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TCC de José Raimundo para a Banca

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FACULDADE DE DIREITO E CIÊNCIAS SOCIAIS DO LESTE DE MINAS - 
FADILESTE 
 
 
 
 
 
 
 
 
JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES BÁRBARA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EXTENSÃO DO PROCESSO FALIMENTAR EM DECORRÊNCIA DA LEI Nº 
11.101/2005 
ANÁLISE DO PRINCÍPIO DA INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
REDUTO 
2020 
 
JOSÉ RAIMUNDO RODRIGUES BÁRBARA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
A EXTENSÃO DO PROCESSO FALIMENTAR EM DECORRÊNCIA DA LEI Nº 
11.101/2005 
ANÁLISE DO PRINCÍPIO DA INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIAS 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Trabalho de Curso apresentado à Faculdade de 
Direito e Ciências Sociais do Leste de Minas 
-FADILESTE como requisito parcial para obtenção 
do título de Bacharel em Direito. 
 
Professor Orientador: Dr Aluer Baptista Freire 
Júnior 
 
 
 
 
 
 
 
 
REDUTO 
2020 
A EXTENSÃO DO PROCESSO FALIMENTAR EM DECORRÊNCIA DA LEI Nº 
11.101/2005 
ANÁLISE DO PRINCÍPIO DA INVIOLABILIDADE DE CORRESPONDÊNCIAS 
 
 
José Raimundo Rodrigues Bárbara 
 
 
RESUMO 
 
O presente artigo tem por objetivo a análise do instrumento de recuperação judicial 
promulgado através da lei Nº 11.101 de 2005, objetivando-se na análise de 
(in)constitucionalidade que possa ocorrer ao princípio de inviolabilidade de 
correspondências, como direito e garantia protegidos pelo art.5º, inciso III da Constituição 
Federal em detrimento ao art.22, inciso III, alínea “d” da lei falimentar, que permite o 
administrador judicial ter acesso ao conteúdo da correspondência do falido. É inegável e 
inevitável que as empresas exercem grandes papéis na estrutura econômica do país e 
principalmente na sociedade, sendo responsável direta e indiretamente pela circulação de 
mercadorias e prestações de serviços, que fomentam a necessidade econômica de si 
mesma, bem como do Estado, através dos seus impostos recolhidos. E por outro lado, 
desenvolve um grande papel social, gerando empregos diretos e indiretos e fazendo a 
economia ter vazão, e com isso, mais arrecadação através de tributos recolhidos pelo 
Estado. Dessa forma, é necessário entender que nos momentos de dificuldade, ou 
turbulências financeiras causadas por alguma crise financeira, o Estado não pode ser ou 
estar omisso quanto a essa situação. Mas mesmo que haja o cunho protetivo por aplicação 
da lei de Falências e recuperação judicial (quando viável), há a necessidade de entender se 
os interesses da massa falida, mesmo que importantíssimo para o prosseguimento da do 
processo falimentar, pode estar acima do direitos e garantias, postuladas por clausula 
pétrea, e constitucionalmente protegidos e garantidos a todo cidadão brasileiro e estrangeiro 
que residam neste país. 
 
Palavras-chave: Inviolabilidade de Correspondências. Inconstitucionalidade. Lei 
Nº11.101/2005. Cláusula Pétrea. Falencia. 
 
 ABSTRACT 
 
The purpose of this article is to analyze the instrument of judicial reorganization enacted 
through Law No. 11,101 of 2005, aiming at the analysis of (in) constitutionality that may occur 
to the principle of inviolability of correspondences, as a right and guarantee protected by art. 
5, item III of the Federal Constitution to the detriment of art.22, item III, subheading “d” of the 
bankruptcy law, which allows the judicial administrator to have access to the contents of the 
bankrupt's correspondence. It is undeniable and unavoidable that companies play major 
roles in the country's economic structure and mainly in society, being directly and indirectly 
responsible for the circulation of goods and services, which foster the economic need of 
itself, as well as of the State, through your taxes collected. On the other hand, it develops a 
great social role, generating direct and indirect jobs and making the economy flow, and with 
this, more collection through taxes collected by the State. Thus, it is necessary to understand 
that in times of difficulty, or financial turbulence caused by a financial crisis, the State cannot 
be or be silent about this situation. But even if there is a protective nature due to the 
application of the Bankruptcy law and judicial recovery (when feasible), there is a need to 
understand whether the interests of the bankruptcy estate, even though extremely important 
for the continuation of the bankruptcy process, can be above the rights guarantees, 
4 
 
postulated by a stone clause, and constitutionally protected and guaranteed to all Brazilian 
and foreign citizens residing in this country. 
 
