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Bíblia IBADEP Instituto Bíblico da Assembléia de Deus - Ensino e pesquisa IBADEP - Instituto Bíblico da Assembléia de Deus - Ensino e Pesquisa Av. Brasil, S/N° - Eletrosiü - Cx. Postal 248 85980-000 - Guaíra - PR Fone/Fax: (44) 3642-2581 / 3642-6961 / 3642-5431 E-mail: íbadep a ibadep.com Site: www.ibadep.com Aluno(a):............................................................................ DIGITALIZAÇÃO IBADEP ESDRAS DIGITAL E PASTOR DIGITAL http://www.ibadep.com Epístolas Paulinas e Gerais Pesquisado e adaptado pela Equipe Redatorial para Curso exclusivo do IBADEP - Insti tuto Bíblico das Igrejas Evangélicas Assembléias de Deus do Estado do Paraná. Com auxílio de adaptação e esboço de vários ensinadores 3a Edição - Junho / 2004 Todos os direitos reservados ao IBADEP Diretorias CIEADEP Pr. José Pimentei de Carvalho - Presidente de Honra Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Israel Sodré - I o Vice-Presidente Pr. Moisés Lacour - 2o Vice-Presidente Pr. Ival Theodoro da Silva - I o Secretário Pr. Carlos Soares - 2o Secretário Pr. Simão Bilek - I o Tesoureiro Pr. Mirislan Douglas Scheffel - 2o Tesoure iro A EADEPAR - Conselho Del iberat ivo Pr. José Alves da Silva - Presidente Pr. Ival Teodoro da Silva - Relator Pr. Israel Sodré - Membro Pr. Moisés Lacour - Membro Pr. Carlos Soares - Membro Pr. Simão Bilek - Membro Pr. Miris lan Douglas Scheffel - Membro Pr. Daniel Sales Acioli - Membro Pr. Jamerson Xavie r de Souza - Membro AEADEPAR - Conselho de Adminis tração Pr. Perci Fontoura - Presidente Pr. Robson José Brito - Vice-Presidente Ev. Gilmar Antonio de Andrade - I o Secretário Ev. Gessé da Silva dos Santos - 2o Secretário Pr. José Polini - I o Tesoureiro Ev. Darlan Nylton Scheffel - 2o Tesoureiro IBADEP Pr. Hércules Carvalho Denobi - Coord. Adminis tra tivo Pr. José Carlos Teodoro Delfino - Coord. Financei ro Pr. Walm ir Antonio dos Reis - Coord. Pedagógico Cremos Em um só Deus, eternamente subsis tente em três pessoas: o Pai, o Fi lho e o Espíri to Santo (Dt 6.4; Mt 28.19; Mc 12.29). Na inspiração verbal da Bíblia Sagrada, única regra infalível de fé normativa para a vida e o caráter cr istão (2Tm 3.14-17). No nasc im ento virginal de Jesus, em sua mor te vicária e expiatória, em sua ressurreição corporal dentre os mortos e sua ascensão vi tor iosa aos céus (Is 7.14; Rm 8.34; At 1.9). Na pecaminosidade do hom em que o desti tuiu da glória de Deus, e que somente o arrependimento e a fé na obra expiatória e redento ra de Jesus Cristo é que o pode restaurar a Deus (Rm 3.23; At 3.19). Na necessidade absoluta do novo nasc imento pela fé em Cris to e pelo poder atuante do Espíri to Santo e da Palavra de Deus, para tornar o homem digno do reino dos céus (Jo 3.3-8). No perdão dos pecados, na salvação presente e perfe ita e na eterna jus t i f icação das almas recebidas gra tu itamente de Deus pela fé no sacrifício efe tuado por Jesus Cristo em nosso favor (At 10.43; Rm 10.13; 3.24-26; Hb 7.25; 5.9). No bati smo bíblico efe tuado por imersão do corpo inteiro uma só vez em águas, em nome do Pai, do Filho e do Espíri to Santo, conforme de terminou o Senhor Jesus Cris to (Mt 28.19; Rm 6.1-6; Cl 2.12). Na necessidade e na possibil idade que temos de viver em santidade mediante a obra expia tória e redentora de Jesus no Calvário, através do poder regenerador, insp irador e santi f icador do Espíri to Santo, que nos capacita a viver como fiéis testemunhas do poder de Cristo (Hb 9.14; IPe 1.15). No batismo bíblico com o Espíri to Santo que nos é dado por Deus mediante a intercessão de Cristo, com a evidência inicial de falar em outras l ínguas, conforme a sua vontade (At 1.5; 2.4; 10.44-46; 19.1-7). Na atualidade dos dons espiri tua is distr ibuídos pelo Espíri to Santo à Igreja para sua edificação, conforme a sua soberana vontade ( IC o 12.1-12). Na Segunda vinda premilenia l de Cristo, em duas fases dist intas. Pr imeira - invisível ao mundo para arrebatar a sua Igreja fiel da terra, antes da grande tribulação. Segunda - visível e corporal , com sua Igreja glorificada, para reinar sobre o mundo durante mil anos ( lT s 4.16,17; ICo 15.51-54; Ap 20.4; Zc 14.5; Jd 14). Que todos os cristãos comparecerão ante o tribunal de Cristo, para receber a recompensa dos seus feitos em favor da causa de Cristo na terra (2Co 5.10). No ju ízo vindouro que recompensará os fiéis (Ap 20.11-15) . E na vida eterna de gozo e fe licidade para os fiéis e de tr isteza e tormento para os infiéis (Mt 25.46). Equipe Redatorial Metodologia de Estudo Para obter um bom aproveitamento, o aluno deve estar consc iente do porquê da sua dedicação de tempo e esforço no afã de galgar um degrau a mais em sua formação. Lembre-se que você é o autor de sua his tória e que é necessár io atual izar-se. Desenvolva sua capacidade de rac iocínio e de solução de problemas, bem como se integre na problemática atual, para que possa vir a ser um elemento útil a si mesmo e à igreja em que está inserido. Consciente desta rea lidade, não apenas acumule conteúdos visando preparar-se para provas ou trabalhos por fazer. Tente seguir o roteiro suger ido abaixo e comprove os resultados . 1. Devocional: a) Faça uma oração de agradecimento a Deus pela sua salvação e por proporcionar- lhe a oportunidade de es tudar a sua Palavra, para assim ganhar almas para o Reino de Deus; b) Com a sua humildade e oração Deus irá i luminar e d irecionar suas faculdades mentais através do Espíri to Santo, desvendando mistérios cont idos em sua Palavra; c) Para melhor aproveitamento do estudo, temos que ser organizados, ler com precisão as lições, meditar com atenção os conteúdos. 2. Local de Estudo: Você precisa dispor de um lugar própr io para estudar em casa. Ele deve ser: a) Bem arejado e com boa i luminação (de preferência , que a luz venha da esquerda); b) Isolado da c irculação de pessoas; c) Longe de sons de rádio, te levisão e conversas . 3. Disposição: Tudo o que fazemos por opção alcança bons resultados. Por isso adquira o hábito de estudar voluntariamente , sem imposições. Conscientize-se da importância dos itens abaixo: a) Es tabelecer um horário de estudo ex t rad asse , div id indo-se entre as disciplinas do currículo (dispense mais tempo às matérias em que t iver maior dificuldade); b) Reservar, d iariamente, algum tempo para descanso e lazer. Assim, quando estudar, estará desligado de outras atividades; c) Concentrar- se no que está fazendo; d) Adotar uma correta postura (sentar-se à mesa, tronco ereto), para evitar o cansaço físico; e) Não passar para outra lição antes de dominar bem o que estiver estudando; f) Não abusar das capacidades físicas e mentais. Quando perceber que está cansado e o estudo não alcança mais um bom rendimento, faça uma pausa para descansar. 4. Aproveitamento das Aulas: Cada disciplina apresenta característ icas próprias, envolvendo diferentes comportamentos: raciocínio, analogia, interpre tação, aplicação ou simplesmente habil idades motoras. Todas, no entanto, exigem sua participação ativa. Para a lcançar melhor aproveitamento, procure: a) Colaborar para a manutenção da disciplina na sala-de-aula; b) Participar at ivamente das aulas, dando colaborações espontâneas e perguntando quando algo não lhe ficar bem claro; c) Anotar as observações complementares do monitor em caderno apropriado; d) Anotar datas de provas ou entrega de trabalhos. 5. Es tudo E x t rad as se : Observando as dicas dos itens 1 e 2, você deve: a) Fazer d ia riamente as tarefas propostas; b) Rever os conteúdos do dia; c) Prepara r as aulas da semana seguinte (caso você tenha alguma dúvida, anote-a, para apresentá-la ao monitor na aula seguinte). Nãodeixe que suas dúvidas se acumulem. d) Materia is que poderão ajudá-lo: • Mais que uma versão ou tradução da Bíblia Sagrada; • Atlas Bíblico; • Dic ionár io Bíblico; • Enc ic lopédia Bíblica; • Livros de His tór ias Gerais e Bíblicas; • Um bom dicionário de Português; • Livros e aposti las que tratem do mesmo assunto. e) Se o estudo for em grupo, tenha sempre em mente: • A necessidade de dar a sua colaboração pessoal; • O direito de todos os in tegrantes opinarem. 6. Como obter melhor aproveitamento em avaliações: a) Revise toda a matéria antes da avaliação; b) Permaneça calmo e seguro (você estudou!); c) Concentre-se no que está fazendo; d) Não tenha pressa; e) Leia atentamente todas as questões; f) Resolva primeiro as questões mais acessíveis; g) Havendo tempo, revise tudo antes de entregar a prova. Bom Desempenho! Currículo de Matérias 1. Educação Geral / ca História da Igreja v £Q Educação C r i s t ã \ / £Q Geograf ia B í b l i c a / 2. Ministério da Igreja CO Ética Cris tã / Teologia do Obreiro CQ Homilé tica / Hermenêutica ca Famíl ia Cristã GQ Adminis tração Eclesiás tica 3. Teologia CQ Bibliologia CO A Trindade s/r CQ Anjos, Homens, Pecado e Salvação. CQ Heresiologia tB Ec lesiologia / Miss iologia 4. Bíblia CQ Penta teuco m Livros Históricos ea Livros Poéticos CQ Profetas Maiores CQ Profetas Menores v ea Os Evangelhos / Atos ca Ep ístolas Paulinas / Gerais \ / CQ Apocal ipse / Escatologia Abreviaturas a.C. - antes de Cristo. ARA - Alm eida Revis ta e Atualizada ARC - Almeida Revis ta e Corrida AT - Antigo Testamento BLH - Bíb lia na Linguagem de Hoje BV - Bíblia Viva c. - Cerca de, aproximadamente , cap. - capítulo; caps. - capítulos, cf. - confere, compare. d .C. - depois de Cristo. e.g. - por exemplo. Fig. - Figurado. fig. - f igurado, f iguradamente , gr. - grego hb. - hebra ico IBB - Impressa Bíblica Brasilei ra i.e. isto é. K m - Sím bolo de quilômetro lit. - l iteral , l iteralmente. LXX - Septuagin ta (versão grega do AT) m - S ím bolo de metro. MSS - manuscri tos NT - Novo Testamento NVI - Nova Versão Internacional p. - página. ref. - referência ; refs. - referências ss. - e os seguintes (isto é, os vers ículos consecutivos de um capí tu lo até o seu final. Por exemplo: IPe 2.1ss, significa IPe 2.1-25). séc. - século (s). v. - vers ículo; vv. - versículos. ver - veja / índice Lição 1 - Car tas de Paulo - ............................................15 Romanos Gálatas Efésios Lição 2 - Car tas de Paulo - ............................................39 ICorín t ios 2Corín tios Lição 3 - Car tas de Paulo - ..................................... . 