Buscar

RESUMO - Idade Média (ENEM)

Prévia do material em texto

Idade Média 
A idade Média na Europa Ocidental foi marcada pelo modo de produção 
feudal, no qual o trabalho era condicionado pela mão de obra servil 
e pela produção voltada ao abastecimento interno do feudo. 
Caracterizado pela instabilidade e pela fragmentação política, o 
período elencado observou a retração do comércio, a ascensão da Igreja 
Católica e a construção de espaços feudalizados protegidos por um 
Senhor. Esse tipo de organização da vida social e econômica foi 
herança direta de algumas composições observadas no Império Romano, 
como o Colonato e o Comitatus (espécie de noção de honra e lealdade 
entre suseranos e vassalos). É importante ressaltar que o termo 
pejorativo “idade média” foi cunhado por autores modernos. Era assim 
considerada pela noção errônea de que o momento histórico apresentou 
involuções em relação à antiguidade clássica – extremamente 
valorizada pela Modernidade. Por esse motivo, a idade média foi 
constantemente considerada como menor no que tange aos valores 
culturais, políticos, filosóficos e econômicos. Contudo, longe de ter 
sido um intervalo obscuro, essa época guarda especificidades – arte 
gótica – e pensadores complexos, como Santo Agostinho e São Tomas de 
Aquino. A sociedade era dividida em estamentos (Clero / Nobreza / 
Camponeses e servos) com pouquíssima mobilidade social. O mundo era 
experimentado por meio da religião católica. Para o homem medieval, 
as respostas para seus questionamentos encontravam-se no sagrado e 
era a Igreja que fornecia as explicações. A representação social do 
mundo ocorria através dos dogmas católicos e os sacrifícios terrenos 
eram considerados necessários para alcançar a eternidade no Reino dos 
Céus. 
 
Clero – Tinha controle do conhecimento mediante a gestão dos dogmas 
cristãos. 
Nobreza – Reis, Príncipes e Senhores Feudais. 
Servos e Camponeses – base e sustentação do sistema. Força de trabalho. 
A política feudal foi caracterizada pela fragmentação política e pelo 
fortalecimento de autoridades locais, consequência das guerras e das 
invasões recorrentes que enfraqueceram o poder real. Essa 
descentralização teve origem durante o declínio do Império, quando o 
Estado passou a conceder atribuições estatais aos proprietários de 
terras. Nessa lógica, houve a expansão da dependência pessoal entre 
indivíduos que, dentro dos laços feudo-vassálicos, estabeleciam um 
contrato em troca de necessidades mútuas. Os vassalos tinham inúmeras 
obrigações (impostos) para com o Senhorio 
A economia feudal, em um primeiro momento, foi caracterizada pela 
retração da produtividade e pela diminuição das trocas comerciais. A 
compra de produtos era escassa e realizada somente quando um artigo 
não era comum em determinada região (mercadores judeus: seda, 
especiarias, sal.) As moedas e pesos variavam de feudo para feudo, o 
que dificultava trocas comerciais. A idade média apresentou um 
significativo avanço nas técnicas agrícolas e na expansão das áreas 
agricultáveis. 
A religião principal da Idade Média europeia ocidental foi o 
cristianismo católico romano. Surgiu na Palestina e adentrou a Europa 
por meio do Império Romano. Inicialmente, em contraponto com as 
religiões pagãs politeístas de Roma, foi duramente perseguida. Foi 
somente no século IV, já bastante difundida entre as classes mais 
pobres, que o Imperador Constantino assinou o Édito de Milão 
(liberdade de culto aos cristãos). Mais tarde, com o Édito de 
Tessalônica, o cristianismo se torna a religião oficial do Império 
Romano. O clero, dividido em alto – regular (membros poderosos que 
definiam os dogmas) e baixo – secular (pequenos padres que tinham a 
função de transmitir a fé católica) controlava a educação, a escrita 
e a leitura. 
O sistema feudal decaiu mediante diferentes transformações sociais, 
econômicas e políticas intensificadas durante a Baixa Idade Média. O 
crescimento agrícola, comercial e demográfico inaugura mudanças nas 
instituições do período. O ressurgimento das cidades (burgos) rompe 
com a lógica feudo-vassálica de subsistência. As trocas comerciais 
se intensificam, instaurando as bases futuras para a estruturação do 
comércio e para a produção de excedentes. Surgem as corporações de 
ofício e a burguesia. A Igreja, na tentativa de fortalecer seus 
dogmas, patrocina e apoia as cruzadas. O deslocamento de pessoas 
proporcionado por esse processo abre caminhos para novas rotas 
comerciais e para lugares desconhecidos, modificando o entendimento 
do mundo e as representações sociais. Durante esse momento, a Peste 
Negra mata 1/3 da população europeia. A Guerra dos Cem Anos, conflito 
armado entre os reinos de França e de Inglaterra por territórios, 
intensifica o sentimento de pertencimento a um local e permite a 
formação de exércitos independentes. A nobreza, antes relegada aos 
espaços feudalizados, entende, em acordos sucessivos com a burguesia, 
a necessidade de incorporação de regras administrativas, da adoção 
de sistema único de pesos e de medidas e da centralização do poder.

Continue navegando