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Módulo 02 - Pré-História História - 1º Bimestre - 1ª Série - Ensino Médio Paleolítico Inferior e Superior: de 2 600 000 a.C. a 10 000 a.C. O Paleolítico Inferior (do grego paleos = antigo + lithos = pedra) é o período mais longo da Pré-História. Ele abrange a fase das glaciações, quando prolongadas baixas da temperatura provocaram a expansão da calota polar, alterando profundamente o clima do Hemisfério Norte. A América do Sul também sofreu glaciações, mas antes que o homem nela se fixasse. Os geólogos identificam quatro glaciações no Hemisfério Norte. Elas começaram cerca de 600 000 anos atrás e se prolongaram, intercaladas com longos períodos mais cálidos, até perto de 10 000 a.C. Durante as épocas glaciais, os ancestrais do homem atual abrigavam-se em cavernas e viviam basicamente da caça; às vezes, a escassez de alimento os obrigava ao nomadismo. Para abater os grandes mamíferos que viveram nessas fases de baixas temperaturas (mamutes, rinocerontes lanudos, bisões e alces), os homens começaram a organizar-se em grupos e a estabelecer laços de cooperação e solidariedade, pois disso dependia a própria sobrevivência da espécie. O maior passo dado pelo homem no Paleolítico Inferior deveu-se ao Homo erectus. Trata-se da utilização do fogo, que lhe permitiu aquecer-se, obter iluminação à noite, afastar animais ferozes e cozer alimentos. O Paleolítico Superior coincide aproximadamente com a última glaciação. O homem de Cro-Magnon (o primeiro Homo sapiens sapiens que conhecemos), que surgiu por volta de 40 000 a.C., é o representante característico do período. Essa subespécie do Homo sapiens dividiu-se em várias culturas locais, distribuídas pela Espanha, pelo Sul da França e pela Europa Centro-Oriental. Os Cro-Magnon ainda eram coletores, caçadores e pescadores. Seus instrumentos, porém, passaram por transformações. Como o gelo da glaciação dificultava a obtenção de pedras, diversos utensílios começaram a ser confeccionados com ossos e marfim; o arco e a flecha surgiram nesse período, bem como arpões e agulhas. 1. A Revolução Neolítica. O Período Neolítico marca uma profunda transformação das relações do homem com a natureza, denominada Revolução Agrícola. Nesse período, verifica-se a passagem da economia de depredação (em que o homem se preocupa apenas com sua sobrevivência, destruindo recursos naturais) para uma economia de produção: quando o homem começa a plantar e aperfeiçoar, pela seleção, ervas, raízes e frutos comestíveis. É também a fase em que se inicia a domesticação de animais. O homem resolve adaptar o meio geográfico às suas necessidades e não mais se ajustar a esse meio. A vida em grupo permite a dinamização da agricultura e do pastoreio. O próprio processo de sedentarização garante o desenvolvimento da agricultura e da pecuária, assim como a melhoria de vida, promovendo então um aumento populacional. Quanto mais cresce o grupo, mais é necessário semear; e, assim, os mais jovens podem ser utilizados como força de trabalho no pastoreio e em serviços leves no campo. Sistema Integrado Copyright 1999-2020 - UNIP/Objet ivo - Todos os direitos reservados O homem é caçador ainda. Entretanto, cada vez mais passa a percorrer maiores distâncias para que possa encontrar caça, cabendo à mulher o desenvolvimento da agricultura. Mesmo assim, segundo mostra a Arqueologia, nos períodos intermediários de caça, o preparo da terra e as atividades mais difíceis eram encargos masculinos. A vida em sociedade vai se desenvolvendo. O homem vai aperfeiçoando ferramentas e armas que facilitam a vida em comunidade e o contato com a natureza. O aumento da produtividade agrícola cria a necessidade de encontrar utensílios para armazenar alimentos. Para tanto, desenvolveram-se as técnicas para a fabricação de cerâmica. Outros instrumentos deviam ser testados, e o plantio do algodão e a tosa da lã vão permitir ao homem a fabricação de tecidos, o que exige conhecimentos e cultivo de determinadas plantas, além da técnica de tecer. Nas comunidades, a terra era de uso coletivo, as técnicas de plantio eram precárias e quase não sobrava excedente de produção. O homem ainda não havia completado seu processo de sedentarização. Em torno dessa nova realidade econômica, a sociedade também passou por transformações. Os homens organizaram-se na chamada comunidade primitiva, fundada a partir de laços de sangue, idioma e costumes. A posição social do indivíduo dependia do grau de parentesco que possuía com os membros do grupo, começando a estruturar-se o conceito de família. A característica marcante desse período é a presença de monumentos megalíticos, grandes blocos de pedra que possuíam um caráter funerário, pois os mortos eram enterrados junto a eles, geralmente com seus pertences. Esses