63 Fil ipenses Colossenses ITessalonicenses 2Tessa lonicenses IT imóteo 2Timóteo Tito Fi lemom Lição 4 - Car tas Gerais - ............ .................................... 87 Hebreus Tiago Lição 5 - Car tas Gerais - ................................................. 111 IPedro 2Pedro 1 João 2João 3João Judas Referências Bibliográficas 135 - I__ Lição 1 mmimmmmmKmmmKamÊtÊmmÊÊKmmmaÊmmimÊmmmamammiinmmmmmmÊmmKmamKmammÊmammmmmmmmÊmmmKiimmmsmKmÊÊÊHÊammmamaBmÊmm Cartas de Paulo: Aos Romanos, Gálatas e Efésios Carta aos Romanos Romanos é a epístola de Paulo mais longa, mais teológica e mais influente. Talvez por essas razões foi colocada em primeiro lugar entre as do apóstolo. De modo contrário à tradição católica romana, a igreja de Roma não foi fundada por Pedro, nem por qua lquer outro apóstolo. Ela ta lvez foi inic iada por convertidos de Paulo provenientes da Macedônia e da Ásia, bem como pelos judeus e p rosé l i to s1 conver tidos no dia de Pentecos tes (At 2.10). Paulo não t inha Roma como campo específ ico de outro apóstolo (Rm 15.20). Em Romanos, Paulo afi rma que muitas vezes planejou ir até Roma para ali pregar o evangelho, mas que, até então fora impedido (Rm 1.13-15; 15.22). Reafi rma seu desejo de ir até eles (Rm 15.23-32). 1 P agã o que a br açou o j u da ís m o . Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 57 d .C. Tema: A Revelação da Justiça de Deus Palavras-Chave: Justiça, fé, jus tif icação, lei, graça. Versículos-chave: Rm 1.16 e 17 15 Em vista de seus planos pessoais, Paulo escreveu para apresentar-se a uma igreja que nunca t inha visitado. Ao mesmo tempo, ele apresentou uma declaração comple ta e ordenada dos princípios fundamentais do evangelho que pregava. Paulo, ao escrever esta epístola, perto do fim da sua terceira viagem missionária (cf. Rm 15.25,26; At 20.2,3; ICo 16.5,6), estava em Corinto como hóspede na casa de Gaio (Rm 16.23; ICo 1.14). Enquanto escrevia Romanos através do seu auxil iar Tércio (Rm 16.22), planejava voltar a Jerusa lém para o dia de Pentecoste (At 20.16; provavelmente na primavera de 57 ou 58 d.C.) e entregar pessoalmente uma oferta de socorro das igrejas gentias aos crentes pobres de Jerusalém (Rm 15.25-27). Logo a seguir , Paulo esperava partir para a Espanha levando- lhe o evangelho, visi tar de passagem a igreja de Roma e receber ajuda dos crentes ali para prosseguir em sua caminhada para o oeste (Rm 15.24,28). Nenhum livro da Bíblia tem tantos t ítulos como Romanos: Evangelho Segundo Paulo, Evangelho do Cristo Ressurreto, Tratado Teológico Paulino, Mais Puro Evangelho, Principal das Epístolas Paulinas, A Catedral da Doutrina Cristã, etc. Destinatários “Todos os que estais em Roma, amados de D eus” são os destinatários desta carta. Pode-se notar que Paulo nesta saudação não usa a palavra igreja (como faz em 1 e 2Coríntios, Gálatas, 1 e 2Tessalonicenses) . Isto pode mostrar que nessa época não exist ia nenhuma igreja organizada, mas várias igrejas de casa (Rm 16.5,14). Em todos os lugares havia cristãos que ali se reuniam para cul tuar a Deus. 16 Não sabemos com certeza como e quando o Cris t ianismo chegou a Roma. Em Atos 18.2 fala-se acerca de Aqui la e Priscila que pertenciam àqueles judeus que Cláudio expulsara de Roma, cerca de 49 d.C. No final do quarto d ecên io1 já havia cr is tãos em Roma. Agost inho informa que o cr is t ianismo chegou a Roma durante o governo do imperador Cal ígula (37 - 41 d.C.). Autor Conforme a primeira palavra, Paulo, o servo e apóstolo de Jesus Cristo, é o autor da Epís tola . O conteúdo do l ivro indica que seja Paulo , não só pelas muitas re ferências pessoais (Rm 1.8-15; 9.1-5; 11.1,13 e 16.3-23), mas também pela profundeza dos seus ens inamentos e conhecimentos da verdade de Deus (Rm 3.20-25; 11.33-36, etc.). O livro todo fala do seu autor como de um homem erudito, profundamente espiri tual , inte iramente consagrado e conscientemente inspirado. Justino Mártir , Pol icarpo, Inácio, Clemente de Roma e Hipóli to fazem citações desta Epístola. Aceitavam-na como fazendo parte do cânon e até os próprios inimigos do Cris t ianismo reconheceram a carta como escrita pelo apóstolo Paulo. Não há motivos para se re jeitarem as muitas evidênc ias e favor de que a Epís to la seja o que pre tende ser. Não é de est ranhar que Paulo conhecesse tantas pessoas por seus nomes em uma cidade onde ele nunca t ivesse estado, porque essa cidade era Roma, a capital do mundo, e o apóstolo conhecia pessoalmente centenas de pessoas, tanto judeus, como gentios, que poderiam ter-se mudado para Roma por motivos comercia is ou particulares. Antes, 1 P e r ío do de 10 anos ; década . 17 seria difícil que fosse de outro modo. O capítulo 16 com saudações para tantas pessoas não é um argumento válido para se re jeitar a Epís tola como genuína. Convém acrescentar que os 300 manuscri tos existentes da carta aos Romanos, todos os que não têm sido danificados, contêm a Epís to la completa tal qual se acha hoje no Novo Testamento. Data e as Circunstâncias É claro que Paulo não t inha vis i tado esta cidade antes de enviar-lhes esta carta (Rm 1.8-15; 15.22-24,28,29), que foi escri ta pelo apóstolo durante a sua terceira viagem missionária, quando se achava em Corinto. Durante sua permanência na Macedônia , Paulo escreveu duas cartas à Igreja de Corinto (Grécia), nas quais lhe falou a respeito da preparação de uma oferta para os necessitados em Jerusalém ( IC o 16.1,2; 2Co 8 e 9). Em Atos 20.2,3 vemos que o apóstolo, depois de recolher as ofertas das igrejas sediadas na Macedônia, desceu à Grécia onde ficou três meses. Em Romanos 15.25-28 vemos que Paulo t inha levantado a oferta em Corinto e está pronto para levá-la a Jerusa lém que, tendo desempenhado esta missão, pensava ir a Roma (At 19.21; Rm 1.8-15). Também evidencia a verdade o fato de que a portadora da carta aos Romanos foi Febe, de Cencréia, porto de Corinto. Por tanto , cremos que Paulo escreveu esta Epísto la estando em Corinto, durante a sua terceira viagem missionária, lá pelo ano 57 d .C. Muito se tem discutido a questão a respeito de quem teria sido o fundador da Igreja Cristã na cidade de Roma. Talvez não tenha importância, mas é quase impossível crer-se que t ivesse sido algum apóstolo, muito menos, Pedro, que permaneceu em 18 Jerusalém pelo menos até o ano 49, o qual concordou em ir para os ju deus , e que Paulo fosse para os gentios (G1 2.7-9). E provável , ainda, em face de Romanos 16.5,14,15, que os irmãos crentes que es tavam em Roma n ã o . es tivessem organizados em uma só igreja ainda, quando Paulo escreveu esta carta, ta lvez devido ao fato de que nenhum apóstolo os t ivesse visi tado. Paulo chegou a Corinto (At 20.2,3) depois de ter passado dois anos em Efeso discutindo diariamente na escola do mestre T i rano1 (At 19.9,10). Não se menciona o número de horas que Paulo falava cada dia, porém é provável que o apóstolo te rminasse o seu minis tério em Efeso com a sua teologia organizada em sua mente. Ao mesmo tempo en tenderia m elhor as necessidades espiri tua is dos gentios e o modo mais claro e eficaz de apresentar-lhes a verdade. Não é de estranhar, então, que ele pensasse nas condições do grande número de crentes que estavam em Roma, e o Espír i to Santo lhe fez ver a importância de que todos fossem corre tamente instruídos na doutrina verdadeira do Evangelho. Melhor era lançar um fundamento sólido, o mais depressa possível , antes que as heresias chegassem a levantar suas cabeças entre os irmãos. Propósito Paulo escreveu esta carta a f im de preparar o caminho para a obra que ele esperava realizar em Roma e na sua missão previs ta para a Espanha. Seu propósito era duplo: 1. Segundo parece, os romanos t inham ouvido boatos falsos a respeito da mensagem e da teologia de Paulo (Rm 3.8; 6.1,2,15); daí ele achar 1 Su põe -s e que e le e ra gent io e mest re em f i losof ia . 