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Avaliação Parcial – CTS – Carlos Henrique Sousa Alencar Notícia Base: 'Terraplanismo e movimento antivacina são pensamentos muito parecidos', diz microbiologista. A notícia faz menção ao comentário de Natalia Pasternak, bióloga que se tornou a primeira pesquisadora brasileira a fazer parte do Comitê para Investigação Cética, instituição criada por Carl Sagan que objetiva criar políticas públicas para repassar informações para a população. Neste ano, o comitê realizou um planejamento para diversas atividades, porém, devido a pandemia, elas não se concretizaram da maneira como deveria. Em síntese, o papel do instituto é bem interessante, pois hoje percebe-se um distanciamento do conhecimento científico básico, mesmo vivendo no tempo da chamada “era da informação”, a qual nos proporciona conhecimento suficiente para realizar pesquisas a respeito de determinado assunto. Na década de 60, o físico americano Gerald Holton produziu a obra “Ciência e Sociedade”, esta chamava a atenção para um contraste em que se existia entre o avanço da ciência e das técnicas e, de outro lado, o real espaço em que o entendimento científico ocupa na mente do homem comum e das elites não intelectuais. Fazendo um paralelo para os dias atuais, essas mesmas elites, hoje pertencentes ao governo, carecem de informações e de conhecimento necessário para tratar dos problemas de saúde pública vigente durante a pandemia. Na notícia consta uma entrevista de Natalia à DW Brasil e ela ressalta que: “Quando a desinformação vem diretamente do governo federal e está institucionalizada, fica muito mais difícil combater”, percebemos que existe, de maneira geral, um abismo entre as elites e a população que detém o conhecimento científico, assim como Holton citou a respeito da alarmante incultura científica do intelectual contemporâneo frente ao leviatã científico. Mais adiante, a pesquisadora faz um comentário a respeito da evolução das fake News e ressalta que, até pouco tempo antes, falar sobre pseudociências seria uma piada inofensiva, havendo incertezas sobre desmentir ou não, porém, atualmente, essas ideias conspiracionistas se aproximam de problemas relacionados a saúde pública, como a teoria antivacina e o negacionismo do clima, relacionando-se com o hiato em que se existe entre a cultura geral e uma correta concepção da ciência que deve ser considerada como pensamento puro e que produz instrumentos poderosos e misteriosos de ação. Gerald Holton fala a respeito do reverso inquietante que se existe, pois de um lado, o homem comum e as elites não científicas têm um profundo desconhecimento a respeito dos saberes básicos do pensamento científico, e do outro, as elites científicas tendem a estar menos aptas a compreender a esfera de problemas que ultrapassam o âmbito do saber científico. Já na notícia a pesquisadora fala sobre como os avanços da pesquisa a respeito da vacina vêm sendo acompanhados e como isso se assemelha a um reality show. Ela comenta que é bom o interesse da população sobre conhecimento científico, mas alerta sobre o papel dos comunicadores da ciência, que devem repassar a informação da melhor forma possível a fim de diminuir este abismo entre a ciência e as pessoas, buscando gerar confiança. Fazendo um comparativo entre Holton e a pesquisadora Natalia Pasternak, percebe-se a aproximação da comunidade detentora de conhecimentos técnicos aos problemas mais humanistas, evento provocado em partes pelo aparecimento da pandemia mundial de COVID, em que elites cientificas e não cientificas precisam trabalhar juntas para desenvolver repostas que possam solucionar os problemas de saúde pública para o bem da população em geral.
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