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Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 1)
HABEAS CORPUS. ATO INFRACIONAL ANÁLOGO AO CRIME DE TERRORISMO. ART. 5º, C/C O ART. 2º, § 1º, I E V, DA LEI N. 13.260/2016. ELEMENTARES DO TIPO. MOTIVAÇÃO POR RAZÕES DE XENOFOBIA, DISCRIMINAÇÃO OU PRECONCEITO DE RAÇA, COR, ETNIA E RELIGIÃO NÃO CARACTERIZADA. TIPO PENAL DO ART. 5º SUBSIDIÁRIO EM RELAÇÃO AO ART. 2º DA LEI ANTITERRORISMO.
1. O tipo penal exerce uma imprescindível função de garantia. Decorrente do princípio da legalidade, a estrutura semântica da lei incriminadora deve ser rigorosamente observada e suas elementares devem encontrar adequação fática para que o comando secundário seja aplicado. 2. O uso da expressão “por razões de” indica uma elementar relativa à motivação. A construção sociológica do ato de terrorismo conjuga motivação e finalidade qualificadas, compreensão essa englobada na tipificação penal brasileira. 3. O delito do art. 5º funciona como soldado de reserva em relação ao delito de terrorismo, art. 2º, ambos da Lei n. 13.260/2016. Trata-se de criminalização dos atos preparatórios do delito de terrorismo, expressão que remete ao dispositivo anterior, exigindo a interpretação sistemática. A tipificação da conduta descrita no art. 5º exige a motivação por razões de xenofobia, discriminação ou preconceito de raça, cor, etnia e religião, expostas no art. 2º da Lei Antiterrorismo. 4. O Tribunal local, ao dispensar a motivação constante do dispositivo legal, terminou por admitir a configuração do delito sem a clara definição da motivação. Trata-se de operação indevida, visto que admite a perpetração de (ato infracional análogo a) crime, sem que estejam devidamente configuradas todas as suas elementares. 5. Ordem concedida para cassar o acórdão impugnado, afastando a capitulação da conduta como ato infracional análogo ao crime descrito no art. 5º, c/c o art. 2º, § 1º, I e V, da Lei n. 13.260/2016, e determinar o rejulgamento da causa pelo Tribunal local, como se entender de direito.
(HC 537.118/RJ, Rel. Ministro SEBASTIÃO REIS JÚNIOR, SEXTA TURMA, julgado em 05/12/2019, DJe 11/12/2019)
 
Disponível em: https://ww2.stj.jus.br/processo/revista/documento/mediado/?componente=ITA&sequencial=1898827&num_registro=201902961109&data=20191211&formato=PDF. Acesso em: 26 dez. 2019.
 
A partir da jurisprudência do Superior Tribunal de Justiça supracitada, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
 
I. A lei surge em razão da pretensão de natureza punitiva reservada ao Estado a fim de adotar comportamentos repressivos aos delitos listados no Código Penal como atos criminosos em virtude da aplicação do princípio da legalidade. 
 
PORQUE
 
II. Pela aplicação do princípio da legalidade, o Estado não pode castigar um comportamento que não esteja descrito nas leis por ele elaboradas, sendo, portanto, tal princípio uma garantia de todos, além de assegurar as pretensões punitivas e reparadoras das vítimas dos delitos.
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A)
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
B)
As asserções I e II são proposições falsas.
C)
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
D)
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
E)
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 2)
Para a melhor doutrina, há divisão do delito em três aspectos: tipicidade, antijuridicidade e culpabilidade. Essa divisão facilita e racionaliza a aplicação do direito, garantindo a segurança contra as arbitrariedades e as contradições que frequentemente poderiam ocorrer. Permite, ainda, a busca de um resultado final mais adequado e mais justo. Dessa forma, uma vez afirmada a tipicidade da conduta, o seguinte degrau valorativo corresponde à análise da antijuridicidade. (BITENCOURT, Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal. 23. ed. rev., ampl. e atual. São Paulo: Saraiva, 2017, v. 1: Parte Geral, p. 398)
 
Acerca do conceito de antijuridicidade, avalie as afirmações a seguir.
 