Keywords: Inviolability of Correspondence. Unconstitutionality. Law No. 11,101 / 2005. Stone 
clause. Bankruptcy. 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
 
A temática proposta contempla a análise de suma relevância, da possível 
(in)constitucionalidade que possa haver em um processo falimentar ou a 
Recuperação judicial, visto que a lei nº 11.101, de 9 de fevereiro de 2005 (Lei de 
Falências e Recuperação judicial) através do art. 22, inciso III, alínea ‘d’, que permite 
ao administrador judicial receber e abrir correspondências endereçadas aos 
administrador falido.​1 
 
No entanto, mesmo que haja tal permissibilidade contida na Lei de Falência, 
uma variante é colocada à prova para tal análise, o direito de sigilo das 
correspondências contido no art. 5º, inciso XII da Constituição Federal, protelado 
como Cláusula Pétrea. 
 
Com isso, busca-se salientar que mesmo que falido, o empresário tem seus 
direitos primários protegidos por Lei superior, e que seus direitos e garantias que 
são dadas pela Constituição Federal e não podem sofrer violabilidade ou restrição, a 
não ser quando delegado por ela. 
 
Logo, é importante analisar e dar sua devida importância, buscando 
compreender se há de fato, certas institucionalidades da lei, ou equívocos que 
possibilite dupla interpretação (como caso especifico do art. 22, inciso III, alínea “d”, 
tema central, aqui proposto), para que possamos esclarecer a possível 
incongruência existente dentro da lei de falência em detrimento a inviolabilidade do 
sigilo das correspondências e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas, protelada no art. 5º, inciso XII.​2 
 
Contudo, a partir do exposto, busca-se a contemplação e verificação, bem 
como o ponderar a questão proposta ao desenrolar da temática. 
 
 
2 ANÁLISE DE POSSÍVEIS DISCORDÂNCIAS NORMATIVAS DA LEGISLAÇÃO 
INFRACONSTITUCIONAL EM RELAÇÃO A INVIOLABILIDADE DE 
CORRESPONDÊNCIAS E SEUS EFEITOS NA LEI DE FALÊNCIAS E 
RECUPERAÇÃO JUDICIAL 
 
1 Legislação conforme: BRASIL. ​Lei nº 11.101, de 09 de fevereiro de 2005. ​Regula a recuperação 
judicial, a extrajudicial e a falência do empresário e da sociedade empresária. Vademecum. Rio de 
Janeiro: Saraiva, 2009. 
2 Legislação conforme: BRASIL. [Constituição (1988)]. ​Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 set. 2020. 
 
4 
 
A proposta desse trabalho, é buscar primordialmente a obtenção do norteio 
através da observação de possibilidades contidas nas estruturas de artigos 
específicos e no texto geral da lei, com objetivo em analisar e buscar certas 
institucionalidades e incongruênciasou até mesmo, buscando na doutrina, pontos 
favoráveis a analise, com intuito de esclarecer assuntos que permeiam o 
entendimento das discrepâncias existentes nos textos das normas vigentes. 
 
Por isso, o enfoque da temática é analisar o dispositivo constante no art. 22, 
inciso III, alínea “d”, da lei de falências e recuperação judicial, que permite ao 
administrador judicial, sob enfoque do processo falimentar, além de vários outros 
deveres que a Lei o dirige, também prevê a prerrogativa ao administrador falimentar 
“receber e abrir correspondências dirigidas ao devedor, entregando a ele o que não 
for de interesse da massa”. 
 
Contudo, listada no art. 5º da Constituição da República (BRASIL, 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988)​, na relação dos direitos e 
garantias, individuais e coletivos, sendo uma garantia fundamental protelada pela 
Constituição referida (Clausula Pétrea), constante em seu inciso XII, determina que: 
 
Art. 5º - ​Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade, nos termos seguintes: [...] XII - é 
inviolável o sigilo da correspondência e das comunicações 
telegráficas, de dados e das comunicações telefônicas, salvo, no 
último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução 
processual penal​; [...].​3​ (BRASIL, 1988, p. s.n.). 
 
