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Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 1 PROBLEMA 03 – MEU MUNDO CAIU 1) Compreender o envelhecimento do sistema osteoarticular. Osso O tecido ósseo forma um sistema orgânico bastante ativo o qual se encontra em constante remodelação. Os processos envolvidos nesse sistema são de formação – através dos osteoblastos, e reabsorção – pelos osteoclastos. As primeiras duas décadas de vida em quaisquer indivíduos se caracteriza pelo predomínio do processo de formação óssea, com o aumento da densidade óssea, após a soldatura das epífises. Nesse período o ser humano alcança sua maior massa óssea, o chamado “pico de massa óssea”. Estudos apontam que até os 18 anos de idade os indivíduos adquirem 90% da massa óssea alcançada. Uma vez que o indivíduo atinge o pico a taxa de formação se estabiliza, enquanto a de reabsorção aumenta. Desse modo, ocorre perda progressiva, absoluta, da massa óssea, caracterizando a osteopenia fisiológica – perda de massa óssea com o avançar da idade. Quando falamos de sistema osteoarticular é importante compreender quais são as unidades multicelulares ósseas, elas são o osso cortical (lamelar) e osso trabecular (apresenta uma atividade metabólica maior). Ambas as estruturas sofrem influência de hormônios que garantem a maturação do esqueleto, por exemplo, o estrógeno. O processo de envelhecimento do sistema ósseo não é homogêneo, pois as condições orgânicas, como presença de comorbidades, fatores exógenos e depleção de níveis hormonais culminam para a atrofia óssea. Inicialmente, podemos observar uma redução das trabéculas, bem como do osso cortical. O mecanismo de perda de massa óssea está intrinsicamente relacionado com o decaimento do estrógeno em mulheres pós- menopausada (o estrógeno limita a ação do osteoclastos). Além disso, podemos identificar no processo de envelhecimento uma menor formação óssea em ambos os sexos relacionados a ação do paratormônio e vitamina D. Os idosos são potencialmente vulneráveis a um balanço de cálcio negativo resultando em osteopenia/osteoporose em decorrência da hipovitaminose D. O ser humano obtém essa vitamina através de uma alimentação balanceada e através da síntese endógena sob exposição solar. Cerca de 80% da vitamina D circulante no organismo deriva da síntese endógena. Entretanto, alguns fatores contribuem para a hipovitaminose, tais como menor mobilidade, uso de vários agasálios, menor exposição voluntária ao sol e maior tempo em interiores. Estudos apontam que indivíduos com 70 anos ou mais produz apenas 25 a 30% de vitamina D em comparação com a quantidade produzida pela pele jovem. Os níveis inadequados de vitamina D tem alta prevalência em idosos mesmo em países tropicais, por exemplo, o Brasil. Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 2 Cartilagem articular A cartilagem articular é um produto da secreção dos condrócitos os quais são responsáveis pela produção de matriz extracelular altamente hidratada, composta por colágeno do tipo 02 e proteoglicanos – macromoléculas organizadas em uma complexa estrutura aniônica. A cartilagem articular serve de uma verdadeira mola biológica, pois ela apresenta amortece e dissipa as forças recebidas, além de reduzir a fricção através de secreção de substâncias lubrificantes. O processo de envelhecimento culmina na menor capacidade de agregação do proteoglicanos, aliado a uma menor resistência da cartilagem e o colágeno apresenta menor hidratação. Dessa forma, o envelhecimento cartilaginoso torna a rede colágena cada vez mais rígida. Os condrócitos sofrem influencias de mediadores pré-catabólicos (metaloproteinases e citocinas que degradam a cartilagem), bem como mediadores pré-anabólicos (fatores de crescimento que ativam os mecanismos de regeneração). O equilíbrio entre formação e destruição de cartilagem é bastante complexo que sofre interferências de hormônios e idade. Com o avançar da idade os condrócitos dos idosos apresentam menor capacidade de proliferação e de secretar MEC. Essas características formam o que chamamos de fenótipo senil. A hipótese de que o envelhecimento celular está regulado pela ação de um relógio biológico intrínseco formado pelas alterações no telômero ratificam essa característica. Além da dificuldade de síntese de MEC é possível observar a presença de estresses oxidativos o que contribuem para um maior risco de osteoartrite nesses indivíduos. É importante destacar que o envelhecimento e a degeneração da cartilagem articular na osteoartrite são processos distintos. A degeneração nos discos intervertebrais também é bastante presente no envelhecimento derivado da ação de metaloproteinases e citocinas que inibem a síntese de MEC. A degeneração discal compreende de rupturas estruturais grosseiras e alterações na composição da matriz. Além disso, a presença de sobrecarga mecânica moderadas e repetidas acentuam esse processo. Músculo esquelético O processo de envelhecimento no que tange o músculo esquelético é marcado com progressiva perda de massa muscular com substituição por colágeno e cordura. Os idosos apresentaram três fatores importantes (1) excreção da creatinina urinária