I. É a relação de contrariedade entre o fato e o ordenamento jurídico.
II. É o enquadramento do caso concreto descrito em abstrato à norma penal.
III. É a reprovação dada pelo ordenamento e pela sociedade à conduta do infrator.
 
É correto o que se afirma apenas em
A)
III.
B)
II e III.
C)
I.
D)
I e II.
E)
II.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 3 - (Enade, 2018) )
 
TEXTO 1
O princípio da legalidade, também conhecido por princípio da reserva legal, surgiu historicamente com a revolução burguesa e exprime, em nosso campo, o mais importante estágio do movimento então ocorrido na direção da positividade jurídica e da publicização da reação penal. Por um lado, resposta pendular aos abusos do absolutismo e, por outro, afirmação da nova ordem, o princípio da legalidade a um só tempo garantia o indivíduo perante o poder estatal e demarcava esse mesmo poder como o espaço exclusivo da coerção penal. Sua significação e alcance políticos transcendem o condicionamento histórico que o produziu, e o princípio da legalidade constitui a chave mestra de qualquer sistema penal que se pretenda racional e justo.
BATISTA, N. Introdução crítica ao direito penal brasileiro. 11. ed. Rio de Janeiro: REVAN, 2007 (adaptado).
 
TEXTO 2
No ano de 2004, um indivíduo foi acusado de ter alterado a fachada e a estrutura de uma edificação histórica, tombada por lei no ano de 1993. Entretanto, a Lei dos Crimes Ambientais só passou a ter vigência no ano de 1998.
 
A partir do fragmento de texto apresentado e da situação hipotética narrada, avalie as afirmações a seguir.
 
I. Uma das funções do princípio da legalidade é servir de guia orientativo na persecução estatal do injusto penal.
II. Proibir o emprego da analogia para criar crimes, fundamentar ou agravar penas e proibir incriminações vagas e indeterminadas são algumas das funções do princípio da legalidade, compreendido pela ótica de garantia individual.
III. Em matéria de proibição penal, desde que garantido o monopólio do Poder Legislativo, é possível a criação de tipos penais por meio de medida provisória, desde que devidamente indicadas a urgência e a necessidade da medida na edição do ato legal.
IV. O brocardo nullum crimen nulla poena sine lege, segundo o qual não há viabilidade de aceitação de uma denúncia que impute a alguém um crime que ainda não estava previsto como tal quando da prática da conduta, é perfeitamente adequado ao caso apresentado.
 
É correto apenas o que se afirma em
A)
II e IV.
B)
I.
C)
II, III e IV.
D)
I, III e IV.
E)
I, II e III.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 4)
A palavra "Criminologia" foi empregada pela primeira vez por Paul Topinard, em 1883, e aplicada internacionalmente pelo italiano Raffaele Garofalo em 1885, em sua obra Criminologia. Conforme ensina Alvino Augusto de Sá, criminologia clínica é a cieência que, valendo-se dos conceitos, princípios e métodos de investigação médico-psicológica (e sociofamiliar), ocupa-se do indivíduo condenado, para nele investigar a dinâmica de sua conduta criminosa, sua personalidade e seu “estado perigoso” (diagnóstico) e as perspectivas de seus desdobramentos futuros (prognóstico), para, assim, propor estratégias de intervenção, com vista à superação ou contenção de uma possível tendêcia criminal, e para evitar a reincidência (tratamento).
SÁ, Alvino Augusto de. Criminologia clinica e psicologia criminal. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2007.
 
