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Roteiro 1 - Alterações fisiológicas do envelhecimento dos sistemas ósteomuscular e tegumentar

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Naysa Gabrielly Alves de Andrade 
 
ROTEIRO MORFOFUNCIONAL - FISIOLOGIA III 
3 PERÍODO 
 
Alterações fisiológicas do envelhecimento dos sistemas ósteomuscular e tegumentar 
 
Acadêmico: Naysa Gabrielly Alves de Andrade 
Período: 3º período 
 
1. Redução da massa muscular é um processo fisiológico com o avançar da idade. 
Como ocorre esse processo? 
- O pico de massa muscular em um indivíduo saudável ocorre por volta dos 25 anos de 
idade e é mantida entre os 25 e 50 anos 
- Entre os 50 e os 80 anos ocorre maior perda de massa muscular, o número de fibras sobre 
uma redução de 35%, enquanto o tamanho das fibras é reduzido em cerca de 30% 
- Muitos fatores de risco e vários mecanismos contribuem para o desenvolvimento da 
sarcopenia. Entre os principais fatores de risco estão a falta de atividade física, a baixa 
ingesta calórica e proteica, assim como modificações hormonais e alterações nos níveis de 
citocina que ocorrem a partir do envelhecimento 
- Alterações no remodelamento do tecido muscular, perda de neurônios motores alfa e 
alterações no recrutamento de células musculares e apoptose são mecanismos que 
contribuem para a patogênese da sarcopenia 
- A etiologia da sarcopenia é multifatorial, envolvendo alterações no metabolismo do 
músculo, alterações endócrinas e fatores nutricionais, mitocondriais e genéticos 
- O grau de sarcopenia não é o mesmo para diferentes músculos e varia amplamente entre 
os indivíduos 
- O declínio muscular idade-relacionado é mais evidente nos membros inferiores do que 
nos superiores, tendo em vista a importância deles para o equilíbrio, a ortostase e a marcha 
dos idosos 
- A musculatura esquelética do velho produz menos força e desenvolve suas funções 
mecânicas com mais “lentidão”, dado que a excitabilidade do músculo e da junção 
mioneural está diminuída; há contração duradoura, relaxamento lento e aumento da 
fatigabilidade. 
- A diminuição da força muscular na cintura pélvica e nos extensores dos quadris resulta 
em maior dificuldade para a impulsão e o levantarse; ao mesmo tempo, a diminuição da 
força da mão e do tríceps torna mais difícil o eventual uso de bengalas 
- Exercícios mantidos durante a vida podem evitar em grande parte as deficiências 
musculares idade-relacionadas: exercícios aeróbicos melhoram a capacidade funcional e 
 
 Naysa Gabrielly Alves de Andrade 
 
reduzem o risco de se desenvolver o diabetes tipo 2 na velhice; exercícios de resistência 
aumentam a massa muscular no idoso de ambos os sexos, minimizando, e mesmo 
revertendo, a síndrome de fragilidade física presente nos mais longevos. 
- Atualmente aceitamos que o envelhecimento muscular resulta de alterações no equilíbrio 
entre o potencial miogênico e a atividade fibrótica, uma vez que o músculo senescente 
apresenta reduzida capacidade de reparo/regeneração, vindo a tornar-se 
progressivamente fibrótico 
- Entre as bases do fenômeno observa-se redução na expressão da sintase do óxido nítrico 
e sabe-se que, no músculo jovem, altos níveis de óxido nítrico aumentam o número das 
células satélites que inibem a extravasão de leucócitos para o músculo. A diminuição na 
produção do óxido nítrico durante o envelhecimento muscular possibilita um aumento dos 
macrófagos anti-inflamatórios M2a, o que vem promover ainda mais a fibrose. A mudança 
dos macrófagos musculares para o fenótipo M2a é fortemente influenciada pela idade das 
células hematopoéticas das quais provêm. 
- Tudo indica que a fibrose no músculo senescente seja consequência de um estado de 
inflamação crônica de baixo grau e que células, de diferentes linhagens, possam interagir 
na regulação de tal fenômeno. 
 
 
 
 
 
 
 