19 necessário regis trar por escri to o evangelho que já pregava há vinte e cinco anos. 2. Queria corrigir certos problemas da igreja, causados por ati tudes erradas dos judeus para com os gentios (Rm 2.1-29; 3.1,9), e dos gentios para com os judeus (Rm 11.11-32). Visão Panorâmica Doutr inariamente , Romanos é o maior l ivro j á escrito. E o coração e a a lm a da revelação de Deus ao povo desta época. Todo o conjunto da verdade da redenção, chamado na Escritura “o Evange lho” , Está aqui detalhado. A mais completa história da necessidade, do rem édio e dos resul tados da morte de Cristo, encontra-se em Roman o s . O pensamento chave é a jus tiça de Deus. A progressão da verdade vai da completa condenação até a integral e jus ta glorificação. O tema de Romanos está em 1.16,17, a saber: que no Senhor Jesus a jus tiça de Deus é revelada como a solução à sua jus ta ira contra o pecado. A seguir, Paulo expõe as verdades fundamentais do evangelho. Primeiro, destaca o fato de que o problema do pecado e a necessidade humana da jus tif icação são universais (Rm 1.18-3.20) . Posto que tanto os judeus quanto os gentios estão sujeitos ao pecado e, portanto, sob a ira de Deus, ninguém pode ser jus ti f icado diante d ’Ele à parte do dom da jus tiça (Rm 3.24) mediante a fé em Jesus Cristo (Rm 3.21-4 .25) . • Sendo jus ti f icado generosamente pela graça de Deus, e tendo recebido a certeza da salvação (capítulo 5); • O crente demonst ra que recebeu o dom divino da just if icação, ao morrer com Cristo para o pecado (capítulo 6); • É liberto da luta com a jus t iça da lei (capítulo 7); 20 • É adotado como filho de Deus, recebendo nova vida segundo o Espíri to, o que o conduz à g lori ficação (Rm 8.18-30). • Deus está levando a efeito o seu plano da redenção, a despeito da incredulidade de Israel (Rm 9-11). Finalmente , Paulo declara que uma vida transformada em Cristo resulta na prática da re tidão e do amor em todos os aspectos da vida social , civil e moral da pessoa (Rm 12-14) . Paulo te rmina Romanos expondo seus planos pessoais (capítulo 15), uma longa l ista de saudações pessoais, uma últ ima admoestação e uma doxo log ia1 (capítulo 16). Romanos em Síntese • A Pessoa do Evangelho: Cristo 'S • O poder do Evangelho: Poder de Deus ^ • O propósi to do Evangelho: Para a salvação ^ • As pessoas a quem se destinam: de todo aquele • O plano de aceitação: Aquele que crê v'' • O plano de vida: O ju s to viverá por fé l / Divisões Principais Romanos é a alma da coerênc ia2. Começa com condenação, e prossegue através da salvação, jus tif icação, santi f icação (e depois uma secção a respeito da verdade dispensacional, conci l iando as promessas de Deus a Israel com as promessas de Deus à Igreja), te rminando com glorificação. 1 Fórm ula l i túrg ica de louvor a Deus , gera lme nte r i tmada . 2 Ligação ou ha rm on ia en t re s i tuações , a con te c im en t os ou idé ias; re lação harmôn ica ; conexão , nexo, lógica. 21 Características Especiais Sete destaques principais carac terizam Romanos: 1. Romanos é a mais s is temática epístola de Paulo; a epístola teológica por excelência do Novo Testamento. 2. Paulo escreve num esti lo de pergunta e resposta, ou de diálogo (Rm 3.1,4-6,9,31). 3. Paulo usa amplamente o Antigo Testamento como a autoridade bíblica na apresentação da verdadeira natureza do evangelho. 4. Paulo apresenta “a jus tiça de Deus” como a revelação fundamental do evangelho (Rm 1.16,17); Deus restaura e ordena a si tuação do homem em Jesus Cristo e através d ’Ele. 5. Paulo focal iza a natureza dupla do pecado, bem como a provisão de Deus em Cristo para cada aspecto: O pecado como uma tr ansgressão1 pessoal (Rm 1.1-5.11) e o pecado como um princípio ou lei (gr. he hcimartia), isto é, a tendência natural e inerente2 para pecar, existente no coração de toda pessoa, desde a queda de Adão (Rm 5.12-8.39). 6. O capítulo 8 é o mais longo da Bíblia sobre a obra do Espíri to Santo na vida do crente. 7. Romanos contém o estudo mais profundo da Bíblia sobre a rejeição de Cristo pelos judeus (excetuando- se um remanescente), bem como sobre o plano divino-redentor para todos, alcançando por fim Israel (Rm 9-11) . 1 Ato ou efei to de t ransg red i r ; inf ração , v iolação. 2 Que está por na tureza in se pa ra ve lm en te l igado a a lguma co isa ou pessoa 22 Cristo Revelado A epís to la inteira é a história do plano de redenção de Deus em Cristo: a necessidade dele (Rm 1.18-3.20), a descrição detalhada da obra de Cris to e suas impl icações para os cristãos (Rm 3.21-11.36) e aplicação do evangelho de Cristo à vida cotid iana (Rm 12.1-16.27). Mais especif icamente , Jesus Cristo é o nosso Salvador, que obedeceu perfe itamente a Deus como nosso representante (Rm 5.18-19) e que morreu como nosso sacrifício substi tu to (Rm 3.25; 5.6,8). É nele que devemos ter fé para a salvação (Rm 1.16-17; 3.22; 10.9-10). Através de Cristo temos muitas bênçãos: reconcil iaçãocom Deus (Rm 5.11); justiça e vida eterna (Rm 5.18-21); identif icação com ele em sua morte, sepultamento e ressurreição (Rm 6.3-5); estar vivos para Deus (Rm 6.11); livres de condenação (Rm 8.1); herança eterna (Rm 8.17); sofrimento com ele (Rm 8.17); ser glori ficados com ele (Rm 8.17); tornar- se como eles (Rm 8.29); e o fato de que ele ora por nós mesmo agora (Rm 8.34). Na verdade, toda a vida cristã parece ser vivida através dele: oração (Rm 1.8), regozijo (Rm 5.11), exortação (Rm 15.30), glor i ficar a Deus (Rm 16.27) e, em geral, viver para Deus e obedecer-lhe (Rm 6.11-14; 13-14). 23 Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 49 d.C. Carta aos Tema: Salvação Pela Graça Mediante Gálatas a Fé Palavras-Chave: Graça, evangelho, fé, justif icado, promessa , liberdade, lei Versículo-chave: G1 5.1 A ep ís to la aos G álatas foi escri ta pa ra sa 1 var o cris t ianismo do lega l ismo judaico. Apesar de ser uma das mais breves epístolas do apóstolo Paulo, tem exercido grande influência na vida da Igreja. Seu assunto continua atual, pois em qualquer época há sempre o risco de alguém, ou de um segmento da Igreja se inc linar para o legalismo religioso. O assunto principal de Gálatas é o mesmo debatido e resolvido em Jerusalém (c. de 49 d.C.; cf. At 15). Tal assunto implica uma dupla pergunta: • A fé em Jesus Cristo como Senhor e Salvador é o requisito único para a salvação? • É necessár io obedecer a certas práticas e leis judaicas do Antigo Testamento para se obter a salvação em Cristo? Talvez Paulo haja escri to Gálatas antes da controvérsia da lei, na Assembléia de Jerusalém (At 15), e antes de a igreja comunicar a sua posição final. Se assim foi, então Gálatas é a primeira epístola que Paulo escreveu. Destinatários Paulo escreveu esta epístola (G1 1.1; 5.2; 6.11) “às igrejas da Galác ia” (G1 1.2). As autoridades no assunto declaram que os gálatas eram gauleses 24 oriundos do Norte da Galácia e que, mais tarde, parte deles emigrou para o Sul da Europa, de cujo te rr i tór io a França de hoje faz parte. É muito mais provável que Paulo haja escri to esta epístola às igrejas do Sul da província da Galácia (Antioquia da Pisídia, Icônio, Listra, Derbe), onde ele e Barnabé evangelizaram e estabeleceram igrejas durante sua primeira viagem missionária (At 13,14). Autor Ainda que por duas vezes a mesma carta diga que Paulo é o escri tor (G1 1.1; 5.2), o mesmo esti lo da carta, seus ensinamentos a respeito da Lei, e especialmente o que diz de Pedro “resist i- lhe face a face” (G1 2.11), jun tam ente com a sua contenção de que os demais apóstolos não lhe deram nada, mas sim que sua comissão veio de Deus (G1 1.16,17; 2.6); tudo prova que somente Paulo pode ser o autor. O apóstolo aos gentios é o único que falaria dos judeus, da lei, e da graça, com a profundeza de entendimento e a certeza que ele o faz. A evidência interna desta Epísto la é conc luden te1 a favor de que Paulo seja seu autor humano. Desde os dias de Pol icarpo em diante o livro tem sido citado pelos “Pa is” . Marción é o pr imeiro que cita por nome esta carta, colocando-a em pr imeiro lugar nos escri tos de Paulo. Quase todos os escri tores antigos, desde o segundo século em diante, c i tavam-na e se encontra nas versões lat inas, sir íacas e o Cânon Muratori . Na antiguidade nem suspeita exist iu da autenticidade, de que a carta fosse de Paulo, e é difícil 1 Que conc lui , ou merece fé; t e rminante , ca tegór ico . 25 imaginar-se que outra pessoa pudesse ter fa ls if icado tão faci lmente e sem motivo aparente, em época posterior, tal documento. Como disse Lightfoot: “Cada sentença gramatical reflete tão perfe itamente a vida e o caráter do apóstolo aos gentios, que ninguém tem duvidado de que seja genuíno” . A maioria das cartas de Paulo foi escri ta por seus am anuenses1 ou escribas. Como a si tuação das igrejas da Galácia era crí tica, estava em jogo não só a fé desses irmãos e nem apenas a autoridade apostól ica de Paulo, mas princ ipalmente o futuro do cr ist ianismo. Ele mesmo escreveu de seu próprio punho (G1 6.11), pois não queria deixar margem para os gálatas duvidarem da autent icidade da carta. Data Tem havido muita controvérsia quanto à data e destinatário dessa epístola. Há três possíveis datas, mas todas elas têm os seus “ senões2” - 49,53 e 56 d.C. A seqüência de eventos é a seguinte: primeira viagem missionária, em seguida foi escri ta a epís to la aos Gálatas, depois ocorreu o concíl io de Jerusalém e segue-se a segunda viagem. Isso nos dá subsídios para datá-la por volta de 49 d.C., e escri ta da região entre Ant ioquia da Síria e Jerusalém. A data mais provável da carta si tua-se logo após o regresso de Paulo à igreja que o enviou - Ant ioquia da Síria, e pouco antes do Concí l io de Jerusa lém (At 15). 1 Escrevente , copista. 2 De out ro modo; do cont r á r io ; al iás. M as sim; e s im; mas, porém. 26 Propósito Paulo tomou conhecim ento de que cer tos mestres judaicos estavam inquietando seus novos convert idos na Galácia, impondo-lhes a circuncisão e o jugo da lei mosaica como requisitos necessários à salvação e ao ingresso na igreja. Ao saber disso, Paulo escreveu: • Para demonstrar cabalmente que as exigências da lei, como a c ircuncisão do velho concerto, nada tem a ver com a operação da graça de Deus em Cristo para a salvação sob o novo concer to; • Para reaf irmar c laramente que o crente recebe o Espíri to Santo e com Ele a nova vida espiri tual por meio da fé no Senhor Jesus Cristo e não por meio da lei do Antigo Testamento. Características Especiais Quatro fatos singulares carac terizam esta epístola: 1. É a defesa mais veemente no Novo Testamento da natureza do evangelho. Seu tom é enérgico, intenso e urgente, uma vez que Paulo lida com oponentes em erro (G1 1.8,9; 5.12), enquanto repreende os gálatas por se deixarem iludir tão faci lmente (G1 1.6; 3.1; 4.19,20); 2. Quanto ao número de referências autobiográficas, Gálatas é superada somente por 2Coríntios; 3. Esta é a única epís to la de Paulo em que ele explic itamente se dirige a várias igrejas (ver, no entanto, a in trodução a Efésios); 4. Contém a descrição do fruto do Espíri to (G1 5.22,23) e a lista mais comple ta do Novo Testamento das obras da carne (G1 5.19-21). 