Sobre a concepção de vitimologia e de criminologia, é correto afirmar que
A)
considera-se cifra negra a criminalidade registrada, investigada pela Polícia, elucidada pelo poder da polícia e julgada pelo poder judiciário.
B)
o indivíduoincapaz de cuidar-se e bastar-se a si mesmo, com “QI” abaixo de 20 e idade mental abaixo de 3 anos tem seu estado mental caracterizado como anerotismo.
C)
academicamente, a Criminologia começa com a publicação da obra de Cesare Becarria chamada L'Uomo Delinquente ("O Homem Delinquente", em tradução livre), em 1876. Sua tese principal era a do delinquente nato. Com isso, Becarria pretendia identificar o criminoso por intermédio de sua aparência física (orelha, tamanho da cabeça, ossos, cor da pele, olhos) e, inclusive, de procedência espacial (asiáticos, indígenas, etc.), o que se comprovou completamente equivocado.
D)
dentre as ideias defendidas pelo Marquês de Beccaria, relativamente aos delitos e às penas, a pena deveria ser prontamente imposta para que o castigo pudesse relacionar-se com o crime.
E)
a vitimologia estuda a vítima e sua relação com o crime e o criminoso (estuda a proteção e tratamento da vítima, bem como sua possível influência para a ocorrência do crime), enquanto a criminologia é o conjunto de conhecimentos a respeito do crime, da criminalidade e suas causas, da vítima, do controle social do ato criminoso, bem como da personalidade do criminoso e da maneira de ressocializá-lo.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 5)
A revolução paradigmática realizada pela teoria sociológica do labelling approach permitiu a expansão e o aprofundamento das teorias do conflito em Criminologia, revelando-se a seletividade penal como nota característica dos sistemas punitivos.
De acordo com Edwin H. Sutherland e sua teoria da associação diferenciada, o comportamento desviado (criminoso):
A)
resulta de um processo de aprendizagem de padrões de conduta favoráveis à violação da lei, devendo-se nisto abranger os denominados crimes de colarinho branco.
B)
resulta de um processo de aprendizagem de padrões de conduta favoráveis à violação da lei, estimulando as tendências criminais preexistentes na natureza do criminoso.
C)
abrange os denominados crimes de colarinho branco, realizados por indivíduos que, embora sem influência econômica e política, escapam ao processo de criminalização secundária.
D)
provém de fatores e circuntâncias sociais e ambientais, justificando-se o porquê de os mais pobres cometerem mais crimes do que os mais ricos.
E)
decorre do somatório de características biopsíquicas do indivíduo atávico, também denominado de criminoso nato.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 6)
Qual o tratamento dado pelo Código Penal ao agente que, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, era, ao tempo da ação ou da omissão, inteiramente incapaz de entender o caráter ilícito do fato ou de determinar-se de acordo com esse entendimento?
A)
A conduta do agente será excluída.
B)
O agente terá a pena diminuída, na terceira fase da dosimetria, de 1 (um) a 2/3 (dois terços).
C)
O agente será beneficiado por excludente supralegal de ilicitude.
D)
O agente estará isento de pena.
E)
O agente será beneficiado por uma agravante genérica prevista na parte geral do Código Penal.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 7)
A culpabilidade, como fundamento da pena, refere-se ao fato de ser possível ou não a aplicação de uma pena ao autor de um fato típico e antijurídico, isto é, proibido pela lei penal. Para isso, exige-se a presença de uma série de requisitos – capacidade de culpabilidade, consciência da ilicitude e exigibilidade da conduta – que constituem os elementos positivos específicos do conceito dogmático de culpabilidade. A ausência de qualquer desses elementos é suficiente para impedir a aplicação de uma sanção penal.
(BITENCOURT. Cezar Roberto. Tratado de Direito Penal: parte geral: volume 1. 8. ed. São Paulo: Saraiva, 2003.)
 
A partir do texto acima, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
 
I. A culpabilidade, para ser aferida, deve preencher alguns requisitos. O agente, para ser culpável, deve ser imputável, ter potencial consciência da ilicitude e ser-lhe possível agir, no caso concreto, de forma diversa.
PORQUE
II. Não há que se falar em culpabilidade, caso o agente sofra de incapacidade absoluta, por doença mental ou desenvolvimento mental incompleto ou retardado, seja menor de 18 anos, ou esteja completamente embriagado por caso fortuito/força maior.
 