Em questão da inviolabilidade presente no art. 5º, inciso XII, José Afonso 
SILVA (1992, p.383) explica que: 
 
Ao declarar que é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e telefônicas, a Constituição 
está proibindo que se abram cartas e outras formas de 
correspondência escrita, se interrompa o seu curso e se escutem ou 
interceptem telefonemas. Abriu-se excepcional possibilidade de 
interceptar comunicações telefônicas, por ordem judicial, nas 
hipóteses na forma que a lei estabelecer para fins de investigação 
criminal ou instrução processual. Vê-se que, mesmo na exceção, a 
Constituição preordenou regras estritas de garantias, para que não 
se a use para abusos. O objeto da tutela é dúplice: de um lado, a 
liberdade de manifestação do pensamento; de outro lado, o segredo, 
como expressão do direito à intimidade. 
 
E ainda sobre a Inviolabilidade das correspondências, obtidas pelo art. 5º, 
inciso XII, é chancelado uma possibilidade ponderada em prerrogativas que a 
própria lei estabelece sua permissão​, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma 
que a lei estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual 
penal. 
3 Supressões nossas. 
5 
 
 
Para uma melhor explicação, Vicente Greco Filho (1996, p. 9-13) versa que: 
 
No texto do art. 5º, inciso XII da Constituição, são duas as 
interpretações possíveis: a ressalva, considerando-se a expressão 
"no último caso", aplica-se às comunicações telegráficas, de dados e 
às comunicações telefônicas, ou aplica-se somente às comunicações 
telefônicas. A primeira hipótese pressupõe o entendimento de que o 
texto constitucional prevê somente duas situações de sigilo: o da 
correspondência, de um lado, e o dos demais sistemas de 
comunicação (telegrafia, dados e telefonia), de outro. Assim, a 
possibilidade de quebra do sigilo referir-se-ia à segunda situação, de 
modo que "último caso" corresponderia aos três últimos instrumentos 
de transmissão de informações. A segunda hipótese interpretativa 
parte da idéia de que o sigilo abrange quatro situações: a 
correspondência, as comunicações telegráficas, as de dados e as 
telefônicas, e, assim, a expressão "último caso" admitiria a 
interceptação apenas para as comunicações telefônicas. Nossa 
interpretação é no sentido de que "no último caso" refere-se apenas 
às comunicações telefônicas, pelas seguintes razões: Se a 
Constituição quisesse dar a entender que as situações são apenas 
duas, e quisesse que a interceptação fosse possível nas 
comunicações telegráficas, de dados e das comunicações 
telefônicas, a ressalva estaria redigida não como "no último caso", 
mas como "no segundo caso". Ademais, segundo os dicionários, 
último significa derradeiro, o que encerra, e não, usualmente, o 
segundo. Com esse entendimento, a conclusão é a de que a 
Constituição autoriza, nos casos nela previstos, somente a 
interceptação de comunicações telefônicas, e não a de dados e 
muito menos as telegráficas.​4 
 
E para tanto, para complementar os ensinamentos de Greco Filho, embora, 
expressamente o art. 5º, Inciso XII, preveja permita em casualidades de prerrogativa 
para que assim haja determinado tipo de violação aos direitos e garantias 
chancelados pelo inciso XII, a Lei 9.296 de 24 de julho de 1996, tem o principal 
propósito de regulamentar o inciso XII, de forma objetiva em sua parte final, 
concluindo que: 
 
 Art. 1º A interceptação de comunicações telefônicas, de qualquer 
natureza, para prova em investigação criminal e em instrução 
processual penal, observará o disposto nesta Lei e dependerá de 
ordem do juiz competente da ação principal, sob segredo de justiça. 
 Parágrafo único. O disposto nesta Lei aplica-se à interceptação do 
fluxo de comunicações em sistemas de informática e telemática. Art. 
2° Não será admitida a interceptação de comunicações telefônicas 
quando ocorrer qualquer das seguintes hipóteses: I - não houver 
 indícios razoáveis da autoria ou participação em infração penal; II - a 
prova puder ser feita por outros meios disponíveis; III - o fato 
investigado constituir infração penal punida, no máximo, com pena 
de detenção. Parágrafo único. Em qualquer hipótese deve ser 
descrita com clareza a situação objeto da investigação, inclusive com 
4 Aspas conforme originais. 
6 
 
a indicação e qualificação dos investigados, salvo impossibilidade 
manifesta, devidamente justificada. (BRASIL, 1996, p. s.n.). 
 
E logo, todavia, a Constituinte limitou o alcance da lei no que tange ao sigilo 
das comunicações telefônicas, algo que é expressamente explicito pelo texto 
supradito, porém com deveras formas permitidas pela lei, e não disparadas de modo 
avulso, como também especificado no art. 5º, inciso XII. A inviolabilidade das 
correspondências, seja ela por correspondência eletrônica, seja por meio físico, de 
forma desordenada e avulsa, sem seguimento dos procedimentos legais previstos 
na constituinte, é, todavia, um atentado a intimidade de qualquer cidadão. 
 