27 Cristo Revelado Paulo ensina que Jesus coloca aqueles que têm fé nele (G1 2.16; 3.26) em uma posição de l iberdade (G1 2.4; 5.1), l ibertando-os da servidão ao legal ismo e à l iber t inagem1. A principal ênfase do apóstolo está na crucificação de Cristo como base para a libertação do crente da maldição do pecado (G1 1.4; 6.14), do próprio eu (G1 2.20; ver 5.24) e da lei (G1 3.12; 4.5). Paulo também descreve uma dinâmica união de fé com Cristo (G1 2.20). Vis ivelmente re tra tada no batismo (G1 3.27), que relaciona todos os crentes como irmãos e irmãs (G1 3.28). Em relação à pessoa de Cristo, Paulo declara tanto sua divindade (G1 1.1,3,16) quanto sua humanidade (G1 3.16; 4.4). Jesus é a substância do evangelho (G1 1.7), que ele próprio revelou a Paulo (G1 1.12). 1 D evass i dão , de s re gr am en to , l i cenc ios idade , c rápula . 28 Questionário • Assinale com “X ” as a lternat ivas corretas 1. É a epístola de Paulo mais longa, mais teológica e mais influente a)| I lCoríntios b)| I Gálatas c)| I Efésios d ) 0 Romanos 2. É errado afirmar a)[€\ Paulo diz que Gálatas é a Revelação da Justiça de Deus b ) H Doutr inariamente , Romanos é o maior l ivro já escri to c)l~c1 Romanos é o coração e a alma da revelação de Deus ao povo desta época d ) 0 A mais comple ta história da necessidade, do remédio e dos resultados da morte de Cris to, encontra-se em Romanos 3. A epístola aos Gálatas foi escri ta para salvar o cr is t ianismo a)| I Do legal ismo Romanos b)| I Do legalismogentio C) 0 . D ° legalismo juda ico d)| I Do legalismo grego » Marque “C” para Certo e “E ” para Errado 4 .IÊ 1 E claro que Paulo t inha visi tado a cidade de Roma antes de enviar-lhes a carta aos Romanos 5.IHI Romanos contém a descr ição do fruto do Espíri to e a lista mais comple ta do Novo Testamento das obras da carne 29 Carta aos Efésios Esta epís to la destaca-se pela universal idade do seu conteúdo, não só à igreja em Efeso, mas a todas as igrejas sob a l iderança de Paulo, bem como a toda a Igreja de Deus em todo o mundo e em todos os tempos. O caráter universal dessa epísto 1 a é percebido pelo p lano da salvação proposto por Deus desde a fundação do m undo e que alcança a toda cr ia tura humana, independente de r aca, cor ou nação. Esse plano não discr imina judeu nem gentio, mas coloca todos debaixo da graça imensurável de Deus em Cristo Jesus. Efésios é um dos picos elevados da revelação bíblica, ocupando lugar único entre as Epís tolas de Paulo. Ela não foi e laborada no árduo trabalho da b igo rna1 da controvérs ia doutr inária ou dos problemas pastorais (como muitas outras epístolas de Paulo). Ao contrário, Efésios transmite a impressão de um rico transbordar de revelação divina, brotando da vida de oração de Paulo. Ele escreveu a carta quando es tava pr is ioneiro por amor a Cristo (Ef 3.1; 4.1; 6.20), provavelmente em Roma. Efésios tem muita afinidade com Colossenses , e talvez tenha sido escri ta logo após esta. As duas cartas podem ter sido levadas s imultaneamente ao seu destino por um cooperador de Paulo chamado Tíquico (Ef 6.21; cf. Cl 4.7). 1 Peça de fer ro, com o co rp o cent ral qu ad ran g u la r e as ex t r em idades em pont a c i l í nd r i ca , cônica ou p i r amid a l , sob re a qual se malham e a m old am meta is ; incude. Autor: O Apóstolo Paulo Data: Cerca de 62 d.C. Tema: Cristo e Sua Igreja Palavras-Chave: Glória, corpo, lugares celestes Versículo-chave: Ef 1.3 30 É crença geral que Paulo escreveu Efésios também para outras igrejas da região, e não apenas a Éfeso. Possivelmente ele a escreveu como carta c ircular às igrejas de toda a provínc ia da Ásia. Autor Duas vezes na Epís tola se diz que foi Paulo quem a escreveu (Ef 1.1; 3.1). Também poderemos fazer a pergunta: Quem, além de Paulo, poderia ter escri to uma carta tão profunda na doutrina cristã? Porventura algum outro dos apóstolos teria escr i to o capítulo dois, versículos onze a vinte e dois, colocando os gentios em pé de igualdade com os judeus , alegando que não há diferença? E quem, senão Paulo, foi preso por causa dos gentios? O versículo dois do capí tu lo terceiro afirma que o escri tor recebeu de Deus a adminis tração ou ministério do Evangelho entre os gentios, coisa que só Paulo podia alegar (Ef 3.1-13). O esti lo da carta é o de Paulo, sendo especia lmente semelhante à Epís tola aos Colossenses . Pr imeiramente expõe as verdades doutr inárias, como é costume de Paulo. A evidência externa é a melhor possível . E citados por Clemente de Roma, Inácio, Policarpo, Hermes, Clemente de Alexandria, Tertuliano, Irineu, Hipóli to e outros. Nenhum deles teve dúvidas a respeito da autent icidade da Epís tola e de que Paulo fosse seu autor. Até o próprio Marción a inclui entre as epístolas de Paulo, mas diz que foi escri ta à igreja de Laodicéia, em vez de a de Éfeso. Como em alguns dos manuscr itos antigos não aparecem no texto do primeiro versículo as palavras “Em É feso” alguns insistem em que esta tem de ser a Epís tola de Paulo aos de Laodicéia mencionada em Colossenses 4.16. Outros 31 afirmam que é antes uma carta particular. A tradição e a maior ia dos manuscritos dizem que foi a enviada a Éfeso, mas o que importa é que foi e é inspirada pelo Espíri to de Deus, e é para nós hoje a própria Palavra de Deus. -— ry Quando Paulo escreveu a epístola aos Efésios, estava preso em R o m a, de onde a enviou àquela igreja através de Tíquico, por quem, também, enviou as cartas a Filemom e à igreja de Colossos, provavelmente entre 60 e 62 d .C. Data e Circunstâncias Vê-se em Efésios 3.1; 4.1 e 6.20 que Paulo estava na prisão, em cadeias, quando escreveu a carta. Da história de sua vida no livro dos Atos dos Apóstolos, calculamos que esta Epís tola foi escri ta cerca do ano 60 ou 62 a .C. A semelhança do seu conteúdo com a de Colossenses e o fato de que Tíquico foi o portador da carta (Ef 6.21,22), como também a dos Colossenses (Cl 4.7,8), fazem-nos crer que foram escritas na mesma época. É provável que Onésimo, que acompanhou a Tíquico (Cl 4.9) levasse a carta de Paulo a Filemom nessa mesma época. Em sua segunda viagem missionária, Paulo ficou em Éfeso poucos dias, prometendo voltar (At 18.19-21). Deixou Priscila e Áquila na cidade, ao passo que ele seguiu para Jerusa lém e Antioquia. Antes que Paulo regressasse, Apoio chegou a Éfeso e teve um ministério ali (At 18.18,19,24-28). Em sua terceira viagem, Paulo ficou em Éfeso cerca de três anos, realizando o melhor ministér io de toda a sua longa carreira (At 19.1-20). Nos três primeiros meses pregava na sinagoga, mas a oposição obrigou-o a afastar-se e se estabeleceu em uma escola, onde “falou ousadam ente” 32 durante dois anos. Não é est ranho, então, que a igreja de Efeso pudesse receber e entender uma car ta tão espir i tualmente profunda como esta. Durante os anos do ministér io pessoal do apóstolo, os novos crentes aprofundaram-se em seus conhecimentos bíblicos e do Evangelho; es tavam em condições de apreciarem estes ensinamentos , e Paulo bem o sabia. Não há na carta referências a problemas especiais como os mencionados nas cartas aos Coríntios e aos Gálatas. Por que, então, foi escri ta? Não há quase dúvida de que exist iu um problema sério em Colossos, e Paulo, preparando a viagem de Tíquico para que levasse a Epís tola aos Colossenses , e enviando a Onésimo de volta para Fi lemom com sua carta de recomendação, quis escrever esta carta aos efésios (ou car ta-c ircular para todas as igrejas da Ásia, se ass im o desejarmos) . E possível que Paulo t ivesse t ido novas revelações durante as suas prisões, e o Espíri to Santo desejava que Paulo deixasse por escri to estas verdades. Uma mente como a de Paulo, medi tando longas horas, mês após mês, no significado da morte, ressurreição e entronização do Senhor Jesus Cristo, sem dúvida seria guiada pelo Espíri to a novos passos e conhecimentos de verdades espiri tuais, como deduções lógicas do que já conhecia. A exper iência da maturidade e a apl icação no estudo mais assíduo do Velho Testamento (2Tm 4.13) também contr ibuíram para que Paulo t ivesse verdades novas para transmit ir aos efésios, e aprouve a Deus que as deixasse em forma permanente para que nós, as gerações vindouras, nos aprove itássemos também delas. Não obstante, l ivremo- nos da idéia de que esta Epís tola cria uma nova dispensação, de modo que só ela e as Epístolas escri tas depois por Paulo, sejam para nós, atualmente, em vez de todo o Novo Testamento. Graças ao Pai Celestial , 33 que por Seu Espíri to Santo impeliu o grande apóstolo aos gentios a escrever esta Epístola. Não só devia preveni-los contra o erro que entrou em Colossos, e o outro que trans tornou os gálatas, mas também os fez merecer a admoestação do Senhor Jesus em Apocal ipse 2.4,5. É considerada uma das “cartas da p r isão” porque as escreveu enquanto estava preso em Roma. Na primavera de 63 d.C., provavelmente , foi liberto. Propósito O propósi to imedia to de Paulo ao escrever Efésios está implícito em Efésios 1.15-17. Em oração, ele anseia que seus leitores cresçam na fé, no amor, na sabedoria e na revelação do Pai da glória. Almeja profundamente que vivam uma vida digna do Senhor Jesus Cristo (Ef 4.1-3; 5.1,2). Paulo,portanto, procura fortalecer-lhes a fé e os alicerces espiri tuais ao revelar a plenitude do propósi to eterno de Deus na redenção “em Cris to” (Ef 1.3-14; 3.10-12) à igreja (Ef 1.22,23; 2.11-22; 3.21; 4.11-16; 5.25-27) e a cada crente (Ef 1.15-21; 2.1-10; 3.16-20; 4.1-3 ,17-32; 5.1-6.20). Visão Panorâmica Há dois temas fundamentais no Novo Testamento: • Como somos redimidos por Deus; • Como nós, os redimidos, devemos viver. Os capítulos 1-3 de Efésios tratam principalmente do primeiro desses temas, ao passo que os capítulos 4-6 focalizam o segundo. Os capítulos 1-3 começam por um parágrafo de abertura que é um dos trechos mais profundos da 34 Bíblia (Ef 1.3-14). Esse grandioso hino sobre redenção t r ib u ta1 louvores ao Pai pela eleição, predest inação e adoção que Ele nos propic iou (Ef 1.3-6), por nossa redenção mediante o sangue do Filho (Ef 1.7-12) e pelo Espíri to, como selo e garantia da nossa herança (Ef 1.13,14). Nesses capítulos, Paulo ressalta que na redenção pela graça mediante a fé, Deus nos reconci l i a consigo mesmo (Ef 2.1-10) e com outros que estão sendo salvos (Ef 2.11-15) , e, em Cristo, nos une em um só corpo, a igreja (Ef 2.16-22). O alvo da redenção é “ tornar a congregar em Cris to todas as coisas. .. tanto as que estão nos céus como as que estão na te r ra” (Ef 1. 