A respeito dessas asserções assinale a opção correta.
A)
As asserções I e II são proposições falsas.
B)
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
C)
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
D)
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
E)
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 8)
O Direito Penal cuida da descrição e análise de condutas que são conceituadas como crime. Nesse universo amplo, o crime pode ser analisado sob vários enfoques diferenciados e também pode ser conceituado a depender da análise que se faz. A doutrina nos traz três enfoques diferentes para analisar o crime: o crime em um conceito formal, em um conceito material e em um conceito analítico; cada um dando ênfase a um aspecto da conduta e do tratamento legal que recebe. O mais difundido conceito material de crime é o que o enfoca como fato ofensivo (grave) desvalioso a bens jurídicos muito relevantes. Ele realça seu aspecto danoso (sua danosidade social) e o descreve como lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico. Crime, portanto, seria o fato humano lesivo ou perigoso (ofensivo) a um interesse relevante.
 
GOMES, Luiz Flávio; MOLINA, Antônio García-Pablos de; CUNHA, Rogério Sanches. Direito Penal: parte geral. 2. ed. São Paulo: Editora Revista dos Tribunais, 2009.
 
Nesse contexto, a respeito do conceito material de crime, julgue os itens a seguir.
 
I. O crime é visto a partir da sua definição legal, levando em consideração a conduta analisada no tipo penal.
 
II. O enfoque do crime é dado ao bem jurídico que a sua prescrição penal visa proteger, por exemplo, no homicídio, a vida.
 
III. O crime pode ser definido como uma conduta que resulta em uma lesão ou perigo de lesão ao bem jurídico.
 
IV. O crime pode ser definido como toda conduta que é contrária ao preceito legal que a conceitua. 
 
É correto o que se afirma em
A)
I e IV, apenas. 
B)
I, II e IV, apenas. 
C)
II e III, apenas. 
D)
III, apenas. 
E)
I, II, III e IV.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 9)
O Direito Penal Brasileiro é formado por vários princípios os quais visam à proteção do criminoso como pessoa, preservando sua dignidade, da vítima que sofre com as condutas criminosas que atingem seus bens em sentido amplo, bem como de toda a ordem social pública e privada, com o escopo máximo de preservação da ordem e concretização da paz social. Tendo este objeto amplo e de difícil administração, incumbe ao Direito Penal focar em condutas que efetivamente sejam relevantes, e é nesse sentido que surgem o princípio da insignificância, o qual deixa de punir pequenos atos criminosos sem grandes impactos sociais e que muito se discute sua abrangência, e o princípio da adequação social, pelo qual o Direito Penal deixa de considerar conduta criminosa aquela que a sociedade acaba por incorporar na sua vida cotidiana como "socialmente aceita".
 
A respeito do princípio da adequação social na evolução do Direito Penal Brasileiro, avalie as asserções a seguir e a relação proposta entre elas.
 
I. Um dos grandes exemplos práticos da aplicação do princípio da adequação social foi a revogação da norma que indicava o adultério como conduta criminosa, realizada em razão da aceitação social.
 
PORQUE
II. O fato de o adultério, por si só, deixar de ser socialmente repelido acabou por fazer a criminalização da conduta ser deixada de lado pelo aplicador e, consequentemente, pelo legislador.  
 
A respeito dessas asserções, assinale a opção correta.
A)
A asserção I é uma proposição verdadeira, e a II é uma proposição falsa.
B)
As asserções I e II são proposiçõesfalsas.
C)
A asserção I é uma proposição falsa, e a II é uma proposição verdadeira.
D)
As asserções I e II são proposições verdadeiras, e a II é uma justificativa da I.
E)
As asserções I e II são proposições verdadeiras, mas a II não é uma justificativa da I.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 10)
Texto I
Quando colocados diante dos desafios postos pela neurociência, os penalistas acabam não reagindo de maneira uniforme. Isso porque o conceito jurídico de culpabilidade é, em si, altamente controverso, especialmente no que se refere à questão da presença ou ausência do livre-arbítrio. Essa falta de consenso reflete-se no constante desenvolvimento de novas teorias – ora afirmando o livre-arbítrio, ora negando-o, ora mantendo sobre ele uma posição agnóstica, sempre no intuito de extrair daí possíveis consequências para o direito penal. Tais esforços teóricos, contudo, perdem força diante da constatação de que em nenhuma ordem jurídica do mundo é possível encontrar uma definição positiva e juridicamente vinculante de culpabilidade.
Disponível em: https://www.scielo.br/scielo.php?script=sci_arttext&pid=S1808-24322017000301052&lng=pt&tlng=pt. Acesso em: 18 maio 2020.
 