E para auxiliar nessa questão, José Adércio Leite Sampaio (1998, p. 49) 
ensina que: 
 
Quando alguém mexe desautorizadamente na correspondência 
alheia, já comete um atentado à intimidade dessa pessoa. Pouco 
importa se estejam ali cartas de amor ou apelos de propaganda. A 
correspondência em si já é uma informação de âmbito reservado. 
Através dela se poderão vislumbrar os correspondentes da pessoa, 
seus interesses maiores, suas opiniões ou até suas preferências 
sexuais. Não se faz necessário, para tanto, como diz nosso Código 
Penal, que seja "devassada",conhecido seu conteúdo. O simples 
escrito no invólucro ou o nome do remetente já nos podem antecipar 
o perfil do destinatário. 
 
Destarte, é evidente que, tanto por entendimento da Constituição Federal, 
Carta Magna deste país, como para os autores supracitados, que as comunicações, 
seja ela por qual meio conhecido for, é de propriedade inviolável, e que não pode ter 
seu sigilo transgredido, a não ser quando no próprio art. 5º, Inciso XII permita, 
expressamente citado ao final de seu texto, que por sua vez versa a permissibilidade 
da violação “​no último caso, por ordem judicial, nas hipóteses e na forma que a lei 
estabelecer para fins de investigação criminal ou instrução processual penal​”. Em 
suma, sua intenção é proteger a comunicação de diversos destinatários, 
independentemente de haver conteúdo extremamente sigiloso ou não. 
 
Cabe a ressalva que dos direitos e garantias fundamentais, expressas na 
própria Constituição Federal, só admitem exceções quando explicitamente citadas 
pelo próprio conteúdo do texto constitucional, e que mantém uma relação direta 
entre si, como são os casos do Estado de defesa, art. 136, ​§ 1º, Inciso I, alíneas de 
a à c, e o Estado de sitio, art.137, incisos I e II; art. 138, ​§ 1º; e art. ​139, Inciso III.​5 
 
Para melhor compreensão, os artigos expostos e postulados na Constituição 
Federal expressam que: 
 
Art. 136. O Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da 
República e o Conselho de Defesa Nacional, decretar estado de 
 defesa para preservar ou prontamente restabelecer, em locais 
restritos e determinados, a ordem pública ou a paz social ameaçada 
5 Legislação conforme: BRASIL. [Constituição (1988)]. ​Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 set. 2020. 
7 
 
por grave e iminente instabilidade institucional ou atingidas por 
calamidades de grandes proporções na natureza. § 1º O decreto que 
 instituir o estado de defesa determinará o tempo de sua duração, 
especificará as áreas a serem abrangidas e indicará, nos termos e 
limites da lei, as medidas coercitivas a vigorarem, dentre as 
seguintes: I - restrições aos direitos de: a) reunião, ainda que 
 exercida no seio das associações; b) sigilo de correspondência; c) 
sigilo de comunicação telegráfica e telefônica; [...] Art. 137. O 
Presidente da República pode, ouvidos o Conselho da República e o 
Conselho de Defesa Nacional, solicitar ao Congresso Nacional 
 autorização para decretar o estado de sítio nos casos de: I - 
comoção grave de repercussão nacional ou ocorrência de fatos que 
comprovem a ineficácia de medida tomada durante o estado de 
defesa; II - declaração de estado de guerra ou resposta a agressão 
 armada estrangeira. [...] Art. 138. O decreto do estado de sítio 
indicará sua duração, as normas necessárias à sua execução e as 
garantias constitucionais que ficarão suspensas, e, depois de 
publicado, o Presidente da República designará o executor das 
medidas específicas e as áreas abrangidas. § 1º O estado de sítio, 
no caso do art. 137, I, não poderá ser decretado por mais de trinta 
dias, nem prorrogado, de cada vez, por prazo superior; no do inciso 
II, poderá ser decretado por todo o tempo que perdurar a guerra ou a 
agressão armada estrangeira. [...] ​Art. 139. Na vigência do estado de 
sítio decretado com fundamento no art. 137, I, só poderão ser 
tomadas contra as pessoas as seguintes medidas: [...] III - restrições 
relativas à inviolabilidade da correspondência, ao sigilo das 
comunicações, à prestação de informações e à liberdade de 
imprensa, radiodifusão e televisão, na forma da lei; [...] Parágrafo 
único. Não se inclui nas restrições do inciso III a difusão de 
pronunciamentos de parlamentares efetuados em suas Casas 
Legislativas, desde que liberada pela respectiva Mesa.​6 (BRASIL, 
1988, p. s.n.). 
 