acentuada – refletindo perda da creatina nos músculos; (2) a TC vai mostrar, após os 30 anos, diminuição das fibras musculares e maior deposição de conteúdo gorduroso – alterações mais pronunciadas em mulheres; (3) atrofia muscular com perda gradativa e seletiva das fibras esqueléticas – idosos apresentam aproximadamente 20% menos fibras musculares. O declínio muscular idade-relacionado é designado de sarcopneia, traduzindo em envelhecimento muscular com diminuições da massa, força e velocidade de contração muscular. A sarcopenia é multifatorial que envolve questões de metabolismo do músculo, Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 3 alterações endócrinas e fatores nutricionais, mitocondriais e genéticos. É importante destacar que o declínio muscular idade-relacionado é mais acentuado nos membros inferiores do que nos membros superiores. Estima-se que a partir dos 60 anos a prevalência de sarcopenia seja da ordem de 30%. Podemos definir o indivíduo como sarcopênico cuja a razão da soma da massa muscular (Kg) pela altura ao quadrado (m²) encontra-se 2 ou mais desvios padrões abaixo da população jovem e saudável. É importante frisar que o envelhecimento está associado a uma diminuição da altura, peso e índice de massa corpórea (IMC). O índice de sarcopenia aumenta com o passar das décadas de forma progressiva, diminuição a capacidade física, comprometendo as atividades da vida diária e de relacionamento, aumentando o risco de quedas e levando, por fim, um estado de dependência cada vez mais grave. Ao compreender todo esse cenário, faz-se necessário traçar estratégias para a manutenção da massa muscular com o envelhecimento. Os indivíduos sedentários apresentam a massa magra como principal consumidora de energia, sua redução com envelhecimento faz com que esses indivíduos apresentem cada vez menos necessidades energéticas. A musculatura do velho produz menos força e desenvolve suas funções mecânicas com maior lentidão, pois além da redução das fibras e de outras estruturas musculares, podemos observar uma diminuição da excitabilidade na junção mioneural. Um fator importante que exerce efeito protetor a esses efeitos é a atividade física durante toda a vida. As presenças de exercícios aeróbicos melhoram a capacidade funcional e reduzem o risco de desenvolver diabestes tipo 2, aumenta a resistência muscular e minimizam a fragilidade física senil. Outro fator importante que pode afetar no envelhecimento do músculo esquelético é uma ingesta diária inadequada de proteína o que resulta em maior perda de massa muscular. Nesse sentido recomenda-se a ingesta de 0,8 g de proteína/kg/dia. 2) Estudar a fisiologia do metabolismo ósseo (mineralização) Remodelaçãoóssea A remodelação óssea é uma característica incrível que acontece nesse tecido. Diferentemente de outros tecidos do corpo, o osso apresenta esse processo de destruição e produção de matriz de forma contínua. A reabsorção de cálcio consiste na destruição do osso e da sua parte mineralizada, enquanto a deposição óssea consiste na adição de cálcio no osso (processo de mineralização). O tempo todo o osso está sendo remodelado, cerca de 5% da sua massa total se encontra nesse processo. A remodelação em alguns lugares ocorre em velocidades diferentes. Muitos fatores podem influenciar nesse processo como: estilo de vida, exercício e alterações na dieta. Essa remodelação é algo tão dinâmico que ela pode ser influenciada por causa de alterações na tensão. Isso acontece no caso da A partir dos 75 anos o grau de sarcopenia é um dos indicadores da chance de sobrevivência do indivíduo. Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 4 ortodontia a qual é um ramo da odontologia que utiliza alterações na pressão para remodelar o osso (dente). Esse é processo de funcionamento do aparelho dental. Durante o processo de reabsorção óssea o osteoclasto se fixa firmemente a superfície óssea do periósteo ou endósteo. Em seguida libera enzimas lisossômicas que digerem o osso. Desse modo, os osteoclastos formam um túnel no osso antigo em que suas proteínas e minerais são rapidamente absorvidas pelos capilares adjacentes. Uma vez que os osteclastos saem de cena aparecem os osteoblastos para reconstruir o osso naquela área. Dessa maneira fica claro que existe um importante equilíbrio entre a destruição (ação do osteoclasto) e reconstrução (ação dos osteoblastos). A doença de Paget ocorre uma disfunção nesse equilíbrio devido uma distribuição acentuada de osteoclastos, assim a reabsorção óssea ocorre mais rápido do que a deposição. Nesse sentido, a ação dos osteoblastos tenta compensar essa aceleração da destruição e os ossos recém-remodelados não apresentam uma boa resistência, logo são duros e quebradiços (defeito na mineralização). Fatores que influenciam no crescimento ósseo e na remodelação Os fatores que influenciam são os minerais (cálcio, fósforo, magnésio, fluoreto e manganês), vitaminas (A e C) estimulam a atividade dos osteoblastos; os hormônios IGF, T3 e T4 e insulina pancreática estimulam a ação dos osteoblastos, bem como hormônios sexuais que são fundamentais para a intensificação da atividade osteoblástica na fase do estirão. A