 Texto II
O uruguaio Roberto Canessa era um dos 45 passageiros do avião que caiu na Cordilheira dos Andes, no Chile, em 1972. Ao todo, 12 pessoas morreram na queda, seis nos dias seguintes - quando uma avalanche atingiu os destroços do avião - e 11 pela escassez de alimentos e pelas condições críticas. Os 16 sobreviventes, integrantes de um time de rúgbi, tiveram que se alimentar dos corpos para ter qualquer chance de aguentar até o resgate, que demorou dois meses. Em entrevista ao programa Victoria Derbyshire, da BBC, Canessa, que hoje é um bem-sucedido cardiologista, conta o drama que motivou a decisão. O resgate demorou dois meses. Canessa, que tinha 19 anos à época, caminhou com um colega por 11 dias até encontrar pastores no pé da cordilheira. No início, eles sobreviveram com barras de chocolate, doces e pequenos lanches que encontraram nas bagagens. Derreteram gelo para água e usaram bancos do avião como camas. Eles conseguiram fazer um rádio funcionar e ouviram as notícias sobre o fim das buscas ao avião, cerca de uma semana após a queda. Quando a comida acabou, os sobreviventes tiveram que tomar a decisão radical.
Disponível em: https://www.bbc.com/portuguese/noticias/2016/03/160307_andes_vivos_tg. Acesso em: 18 maio 2020.
 
Considerando as informações expostas nos dois textos e o Código Penal brasileiro, é correto afirmar que o time de rúgbi agiu em
A)
estado de necessidade, excluindo a culpabilidade.
 
 
B)
exercício regular de direito, excluindo a imputabilidade da conduta.
C)
estado de necessidade, excluindo a antijuricidade.
D)
inexigibilidade de conduta diversa, tornando o ato antijurídico.
 
 
E)
estrito cumprimento do direito, excluindo a antijuricidade.
 
 
 
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 11)
Para o Direito Penal, delito é:
A)
O delito é uma ciência que estuda o comportamento por meio da perícia.
B)
O delito é o fato social.
C)
O delito é o fato atípico e antijurídico.
D)
O delito é um fenômeno da sociedade moderna.
E)
O delito é o fato típico e antijurídico.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 12)
Bentinho foi denunciado pelo Ministério Público por ter proferido uma paulada na cabeça de Escobar. Regularmente citado, Bentinho constituiu um defensor que apresentou resposta à acusação dentro do prazo legal, no âmbito da qual alegou, como matéria de mérito, que, de fato, proferiu a paulada na cabeça de Escobar porque este estava com uma arma em punho e proferiu disparo, porém a arma não funcionou nas duas vezes em que Escobar acionara o gatilho. Nesse contexto, a conduta de Bentinho, uma vez provado nos autos, configura
A)
legítima defesa.
B)
erro de tipo.
C)
estado de necessidade.
D)
erro de proibição.
E)
exercício regular de direito.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 13)
Texto I
A atual transformação do direito penal em um direito de segurança pós-preventivo vem sendo acompanhada de um intenso debate sobre o princípio da culpabilidade. Este debate, no entanto, aparece como sendo desencadeado por outros fatores, pois o conceito jurídico-penal de culpabilidade é também objeto das atuais discussões sobre as possíveis implicações das mais recentes descobertas no campo da neurociência. Neste âmbito, proeminentes cientistas alemães como Wolf Singer, Gerhard Roth e Hans Markowitsch, partindo de uma visão fortemente determinista, vêm se posicionando contra o conceito de culpabilidade e contra qualquer pena sobre ele fundada, sustentando que, sendo nossas decisões e ações absolutamente predeterminadas por processos neurológicos, não restaria espaço para o livre-arbítrio; e não sendo livre nossa vontade, então ninguém poderia ser responsabilizado pela ocorrência de um delito (ao menos não no sentido usual, segundo o qual um autor disporia da capacidade plena de agir de forma diversa, de não cometer um crime).
GÜNTHER, Klaus. O desafio naturalístico de um direito penal fundado na culpabilidade. Revista Direito GV, 13(3), 1052-1077, 2017. Disponível em: https://doi.org/10.1590/2317-6172201741. Acesso em: 18 maio 2020.
 