10). Os capítulos 4-6 consis tem mais de ins truções práticas para a igreja no tocante aos requisitos que a redenção em Cristo demanda de nossa vida individual e coletiva. Entre as 35 diretrizes dadas em Efésios, sobre como os redimidos devem viver, destacam-se três categorias gerais. 1. Os crentes são chamados a uma nova vida de pureza e separação do mundo. São chamados a serem “santos e ir repreensíveis diante de le” (Ef 1.4), a crescer “para templo santo no Senhor” (Ef 2.21), a andar “como é d |gno da vocação com que fostes chamados” (Ef 4.1), a “varão perfe ito” (E f 4 .1 3). a viver “em verdadeira jus t iça e santidade” (Ef 4.24), a andar “em amor” (Ef 5.2; cf. 3.17-19) e a serem santos “pela Pa lavra” (Ef 5.26), a fim de que Cristo tenha uma “igreja gloriosa, sem mácula2, nem ruga. .. santa e i rrepreensível” (Ef 5.21). 2. O crente é chamado a um novo modo de viver nos relacionamentos familiares e vocacionais (Ef 5.22- 1 Pr es ta r ou dedic ar a ( a lg uém ou algo) , como t r ibuto. 2 N ódoa , mancha . 35 6.9). Esses re lacionamentos devem ser regidos por princípios de conduta que dis t ingam o crente da sociedade descrente à sua volta. 3. Finalmente , o crente é chamado a manter-se firme contra as a s tu tas1 ci ladas do diabo e as terríveis “hostes espiri tuais da maldade, nos lugares ce les tia is” (Ef 6.10-20). Cinco Características Especiais 1. A revelação da grande verdade teológica dos capítulos 1-3 é in te rrompida por duas grandiosas orações apostólicas. Na primeira, o apóstolo pede para os crentes sabedoria e revelação no conhecimento de Deus (Ef 1.15-23); na segunda, roga que possam conhecer o amor, o poder e a glória de Deus (Ef 3.14-21). 2 . / “Em Cris to” , uma expressão paulina de peso (106 ~R^Cj J vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente \ em Efésios (cerca de 36 vezes). “Toda bênção J espir i tua l” e todo assunto prático da vida relaciona- V se com o estar “em Cris to” . 3. Efésios salienta o propósi to e alvo eterno de Deus para a igreja. 4. Há um realce mul t i face tado2 do papel do Espíri to Santo na vida cristã (Ef 1.13,14,17; 2.18; 3.5 ,16,20; 4.3,4,30; 5.18; 6.17,18). 5. Efésios é tida, às vezes, como epístola gêmea de r j - l ) Colossenses, pelo fato de apresentarem definidas V- semelhanças em seus conteúdos e terem sido escri tas quase ao mesmo tempo. 1 H abi l id ade em enganar ; lábia, so lé rc ia, manha , a r t imanha , ardi l . F inura , mal íc ia , sagac idade . 2 Que tem muitas facetas; mult i face . 36 Cristo Revelado Efés ios foi chamado de “Os Alpes do Novo Tes tamento” , “O Grande Cânon da Escr itura” e “O Ápice Real das Ep ís to las” , não somente por seu grande tema, mas devido à majestade do Cris to revelado aqui. Capí tulo 1: Ele é o Redentor (Ef 1.7), aquele em quem e por quem a história será defin it ivamente consumada (Ef 1.10); e Ele é o Senhor ressusci tado que não apenas ressusci tou dos mortos e do inferno, mas que re ina como rei, derramando sua vida através de seu corpo, a Igreja - a expressão atual dele mesmo na terra (Ef 1.15-23). Capítulo 2: Ele é o pacif icador que reconci l iou o homem com Deus e que também torna possível a reconcil iação entre os homens (Ef 2.11-18); e Ele é a “principal pedra da esquina” do novo templo, que consiste de seu próprio povo sendo habitado pelo próprio Deus (Ef 2.19-22). Capí tulo 3: Ele é o tesouro em que são encontradas as r iquezas inescrutáveis da vida (Ef 3.8); e Ele é o que habita nos corações humanos, garantindo-nos o amor de Deus (Ef 3.17-19). Capí tulo 4: Jesus é o doador dos dons do ministér io à sua Igreja (Ef 4.7-11); e Ele é o vencedor que acabou com a capacidade do inferno de manter a humanidade cativa (Ef 4.8-10). Capí tulo 5: Ele é o marido m ode lo , dando-se sem egoísmo para realçar sua noiva - sua Igreja (Ef 5.25- 27,32). Capí tulo 6: Ele é o Senhor, poderoso na batalha, o recurso de força para seu povo enquanto eles se armam para a batalha espiri tual (Ef 6.10). 37 Questionário • Assinale com “X ” as al ternativas corretas 6. É percebido pelo plano da salvação proposto por Deus desde a fundação do mundo a)| I O caráter universal da epístola aos Romanos b)| I O caráter universal da epístola aos Gálatas c)12LO caráter universal da epístola aos Efésios d)| | O caráter universal da epístola aos Hebreus 7. Efésios tem muita afinidade com a)l I Romanos b)| I Gálatas c)| | Fil ipenses d ) 0 Colossenses 8. Quando Paulo escreveu a epístola aos Efésios, estava preso em '/Zo/tq/Q___ , de onde a enviou àquela igreja através de a)| I Roma, Timóteo b )0 ~ R o m a , Tíquico c)| I Jerusalém, Timóteo d)| | Jerusalém, Tito • Marque “C ” para Certo e “E ” para Errado 9 .\ f \ Em Cris to” , uma expressão paulina de peso (106 vezes nas epístolas de Paulo), sobressai grandemente em Gálatas (cerca de 36 vezes) 10.[g] Efésios sal ienta o propósi to e alvo eterno de Deus para os judeus 38 Lição 2 Cartas de Paulo: ICoríntios e 2Coríntios Primeira Carta aos Coríntios Autor: O Apósto lo Paulo Data: 55/56 d.C. Tema: Problemas da Igreja e Suas Soluções Palavras-Chave: A cruz, pecados sexuais, dons espiri tua is, amor, a ressurreição Versículos-chave: ICo 13.1; 14.33a $ Corinto, uma cidade antiga da Grécia, era,"j> _ j em mui tos aspectos , a metrópole grega de maior " " destaque nos tempos de Paulo. Assim como muitas das cidades prósperas do mundo de hoje, Corinto era in te lectualmente arrogante, materia lmente próspera e moralmente corrupta . O pecado, em todas as suas formas, g rassava1 nessa cidade de má fama, pela sua l icencios idade2. Juntamente com Priscila e Aquila ( IC o 16.19) e com sua própr ia equipe apostólica (At 18.5), Paulo fundou a igreja em Corinto, durante seu minis tério de dezoito meses ali, na sua segunda viagem 1 De se nv ol ver -se ; a las t r a r - s e , p ro pag ar -se pro gr e ss iv ament e . 2 Sensua l , l ib id inoso ; l ibert ino. 39 missionár ia (At 18.1-17). A igreja era composta de alguns judeus, sendo sua maioria const i tuída de gentios convertidos do paganismo. Depois da partida de Paulo de Corinto, surgiram vários problemas na jovem igreja, que requereram sua autoridade e doutrina apostól ica , por carta e visitas pessoais. Autor A autent icidade de ICorín t ios nunca foi ser iamente desafiada. Em esti lo, l inguagem e fi losofia, a epístola pertence ao apóstolo Paulo. A própria ín d o le 1 da carta é uma prova de que Paulo é o autor humano da mesma. No primeirocapítulo diz ele que é Paulo, que exerceu um longo ministério entre eles, porém, que não batizou muitas pessoas ali. Fala da sua conduta exemplar enquanto esteve em Corinto e manifesta uma compreensão de seus problemas e sua solução que só o apóstolo dos gentios poderia ter. A melhor expl icação para se jus ti f icar a omissão do ensino doutr inário no começo da carta é que Paulo pregara em Corinto por espaço de quase dois anos, de maneira que não havia necessidade de que lhes escrevesse sobre as verdades fundamentais do Evangelho ( IC o 1.1,12-17; 3.4,6,22; 16.21). Os antigos “Pa is” deram evidência de sobra quanto à sua aceitação deste livro como uma carta escri ta pelo apóstolo Paulo. Tem feito parte do cânon desde o seu começo. Clemente de Roma chama-a “Epístola do bendito apóstolo Pau lo” e Clemente de Alexandria fez mais de cem citações dela. Os cristãos e os inimigos do Cris t ianismo ci taram-na como Epís tola 1 P r op ens ão na tura l ; t endênc ia carac t e r í s t i ca ; t em perame nto . Fe i t io, condiç ão , caráter . 