Buscar

Sistema Renal - reabsorção e secreção

Prévia do material em texto

Vitória Trindade – FIPGBI 2020 
 
PROBLEMA 02 – SESSÃO 02 
SISTEMA RENAL – REABSORÇÃO E 
SECREÇÃO RENAL 
 
REABSORÇÃO TUBULAR 
- O rim filtra praticamente tudo e só reabsorve aquilo 
que é importante para o organismo. 
- Processo altamente seletivo: escolhe exatamente as 
substâncias que serão reabsorvidas, pois são 
importantes para os processos orgânicos corporais. 
- Moléculas reabsorvidas: 
▪ Glicose (100% reabsorvida) 
 Glicemia maior que 200mg/ml 
aparecerá na urina. 
▪ Bicarbonato (99% reabsorvida) 
▪ Sódio, cloreto, potássio (mais de 90% 
reabsorvida) 
▪ Creatinina – proteína de degradação muscular 
(0% reabsorvida). 
- Há duas maneiras de o soluto do lúmen ultrapassar 
para o espaço intersticial: a primeira é passando por 
toda a célula (via transcelular) e a segunda pelos 
espaços intracelulares (via paracelular). 
 
- Os solutos irão ultrapassam a membrana das células 
do túbulo, depois atravessar por dentro da célula, 
novamente ultrapassar a membrana, chegando no 
espaço intersticial e por fim ultrapassando o endotélio 
do capilar, retornando para a circulação. 
(Lúmen → célula → interstício → capilar). 
 
1.TIPOS DE TRANSPORTE: 
→ TRANSPORTE PASSIVO: 
 Difusão simples: o soluto atravessa pelo 
simples gradiente de concentração. 
 Difusão facilitada: um transportador de 
membrana facilitando o transporte do soluto de 
acordo com o gradiente de concentração. 
→ TRANSPORTE ATIVO: 
O soluto vai passar pela membrana contra seu 
gradiente de concentração, logo terá um gasto de 
energia. 
Primário: gasto de energia de forma direta 
(bomba de sódio e potássio) 
Secundário: gasto de energia de forma 
indireta – a substância que vai atravessar a célula 
contra o gradiente de concentração utiliza a energia 
gerada por uma substância que fez a passagem a favor 
do seu gradiente de concentração – simporte de 
glicose e sódio. 
Pinocitose: reabsorção de moléculas grandes 
como proteínas. Invaginação da membrana → 
formação de uma vesícula e reabsorção. 
*Esse processo raramente acontece, pois, as proteínas 
não são praticamente filtradas. 
 
TÚBULO CONTORCIDO PROXIMAL 
- Células altamente especializadas em reabsorver 65% 
de sódio e consequentemente de água. (células com 
borda em escova). 
- As células são ricas em mitocôndrias devido o alto 
gasto energético na realização das atividades. 
- Transporte ativo e passivo. 
- Reabsorve: sódio, cloro, bicarbonato, potássio, água, 
glicose, aminoácidos. 
- Secreta: hidrogênio, ácido orgânicos e fármacos. 
 
ALÇA DE HENLE 
- Reabsorção de 20 a 25% de todo sódio, cloro e água. 
→ Descendente fina: maior parte de reabsorção de 
água (maior permeabilidade da água). 
→ Ascendente espessa: formação da medula renal 
concentração (intensa reabsorção de soluto e 
pouco reabsorção de água). 
▪ Reabsorção: sódio, cloro, potássio, cálcio, 
bicarbonato e magnésio. 
Vitória Trindade – FIPGBI 2020 
 
▪ Secreção: hidrogênio. 
▪ Impermeável a água. 
Célula da Porção Ascendente Espessa da 
Alça: 
✓ Transportador de Sódio, Potássio e 2 Cloro. 
→ reabsorção intensa de soluto. 
✓ Esse transportador é o principal 
responsável pela formação da urina diluída 
(medula renal concentrada). 
 
Furosemida 
✓ Diuréticos de alça. 
✓ Bloqueia o transportador sódio, potássio, 2 cloro. 
✓ Esse transportador é principal formador da medula 
renal concentrada. 
✓ Medula renal diluída → vai ocasionar uma menor 
reabsorção de água através do gradiente de 
concentração. 
✓ Assim, o paciente libera uma urina muito diluída e 
rica em água. 
✓ Insuficiência cardíaca e renal. 
 