Texto II
Carlos, 55 anos de idade, policial civil aposentado, por volta das 8:00 da manhã estava praticando exercícios na orla da Lagoa da Pampulha em Belo Horizonte-MG, quando foi atacado por um cachorro da raça pit bull. Segundo Carlos, o cachorro estava correndo solto pelo local, sem focinheira, no momento em que, ao passar pelo cachorro, foi atacado com mordidas no antebraço e no tórax. Diante de tal situação, Carlos, que estava portando uma arma de fogo, fez disparos para o alto, mas o cachorro persistiu com a agressão. Carlos não teve alternativa e matou o animal. Pessoas que passavam pelo local acionaram a Polícia Militar e o corpo de Bombeiros para prestar socorro a Carlos. A Polícia Militar conseguiu identificar o dono do cachorro, um homem de 40 anos, morador da região, que foi encaminhado para a delegacia de polícia mais próxima da região, onde prestou depoimento e foi liberado após assinar termo de comparecimento. Segundo o dono do animal, o cachorro era dócil e havia fugido de sua casa sem que ele percebesse; afirmou ainda que iria tomar as providências cabíveis pela morte do animal. Frente a tal situação, Carlos procurou por auxílio um advogado para saber o que poderia ser alegado em sua defesa.
Considerando as informações expostas nos dois textos, é correto afirmar que o advogado de Carlos poderá alegar em sua defesa
A)
estado de necessidade defensivo, excluindo a ilicitude.
B)
estado de necessidade agressivo, excluindo a culpabilidade.
C)
estrito cumprimento do dever legal, excluindo a antijuricidade.
D)
legítima defesa sucessiva, excluindo a culpabilidade.
 
 
E)
inexigibilidade de conduta diversa, tornando o ato antijurídico.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 14)
“O crime deve ser analisado como um problema com sua face humana e dolorosa”.
PENTEADO FILHO, Nestor Sampaio. Manual Esquemático de Criminologia. 9. ed. São Paulo: Saraiva Jur, 2019. p. 22.
 