função do osso na homeostasia do cálcio O osso é um reservatório natural de cálcio. É importante lembrar que células nervosas, musculares e algumas enzimas utilizam diretamente o cálcio para exercer suas atividades. Desse modo, os ossos realizam o tamponamento do cálcio a nível sanguíneo em que quando a concentração está baixa há uma reabsorção óssea e quando está alta há absorção óssea. Nesse processo há a participação de um importante hormônio o paratormônio (PTH) secretado pelas glândulas paratireoides. Sua função é aumentar a concentração de cálcio no sangue, dessa maneira ele estimula a reabsorção óssea e atividade dos osteoclastos. As células presentes na glândula detectam a queda da concentração de cálcio no sangue e intensifica a produção de (AMP cíclico). Os genes presentes nas células da paratireoide detectam o aumento do (AMP cíclico) e começam a secretar o hormônio. O PTH também atua diretamente nos rins a fim de aumentar a reabsorção do íon, provocando uma calemia. Além disso, o hormônio auxilia na formação do calcitriol (forma ativa da vitamina D) que tem uma importante função de auxiliar na absorção de cálcio pelo trato gastrointestinal. Por outro lado, quando a concentração do íon encontra-se acima da normal célula parafoliculares da tireoide secretam a calcitonina a qual participa na deposição de cálcio nos ossos. A calcitonina presente na carne do salmão é importante para o tratamento da osteoporose, pois retarda a reabsorção óssea. Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 5 Exercício físico e remodelação óssea O benefício da atividade física no estímulo ao crescimento e desenvolvimento, prevenção da obesidade, incremento da massa óssea, aumento da sensibilidade à insulina, melhora do perfil lipídico, diminuição da pressão arterial. Também é conhecido o fato de que a atividade física realizada de forma imprópria, em desacordo com a idade, com o desenvolvimento motor e com o estado de saúde, apresenta riscos de lesões como: trauma, osteocondrose, fratura e disfunção menstrual. A densidade mineral óssea atinge cerca de 90% do seu pico no final da segunda década. Fatores endógenos e exógenos participam desse processo. Dentre os fatores endógenos destacam-se: genética, raça, aumento dos hormônios anabólicos associados à puberdade (hormônio do crescimento [GH], fator de crescimento insuliniforme tipo 1 [IGF1], esteroides sexuais) e marcadores de remodelação óssea. Receptores de leptina têm sido encontrados no tecido ósseo, sugerindo que este hormônio esteja envolvido na regulação esquelética. Em relação aos fatores exógenos (ambientais), destacam-se o exercício e a nutrição, com adequado aporte de cálcio na dieta. Durante a atividade física, a contração muscular promove um aumento da atividade osteoblástica na região óssea próxima aos locais onde os músculos se inserem, levando ao aumento da mineralização óssea; O exercício físico realizado próximo ao pico máximo da velocidade de crescimento, ou seja, no início da puberdade, é mais efetivo para potencializar o ganho de massa óssea. Os efeitos osteogênicos dos exercícios dependem ainda da magnitude da carga e da frequência de aplicação que, quando repetidas, resultam em hipertrofia óssea. Enquanto a atividade física moderada estimula o desenvolvimento ósseo, o atraso puberal resultante do treinamento físico vigoroso pode comprometer a aquisição da massa óssea ideal. Em adolescentes do sexo feminino, o excesso de exercício pode causar hipoestrogenismo, com redução do ganho de massa óssea, o que pode ser, em casos graves, irreversível a despeito do retorno da menstruação, da reposição estrogênica e da suplementação com cálcio (4,7,10). A redução da densidade mineral óssea também pode ser observada em adolescentes do sexo masculino submetidos à atividade física extenuante. O treinamento vigoroso pode reduzir o ganho estatural, sendo esse efeito resultante mais da intensidade e duração do que propriamente do tipo de exercício praticado. Isso porque a atividade física intensa causa inibição do eixo GHIGF-1, e de acordo com estudos feitos com ginastas de elite submetidos a treinamento físico intensivo mostrou redução da altura associada à diminuição do IGF-1. 3) Compreender a fisiopatologia da osteoporose A osteoporose foi um termo introduzido em XIX na França e Alemanha para descrever o achado patológico de porosidade no osso. A osteoporose foi definida como uma doença sistêmica caracterizada por baixa massa óssea e desorganização da microarquitetura do tecido ósseo, aumentando a fragilidade e suscetibilidade à fratura. Em linhas gerais, a osteoporose resulta em um comprometimento da resistência óssea – integração entre densidade óssea e a qualidade do osso. Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 6 O comprometimento da resistência óssea resulta no aumento dos riscos de fratura, de dor, deformidades e incapacidade física. Ela se traduz no conjunto de fatores que influenciam na microarquitetura trabecular interna, na taxa de remodelamento ósseo, macroarquitetura, acúmulo de microdanos, grau de mineralização e na qualidade da matriz. É comum associar a osteoporose como um evento exclusivo dos idosos. É sabido que indivíduos jovens que não atingiram seu pico de massa óssea na infância ou na adolescência, devido a presença de síndromes disabsrotivas ou anorexia, predispões esses indivíduos a desenvolver osteoporosesem ocorrência da perda óssea acelerada. Nesse sentido, otimizar o pico de massa óssea é um importante fator protetor no combate a OP. É importante salientar que houve um aumento da morbimortalidade da OP relacionado ao aumento dos custos econômicos relacionados à hospitalização, cuidados ambulatoriais, institucionalização, incapacidades e mortes prematuras. A OMS define que a mediada da densidade óssea um importante meio para chegar ao diagnóstico da OP. Ela ainda estabelece médias esperadas para alguns indivíduos seguindo a faixa etária e o grupo étnico. Entretanto, é comum observar que há uma melhor definição quando se trata de mulheres jovens, brancas e saudáveis, enquanto os homens não apresentam critério diagnóstico bem estabelecida, bem como outros grupos como crianças. Sendo assim, a ausência de critérios diagnósticos para qualquer grupo social expressa a dificuldade de adotar um valor da OMS como limite de corte terapêutico universal. Ainda classificando a OP, podemos dividi- la entre primária e secundária. A primária se traduz na diminuição da massa óssea sem causas conhecidas, compreendendo a osteoporose juvenil, idiopática e involutiva. Embora a involutiva se caracteriza por uma OP desencadeada pela pós-menopausa e senilidade, dados mostram que a carência estrogênica é importante, mas não é a única causa, pois apenas 40% das mulheres pós-menopausa desenvolvem osteoporose. A secundária se refere a um grande número de doenças e condições de desencadeiam à osteoporose. Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 7 Fisiopatologia O tecido ósseo é classificado como uma estrutura rígida formada por tecido conjuntivo e por células características: osteócitos, osteoblastos e osteoclastos. Os osteócitos são classificados como as células maduras em que se encontram “embebidas” pela matriz óssea. Os osteoblastos são células jovens que exercem uma importante função de formação de matriz óssea. Por fim, os osteoclastos são classificados como “macrófagos modificados” que “digerem” a matriz óssea. Desse modo, podemos observar um importante equilíbrio entre formação de matriz (osteoblastos) e destruição (osteoclastos). O equilíbrio citado se chama remodelação óssea na qual essas duas células exercem u papel importante na hoemostase desse tecido. É importante salientar que em alguns locais esse processo de remodelação é mais intenso, sobretudo em locais onde a taxa metabólica é alta. Sendo assim, o osso trabecular apresenta uma taxa de remodelação muito mais acentuada quando comparada com osso cortical. Sabemos também que esse ambiente de remodelação só é possível através do papel da interleucinas (IL-1, Il-6, IL-4, IL-7, IL-11 e IL-17), fator de necrose tumoral (TNF-alfa), fator de transformação do crescimento beta (TGF-beta), prostaglandina E2 e hormônios. Com o avançar dos estudos sobre o processo de remodelação óssea se descobriu que existe um receptor ativador de fator nucler kB lingand (RANKL) o qual é uma citocina essencial para o início da osteoclastogênese. A sua descoberta permitiu compreender de forma melhor como ocorre o processo de patogênese das doenças osteometabólicas, como é o caso da osteoporose. Além dessa citocina (RANKL) sabemos da existência da osteoprotegerina (OPG) a qual exerce efeito antagonista com a RANKL. Sendo assim, podemos compreender que o equilíbrio entre essas duas “substâncias” regulação a ativação e inativação dos osteoclastos, sendo que alterações nesse equilíbrio pode culminar na gênese de doenças ósseas reabsortivas. Basta ver que a carência de estrogênio, uso de corticosteroide, ativação das células T (processos reumatológicos) e doenças malignas (metástases) alteração a relação RANKL/OPG, promovendo o processo de osteoclastogênese, auxiliando a formação da osteoporose. Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 8 Ainda sobre a fisiopatologia é importante fixar que o processo de perda de massa óssea deriva do entendimento do termo resistência óssea o qual traduz a quantidade e a qualidade do osso. Sobre a quantidade podemos dizer que o seu pico é atingido a partir do crescimento do esqueleto desde o estirão puberal presente na adolescência. Sendo assim, podemos entender que fatores genéticos, raciais, dietéticos (ingestão de cálcio) e exercício físico interferem nesse processo. A quantidade óssea é avaliada pela densidade mineral óssea (DMO) a qual após o pico permanece estável durante anos, entretanto, com o passar do tempo, observamos uma queda de massa óssea, não só na mulher, mas também nos homens. Quando nos referimos a redução de massa óssea relacionada com a pós- menopausa devemos ter em mente que a carência do estrógeno favorece a produção de citocinas que estimulam a reabsorção óssea, bem como reduz a produção de osteoprotegerina (OPG) e reduz a produção de fatores de crescimento. Por outro lado, no que tange a qualidade óssea podemos falar da forma e tamanho do osso. A compreensão dessas duas características permite entender porque as fraturas acometem mais um osso do que o outro, pois é sabido que a remodelação encontra-se aumentada em alguns locais e alguns ossos, principalmente ossos que estão permanentemente submetidos a uma alta taxa de estresse. Dessa forma, locais onde o processo de remodelação óssea se encontra aumentado contribui para uma maior reposição de massa óssea. 