40 autêntica escri ta por Paulo, o apóstolo aos gentios. Apresenta esta car ta mais evidência em seu favor do que a maioria dos escri tos antigos, sem exis t ir con trovérs ia quan to a este assunto. Data e as Circunstâncias Existem vários motivos para aceita r-se a declaração de Paulo de que ele se achava em Éfeso quando escreveu a Epísto la ( I C o 16.8,9). Seu ministér io exercido em Éfeso durante três anos provê a oportunidade (At 19.8,10,21,22; 20.31). Não era coisa fácil escrever-se naqueles dias, porém de acordo com ICor ín t ios 5-9, Paulo já t inha escri to a estes irmãos, mas ignoramos como se perdeu a mencionada carta. Ao sair Paulo de Corinto, levou consigo a Aquila e Pr iscila até Éfeso onde os deixou (At 18.18,19). Enquanto Paulo seguiu para Jerusa lém, chegou a Éfeso o eloqüente orador Apoio, d e ^ _ Alexandr ia, até pregou com muito poder, porém não ^ conhecia senão o batismo de João Batista. Depois de ouvi-lo falar, Pr isc ila e Áquila tomaram-no e ensinaram-lhe as demais verdades a respei to do Senhor Jesus e da vinda do Espíri to Santo. Depois Apoio passou por Corinto onde pregou com tanta e loqüência que alguns formaram um partido dando-lhe seu nome, ao passo que outros ficaram fiéis a Paulo, que t inha pregado a pura verdade, porém com s impl ic idade, com o propósito de evitar que os gentios fixassem sua atenção nele. Em Atenas Paulo falou perante os eruditos e f i lósofos da sua época e uns poucos se conver teram a despeito daqueles que zom bavam da doutrina. De Atenas o apóstolo foi a Corinto , e ele mesmo se expressou nestes termos: “E eu, irmãos, quando fui ter convosco, anunciando-vos o tes temunho 41 de Deus, não o fiz com ostentação de l inguagem, ou de sabedoria, porque decidi nada saber entre vós, senão a Jesus Cristo, e Este crucificado. E foi em fraqueza, temor e grande tremor que eu estive entre vós. A minha palavra e a minha pregação não consis t iram em linguagem persuasiva de sabedoria, mas em demonst ração do Espíri to e do poder, para que a vossa fé não se apoiasse em sabedoria humana; e, sim, no poder de D eus” ( IC o 2.1-5). Paulo também vivia do trabalho de suas próprias mãos, fabr icando tendas de campanha ou barracas, e aos sábados discutia com os que f reqüentavam as sinagogas. Só quando chegaram Silas e Timóteo de Macedônia , sem dúvida trazendo-lhe uma oferta (Fp 4.15) é que Paulo abandonou o trabalho manual que estava fazendo para dedicar-se in tegralmente ao seu ministério. Natura lmente houve um contraste entre a humildade e abnegação de Paulo e a eloqüência de Apoio. Os dois pregadores não desejaram que isso acontecesse, nem pretendiam causar divisões entre os irmãos, nem houve ciúme ou inveja entre eles ( IC o 16.12). A formação dos dois partidos entre os coríntios foi simplesmente uma manifestação de sua carnalidade, e assim foi que Paulo considerou o fato ( IC o 3.3,4). Enquanto Paulo estava em Efeso, de regresso de Jerusalém e no começo de sua terceira viagem missionária, ouvia falar destas divisões entre crentes de Corinto, e também de certas imoralidades ali praticadas. Escreveu-lhes acerca do dever de se separarem dos que es tavam em pecado e recebeu uma resposta por escri to na qual lhe faziam certas perguntas. Talvez Estéfanas, Fortunato e Acaio trouxessem o recado e dessem mais notícias verbalmente ( IC o 16.17). Além da mencionada carta da 42 Igreja de Corinto, veio a Éfeso a família do irmão Cloe e os membros desta famíl ia contaram a Paulo deta lhadamente a condição espiri tual dessa igreja. O apóstolo enviou Timóteo para lá imedia tamente , sem esperar para escrever- lhes. Já vimos, então, como foi que ele sentiu a necessidade de escrever esta carta, a f im de aplicar a cada problema da igreja de Corinto a solução ditada pelo Espíri to Santo. Como fundador da mencionada igreja e como apóstolo dos gentios por de terminação de Deus, a responsabil idade pesava sobre ele (2Co 11.28). A inspiração divina na composição da epís to la nota-se no fato de que Paulo explica as verdades fundamenta is que formam os pr incípios ou regras para as decisões ou procedimentos que cabem em cada caso. Ass im sendo, a carta é de grande importância e u ti l idade para a ins ti tuição de igrejas na atual idade, e damos graças a Deus que no-la tem conservado. Pelas razões acima expostas consideramos que esta Epís to la foi escri ta lá pelo fim dos três anos do minis tério de Paulo em Éfeso, entre 55 ou 56 da era cristã. Propósito Paulo t inha dois motivos pr incipais ao escrever esta epístola: • Tra ta r dos sérios problemas da igreja de Corinto, de que fora informado. Eram pecados que os coríntios não levavam muito a sério, mas que Paulo sabia serem graves. • Aconselhar e doutr inar sobre variados assuntos que os coríntios lhe encaminharam por escri to. Isso incluía assuntos doutrinár ios e de conduta e pureza, tanto individual, como da congregação. 43 Visão Panorâmica Esta epístola trata dos problemas que uma igreja exper imenta quando seus membros continuam “carnais” ( IC o 3.1-3) e não se separam de uma vez, dos incrédulos a seu redor (2Co 6.17). São problemas tipo espír i to de divisão ( IC o 1.10-13; 11.17-22), to lerância de pecado t ipo inces to1 ( IC o 5 .1-13), imoral idade sexual em geral ( I C o 6.12-20), ação judic ia l entre os cristãos ( I C o 6.1-11), idéias humanis tas a respeito da verdade apostól ica ( IC o 15) e confli tos a respeito da “ liberdade c r is tã” ( IC o 8-10). Paulo também instrui os coríntios a respeito do cel iba to2 e do casamento ( IC o 7), o culto público, inc lusive a Ceia do Senhor ( IC o 11-14) e a oferta para os santos de Jerusalém ( IC o 16.1-4). Entre os ensinos mais importantes de Paulo em ICorín t ios , está o das manifestações e dons do Espíri to Santo nos cultos da igreja ( IC o 12-14). O ensino desses capítulos é o mais r ico do Novo Tes tamento sobre a natureza e o conteúdo da adoração na igreja primitiva ( IC o 14.26-33). Paulo mostra que o propós ito de Deus para a igreja inclui uma rica variedade de dons do Espíri to através de crentes fiéis ( IC o 12.4-10) e de pessoas chamadas para exercer certos minis térios ( IC o 12.28- 30) - uma diversidade dentro da unidade, comparável às múl tip las funções do corpo humano ( IC o 12.12-27). No da operação dos dons espiri tua is na congregação, Paulo faz uma dist inção essencial entre a edificação individual e a coletiva como assemblé ia ( IC o 14.2- 1 União sexua l i l íci ta ent re paren tes c o n s angü ín eos , af ins ou adot ivos . 2 O es ta do de uma pes soa que se man té m so l tei ra. 44 6,12,16-19,26) , e reitera que todas as manifestaçõespúbl icas dos dons devem brotar do amor ( IC o 13) e exist irem para a edificação de todos os crentes ( I C o 12.7; 14.4-6,26). Características Especiais Cinco caracterís t icas especiais vemos em ICorínt ios: 1. De todo o Novo Testamento , é a epís to la que mais trata de problemas. Ao tratar dos vários problemas e assuntos de Corinto, Paulo apresenta princípios espir i tuais claros e permanentes , sendo cada um deles universalmente aplicáveis à igreja ( I C o 1.10; 6.17,20; 7.7; 9.24-27; 10.31,32; 14.1-10; 15.22,23). 2. Há um destaque geral sobre a unidade da igreja local como corpo de Cristo, destaque este no ensino sobre divisões, Ceia do Senhor e dons espiri tuais. 3. Es ta epístola contém o mais amplo ensino do Novo Tes tamento em assuntos de grande importância como o celibato, o casamento e novo casamento (capítulo 7); a Ceia do Senhor ( I C o 10.16-21; 11.17-34); l ínguas, profecias e dons espir i tuais durante o culto ( I C o 12,14); o amor cristão ( I C o 13); e a ressurreição do corpo ( I C o 15). 4. A epís to la é de valor incalculável para o ministér io pastoral , no tocante à disciplina eclesiás tica ( I C o 5). 5. Sa l ien ta1 a possibi l idade indubi táve l2 de decair da fé, aqueles que persistem numa conduta ímpia e que não têm fi rmeza em Cristo ( IC o 6.9,10; 9.24-27; 10.5- 12,20,21; 15.1-2). 1 T o rn a r - se sa l ien te ou notável ; ev id en c ia r - s e , d i s t ingui r - se , sobressa i r . 2 So b re q ue não po de haver dúvida ; incon te s tá ve l , i r re f ragáve l . 45 Correções na Conduta Cristã (ICo 1-11) A maravi lhosa igreja de Corinto, a jó ia br i lhante da coroa do trabalho de Paulo, estava f racassando, porque o mundanismo (carnalidade) se t inha in troduzido em seu seio. Tudo corria bem enquanto a igreja penetrava na c idade de Corinto, mas quando Cor into penetrou na igreja, o desas tre começou. O maior perigo da igreja de Corinto vinha de dentro. É uma verdade sempre confirmada. Espíri to de partidos. Paulo fala das divisões e grupos na igreja. Nada destrói mais o coração e a vida de uma igreja, do que a polí t ica de partidos. Cris t ianismo é amor. Só Jesus Cris to pode curar o mal das divisões ( IC o 1.13). Todo olhar, todo coração e todo espíri to deve voltar-se para um objetivo: Jesus Cristo, nosso Salvador pessoal. A Cruz. 1. A cruz era “escândalo para os j u d e u s” . Algo com que não podiam conformar-se ( I C o 1.23). Não era possível compreender como tal demonstração de fraqueza podia ser fonte de poder. Para eles, um homem morrendo na cruz não parecia o Salvador do mundo. A cruz significava fracasso para eles. 2. A cruz era “Loucura para os gregos” . Os gregos olhavam com desdém a religião sem base científ ica, ensinada primeiro num recanto atrasado do mundo, como Nazaré, pelo filho de um carpinteiro que nunca estudara em Atenas ou Roma. Os gregos idolatravam “cérebros” . 46 Mas Deus nunca desprezou as coisas humildes. Ele usou a fu n d a1 de Davi para derrubar Golias , o pior inimigo de Israel. Usou a m erenda2 de um menino para a limentar uma multidão. Ou a cruz é “o poder de D e u s” ou é “ loucura” . Nenhuma pessoa jamais de ixa a cruz na mesma condição em que a ela veio. Terá de aceitá-la ou de rejeitá-la. Se a aceita, torna-se fi lho de Deus (Jo 1.12); se a repudia, é réu, condenado (Jo 3.36). Paulo não pregou um Cris to conquis tador ou filósofo, porém, Cris to crucif icado e humilde ( I C o 2.2). Paulo diz: “Nem eu tão pouco ju lgo a mim m esm o ” ( I C o 4.3). Não sabeis? Esta é uma expressão usada por Paulo. Sua fé se baseava em fatos. Ele queria saber das coisas. Sublinhe os “não sabe is?” do capítulo 6. Que nos compete saber? “Ou não sabeis porque o nosso corpo é o templo do Espíri to Santo, que habita em vós, proveniente de Deus, e que não sois de vós mesmos? Porque fostes comprados por bom preço; glorificai , pois, a Deus no vosso corpo e no vosso espíri to, os quais pertencem a D eus” ( IC o 6.19,20). Se o nosso corpo foi redimido pelo Senhor Jesus Cristo, então não nos pertence mais, e sim Aquele que nos comprou com o seu precioso sangue. “Porque fostes comprados por preço” . A Escritura não estabe lece regrinhas de conduta nem diz que coisas devem ou não fazer, antes, estabelece princípios pelos quais o cristão deve orientar suas ações. Alguém disse que a l iberdade cristã não quer dizer o direito que temos de fazer o que 1 L açada de cou ro ou de corda para a r ro j a r pedras , ou ou t ros pro je t i s , ao longe. R e fe iç ão leve, en t re o a lm oço e o ja n t a r . O que se leva em farnel pa ra c om er no camp o ou em viagem. 