TUBULO CONTORCIDO DISTAL 
- A parte inicial do túbulo contorcido distal é similar a 
porção ascendente espessa da alça de henle. 
▪ Reabsorção intensa de eletrólitos. 
▪ Diluindo ainda mais a urina. 
- Presença do transportador sódio e cloro, nas células. 
Tiazídicos 
✓ Classe de diuréticos que bloqueia o transportador 
sódio e cloro, nas células do TCD. 
✓ Fármaco anti-hipertensivo, pois favorece a 
excreção de sódio, sem aumentar a excreção de 
água. 
✓ Consequência: hiponatremia (baixa de sódio 
sanguíneo). 
✓ Menos potente: pois não interfere na 
concentração da medula, pois o TCD está no 
córtex. 
 
- Parte final do TCD: 
▪ Reabsorção: de 8 a 10% de sódio e água. 
▪ Secreção: de hidrogênio e potássio. 
 
→ Células da Parte Final do TCD: 
▪ Células Principais: reabsorção de sódio e 
secreção de potássio. 
 Sofrem grande influência da 
aldosterona (hormônio 
responsável pela reabsorção de 
sódio). 
Diuréticos Poupadores de Potássio: 
✓ Bloqueiam o transportador de sódio. 
✓ Logo o potássio fica retido e na célula e no plasma, 
não podendo fazer parte do lúmen do TCD. 
✓ Pode causa um processo de hipercalemia (potássio 
alto no sangue). 
 
▪ Células Intercaladas: 
 Tipo A: secreção hidrogênio (em 
casos de acidose metabólica, com 
o objetivo de excretar o 
hidrogênio). 
 Tipo B: secreta bicarbonato, em 
troca do cloro. 
 
DUCTO COLETOR 
- Reabsorção de água. 
- Suas células possuem receptores para a vasopressina 
(ADH): hormônio anti-diurético. 
▪ Qual função desse hormônio: em casos de 
baixa concentração de água, o ADH vai 
aumentar a expressão de aquaporinas (canais 
especiais que conduzem seletivamente as 
moléculas de água), favorecendo a reabsorção 
de água. 
 
REGULAÇÃO HORMONAL 
→ Aldosterona: 
▪ Secretado no córtex da adrenal. 
▪ Secretado em relação: a alta concentração 
de potássio e alta de angiotensina II. 
▪ Aumentar a reabsorção de sódio pelas 
células principais; restaurar a volemia. 
(Se ta chegando pouco sódio ao TCD, a 
pessoa pode estar hipovolêmica). 
 
Vitória Trindade – FIPGBI 2020 
 
→ Angiotensina II: 
▪ Estimula a secreção de aldosterona → 
estimulando diretamente a reabsorção de 
sódio. 
▪ Contrai as arteríolas eferentes. 
 
→ ADH: 
▪ Produzido no hipotálamo. 
▪ Produzido em reação a osmolaridade 
plasmática (desidratação, hipovolemia). 
▪ Aumenta a expressão das aquaporinas no 
ducto coletor, reabsorvendo água 
intensamente. 
 
DIABETES INSIPIDUS 
- Quando o paciente não obtiver produção de ADH, não 
haverá reabsorção de água pelas aquaporinas. 
- Logo, haverá excreção de grande quantidade de água 
diluída. (principal queixa: poliúria). 
- É diferenciada da diabetes mellitus pela ausência de 
glicose. 
 