O objeto de estudo da criminologia se ocupa de quatro vertentes: delito, delinquente, vítima e controle social.
Nesse contexto, para a Escola Clássica, o delinquente (criminoso) era entendido como:
I. Um ser que pecou, que optou pelo mal, embora pudesse e devesse escolher o bem.
II. Um ser atávico, preso à sua deformação patológica (às vezes, nascia criminoso).
III. Um ser inferior e incapaz de se governar por si próprio, merecendo do Estado uma atitude pedagógica e de piedade.
IV. Uma vítima inocente das estruturas econômicas.
Assinale a alternativa com a(s) afirmativa(s) correta(s):
A)
Apenas III
B)
Apenas I
C)
Apenas III e IV
D)
Apenas II
E)
Apenas I, II e III
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 15)
O princípio da insignificância, dentro do Direito Penal, indica que, mesmo tendo ocorrido o fato típico, essa tipicidade é afastada por não ter ocorrido lesão efetivaao bem jurídico. Significa que a conduta ocorreu, mas ela é tão banal, tão pequena, que não demandaria toda a movimentação da máquina estatal para processar e punir o agente.
O Supremo Tribunal Federal indica que para ser reconhecida a exclusão da tipicidade, pelo princípio da insignificância ou da bagatela, deverão ser preenchidos alguns requisitos objetivos relacionados ao fato. Assinale a alternativa que apresenta um deles.
A)
Mínima ofensividade da conduta.
B)
Reincidência do réu.
C)
Menor reflexo social da conduta.
D)
Maior reflexo social da conduta.
E)
Ineficácia da lesão jurídica.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 16 - (Enade, 2009) )
Relativamente ao direito penal, analise as afirmativas a seguir:
I. Os crimes omissivos são aqueles em que o agente viola o dever jurídico de agir, imposto pela norma, e basta a desobediência ao comando da norma para caracterizar o delito. São condições para a ocorrência dos crimes omissivos o conhecimento da situação típica da qual surge o dever e a possibilidade física real de realizar a ação ordenada.
II. Os crimes omissivos são aqueles em que o agente viola um dever de conduta, imposto pela norma, devendo iniciar a prática de um ato concreto para que ele se materialize. São condições para a ocorrência dos crimes omissivos o conhecimento da situação típica, da qual surge o dever e a possibilidade psíquica real de realizar a ação ordenada.
III. A diferença entre os crimes omissivos próprio e impróprio é que, no primeiro, a obrigação de agir decorre da norma; ao passo que, no segundo a obrigação é resultado de um especial dever jurídico de agir. Se a mãe deixa de alimentar o filho, que morre em decorrência dessa omissão, pratica o crime de homicídio. Se um terceiro pratica a mesma conduta, pratica o crime de omissão de socorro qualificada.
IV. Em regra, todos os crimes comissivos podem ser praticados por omissão, salvo aqueles em que é necessária uma atividade do agente. São elementos do crime comissivo por omissão a abstenção da atividade que a norma impõe, a superveniência do resultado típico em virtude da omissão, a ocorrência da situação de fato da qual deflui o dever de agir.
 
Estão CORRETAS somente as afirmativas
A)
I, III e IV.
B)
I e III.
C)
II e III.
D)
I e II.
E)
II e IV.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 17)
O Supremo Tribunal Federal entende que alguns requisitos devem ser preenchidos para que seja aplicado, no caso concreto, o princípio da insignificância. Tais requisitos são de ordem objetiva e se considerados em caso específico, podem afastar a tipicidade material.
Considerando essa informação, julgue, a seguir, quais itens correspondem aos requisitos objetivos acima mencionados.
I. Reduzido grau de reprovabilidade do comportamento.
II. Ausência de periculosidade social da ação.
III. Nenhuma ofensividade da conduta.
IV. Primariedade criminal do agente.
Estão corretos apenas os itens
A)
I, III e IV.
B)
II e III.
C)
I e III.
D)
II, III e IV.
E)
I e II.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 18)
O Direito Penal é o ramo do Direito que deve evoluir com as necessidades que a sociedade lhe apresenta. Ou seja, muitas condutas consideradas criminosas em uma época, ou em razão de um determinado fato, com o passar do tempo acabam sendo socialmente incluídas na vida cotidiana e aceitas socialmente, deixando seu caráter de reprovação, senão inexistente, irrelevante para ser abarcado pela norma incriminadora. Isso se reflete na teoria da adequação social, o que significa que, apesar de uma conduta se subsumir ao modelo legal, não será considerada típica se for socialmente adequada ou reconhecida, isto é, se estiver de acordo com a ordem social da vida historicamente condicionada. E nesse contexto pode-se afirmar que o princípio da adequação social é também princípio formador da norma penal. 
 
 
A respeito dos objetivos do princípio da adequação social, julgue os itens a seguir.
 
I. Um de seus objetivos é restringir o âmbito de abrangência do tipo penal, excluindo as condutas consideradas socialmente adequadas e aceitas pela sociedade. 
 
II. Objetiva fomentar a evolução social em relação aos costumes de cada região e a tolerância entre os indivíduos em relação às inovações que a sociedade desperta.
 
III. Tem o escopo de direcionar a atividade legislativa quando da seleção das condutas que deseja proibir ou impor, com o fim de proteger os bens considerados mais importantes. 
 
IV. Possui a função de alterar as normas penais, uma vez que a conduta socialmente aceita deixa de ser crime, a lei que determina a conduta criminosa poderá ser revogada pelo ato costumeiro. 
 