4) Compreender a fisiopatologia, fatores de risco, quadro clínico e tratamento farmacológico e não farmacológico da osteoartrite. Definição A osteoartrose, também chamada de osteoartrite, é uma doença degenerativa que acomete as articulações sinoviais (chamadas de diartroses), sendo caracterizada por uma dor, limitação funcional, achados radiológicos chamados de osteófitos e esclerose do osso subcondral, bem como uma histopatologia que verifica perda da integridade da cartilagem articular. Não é correto associar a osteoartrite com um processo de envelhecimento normal, pois essa doença depende da interação de fatores genéticos, biomecânicos e metabólicos para se instalar. De maneira geral devemos ter em mente que essa doença é campeã quando se trata de afecções articulares, devido a sua alta frequência nos indivíduos. Além disso, é preciso compreender que ela envolve aspectos econômicos importantes, pois se caracteriza por ser a maior causa específica de dias de trabalho perdidos, bem como o alto custo de seu tratamento, visto que ele é baseado pelo uso crônico de AINEs e analgésicos. Antes de compreender o processo de patogênese dessa doença é preciso saber quais fatores de risco estão relacionados com sua incidência. O principal fator é a idade. A partir dos 45 anos a prevalência de OA aumenta em progressão geométrica. O processo de envelhecimento natural pode explicar esse fenômeno, devido a redução da atividade metabólica da cartilagem com o passar do tempo. Diferentemente do que acontecem com os jovens, pois nesta idade a Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 9 estimulação mecânica permite a proteção das articulações ao fomentar a síntese de matriz extracelular. Com o passar do tempo a estimulação mecânica passa ser ineficiente, o que justifica o maior acometimento de OA nos idosos. O sexo feminino também aparece como fator de risco importante para OA. O fator que justifica essa alta incidência é a deficiência de hormônios sexuais, principalmente na pós-menopausa. A predisposição genética parece exercer influência significativa quando se trata de algumas articulações. Alguns estudos apontam que a presença de OA no quadril pode apresentar o componente familiar, pois encontram mutações nos genes envolvidos com a secreção de MEC nos condrócitos, sendo que sua atividade encontra-se diminuída na presença dessa mutação. A obesidade exerce efeito no surgimento da OA. O acúmulo de gordura corporal pode aumentara circulação de fatores metabólicos que interferem no mecanismo de patogênese da doença. Além disso, a ação mecânica direta sobre as articulações, sobretudo os joelhos justificam esse risco. O desalinhamento anatômico da articulação pode levar a um desequilíbrio de forças mecânicas, favorecendo o aparecimento de osteoartrite. Por exemplo, displasia acetabular, genu valgum e genu varum. Patogênese As alterações encontradas na cartilagem traduzem o caráter degenerativo resultante dessa entidade que pode ser percebida através de artroscopia, analisando o corte longitudinal de uma peça anatômica. Nas fases iniciais, percebe-se a irregularidade da superfície cartilaginosa, pois há o surgimento de fenda e erosões na cartilagem articular com distribuição focal em locais de sobrecarga de peso. Ao analisar o corte da artroscopia observa-se uma redução da espessura da camada cartilaginosa que pode desaparecer por completo em certos locais. Com a progressão das alterações podemos destacar que a articulação fica mias hidratada e com uma menor concentração de proteínas. As alterações citadas podem resultar em injúria microtraumática permanente no osso subcondral o que estimula os osteoblastos a sintetizarem matriz óssea, justificando o achado da esclerose óssea. Em locais em que o osso está desnudo absorvem altas pressões, promovendo a formação de cistos subcondrais. Os osteófitos, resultados desse processo, pode ser formado desde as fases iniciais, devido o processo de regeneração cartilaginosa e ação dos osteoblastos. A sinovite pode ser identificada no avanço da doença. A inflamação da sinóvia nesse caso não é tão acentuada quando comparado com as artrites inflamatórias (reumatoide e infecciosa). O processo inflamatório inicia pela liberação de múltiplos Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 10 fragmentos ósseos e cartilaginoso que se desprendem de uma superfície articular altamente degenerada. Em casos avançados, a formação de cristais de fosfato e pirofosfato de cálcio contribui para indução da inflamação, pois acentua a liberação de enzimas proteolíticas e citocinas que acompanham o processo crônico e terminal da doença. A OA pode ser classificada em primária (idiopática com padrões articulares clássicos) e secundária (mais frequente causada por trauma, malformações