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2. Sarcopenia, condição que está associada a múltiplos fatores etiológicos. Discorra 
sobre como esses fatores favorecem a sarcopenia 
a. diminuição da ingesta alimentar, 
- A taxa de síntese de proteína muscular sofre uma redução de cerca de 30% no 
idoso e fatores nutricionais, doenças e inatividade são os principais fatores 
responsáveis por essa redução 
- Baixa ingesta calórica e proteica em pessoas idosas está associada ao 
desenvolvimento de fragilidade 
- Diversos fatores levam à diminuição da ingesta alimentar pelo idoso como: 
 diminuição do apetite 
 redução da função de órgãos sensoriais como paladar e olfato 
 alteração na dentição 
 saciedade precoce (devido ao aumento da liberação de colecistoquinina e 
elevação da leptina) 
- Os estudos reconhecem que a ingesta proteica nos idosos deve superar a 
quantidade recomendade de 0,8 g/kg/dia para que se evite a perda de massa 
muscular 
b. estilo de vida sedentário, 
- Em qualquer idade trata de fator contribuinte importante na perda de massa e força 
muscular 
- Idosos que fazem pouca atividade física apresentam fraqueza muscular e redução 
maior na capacidade de realiza-la, além de perderem massa e força nos músculos 
- Atividades aeróbicas – como caminhar, correr, pedalar ou nadar – aumentam o 
consumo máximo de oxigênio, melhoram a adaptação neuromuscular e a função 
muscular e estão associadas à diminuição da morbidade e da mortalidade nessa 
população 
- Exercícios aeróbicos não contribuem para a hipertrofia muscular nem para os 
exercícios de resistência, mas estimulam a síntese proteica e ativam células satélites 
c. alterações hormonais 
- Insulina: 
 a sarcopenia pode ser acompanhada por aumento progressivo da gordura 
corporal total e da gordura intramiocelular, as quais estão associadas a risco 
elevado de resistência à insulina 
 
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 mesmo que estimule a síntese de proteína da musculatura esquelética, ainda 
não está claro se o efeito anabolizante da insulina é alterado com o 
envelhecimento 
 o aumento dos níveis de insulina depois da ingestão de glicose e 
aminoácidos resulta em menor taxa de síntese proteica quando comparado 
aos jovens 
 a hiperinsulinemia pode estar associada à redução da função mitocondrial no 
idoso 
- Estrógeno: 
 previne a perda de massa muscular, já que, com seu declínio associado à 
idade, aumentam os níveis de citocinas pró-inflamatórias (TNF-a e IL-6) 
envolvidas no processo da sarcopenia 
 Nenhum estudo relata aumento da massa muscular após terapia de reposição 
hormonal 
- Hormônio do crescimento (GH) e fator de crescimento insulina símile (IGF-1): 
 Ambos declinam com a idade e estão entre os prováveis contribuintes para o 
desenvolvimento da sarcopenia 
 A reposição de GH diminui a gordura corporal, aumenta a massa magra e 
melhora o perfil lipídico 
 O IGF-1 ativa a proliferação e diferenciação de células satélites e aumenta a 
síntese de proteína nas fibras existentes 
- Testosterona: 
 Os níveis de testosterona diminuem lentamente no homem idoso, a uma taxa 
de 1% ao ano 
 Estudos sugerem relação entre baixos níveis de testosterona no idoso e perda 
de massa, força e função muscular 
 A testosterona provoca aumento no número de células satélites musculares 
 Quando indicada para indivíduos hiponádicos ou para idosos com baixos 
níveis séricos de testosterona, ela aumenta a massa, a força muscular e a 
síntese proteica 
- Deidroepiandrosterona (DHEA): 
 É um hormônio esteroide anabolizante que diminui consideravelmente com 
a idade 
 
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 Apesar de evidências mostrando que a suplementação de DHEA resulta em 
aumento nos níveis de testosterona na mulher e em aumento de IGF-1 no 
homem, poucos estudos relatam efeito positivo na massa e na força 
muscular 
- Vitamina D e paratormônio (PTH): 
 Estudos evidenciaram a associação entre a sarcopenia e os baixos níveis 
de vitamina D, a qual exerce provável efeito no anabolismo muscular 
 Baixos níveis séricos podem influenciar o turn-over das proteínas 
musculares a partir da redução da secreção de insulina 
 Baixos níveis de vitamina D são associados à elevaçãodo PTH, mas 
estudos sugerem que isso é independentemente associado à sarcopenia e 
ao aumento no risco de quedas 
 O PTH pode modular a função muscular a partir do aumento do cálcio 
intracelular ou pela indução de uma via pró-inflamatória 
d. doenças crônicas 
- Apesar do processo de envelhecimento não estar, necessariamente, relacionado a 
doenças e incapacidades, as doenças crônico-degenerativas são frequentemente 
encontradas entre os idosos 
- A tendência atual é termos um número crescente de indivíduos idosos que 
apresentam maiores condições crônicas, e o aumento do número de doenças 
crônicas está diretamente relacionado com maior incapacidade funcional 
- Diversos estudos demonstram associações importantes entre doenças crônicas e 
incapacidade funcional dos idosos. As diversas condições crônicas existentes não 
possuem impactos similares na funcionalidade. Em um idoso que apresente várias 
afecções crônicas, a incapacidade de realização de muitas ou de todas as atividades 
pode dever-se ao efeito de uma única condição de morbidade ou ao efeito 
independente de várias condições, cada uma delas afetando somente determinadas 
atividades. Poucos pesquisadores têm se preocupado em investigar o efeito de uma 
doença crônica específica na capacidade funcional dos idosos, ou seja, o impacto 
independente de cada doença. 
 