É correto apenas o que se afirma em
A)
I, II e III. 
B)
III e IV. 
C)
II e IV. 
D)
I, II e IV. 
E)
I e III.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 19)
O direito penal tem como principal missão dar proteção aos valores fundamentais, selecionando assim as condutas humanas mais graves e perigosas à sociedade, aquelas que podem causar um rompimento no convívio social, protegendo, assim, bens jurídicos fundamentais como a vida, o patrimônio e a liberdade, e no caso de violação desses bens, procurando repará-los. É importante lembrar que o Direito penal é de última ratio, ou seja, ele será o último ramo do Direito a ser chamado para resolver determinadas situações diante de um caso concreto, por isso, é necessário conhecer suas bases e seus pilares, e as teorias que abordam o crime são justamente o que vão dar sustentação a ele.
 
ROLIM, Dalmir Teixeira. Teoria do crime e suas correntes ao longo do tempo. Disponível em: http://www.conteudojuridico.com.br/consulta/Artigos/46774/teoria-do-crime-e-suas-correntes-ao-longo-do-tempo. Acesso em: 15 maio 2020.
 
A partir do que foi exposto, analise a situação a seguir.
 
Karina, de 18 anos, iniciou um namoro com Júlio da mesma idade. Após dois meses de namoro, Karina conversou com Júlio sobre a possibilidade de estar grávida, Júlio disse a Karina que era muito novo para assumir tal responsabilidade e que, diante do exposto, queria terminar o namoro. Karina ficou desesperada pensado como daria aos seus pais a notícia de que estava grávida e que Júlio havia terminado o namoro com ela. Imbuída do sentimento de culpa e medo, Karina introduziu em sua cavidade vaginal uma agulha de tricô com o intuito de eliminar o feto. Ao chegarem em casa, os pais de Karina a encontram em seu quarto desmaiada e sangrando. Diante de tal situação, preocupados e sem entenderem o que estava acontecendo, levaram Karina ao hospital mais próximo da casa deles. No hospital foram informados de que Karina, pensando estar grávida, havia tentado dar fim ao feto, mas que, após exames, ficou constatado que ela nunca esteve grávida e que tal atitude teria lhe causado lesão corporal de natureza grave.
 
Mesmo não se tratando de um aborto, o hospital é obrigado a notificar o fato à autoridade policial, que instaurou um procedimento investigatório e enviou os autos ao Ministério Público, que ofereceu a denúncia em face de Karina pelo crime de aborto, qualificado pelo resultado de lesão corporal grave. Quando Karina recebeu a intimação em sua casa, ela entrou em contato com um advogado para saber as providências cabíveis neste caso.
 
Com base nas informações expostas nos textos acima, assinale a alternativa que apresenta corretamente a alegação que o advogado deve dar a Karina sobre o caso narrado.
A)
Como Karina estava desesperada, seu advogado poderá alegar a inexigibilidade de conduta diversa.
 
 
 
B)
Pelo fato de Karina não ter causado dano a terceiros, é considerada uma excludente de ilicitude.
 
 
C)
Deverá ser afastada a qualificadora, tendo em vista que esta só pode ser aplicada aos crimes praticados por terceiros.
D)
Karina deverá ser responsabilizada apenas pelo crime de lesão corporal grave.
E)
Pelo princípio da alteridade, a conduta de Karina é materialmente atípica, causa de exclusão da culpabilidade.
Criminologia e Teoria Geral do crime
Questão 20)
É pacífico, na doutrina e na jurisprudência, que o agente que furta objetos de valorirrisório deve ser absolvido com base no princípio da insignificância, uma vez que, nessas circunstâncias, está excluída
A)
a culpabilidade do agente.
B)
a tipicidade formal.
C)
a punibilidade da conduta.
D)
a tipicidade material.
E)
a ilicitude da conduta.
Eu estou ciente que as alternativas selecionadas ou não selecionadas, quando houver, são ações que estão sob minha responsabilidade.
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