FORMAÇÃO DA URINA 
1. Tipos de substância: 
SUBSTÂNCIA A – é filtrada e não é reabsorvida. 
(creatinina, ácido úrico e fármacos) – podem ser 
utilizadas para calcular a taxa de filtração glomerular. 
• Exame de creatinina sérica → a creatinina é 
totalmente eliminada pelo rim, nesse caso, 
valores altos de creatinina sérica (plasmática) 
indicam que a creatinina não está sendo 
eliminada, ficando concentrada no sangue. 
Podendo indicar um problema na filtração 
renal, ou insuficiência renal. 
SUBSTÂNCIA B – é filtrada, porém uma parte é 
reabsorvida, retornando a circulação. (eletrólitos como 
sódio e cloro, também o bicarbonato). 
SUBSTÂNCIA C – é filtrada e totalmente reabsorvida, 
com isso não é encontrada na excreção. (exemplo dos 
aminoácidos e da glicose). 
SUBSTÂNCIA D – é filtrada, porém a parte restante na 
circulação é secretada para dentro do túbulo e por fim 
excretada. (ácidos e bases orgânicas e fármacos). 
 
- O rim faz assim, rápida eliminação de substâncias 
tóxicas. 
- Os líquidos corporais são processados várias vezes 
ao dia. 
 
ANÁLISE DE CADA SUBSTÂNCIA NA REABSORÇÃO 
3. Reabsorção de sódio: 
- O sódio é filtrado e se acumula no interior do túbulo 
proximal. 
- A célula possui uma quantidade pequena de sódio 
devido a bomba de sódio e potássio. Com isso haverá 
uma diferença de potencial entre a o sódio do interior 
da célula e o sódio da luz do túbulo, fazendo com que 
ocorra a passagem do sódio do túbulo para a célula, 
por meio da difusão. 
- Na membrana da célula haverá um transportador de 
sódio (proteína transportadora) ou umcanal de sódio, 
que facilitará essa passagem. 
- Já dentro da célula, atuará a ação da bomba de sódio 
e potássio fazendo com que o sódio seja liberado no 
interstício e depois dentro do capilar. 
- O sódio também será transportado por meio do 
transporte ativo secundário, através da glicose. 
 
 
2. Reabsorção de glicose: 
- A concentração de glicose na célula tubular é maior 
que dentro do lúmen, por isso a glicose não é 
transportada livremente, sendo necessário uma 
proteína de transporte (cotransporte). 
Vitória Trindade – FIPGBI 2020 
 
- Nesse caso, o sódio é transportado de acordo com seu 
gradiente de concentração e a sua energia é utilizada 
para fazer o transporte da glicose contra o gradiente de 
concentração. 
- Como a glicose está mais concentrada na célula do q 
no líquido intersticial, ela passará para o interstício por 
meio do transporte passivo facilitado (utilizando uma 
proteína de transporte). 
 
Reta vermelha (carga filtrada): a glicose sanguínea é 
filtrada livremente pelos glomérulos. 
Reta azul (reabsorção): taxa de reabsorção da glicose, 
quando se tem uma quantidade de glicose sanguínea 
normal, toda a glicose será absorvida. Porém, possui 
um fator limitante que é o transporte máximo (quando 
há muito glicose no filtrado – acima de 200mg/ml, as 
proteínas carreadoras estarão ocupadas, fazendo com 
que parte da glicose não seja reabsorvida – fato que 
ocorre em pessoa diabéticas). 
Reta verde (excreção): o limiar mostra que até certa 
concentração não é encontrada glicose na urina, 
porém quando essa concentração aumenta (diabetes) 
a excreção pode passa a conter um valor cada vez 
maior de glicose. 
 
3. Reabsorção de proteínas: 
- As proteínas não passam pelo processo de filtração 
glomerular, porém algumas que são pequenas acabam 
por serem filtradas. 
- As proteínas são reabsorvidas por pinocitose, no 
túbulo proximal. 
- Vamos ter receptores de membrana que capturam as 
proteínas e coloca-as para dentro das células. 
- Muitas vezes dentro da própria celula as proteínas são 
degradadas formando os aminoácidos, que serão 
utilizadas pela própria célula ou reabsorvida para o 
plasma. 
 
7. Reabsorção da água: 
- Com a reabsorção de sódio iremos ter uma 
diminuição da osmolaridade do filtrado, ou seja, o 
filtrado vai se tornar menos concentrado. 
- Logo o filtrado estará menos concentrado que o 
interior da célula, fazendo com que a água seja 
reabsorvida por osmose. 
- Com a água sendo reabsorvida, aumenta-se a 
concentração de cloreto e ureia. 
- De forma passiva, o cloreto e a ureia passam a ser 
reabsorvidos. 
 