monumentos são representados pelos: menires, simples pedras fincadas no chão; dolmens, compostos por duas pedras fincadas verticalmente no chão sobre as quais repousa uma terceira, horizontalmente; cromlechs, formados por pedras dispostas em fileiras em torno de um dólmen. A evolução do homem. Da esquerda para a direita: Australopithecus, Homo habilis, Homo erectus, Homo sapienses neanderthalensis e Homo sapiens sapiens 3. A Idade dos Metais. Aos poucos, o conhecimento técnico do homem estendeu-se à fundição de metais, sendo abandonados progressivamente os instrumentos de pedra. O primeiro metal a ser fundido foi o cobre, por ser pouco duro; depois, surgiu a técnica da fundição do estanho, que permitiu a obtenção do bronze, resultado da liga desses dois minérios. Por volta de 3.000 a.C., o bronze era produzido no Egito e na Mesopotâmia, estendendo-se sua utilização, a partir daí, para algumas regiões da Europa. Sistema Integrado Copyright 1999-2020 - UNIP/Objet ivo - Todos os direitos reservados O conhecimento da metalurgia do ferro é posterior ao do cobre, tendo início apenas por volta de 1.500 a.C., na Ásia Menor. Sua difusão, porém, foi mais lenta, em virtude da dificuldade de extração e da necessidade de uma temperatura de fundição muito alta. Dessa forma, o cobre continuou predominando. No entanto, a resistência do ferro para a fabricação de armamentos contribuiu para a supremacia dos povos que souberam utilizá-lo com essa finalidade. As pequenas comunidades primitivas transformaram-se em cidades grandes e povoadas, dando origem a uma Revolução Urbana. Nesses novos centros, a economia primitiva foi substituída por uma agricultura intensiva, permitindo a produção de excedentes, além do desenvolvimento do artesanato, da manufatura e do comércio. Os homens passaram a utilizar a força de tração animal e dos ventos, a usar o carro de rodas e o barco a vela. A nova economia que se estabeleceu passou a exigir processos de contagem, padrões de medida e deu origem à escrita. A apropriação dos excedentes agrícolas e artesanais apenas por alguns membros das comunidades gerou as diferenciações sociais. Para manter seu domínio sobre a propriedade e sua posição social, alguns indivíduos passaram a organizar o poder político, com a finalidade de arbitrar nos antagonismos sociais, o que culminou no aparecimento do Estado. 4. Cronologia geral da Pré-História. Períodos Características Sociedades Paleolítico Inferior (500.000 a.C. a 30.000 a.C.) Coup de poing (machado manual sem cabo). Coup de poing aperfeiçoado e lascas. Início do emprego de ossos na confecção de objetos. Sociedade comunitária. Esboço de organização social. Nascimento da instituição familiar. Domínio do fogo. Rudimentos de linguagem. Indícios de rituais funerários. Primeiras práticas de magia. Paleolítico Nascimento da arte por meio da magia. Utilização de ossos, chifres e pedras lascadas. Instrumentos especiais para gravar e esculpir. Pequenas esculturas (Vênus de Organização social mais complexa (agrupamentos baseados em famílias e Sistema Integrado Copyright 1999-2020 - UNIP/Objet ivo - Todos os direitos reservados Paleolítico Superior (30.000 a.C. a 18.000 a.C.) (Vênus de Willendorf). Bastões de comando. Auge do trabalho com sílex. Lâminase pontas de arpão dentadas. Atiradores de dardo. Apogeu da arte das cavernas (Altamira e Lascaux). No final, declínio da produção artística. clãs). Redução do nomadismo. Desenvolvimento da linguagem. Maior diversidade de ritos funerários. Uso mais frequente da magia. Neolítico (18.000 a.C. a 5.000 a.C.) Agricultura. Domesticação de animais. Teares simples (cordas, tecidos e redes trançadas). Cerâmicas. Barcos. Formação da consciência de ser social. Embrião da vida urbana organizada em aldeias. Sedentarismo mais frequente. No final, esboço de concepções religiosas. Idade dos Metais (5.000 a.C. a 4.000 a.C.) Emprego de cobre, bronze, ferro e outros metais. Avanço técnico na agricultura, transporte e indústria. Escrita. Vida urbana, agrícola e pastoril. Sociedade estratificada. Surgimento do Estado e da religião, a partir de então como instituições definidas. Exercícios Propostos 1. "Para se dar passagem para a nova economia, fizeram-se necessárias a produção e a acumulação de excedentes, para alimentar o numeroso contingente de trabalhadores empenhados em obras coletivas, que não produziam diretamente o necessário por estarem incumbidos daquelas tarefas. A passagem do estágio da barbárie para o da civilização ocorreu, principalmente, no Vale do Indo, Nilo, Tigre e Eufrates." Com base no texto e em seus conhecimentos, a) cite o nome do processo descrito. Sistema Integrado Copyright 1999-2020 - UNIP/Objet ivo - Todos os direitos reservados b) identifique a atividade que permitiu esse excedente. 