anatômicas, doenças congênitas e distúrbios metabólicos). Os condrócitos mesmo vivendo em um ambiente avascular, eles apresentam uma atividade metabólica significativa. Como foi discutido acima, eles são responsáveis pela síntese de matriz cartilaginosa, bem como enzimas proteolíticas que apresenta a capacidade de destruir essa matriz. O equilíbrio entre formação e destruição da matriz é garantido através de inibidores fisiológicos locais, tais como o TIMP (inibidor Tecidual de Metaloproteinases). No caso da osteoartrite esse balaço é negativo: a degradação é maior que a síntese. Na tentativa de reverter esse processo, os condrócitos sintetizam macromoléculas diferentes (por exemplo, colágeno tipo X), inadequado para o tipo de tecido. Além disso, uma série de citocinas são produzidas pela sinóvia, contribuindo para esse desequilíbrio, principalmente IL-1 e TNF-alfa – inibem a síntese de proteoglicanas e estimula a ação de metaloproteinases. Concomitante a esses eventos o estresse biomecânico oriundo de malformações anatômicas pode acentuar essa degradação, pois tornam os condrócitos mais Manifestações clínicas A maioria dos pacientes que apresentam sinais radiológicos com presença de osteófitos não relatam sintomas. Normalmente o que acontece é que as alterações causadas pela doença ficam restrita à cartilagem articular a qual se configura como um tecido insensível a dor. A intensidade da dor não apresenta relação direta com o grau de OA na radiografia. O principal sintoma da osteoartrite é a dor arituclar que pode ser precipitada ou piorada com o uso da articulação. O início dessa dor está relacionado com a movimentação da articulação, podendo ser prolongada após o repouso. Com o tempo, cerca de 50% dos pacientes referem dor de repouso e 30% referem dor noturna o que dificulta o sono. Essa dor é resultado de vários fatores (1) instabilidade articular que resulta no estiramento de tendões, ligamentos e capa articular; (2) pressão intraóssea elevada, principalmente na placa subcondral, secundária da inflamação; (3) sinovite; (4) dor muscular; (5) síndromes periaticulares – bursite e tenossinovite. Cabe destacar que o processo de patogênese com todos os seus eventos e associação com os fatores de risco, no caso da OA, ainda não foi elucidado. Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 11 Além da dor, podemos observar a rigidez articular causada pelo repouso. Pacientes com OA apresentam uma rigidez matinal que não dura mais de 30 minutos. Eles relatam também instabilidade articular o que acarreta insegurança em deambular. A fraqueza e atrofia dos músculos pode ser explicada pelo desuso da articulação, acentuando a dor da osteoartrite. Ao exame físico é possível observar um pequeno aumento do volume, consistência firme e pontos dolorosos periarticulares. O paciente relata dor a movimentação e apresenta crepitações audíveis ou palpáveis. Pacientes que apresentam sinovite leve a moderada, com muita dor à movimentação, edema, aumento de temperatura e discreto derrame articular são classificados com osteoartrite inflamatória cuja abordagem terapêutica será diferente. O conceito que a osteoartrite é uma doença progressiva é incorreto. Em várias situações ocorre a estabilização da doença, podendo até mesmo haver a regressão dos sintomas, mesmo na presença de alterações radiográficas. Tratamento O tratamento da osteoartrite consiste em uma terapêutica para aliviar os sintomas de dor e restabelecer a função articular. Ele pode ser dividido em (1) não farmacológico; (2) farmacológico; (3) cirúrgica. a) Medidas não farmacológicas As medidas não farmacológicas devem ser inseridas em casos de OA com sintomatologia leve a moderada, sendo que ela deve ser a única terapia prescrita. Seu objetivo é reduzir a sobrecarga articular, com redução ponderal através do uso de bengalas, andadores e calçados acolchoados. Em casos específicos, como no joelho, a utilização de fitas adesivas ou joelheiras fenestradas podem ser bastante úteis para a realização de realinhamentos da articulação. As adoções de exercícios físicos devem ser realizadas visando o melhoramento do condicionamento físico, reforçando a musculatura periarticular, ampliando a mobilidade da articulação. Além disso, a aplicação de frio ou calor no local pode elevar o limiar de dor e reduzir a espasticidade muscular. Medidas de repouso programado durante o dia é uma boa alternativa, bem como a utilização de estimulação nervosa elétrica transcutânea e acupuntura. Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 12 b) Medidas farmacológicas Como foi dito acima a terapia farmacológica tem um enfoque no alívio da dor e contre de sintomas. Nesse sentido, é importante frisar que os medicamentos não atuam no processo patológico e não retardam a sua progressão. O início das medidas farmacológicas deve ser em situações sintomatologia grave ou em casos refratários a terapia não farmacológica. O principal medicamento utilizado é o paracetamol. Ele geralmente é prescrito 1 g VO 6/6 horas. Sua principal ação é analgésica, entretanto apresenta um mecanismo com tempo limitado já que a doença tende a evoluir em períodos de instabilidade. Nesse sentido, analgésicos opioides como tramadol e codeína podem ser prescritos em situações de dor intensa e refratária a analgesia com os analgésicos comuns e AINEs. Medicamentos tópicos como o creme de capsaicina é uma ótima alternativa, ele age diminuindo a concentração de substância P – neuropeptídeo mediadorda dor – nas terminações nervosas presentes no local de aplicação. Outra alternativa farmacológica bastante utilizada são os AINEs. Ele são utuilizados em casos de dor refratária ao paracetamol em casos de OA inflamatória (edema articular, dor noturna e rigidez matinal menor que 30 minutos). Para pacientes sem história de doença péptica é recomendado o uso de ibuprofeno, naproxeno ou diclofenaco, enquanto paciente com intolerância gastrointestinal a escolha passa a ser dos AINEs seletivos de COX-2 os Coxibs. Os AINEs seletivos de COX-2 não apresentam efeitos gastrointestinais, necessitam de prescrição médica e de tempo limitado para reduzir o risco de efeitos adversos. Os corticoides podem ser utilizados em casos refratários de dor monoarticular. Sua utilização é intra-articular. Apresenta efeito indesejável de diminuir a capacidade de regeneração da cartilagem, porém apresenta uma boa ação de alívio da dor. Sua utilização é limitada por 4 aplicações por ano (periodicidade trimestral). O corticoide utilizado é a carpometacarpiana. Outras medicações intra-articular podem ser utilizadas na tentativa de reverter o processo degenerativo e aumentar a síntese de matriz. Nesse sentido, são utilizados os derivados do ácido hialurônico (hialuronato de sódio) – exerce efeito analgésico durante meses, sendo utilizado em OA grave de joelho; a reposição de proteoglicanas (sulfato de condroitina e sulfato de glicosamina). c) Medidas intervencionistas A primeira medida é a lavagem articular com soro fisiológico que traz um efeito de alívio momentâneo, mas considerado placebo. Essa lavagem artroscopica previne a rigidez articular e elimina a dor, quanto dos sintomas são mecânicos. Por outro lado, a artroplastia total da articulação com inserção de uma prótese articular é reservada para pacientes com OA grave e refratária as diversas medidas terapêuticas, resultando em incapacidade funcional. A cirurgia tem sido bastante eficaz em lesões no joelho e quadril. Podemos afirmar que essa foi a única medida terapêutica que conseguiu modificar a história natural dos pacientes com osteoartrite. Entretanto, a aplicação de essa intervenção é destinada a Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 13 indivíduos acima de 65 anos, pois a grande expectativa de vida aumenta a probabilidade de uma nova intervenção para substituição de prótese o que aumenta os riscos. 5) Entender a influência do uso crônico dos anti-inflamatórios esteroidais e não esteroidais em relação ao metabolismo ósseo. - Influência dos AINEs A remodelação, modelação e reparo ósseo como já sabemos são regulados pela ação de hormônio e fatores de crescimentos secretados nos locais. Esses agentes interagem de forma sinérgica ou antagônica a fim de garantir uma função celular plena e adequada, com formação e absorção de matriz óssea em um ritmo equilíbrio e com duração adequada, mantendo, assim, a homeostase do tecido ósseo. É sabido que o esqueleto é uma fonte abundante de prostaglandinas que exerce importante papel regulador local no metabolismo ósseo, estimulando ou inibindo o mesmo. Sobre elas, a que age principalmente no tecido ósseo é a PGE2 que são produzidas pelos osteoblastos sob estímulo da COX-2, cuja expressão é regulada por hormônios, citocinas e fatores de crescimento. Elas no tecido ósseo têm a capacidade de mediar o aumento da formação em resposta ao estímulo mecânico. Sabe-se que a PGE2 exógena aumenta acentuadamente a formação óssea, pois ela apresenta um importante efeito anabólico, mimetizando o estímulo mecânico sob a superfície. Desse modo, os AINEs apresentam a capacidade de retardar o reparo de lesões e fraturas ósseas, devido a depleção das concentrações de prostaglandinas importantes para a formação óssea. Em situações patológicas em que há um aumento da formação de prostaglandinas ocorre a estimulação da absorção óssea, pois aumenta a quantidade e a atividade de osteoclastos. Desse modo, em doenças inflamatórias há um aumento da resposta dos osteoclastos, culminando na perda óssea. A utilização de AINEs, mesmo de forma prolongada, raramente encontra-se associada com efeitos adversos sobre o metabolismo ósseo normal. O que ocorre é que seu uso pode prejudicar o reparo de lesões e fraturas ósseas. Apesar da comprovação da importância da prostaglandina E2, sintetizada por osteoblastos sob estímulo da COX-2, para a formação óssea, os resultados experimentais referentes aos efeitos inibitórios dos AINEs seletivos sobre o reparo ósseo além de raros, são ainda controversos. - Corticosteroides Os corticosteroides quando utilizados podem causar efeitos sistêmicos sobre o metabolismo de cálcio o que acarreta efeitos na mineralização óssea. Eles inibem a reabsorção de cálcio no túbulo renal e a absorção de cálcio no intestino. Desse modo, há redução da captação normal de cálcio o que aumenta os efeitos de perda óssea, devido a