Mas certamente, para que o Estado de Sitio e o Estado de defesa ocorram, 
ambos devem prever datas de começo e fim, não podendo vigorar por tempo 
indeterminado. No Estado de Defesa o tempo de duração não será superior a 30 
dias, e, porém, pode ser prorrogado por período igual se persistirem motivos e 
razões que qualificaram e justificam a sua decretação (art.136, ​§ 2º), e no Estado de 
Sítio não pode ser decretado por mais de 30 dias, nem prorrogado, de cada vez, por 
prazo superior em caso de comoção grave de repercussão nacional ou fatos 
ocorridos que podem e devem comprovar a ineficácia da medida tomada durante o 
estado de Defesa; ou poderá perdurar ao longo do tempo em que haver guerra ou 
agressão de força armada estrangeira, caso houver e quando declarada (art.137, 
Incisos I e II; Art 138, § 1º e 139, Inciso III).​7 
 
Em concordância, Marcelo Novelino (2015, p. 857) explica que 
 
[...] devem ser informados por dois critérios básicos: a necessidade e 
a temporariedade. A necessidade pressupõe a ocorrência de 
6 Supressões nossas. 
7 Legislação conforme: BRASIL. [Constituição (1988)]. ​Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 set. 2020. 
8 
 
situações de extrema gravidade e demandarem a adoção de 
medidas excepcionais para manter a estabilidade das instituições 
democráticas ou restabelecer a ordem constitucional. A 
temporariedade impõe a limitação temporal do estado de legalidade 
extraordinária ao período em que a situação emergencial perdurar.​8 
 
E de tudo, deve-se ressaltar que também há a necessidade da especificação 
de quais os direitos e garantias constitucionais previstos na Carta Magna, serão 
atingidos e restringidos com o decreto de Estado de Sitio e de Defesa, estando o art. 
5º da Constituição Federal de 1988 em foco, e com ela, a inviolabilidade de 
correspondência, nosso objeto de estudo. 
 
Portanto, há o reconhecimento pela excepcionalidade de tais hipóteses, que, 
todavia, obterão características mínimas como temporariedade e necessidade (por 
situação emergencial), logo, sem muito objetivo para contemplação na relação de 
estudos entre os da inconstitucionalidade que se caracteriza esse estudo. 
 
E para esclarecimentos, sob o enfoque do art. 60, § 4º, Inciso IV da 
Constituição da República Federativa do Brasil de 1988, explicita que os direitos e 
garantias protelados pelo art. 5º da Constituição Federal não podem ser abolidos e 
 muito menos ser projeto de deliberação com tais fins: “Art. 60. A Constituição poderá 
ser emendada mediante proposta: [...] § 4º Não será objeto de deliberação a 
proposta de emenda tendente a abolir: [...] IV - os direitos e garantias individuais”.​9​10 
 
No que tange a temática, e expelindo as formas constitucionalmente previstas 
de cessação momentânea dos direitos e garantias constitucionais, devidamente 
especificadas e amparadas constitucionalmente, com prazo de ‘validade’, e não 
podendo vigorar por tempo indeterminado, o art. 5º na sua integralidade, sendo 
protegidopor Cláusula Pétrea, está sob o amparo do artigo supracitado (art. 60, § 4º, 
inciso IV), que por sua vez, versa que os projetos de proposta de emenda que visam 
abolir direitos e garantias individuais e coletivas, não serão nem objeto de 
deliberação, impossibilitando alteração da clausula Pétrea, quiçá possibilita se 
quebrar o sigilo de correspondências. 
 
E outra variante, dentro do propósito dessa temática, é buscar a análise se há 
a possibilidade de ocorrer restrições dentro dos direitos e garantias fundamentais, 
que possam acontecer sem abono de elementos da Constituição vigente, pois em 
condição de direito absoluto, seria como uma carta branca para algumas práticas de 
ilicitude, dentro de alguns sistemas existentes. E na Lei nº 7210 de 11 de julho de 
1984, que instituiu as Leis de Execução Penal, em seu art.41, inciso XV, expressa 
que: 
 
Art. 41 - Constituem direitos do preso: [...] XV - contato com o mundo 
exterior por meio de correspondência escrita, da leitura e de outros 
meios de informação que não comprometam a moral e os bons 
costumes. Parágrafo único. Os direitos previstos nos incisos V, X e 
8 Supressão nossa. 
9 Supressões nossas. 
10 Legislação conforme: BRASIL. [Constituição (1988)]. ​Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 set. 2020. 
9 
 
XV poderão ser suspensos ou restringidos mediante ato motivado do 
diretor do estabelecimento.​11​ (BRASIL, 1984, p. s.n.). 
 