47 queremos, e sim o que devemos. Paulo diz: “Todas as coisas me são l ícitas, mas nem todas as coisas convêm; todas as coisas me são l ícitas, mas eu não me deixarei dominar por nenhum a” ( IC o 6.12). Casamento. Deus apresenta com clareza os princípios do casamento. Quando duas pessoas se casam, fazem-no por toda a vida. Leiam o que disse Jesus acerca do divórcio (Mt 5.31,32; 19.3-11; Mc 10.2-12). São declarações claras. Anotem ICorínt ios 7.9,13 na Bíblia. Meditem nesses versículos. A Ceia do Senhor A Ceia do Senhor é descrita em quatro trechos bíblicos: Mateus 26.26-29; Marcos 14.22-25; Lucas 22.15-20; ICorín t ios 11.23-32. Sua importância re laciona-se com o passado, o presente e o futuro. Sua impor tância no passado. É um memoria l (gr. anam nesis ; ICo 11.24- 26; Lc 22.19) da morte de Cristo no Calvário , para redimir os crentes do pecado e da condenação. Através da Ceia do Senhor, vemos mais uma vez diante de nós a morte salvífica de Cristo e seu s ignificado redentor para nossa vida. A morte de Cristo é nossa motivação maior para não cairmos em pecado e para nos abstermos de toda a aparência do mal ( lT s 5.22). É um ato de ação de graças (gr. eucharis tia ) pelas bênçãos e salvação da parte de Deus, provenientes do sacrifício de Jesus Cristo na cruz por nós ( I C o 11.24; Mt 26.27,28; Mc 14.23; Lc 22.19). 48 Sua impor tância no presente. A Ceia do Senhor é um ato de comunhão (gr. koinoniá) com Cristo e de part ic ipação nos benefícios da sua morte sacrificial e, ao mesmo tempo, comunhão com os demais membros do corpo de Cristo ( I C o 10.16,17). Nessa ceia com o Senhor ressurreto, Ele, como o anfitr ião, faz-se presente de modo especial (cf. Mt 18.20; Lc 24.35). E o reconhecimento e a p roclamação da Nova Aliança (gr. kaine d ia theke ) mediante a qual os crentes reaf i rmam o senhorio de Cris to e nosso compromisso de fazer a sua vontade, de permanecer leais, de resist i r o pecado e de identi ficar- nos com a missão de Cristo ( I C o 11.25; Mt 26.28; Mc 14.24; Lc 22.20). Sua impor tância no futuro. A Ceia do Senhor é um antegozo do reino futuro de Deus e do banquete mess iânico futuro, quando então, todos os crentes estarão presentes com o Senhor (Mt 8.11; 22.1-14; Mc 14.25; Lc 13.29; 22 .17,18,30). Antevê a volta iminente de Cristo para buscar o seu povo ( IC o 11.26) e encena a oração: “Venha o teu Reino” (Mt 6.10; cf. Ap 22.20). Na Ceia do Senhor, toda essa impor tância acima mencionada, só passa a ter significado se chegarmos diante do Senhor com fé genuína, oração s incera e obediência à Palavra de Deus e à sua vontade. Instruções Quanto à Conduta Cristã (ICo 12-16) Em ICorín tios 12 encontramos os dons que o Espíri to dá aos crentes. Nos vers ículos 1-3 ele fala da transformação que se deu na vida dos cristãos corínt ios após abandonarem o culto de ídolos mortos para adorar 49 Autor: O Apósto lo Paulo Segunda Data: 55/56 d .C. Carta aos Tema: Gló r ia Através do Sofrimento Coríntios Pa âvras-Chave: Consolação, sofrimento, minis tério , glória, poder, f raqueza Versículos-chave: 2Co 4.5; 5.20-21 TendoPaulo fundado a igreja em Corinto, durante sua segunda viagem missionár ia, manteve contato freqüente com os coríntios a parti r de então, por causa dos problemas daquela igreja (ver a introdução a ICorínt ios) . A seqüência desses contatos e o contexto em que 2Coríntios foi escri to são os seguintes: • Depois de alguns contatos e correspondência inicial entre Paulo e a igreja ( IC o 1.1; 5.9; 7.1), ele escreveu ICorín t ios , de Efeso (pr imavera de 55 ou 56 d .C.). • Em seguida, ele fez uma viagem a Corinto, c ruzando o mar Egeu, para tratar de problemas surgidos na igreja. Essa visita, no período entre 1 e 2Coríntios (2Co 13.1,2), foi espinhosa para Paulo e para a congregação (2Co 2.1,2). • Depois dessa visi ta a fanosa1, informes chegaram a Paulo em Efeso de que seus adversár ios estavam atacando a sua autoridade apostólica em Corinto, tentando persuadir uma parte da igreja a rejeitá-lo. • - 'Respondendo, Paulo escreveu 2Coríntios, na Macedônia (outono de 55 ou 56 d.C.). • Pouco depois, Paulo viajou outra vez a Corinto (2Co 13.1), permanecendo ali cerca de três meses (cf. At 20.1-3a). Foi ali que escreveu a Epís to la aos Romanos. 1 Cheio de afã; t ra ba lh os o , l abor ioso . A u to r Paulo escreveu esta epístola à igreja de Corinto e aos crentes de toda a Acaia (2Co 1.1), identi ficando-se duas vezes pelo nome (2Co 1.1; 10.1). Há duas af irmações de que Paulo escreveu a carta (2Co 1.1 e 10.1). As coisas detalhadas que escreve e as referências par ticulares especialmente no capí tu lo dois, onde fala do mesmo homem que indica na primeira Epístola, o capítulo cinco: estas consti tuem provas de que o autor desta Epís to la é o mesmo que o da primeira. Não podia ser outro senão Paulo, o apóstolo dos gentios, e que fundou a igreja de Corinto (2Co 3.1-3). Só Paulo podia ter escri to 2Coríntios 12.19-13.10. O testemunho ex terno é mais do que sufic iente para provar a mesma coisa. Desde Pol icarpo em diante encontram-se re ferências a este livro, e ocupa o terceiro lugar no Apostolicón de Marción (Ano 145). Tema e Propósito Tendo em mente que 2Coríntios é a defesa pessoal do ministér io de Paulo, resumiremos o seu tema da seguinte maneira: o minis tério de Paulo, seus motivos, sacrifícios, responsabil idades e eficiência. • Paulo escreveu esta epís to la a três classes de pessoas em Corinto; • Pr imeiro escreveu para encoraja r a maioria da igreja que lhe era fiel, como seu pai espiri tual; • Escreveu para contes tar e desmascarar os falsos apóstolos que continuavam a difamá-lo, para, assim, enfraquecer a sua autor idade e o seu apostolado, e d is to rcer a sua mensagem; 53 • Escreveu, também, para repreender a minor ia na igreja influenciada por seus oponentes e que não acatavam a sua autoridade e correção. Paulo reafi rmou sua integridade e sua autoridade apostól ica em relação a eles, esclareceu os seus mot ivos e os advertiu contra novas rebeliões. 2Coríntios visou a preparar a igreja como um todo, para sua visi ta im inen te1. A Data e as Circunstâncias Depois de enviar a primeira Epís to la aos Coríntios Paulo esperou em Éfeso até o alvoroço no teatro (At 19.23-41), que o fez sair da cidade. Já t inha o propósito de vis i tar a Macedônia e Acaia e t inha enviado adiante dele Timóteo e Eras to (At 19.21,22). Partiu de Éfeso e chegou a Trôade. Nesta cidade teve muitas opor tunidades para pregar o Evangelho, mas não teve sossego em seu espírito, pelo fato de Tito não ter regressado, o qual fora enviado a Corinto por Paulo para adverti- los a respeito da oferta (2Co 12.18-8.6,16) e para saber de que maneira os irmãos de Corinto t inham recebido a carta anterior (2Co 2.12,13). Paulo partiu de Trôade para Macedônia , onde Tito o encontrou quando de seu regresso de Corinto (2Co 7.5-7). As notíc ias que trouxe da submissão da igreja às coisas que foram ordenadas na carta: sua pronta obediência c a tr isteza da maioria pelo que acontecera, não se acham somente neste capítulo sete, mas também de vez em quando por todo o livro. Também 2Coríntios 8.1 e 9.24 provam que esta carta foi escri ta desde a Macedônia , de modo que é claro que Paulo a escreveu quando do regresso de Tito com as 1 Que am eaça acon te cer breve ; que es tá sob rance i ro . 54 not íc ias da recepção da primeira Epístola , talvez uns seis meses após aquela, cerca do ano 55 depois de Cristo. «»Quando Tito contou a Paulo que a igreja de Corinto t inha disciplinado o culpado de acordo com as suas ins truções ( IC o 5), e que a dita disciplina t inha t ido o efeito desejado pelo fato de o homem estar muito tr iste e desejarem perdoá-lo (2Co 2.5-8), o apóstolo na tura lmente sentiu a sua responsabil idade de escrever- lhes imedia tamente com as ins truções sobre o caso. Com mais detalhes de Tito a respei to do caráter da opos ição ao apóstolo e a tendência de alguns em prestar- lhes atenção quanto à importância da lei mosaica, Paulo quis de ixar claro também esse ponto, tanto para defender seu própr io apostolado, como também para dar autoridade aos seus ensinamentos. Estas considerações, jun tam ente com os assuntos materia is, com a sua visi ta e a coleta para os santos em Jerusa lém, fizeram-no sentir o impulso de escrever. Deus usava as c ircunstânc ias para fazê-lo cumprir a vontade divina e ass im temos este precioso l ivro no cânon do Novo Testamento. Visão Panorâmica 2Coríntios tem três divisões principais: 1. Na primeira (2Co 1-7), Paulo começa dando graças a Deus pela sua consolação em meio aos sof rimentos em prol do evangelho, elogia os coríntios por d iscip linarem um grande transgressor e defende a sua in tegr idade ao alterar seus planos de viagem. Em 2Coríntios 3.1-6.10, Paulo apresenta o mais extenso ensino do Novo Tes tamento sobre o verdadeiro caráter do minis tério . Ressalta a impor tância da separação do mundo (2Co 6.11-7.1) e expressa sua alegria ao saber, através de Tito, do arrependimento de mui tos na igreja de Corinto, que antes desacatavam a sua autoridade apostól ica (2Co 7). 