 
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3. Osteoporose, doença associada com perda da massa óssea. Discorra sobre como 
ocorre esse processo e quais fatores associados com a sua evolução. 
- É um distúrbio esquelético crônico e progressivo, de origem multifatorial, que acomete 
principalmente pessoas idosas 
- Caracteriza-se por resistência óssea comprometida, predispondo ao aumento do risco de 
fratura, à dor, à deformidade e à incapacidade física 
- O osso é uma forma rígida de tecido conjuntivo, formado por células, osteócitos, 
osteoblastos e osteoclastos. 
 Os osteócitos se encontram embebidos em uma matriz proteica de fibras colágenas 
impregnadas de sais minerais, principalmente de fosfato de cálcio 
 Os osteoblastos e os osteoclastos estão no periósteo e no endósteo, formando a 
matriz óssea 
 As fibras colágenas dão elasticidade e os minerais, resistência 
 Na infância, 2/3 da substância óssea são formados por tecido conjuntivo, na velhice 
são os minerais que predominam, essa transposição de conteúdo leva a menor 
flexibilidade e aumenta a fragilidade do osso 
- A detecção dos fatores de risco é de maior utilidade para os cuidados de saúde pública do que 
para o indivíduo isoladamente 
 Sexo feminino  a diferença sexual no esqueleto está mais relacionada com o tamanho do 
que com a densidade, sendo o osso masculino frequentemente maior que o feminino, 
contribuindo para maior frequência de fratura osteoporótica nas mulheres. Sabe-se que a 
 
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diminuição da massa esquelética é primariamente causada pela queda dos hormônios 
gônadas dependente da idade 
 Baixa massa óssea 
 Fratura prévia 
 Raça asiática ou caucásica  Muitas evidências apontam para as grandes diferenças entre 
grupos étnicos. A prevalência de fratura é muito rara nos países africanos e na Jamaica. A 
OP é relativamente comum na Europa e na Índia, embora, entre os indianos, a osteomalacia 
contribua para as fraturas. As meninas negras formam, durante a adolescência, maior 
quantidade de massa óssea do que as brancas 
 Idade avançada em ambos os sexos 
 História materna de FFP e ou OP  fatores genéticos são responsáveis por 85% da 
variância interpessoal da densidade mineral óssea, por isso a presença de OP e a história 
de FFP materna estão classificadas como fatores maiores de risco 
 Menopausa precoce não tratada (antes dos 50 anos) 
 Tratamento com corticoides 
 Baixo índice de massa corpórea (IMC < 19kg/m²)  Existem dois mecanismos possíveis: 
o aumento dos níveis de estrogênio, pela conversão no tecido adiposo da testosterona em 
estradiol e da androstenediona em estrona, e o estímulo da formação de osso novo para 
atender ao maior esforço em responder às cargas aumentadas de peso. Portanto, pessoas 
magras estão mais propensas à OP 
 Amenorreia primária ou secundária 
 Hipogonadismo primário ou secundário em homens 
 Perda de peso após os 25 anos 
 Tabagismo, alcoolismo, sedentarismo  Durante a atividade física, com a contração da 
musculatura, ocorre deformação do osso, chamada de piezeletricidade, estimulando sua 
formação. Também há aumento do fluxo sanguíneo para os ossos, trazendo os nutrientes 
necessários, favorecendo assim sua formação. A atividade física aumenta de forma mais 
significativa a massa óssea na criança do que no adulto. A infância e a adolescência são 
períodos críticos para a aquisição de massa óssea biologicamente determinada. 
Os fumantes têm de 10 a 30% menos conteúdo mineral ósseo do que os não fumantes. O 
mecanismo não está claro, mas admite-se que seja multifatorial. As mulheres fumantes 
entram na menopausa precocemente e, quando submetidas à terapia hormonal, 
apresentam menor ganho da massa óssea comparadas às não fumantes 
 Tratamento com outros fármacos que induzem perda de massa óssea (heparina, varfarina, 
fenobarbital, fenitoína, carbamazepina, lítio e metotrexato) 
 
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 Imobilização prolongada  Os pacientes confinados ao leito podem perder até 1% de osso 
trabecular por semana. A mobilização recupera parcialmente a massa óssea a 0,25% no 
mesmo espaço de tempo. O osso cortical é perdido um pouco mais lentamente 
 Passado de dieta pobre em cálcio  A nutrição pode ter um papel na perda óssea 
relacionada com a idade. Os principais pilares do osso – cálcio, proteína e fósforo – têm 
recebido maior atenção. 
 Doenças que induzem à perda de massa óssea  Vários medicamentos afetam a massa 
esquelética, podendo acelerar a perda óssea, assim como alterar o cálcio sérico. Os 
principais são os corticosteroides, mas também os anticonvulsivantes, os 
imunossupressores e os antirretrovirais têm sido responsabilizados pela perda óssea. Por 
isso, devem ter indicação precisa e serem utilizados na menor dose efetiva, durante o 
menor tempo necessário. Os pacientes que necessitem receber os medicamentos 
anteriormente citados, por um período maior do que 3 meses, devem ser submetidos a 
tratamento preventivo

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