Logo, analisando diretamente esse texto, vemos que há uma possibilidade 
regida pela razão de segurança pública, disciplina prisional ou da preservação da 
ordem jurídica, admitindo-se assim que dentro desse entendimento, estritamente 
dando sentido as questões de execução penal (objeto direto por qual a lei nº 
7210/84 foi criada) usada apenas nas dependências da jurisdição do 
estabelecimento prisional, não se pode admitir que haja inviolabilidade das 
correspondência, das comunicações telegráficas e de dados, pois tal direito é 
facultado a permissibilidade ou a suspenção e restrição por parte do diretor, 
conforme determinação do art. 41, inciso XV, parágrafo único, para que assim, tais 
direitos e garantias não sejam usados para prática de atos ilícitos ou se sujeitando a 
qualquer limite, dentro do estabelecimento prisional, e mesmo assim, praticando o 
direito fundamental. 
 
Para tanto, buscando entendimento da jurisprudência, o Supremo Tribunal 
Federal abonou por intermédio do ​Habeas Corpus 70.814-5/São Paulo(SP), com 
relatoria do Ministro Celso de Mello e publicado no Diário de Justiça do dia 24 de 
junho de 1994. Transcrevemos: 
 
EMENTA: ​HABEAS CORPUS - ESTRUTURA FORMAL DA 
SENTENCA E DO ACÓRDAO - OBSERVÂNCIA - ALEGAÇÃO DE 
INTERCEPTAÇÃO CRIMINOSA DE CARTA MISSIVA REMETIDA 
POR SENTENCIADO - UTILIZAÇÃO DE CÓPIAS XEROGRÁFICAS 
NAO AUTENTICADAS - PRETENDIDA ANALISE DA PROVA - 
PEDIDO INDEFERIDO. [...] ​- A administração penitenciária, com 
fundamento em razões de segurança pública, de disciplina prisional 
ou de preservação da ordem jurídica, pode, ​sempre 
excepcionalmente​, e desde que respeitada a norma inscrita no art. 
41, parágrafo único, da Lei n. 7.210/84, proceder a interceptação da 
correspondência remetida pelos sentenciados, eis que a clausula 
tutelar da inviolabilidade do sigilo epistolar ​não pode constituir 
instrumento de salvaguarda de práticas ilícitas. - O reexame da prova 
produzida no processo penal condenatório não tem lugar na ação 
sumaríssima de ​habeas corpus​. [...] A Lei de Execução Penal, ao 
elencar os direitos do preso, reconhece-lhe a faculdade de manter 
contacto com o mundo exterior por meio de correspondência escrita 
(art. 41, XV). Esse direito, contudo, poderá ser ​validamente 
restringido pela administração penitenciária, consoante prescreve a 
própria Lei nº 7.210/84 (art. 41, parágrafo único).​12 (BRASIL, 1994, ​p. 
317-329). 
 
E partindo desse pressuposto, admite-se a respeitabilidade ao preceito 
contido no artigo 41, inciso XV, parágrafo único, tendo a observância que esse 
instituto somente recai excepcionalmente no âmbito penitenciário, evitando que 
dentro do estabelecimento, a inviolabilidade do sigilo se torne instrumentos de 
práticas ilícitas, e com isso, buscando apenas salvaguardar e proteger a 
11 Supressões nossas. 
12 Supressões nossas e negrito e grifos como nos originais. 
 
10 
 
Constituição Federal e os direitos e garantias constitucionais postulados pelo art. 5, 
resguardando concomitantemente os direitos do preso, a luz da Lei de Execução 
penal, já que não há retirada automática dos direitos, eles serão suspensos e/ou 
restringidos mediante ato diretivo, desde que motivado. Partindo do pressuposto sob 
a ótica da análise do princípio fundamental da inviolabilidade das correspondências 
e o devido sigilo que deveriam deter, o que podemos perceber é que assim como as 
análises feitas de cunho constitucional, com jurisprudência devida, que buscam 
apenas restringir e limitando o direito dentro do âmbito penitenciário, uma vez 
previsto nos regulamentos internos dos presídios, essa restrição apenas visa 
resguardar práticas ilícitas danosos a ordem pública e ordem alheia, tendo em vista 
que os que lá estão, sofrem restrição da liberdade pelo mesmo fator. 
 