2. Por que podemos dizer que o processo de datação que considera o início da História com a invenção da escrita é de certa forma pouco científico? Copo de ouro do Mar Egeu. Espadas de bronze. 3. (ESAN) – Sobre a conhecida Idade dos Metais, na transição entre a Pré-História e a História, é possível afirmar que a) foi marcada pela utilização do cobre, bronze e ferro, na produção de armas, instrumentos agrícolas, utensílios domésticos etc. b) apenas o bronze pode efetivamente ser apresentado como o primeiro metal utilizado. c) os homens lutavam entre si, enquanto a economia continuava coletora. d) a vida nômade dos primeiros grupos humanos foi um estímulo para o uso dos metais. e) não existe ligação entre o uso dos metais e a formação de grandes impérios. 4. (MODELO ENEM) – "O Período Neolítico marca uma profunda transformação das relações do homem com a natureza, denominada Revolução Agrícola. Nesse período, verifica-se a passagem da economia de depredação (em que o homem se preocupa apenas com sua sobrevivência, devastando os recursos naturais) para uma economia de produção." Com base nessas informações, escolha na relação a seguir as hipóteses compatíveis com este período. I – Os homens descobriram uma forma nova de obter alimentos: a agricultura, que os obrigou a conservar e cozinhar os cereais. II – Semeando a terra, criando gado, produzindo o próprio alimento, os homens não tinham mais por que mudar constantemente de lugar e tornaram-se sedentários. Sistema Integrado Copyright 1999-2020 - UNIP/Objet ivo - Todos os direitos reservados III – Os alimentos eram transportados por navios de grande porte, estimulando o comércio entre as várias civilizações. IV – Os homens ainda não produziam seus alimentos, não plantavam, nem criavam animais. Em verdade, eles coletavam frutos, grãos e raízes, pescavam e caçavam animais. É correto o que se afirma apenas em a) I e II. b) II e III. c) III e IV. d) I, II e III. e) II, III e IV. 5 . A tribo não possui um rei, mas um chefe que não é chefe de Estado. O que significa isso? Simplesmente que o chefe não dispõe de nenhuma autoridade, de nenhum poder de coerção, de nenhum meio de dar uma ordem. O chefe não é um comandante, as pessoas da tribo não têm nenhum dever de obediência. O espaço da chefia não é o lugar do poder. Essencialmente encarregado de eliminar conflitos que podem surgir entre indivíduos, famílias e linhagens, o chefe só dispõe, para restabelecer a ordem e a concórdia, do prestígio que lhe reconhece a sociedade. Mas evidentemente prestígio não significa poder, e os meios que o chefe detém para realizar sua tarefa de pacificador limitam-se ao uso exclusivo da palavra. CLASTRES. P. A sociedade contra o Estado. Rio de Janeiro: Francisco Alves. 1982 (adaptado). O modelo político das sociedades discutidas no texto contrasta com o do Estado liberal burguês porque se baseia em: a) Imposição ideológica e normas hierárquicas. b) Determinação divina e soberania monárquica. c) Intervenção consensual e autonomia comunitária. d) Mediação jurídica e regras contratualistas. e) Gestão coletiva e obrigações tributárias. Gabarito 1. RESOLUÇÃO: a) Revolução Neolítica. b) Agricultura. c) Modo de produção asiático. Predominou nas sociedades que se formaram na dependência dos grandes rios. 2. RESOLUÇÃO: Porque estabelece um critério dado pelos ocidentais sem considerar outros aspectos relevantes das cultura. 3. RESOLUÇÃO: Sistema Integrado Copyright 1999-2020 - UNIP/Objet ivo - Todos os direitos reservados O homem sedentário percebeu que certas rochas (minérios) derretiam quando submetidas ao fogo constante e que poderiam ser moldadas. Resposta: A 4. RESOLUÇÃO: A afirmativa III está errada, pois esses navios começaram a ser fabricados quando se formaram as civilizações, portanto numa fase posterior à Pré-História. A afirmativa IV está errada, porque as atividades descritas fazem parte do Período Paleolítico, que antecede ao Neolítico. Resposta: A 5. RESOLUÇÃO: O texto evoca o exemplo de sociedades tribais hierarquizadas mas sem Estado e, portanto, sem coerção, organizadas por consensos entre indivíduos, famílias e linhagens, para mostrar a possibilidade de existirem sociedades desestatizadas, em que a comunidade participaria da gestão política. Resposta: C Professor: Artur Favaro Lucchesi Aula: Pré-História Professor: Artur Favaro Lucchesi Aula: Pré-História – Exercícios Sistema Integrado Copyright 1999-2020 - UNIP/Objet ivo - Todos os direitos reservados http://tvweb3.unip.br/player/Transmissao?id=09d85014-e8ee-4dff-8d1a-5ad1122e3c75&instituto=objetivo&referencia=191203_ArturLucchesi_Historia_III_1Serie_AD http://tvweb3.unip.br/player/Transmissao?id=1773c59a-b2cd-4449-ab78-ac60a4aadd8f&instituto=objetivo&referencia=191203_ArturLucchesi_Historia_IV_1Serie_AD
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