estimulação da osteoclastogênese. Os glicocorticoides apresentam um efeito direto sob as células ósseas. Eles inibiem a replicação das células de linhagem osteoblástica e induzem a apoptose de osteoblastos maduros e osteócitos. Além disso, inibem a produção de colágeno I e a síntese de outras Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 14 proteínas que compõe a matriz óssea. O aumento da osteoclastogênese acontece pelo aumento da expressão do ligante ativador do RANK-L e diminuição da expressão do receptor solúvel – osteoprotegerina nas células osteoblásticas. Paralelo a isso, os glicocorticoides diminuem a expressão de fatores de crescimento com IGF-1 e IGF-2 que modulam o crescimento do osso endocondral e que participam da estimulação funtamental dos condrócitos – proliferação celular, diferenciação e sobrevivência. As alterações do crescimento e mineralização óssea induzidas pelos corticosteroides são reversíveis após sua suspensão, desde que os pacientes sejam colocados em condições favoráveis para que a mineralização ocorra – dieta balanceada, estimulação através de exercício físico e suplementação de cálcio e vitamina D. O que acontece é que o crescimento compensatório resulta da proliferação celular diminuída durante o tratamento com glicocorticoide, conservando a capacidade proliferativa dos condrócitos, reduzindo a velocidade de envelhecimento da placa de crescimento. Desse modo, após o término do tratamento, a placa de crescimento está “menos envelhecida” do que o normal para idade, podendo recuperar a taxa de crescimento posteriormente. 6) Estudar os cuidados pré-operatório com os idosos e a classificação de ASA O crescente aumento da expectativa de vida da população tem levado ao proporcional aumento do número de idosos que necessitam de tratamento cirúrgico. A avaliação pré- operatória procura identificar e quantificar os possíveis fatores de risco e tomar atitudes para, se possível, corrigir ou prevenir as complicações relacionadas no pós-operatório. Os cuidados perioperatórios se tornam mais delicados com a idade pela gravidade da patologia cirúrgica, pela presença de comorbidades e pelas alterações do status funcional do idoso. Além de seu parecer pessoal, pautado em exame clínico criterioso, o médico precisará valer-se de alguns instrumentos que tornem a linguagem comum quando se pretende quantificar o risco daquele procedimento, ou prognosticar determinadas complicações com maior ou menor frequência. Para tal lança-se mão de vários índices existentes na literatura médica, que apresentam critérios baseados em estado físico, funcional, cardíaco ou nutricional do paciente e os utiliza como um elemento a mais na sua avaliação pré- operatória. Os estudos têm mostrado que a classificação da ASA é um preditor de morbi-mortalidade inclusive para o indivíduo idoso. Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 15 7) Compreender a importância da assistência ao idoso da equipe multiprofissionalem relação a perca da sua mobilidade. As diferentes modificações fisiológicas que ocorrem no idoso em relação ao aparelho musculo esquelético, incluindo ossos osteoporóticos, Articulações aumentadas, tendões esclerosados, amplitude de movimento limitada, discos intervertebrais adelga9ados e fraqueza muscular. Os ossos sofrem inúmeras alterações metabólicas das quais citamos o que contribui para perda de massa óssea. Os dados revelam que as mulheres perdem mais massa óssea do que os homens, o que explica a alta incidência de quedas nesse grupo. Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 16 Caderneta da Pessoa Idosa é um instrumento que ajuda identificar os idosos que caem com mais frequência, principalmente, nos últimos 12 meses. Na visita Matheus dos Santos Correia UniFG - Medicina 17 domiciliar, o agente comunitário de saúde pode identificar esse problema e encaminhar para a equipe de Atenção Básica/Saúde da Família. Este Caderno sugere que durante a consulta na Unidade Básica de Saúde ou visita ao domicílio, seja realizada uma Avaliação Multidimencional Rápida da Pessoa Idosa. A avaliação da queda envolve aspectos biológicos, físico-funcionais, cognitivos e psicossociais. Medidas práticas que podem minimizar as quedas e suas consequências são: educação para o autocuidado, utilização de dispositivos para auxílio da marcha (bengalas e andadores), adaptação do meio ambiente (residência e locais públicos), acomodação dos objetos de uso do cotidiano para locais de fácil acesso, iluminação adequada, colocação de pisos antiderrapantes e entre outros. Para estabelecer um ambiente seguro para as pessoas idosas pequenas modificações podem ser bastantes úteis de acordo com o Projeto Casa Segura desenvolvido pela Sociedade Brasileira de Ortopedia e Traumatologia. PROGRAMA ACOMPANHANTE DE IDOSOS – PAI É um tipo de cuidado domiciliar bio-psico-social a pessoas idosas em situação de fragilidade e vulnerabilidade social, que disponibiliza a prestação dos serviços de profissionais e acompanhantes de idosos, para apoio e suporte nas Atividades de Vida Diárias (AVD’s) e para suprir outras necessidades de saúde e sociais.
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