E concluindo esse pensamento, vejamos o posicionamento de Júlio Fabbrini 
Mirabete utilizado como referência pelo Ministro Celso de Melo no ​Habeas Corpus 
70.814-5/SP, na qual aduz que: 
 
[...] Questão delicada, quanto ao tema, é a referente à censura da 
correspondência, que limita a liberdade de comunicação do preso. 
Segundo preceito da Carta Magna, ‘é inviolável o sigilo de 
correspondência e das comunicações telegráficas e telefônicas’ [...]. 
A censura e o impedimento de correspondência efetuados nos 
presídios e previstos em regulamentos internos põem em foco essa 
garantia constitucional, já se tendo afirmado a inconstitucionalidade 
de normas jurídicas que limitam o direito e sigilo de correspondência. 
Mas, como bem observa Ada Pellegrini Grinover, ‘as liberdades 
públicas não são mais entendidas em sentido absoluto, em face 
da natural restrição resultante do princípio de convivência das 
liberdades, pelo qual nenhuma delas pode ser exercida de modo 
danoso à ordem pública e às liberdades alheias’. ‘Nessa ordem 
de ideias – acrescenta – ​deve ser considerada a inviolabilidade 
do sigilo da correspondência e das comunicações telegráficas e 
telefônicas, ​com vistas à finalidade ética ou social do exercício 
do direito que resulta da garantia; tutela desta natureza não 
pode ser colocada para a proteção de atividades criminosas ou 
ilícitas’. Certamente há limitações que, em casos concretos, 
aconselham as exigências de segurança da execução penal, 
inclusive com a limitação do direito e sigilo da correspondência do 
preso. ​Podem ser efetuadas a interceptação e a violação da 
correspondência no caso suspeita da prática de infração penal, 
da remessa ou recebimento de objetos proibidos, de dúvidas quanto 
ao remetenteou destinatário (nomes imaginários, pseudônimos ou 
qualquer outro método que impeça o conhecimento das pessoas que 
se correspondam), da preservação da segurança do presídio, das 
medidas para impedir a fuga ou motins, das comunicações que 
comprometam a moral e os bons costumes, ou seja, em todas as 
hipóteses em que avulte o interesse social ou se trate de proteger ou 
resguardar direitos ou liberdades de outrem ou do Estado, também 
constitucionalmente assegurados.​13​ (BRASIL, 1994, p. 329-331). 
 
Contudo, mesmo que se permita a restrição do sigilo das correspondências e 
comunicações como um todo, (dentro da instituição penitenciaria) ainda assim, não 
13 Supressões nossas e negrito e grifos como nos originais. 
11 
 
se presumi interferência direta, ou pressupõe a possibilidade da Lei de Falências e 
Recuperação judicial também ser a responsável por restringir tal direito, 
principalmente por não haver relação estritamente direta entre ambas as matérias. 
 
Contudo, até então, o direito e garantia ao sigilo de correspondências foi 
tratado pela Legislação como princípio basilar inviolável, não podendo ser 
infringindo, a não ser que se trate de lei penal ou processual, ou em casos que a 
constituição permita, como o Estado de Sitio e o Estado de Defesa. 
 
2.1 Inviolabilidade de correspondência em consonância ao art. 22, Inciso III, alínea 
‘d’ da Lei 11.101/05 (Lei de Falências e Recuperação Judicial) 
 
Para que seja aberta o início das conversas, far-se-á necessário manifestar o 
que diz expressamente o art. 22, Inciso III, alínea ‘d’ da Lei 11.101/05, para que haja 
clareza no entendimento. Logo: 
 
Art. 22. Ao administrador judicial compete, sob a fiscalização do juiz 
e do Comitê, além de outros deveres que esta Lei lhe impõe: [...] III – 
na falência: [...] d) receber e abrir a correspondência dirigida ao 
devedor, entregando a ele o que não for assunto de interesse da 
massa; [...].​14​ (BRASIL, 2005, p. s.n.). 
 
A referida lei permite que o administrador judicial receba e abra as 
correspondências do sócio devedor perante o processo falimentar, com o intuito de 
garantir e preservar os interesses da massa falida, tendo sob sua jurisdição, o dever 
de separar o que é de cunho pessoal e endereçada a ele e que não houver relação 
conflitante com os interesses da massa falida. 
 
Segundo Waldo Fazzio Junior (2005, p. 326) o administrador judicial é o “[...] 
auxiliar qualificado do juízo. Inserto no elenco dos particulares colaboradores da 
justiça, não representa os credores nem substitui o devedor falido”.​15 Logo, o 
administrador judicial é incumbido de gerenciar os bens da massa, juridicamente 
falida. 
 