AVALIAÇÃO DA FUNÇÃO RENAL 
- No teste de função renal são avaliados a filtração 
glomerular, a reabsorção (água e eletrólitos) e a 
secreção de composto (uréia, creatinina e ácido úrico). 
 
1. Clearance renal ou Taxa de Filtração Glomerular: 
- Quantidade de sangue depurado (exclusão de 
substancias indesejáveis) de uma determinada 
substância por unidade de tempo. 
- A substância utilizada para a avaliação da TFG não 
pode ser secretada, reabsorvida, sintetizada e nem 
metabolizada pelo rim. 
- Em média nos homens (120ml/min) e para mulheres 
(100ml/min). 
- Uma redução na TFG prenuncia a insuficiência do rim 
em todas as formas de doença. 
 
→ UREIA: 
- Principal produto da quebra (catabolismo) protéico – 
forma de excretar a amônia (NH4) que é tóxica ao 
organismo. 
Vitória Trindade – FIPGBI 2020 
 
- Mais de 90% da ureia é excretada através dos rins. 
- A doença renal é associada ao acúmulo de uréia no 
sangue. 
- O exame de ureia é um dos exames de sangue 
solicitados pelo médico que tem como objetivo 
verificar a quantidade de ureia no sangue para saber se 
os rins e fígado e estão funcionando corretamente. 
- A ureia é uma substância produzida pelo fígado, como 
resultado do metabolismo das proteínas provenientes 
da alimentação. Após metabolização, a ureia circulante 
no sangue é filtrada pelos rins e eliminada na urina. No 
entanto, quando há problemas no fígado ou nos rins, 
ou quando se tem uma dieta muito rica em proteínas, 
a quantidade de ureia circulante no sangue aumenta, 
caracterizando a uremia, que é tóxica para o 
organismo. 
- Na maioria das vezes, o exame de ureia é solicitado 
juntamente com outros exames, principalmente a 
creatinina, pois assim é possível avaliar melhor o 
funcionamento dos rins para a filtração do sangue. 
- A ureia sozinha não é o melhor parâmetro para 
avaliação da função renal, pois ela é reabsorvida no 
túbulo renal. 
- Aumento da ureia: disfunção renal (filtração); 
aumento de proteínas na ingesta alimentar. 
- Valor referência: 20 a 40mg/dl 
 
→ CREATININA: 
- A creatinina é um produto da degradação da creatina 
no músculo, e é geralmente produzida em uma taxa 
praticamente constante pelo corpo — taxa 
diretamente proporcional à massa muscular da pessoa: 
quanto maior a massa muscular, maior a taxa. 
- Produzida endogenamente e liberada no sangue a 
uma taxa constante, e sua concentração plasmática é 
mantida pela filtração glomerular. A concentração de 
creatinina é afetada pela idade, sexo, exercício, drogas, 
massa muscular, estado nutricional e ingestão de 
carne. 
- Aumento da creatinina sérica: sempre associada a 
disfunção renal. 
- Contras da clearance de creatinina: 
▪ A creatinina demora para reduzir sua 
filtração renal, mesmo quando o rim já 
está apresentando alguma disfunção. (isso 
retarda o início do tratamento). 
▪ É secretada pelo TCP. 
▪ Necessidade de coleta de urina por 24h. 
*Urina de 24h: Após levantar de manhã, esvazie a 
bexiga, despreze essa urina e anote a hora. Durante as 
próximas 24 horas, coloque toda a urina emitida no 
frasco fornecido. Quando acabarem as 24 horas, 
esvazie a bexiga, adicione essa urina ao frasco e anote 
a hora. Leve toda a urina colhida para o laboratório ou 
para o consultório do médico. 
Obs. Pacientes com um rim disfuncional e outro normal 
em geral tem clearence de creatinina normal, porque o 
rim funcional compensa a deficiência do outro. 
 
→ INULINA: 
- Marcador exógeno da função glomerular. Demanda 
bastante tempo para ser medida, pois após a injeção 
da inulina é preciso esperar pela sua total excreção. – 
Eficiente e considerados “padrão ouro”.

Continue navegando