2. Nos capítulos 8 e 9, Paulo exorta os coríntios a demonst rar a mesma generosidade cristã e sincera dos macedônios , ao contr ibuí rem na campanha por ele dirigida, a favor dos crentes pobres de Jerusalém. 3. O estilo da epístola muda nos capítulos 10-13. Agora, Paulo defende o seu apostolado, discorrendo sobre a sua chamada, qualif icações e sofrimentos como um verdadeiro apóstolo. Com isso, Paulo espera que os coríntios reconheçam os falsos apóstolos entre eles, o que os poupará de futura disciplina quando ele lá chegar. Paulo termina 2Coríntios com a única bênção tr ini tár ia no Novo Testamento (2Co 13.13). Características Especiais Quatro fatos principais carac terizam esta epístola: humildade, desculpas e até mesmo constrangimento, mas foi necessário, tendo em vista a si tuação em Corinto. 2. Ult rapassa todas as demais epístolas paulinas no que tange à revelação da in tensidade e profundidade do amor e cuidado de Paulo por seus fi lhos espiri tuais. 3. Contém a mais completa teologia do Novo Testamento sobre o sofrimento do crente (2Co 1.3- 11; 4.7-18; 6.3-10; 11.23-30; 12.1-10), e de igual modo, sobre a contribuição cristã (2Co 8-9). 56 4. Termos-chave, tais como fraqueza, aflição, lágrimas, perigos, tr ibulação, sofrimento, consolação, jactância , verdade, ministério e glória, destacam o conteúdo incomparáve l desta carta. Comentário Paulo estava um pouco preocupado sobre como a igreja de Corinto teria recebido sua primeira carta. Perguntava-se a si mesmo como teriam aceitado suas exortações . Por isso mandou Tito e talvez Timóteo a Corinto para verificar o resultado da epístola. Durante sua terceira viagem missionária, em Filipos, Tito contou que a maioria da igrejarecebera a carta com bom espíri to. Alguns, porém, duvidaram dos seus motivos, chegando mesmo a negar o seu apostolado. Talvez pusessem isto em dúvida porque Paulo não pertenceu ao grupo dos doze. Nessas ci rcunstânc ias, Paulo escreveu a segunda epístola, não só para expressar sua alegria por causa das notíc ias alegres sobre a maneira como sua pr imeira epís to la foi recebida, como também para de fender o seu apostolado. O Ministério de Paulo (2Co 1-7) Paulo começa sua segunda epístola com as saudações habituais e ações de graças (2Co 1.1-11). Todos nós apreciamos uma his tória verdadeira. Paulo narra, nesse documento , tantas experiências pessoais da sua vida, que não há quem não goste de lê-las. Começa contando as grandes afl ições pelas quais tem passado. Através de todas as suas provações , aprendeu a conhecer melhor a Deus. 57 Paulo t inha consc iência da sua sinceridade e fidelidade quando trabalhou entre os coríntios. Expl icou-lhes que t inha mandado sua primeira carta em vez de vir pessoalmente , a fim de poder, quando viesse, louvá-los e não repreendê-los (2Co 1.23-2.4). Ele invoca o tes temunho de Deus para a sua declaração. Os doutores da lei, dos dias de Paulo, sempre levavam consigo cartas de apresentação. Procuravam combater Paulo por todos os meios. Perguntavam: “Quem é esse Paulo? Que carta de recomendação traz de Je rusa lém ?” Como era tola a pergunta! Acaso Paulo precisaria de carta de recomendação para uma igreja que ele própr io fundara? “Por que” ? “Vós sois a nossa carta, escri ta em nossos corações, conhecida e lida por todos os hom ens” (2Co 3.2). As vidas dos verdadeiros cristãos em Corinto eram cartas, que serviam para recomendar tanto a Paulo, o servo, como a Cristo, o Senhor. Paulo teve um ministério tr iunfante , mas cheio de afl ições. A vitória tem um preço! Paulo conta muita coisa a respeito das suas tr ibulações (capítulos 4,6 e 11). Na sua gloriosa conversão, o Senhor disse: “Pois eu lhe mostrarei quanto lhe importa sofrer pelo meu N om e” (At 9.16). As provações parecem ter começado logo depois e o acompanharam durante tr inta anos. Paulo, porém, mos trava-se sempre otimista, pois sabia que as aflições presentes tornavam maior a glória v indoura1 (2Co 4.17,18). Em todas as suas aflições Paulo encontra conforto na ressurreição. Vivia sob a inspiração de que, um dia, seu corpo seria transformado e glorificado (2Co 5.10). 1 Que há de vir ou aconte cer ; futuro, venturo. 58 V-Ur ^ a^v0 minis tério de Paulo é levar os homens a se reconcil iarem com Deus (2Co 5.20). O supremo interesse de Deus está no homem. Como embaixador de Cristo o apóstolo apela aos homens do mundo. Segue-se o seu apelo para uma vida de santidade (2Co 6.11-7.16). Santidade de vida quer dizer “ tudo” para Deus. Paulo roga aos seus cooperadores que não recebam em vão a benignidade de Deus, porém, abram seus corações a Ele. Liberdade no Ar (2Co 8 e 9) Paulo relata à igreja de Corinto a generosidade das igrejas da Macedônia em favor do Fundo de Socorro para a Palest ina, contra a fome. Embora fossem pobres, primeiro se haviam dado ao Senhor. Todas as igrejas da Ásia Menor e da Grécia contr ibuíram para o fundo. Isto começara um ano antes (2Co 8.10). Paulo escreveu isto quando estava na Macedônia . Não t inha aceitado de nenhuma igreja qualquer salário para o seu trabalho. Cristo era o exemplo desses cristãos primit ivos (2Co 8.9). Como Dar: • Da vossa pobreza (2Co 8.2); y / • Generosamente (2Co 8.3); y / • Espontaneamente (2Co 9.7); • Proporc ionalm ente (2Co 8 .12 ,13 ,14 ) ; \ J • Com alegria (2Co 9.7); sJ • Abundantemente (2Co 9.6). v / Deus sempre prometeu recompensas ao que dá com generosidade (2Co 9.6). Ele nos enr iquece não só de bênçãos espir i tuais como também materiais. Essas dádivas serviam para for ta lecer os laços de 59 fraternidade entre os cr istãos judeus e gentios. “Graças a Deus pelo seu dom inefáve l1“ (2Co 9.15). O Apostolado de Paulo (2Co 10-13) Alguns membros da igreja acusavam Paulo de covardia. Diz iam que era corajoso nas suas cartas, mas fraco em pessoa. O Novo Testamento não nos dá qualquer idéia da aparência de Paulo. Imaginar que esse homem, capaz de revolucionar cidades, era fraco, seria absurdo. Devia ter uma personal idade poderosa e dominante . Era pessoa de extraordinários dons e dotado de intelecto agudo e pesquisador. Além disso, Cristo habitava nele e operava através dele. Ele ocultava-se atrás da cruz. Seus inimigos diziam que nenhum apóstolo traba lhava com as própr ias mãos para sustentar-se. Apontavam os outros apóstolos, mas Paulo explicou que t inha direito de receber um salário, porém o recusava a fim de que os falsos mestres não abusassem do seu exemplo comercia lizando o ministério. Declarou que, ao menos, havia fundado suas próprias igrejas e não andava perturbando igrejas fundadas por outros, como eles faziam. “Mas eles, medindo-se consigo mesmos, e comparando-se consigo mesmos, revelam insensa tez2“ (2Co 10.12-18). 'jX - g Paulo foi arrebatado ao “Para íso” , a saber, o terceiro céu. Você se lembra que Jesus, ao morrer, foi ao Paraíso (Lc 23.43). Lá Paulo teve visões e revelações maravi lhosas , e ouviu coisas que ao homem não era l ícito falar (2Co 12.4). Nenhuma linguagem 1 Que não se p o d e exp r im ir por pa lavras ; ind iz íve l . E ncantador , inebr iante. 2 Fa l to de senso ou razão; demente , louco; de sc oc ado . Que não r eve la bom senso. 60 humana, jamais poderia descrever a glór ia delas. Seria o mesmo que tentar descrever um pôr de sol para um cego de nascença. Paulo não t inha com que compara- las para poder fazer-nos compreendê-las. Parece que por causas dessas visões celestiais, Deus permit iu que Paulo sofresse um impedimento físico. O Senhor conhece o perigo do orgulho do coração humano depois de uma exper iência assim e, por isso, consentiu num “mensageiro de Satanás para esbofe tear” o seu servo. O Próprio apóstolo chamou a essa afl ição “espinho na ca rne” (2Co 12.7). 61 Questionário • Assinale com “X ” as al ternativas corretas 6. A segunda carta de Paulo aos Coríntios foi escrita a)| | Em Roma b)l | Em Jerusalém c)IXl Na Macedônia d)| | Em Alexandr ia 7. Notic iou Paulo sobre a recepção da primeira Epístola, contou a Paulo que a igreja de Corinto t inha disciplinado um culpado de acordo com as suas instruções a)| I Silvano b)K1 Tito c)| I Erasto d)| I Tíquico 8. Lá Paulo teve visões e revelações maravilhosas , e ouviu coisas que ao homem não era lícito falar • a)í~~| No Paraíso b)| | Em Corinto c)| I No Templo d ) 0 Em Roma • Marque “C” para Certo e “E ” para Errado 9. <c O alvo do m in is té r io de Pau lo é leva r os hom ens a se reconc i l i a rem ent re eles 1 0 . 2Cor í nt i os é a mais au tob iog rá f ic a das ep ísto las de Pau lo 62 Lição 3 Cartas de Paulo: Aos Filipenses, Colossenses, 1 e 2Tessalonicenses, 1 e 2Timóteo, Tito e Filemom Autor: O Apóstolo Paulo Carta aos Data: Cerca de 62/63 d.C. f Filipenses Tema: Alegria de Viver por Cristo r Palavras-Chave: Alegria, regozijar Versículo-chave: Fp 4.4 A igreja de Fil ipos foi fundada por Paulo e sua equipe de cooperadores (Silas, Timóteo e Lucas) na * sua segunda viagem missionár ia , em obediência a uma visão que Deus lhe dera em Trôade (At 16.9-40). Um forte elo de amizade desenvolveu-se entre o apóstolo e a igreja em Filipos. Várias vezes a igreja enviou ajuda financeira a Paulo (2Co 11.9; Fp 4 .15,16) e contr ibuiu generosamente para a coleta que o apóstolo providenciou para os crentes pobres de Jerusalém (cf. 2Co 8-9). Parece que Paulo visi tou a igreja duas vezes na sua terceira viagem missionár ia (At 20.1,3,6). 1 C au sa r re go z i jo a; a legrar muito. 63 Propósito Da prisão (Fp 1.7,13,14), cer
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