNA ❑ Esse movimento de translocação, coloca o dipeptidil-tRNA que estava no sítio A, no sítio P e o tRNA desacilado que estava no sítio P, para o sítio E, a partir do qual o tRNA é liberado no citosol ❑ O movimento reque o fator EF-G (translocase) e a energia fornecida pela hidróliseuma molécula de GTP ➢ A cada novo aminoácido adicionado, o ciclo se repete ➢ Para cada resíduo adicionado corretamente, dois GTP são hidrolisados a GDP e Pi ➢ O sentido da inserção é 5’ → 3’ Lehninger, 6ª ed, 2014 Capítulo 27 8 Síntese protêica em procariotos ➢ Sinalizada pelos códons de terminação (UAA, UAG, UGA) ➢ Fatores de terminação ou fatores de liberação (RF1, RF2 e RF-3): ❑ Hidrólise da ligação peptidil-tRNA terminal ❑ Liberação do polipeptídeo e do último tRNA ❑ Dissociação do ribossomo 70S em 30S e 50S ➢ O RF1 reconhece os códons UAG e UAA, enquanto o RF2 reconhece o UGA e UAA ➢ A ligação desse fator, induz a peptidil-transferase a transferir o polipeptídeo nascente para uma molécula de água, invés de outro aminoácido ➢ Um ATP adicional é gasto a cada aminoácido adicionado erroneamente e corrigido pela aminoacil- tRNA-sintetase Ativação do aminoácido ATP → AMP + 2 Pi 1° etapa do alongamento GTP →GDP + Pi 3° etapa do alongamento GTP → GDP + Pi Total 4 NTPs → NDPs ❑ Necessário em algumas proteínas para entrarem na forma biologicamente ativa ❑ Proteinas chaperonas tem papel importante no enovelamento correto ➢ Modificações aminoterminais e carboxiterminais: retirada enzimática dos grpos formil, resídio Met aminoterminal e alguns resíduos adicionais. ➢ Perda das sequências sinalizadoras: retirada de sequências sinalizadoras da extremidade aminoterminal de algumas proteínas. ➢ Modificação de aminoácidos individuais: os grupos hidroxila de certos resíduos Ser, Thr e Tyr de algumas proteínas são enzimaticamente fosforilados por ATP; os grupos fosfato adicionam cargas negativas a esses polipeptídeos. ➢ Ligação de cadeias laterais de carboidratos: as cadeias laterais de carboidratos das glicoproteínas são ligadas covalentemente durante ou após a síntese do polipeptídeo. ➢ Adição de grupos isoprenila: Várias proteínas eucarióticas são modificadas pela adição de grupos derivados do isopreno (grupos isoprenila) ➢ Adição de grupos prostéticos ➢ Processamento proteolítico: Muitas proteínas são inicialmente sintetizadas como polipeptídeos precursores longos e inativos, os quais são clivados proteoliticamente para dar origem às formas menores e ativas das proteínas. Lehninger, 6ª ed, 2014 Capítulo 27 9 Síntese protêica em procariotos ➢ Processamento proteolítico: muitas proteínas são inicialmente sintetizadas como polipeptídeos precursores longos e inativos, os quais são clivados proteoliticamente para dar origem às formas menores e ativas das proteínas. ➢ Formação de pontes dissulfeto: após se dobrarem nas suas conformações nativas, algumas proteínas formam pontes dissulfeto entre resíduos de Cys presentes em uma mesma cadeia ou em cadeias diferentes.
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