Fábio Ulhoa Coelho (2011a, p.101) explica que: 
 
De um modo geral, cabe ao administrador auxiliar o juiz na 
administração da falência e representar a comunhão dos interesses 
dos credores. Como auxiliar do juiz, deverá manifestar nos autos 
sempre que determinado, bem como propor medidas úteis para o 
bom andamento do processo falimentar. Como representante legal 
da comunhão dos interesses dos credores, deve administrar os bens 
da massa visando obter a otimização dos recursos disponíveis. 
 
Neste sentido, confrontando art. 22, inciso III, alínea “d”, da lei de falências e 
recuperação judicial (Lei nº 11.101/05), verificamos um conflito em razão ao princípio 
constitucional postulado pelo art. 5º, Inciso XII, sendo que o primeiro citado, permite 
a violação, apor intermédio do recebimento e abertura das correspondências do 
14 Supressões nossas. 
15 Supressão nossa. 
12 
 
falido por parte do administrador judicial, que por ora exerce papel postulado pela lei 
de Falências para auxiliar as questões da justiça, bem como propor medidas uteis 
recorrentes ao andamento do processo de falência, e em contraponto há uma 
garantia constitucional, que permite ao falido a inviolabilidade, bem como protege o 
sigilo de suas correspondências e comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas. 
 
Os direitos e garantias fundamentais, individuas e coletivas, como princípio 
constitucional, e que aqui será representado pelo sigilo das correspondências, 
contido na relação da Cláusula Pétrea postulada no art. 5º, Inciso XII da Constituição 
Federal, contemplam tanto a pessoa natural (física), quanto ao empresário (Pessoa 
jurídica). 
 
E complementando ao exposto, far-se-á necessário expressar o 
conhecimento passado por Gilmar Ferreira Mendes e Paulo Gustavo Gonet Branco 
(2016, p.169-170) em obra escrita de forma conjunta, que doutrinam e confirmam a 
igualdade da pessoa física as pessoas jurídicas em detrimento aos direitos e 
garantias fundamentais, sendo os mesmos aplicados a todos, logo, recorrente tanto 
as pessoas físicas como as pessoas jurídicas: 
 
Não há, em princípio, impedimento insuperável a que pessoas 
jurídicas venham, também, a ser consideradas titulares de direitos 
fundamentais, não obstante estes, originalmente, terem por 
referência a pessoa física. Acha-se superada a doutrina de que os 
direitos fundamentais se dirigem apenas às pessoas humanas, os 
direitos fundamentais suscetíveis, por sua natureza, de serem 
exercidos por pessoas jurídicas podem tê-las por titular. Assim, não 
haveria por que recusar às pessoas jurídicas as consequências do 
princípio da igualdade, nem o direito de resposta, o direito de 
propriedade, o sigilo de correspondência, a inviolabilidade de 
domicílio, as garantias do direito adquirido, do ato jurídico perfeito e 
da coisa julgada. 
 
E com esse entendimento, garante-se a aplicabilidade da legislação 
constituinte, onde há de fato o entendimento que os direitos são suscetíveis as 
pessoas, seja ela de natureza física ou jurídica, no qual por consequência, se inclui 
o direito ao sigilo das correspondências. 
 
E corroborando, José Afonso SILVA (1992, p.383) explica que: 
 
Ao declarar que é inviolável o sigilo da correspondência e das 
comunicações telegráficas, de dados e telefônicas, a Constituição 
está proibindo que se abram cartas e outras formas de 
correspondência escrita, se interrompa o seu curso e se escutem ou 
interceptem telefonemas. Abriu-se excepcional possibilidade de 
interceptar comunicações telefônicas, por ordem judicial, nas 
hipóteses na forma que a lei estabelecer para fins de investigação 
criminal ou instrução processual. Vê-se que, mesmo na exceção, a 
Constituição preordenou regras estritas de garantias, para que não 
se a use para abusos. O objeto da tutela é dúplice: de um lado, a 
liberdade de manifestação do pensamento; de outro lado, o segredo, 
como expressão do direito à intimidade. 
13 
 
 
E por esse entendimento, o dispositivo da Lei de Falências viola o dispositivo 
constitucional. No texto constitucional não há negativas de aplicabilidade da 
inviolabilidade do sigilo em questão em detrimento a lei falimentar. Ora pois, por 
mais que existam a massiva de restrição e exceções ao referido princípio 
(inviolabilidade das correspondências) em casos específicos condizentes com a 
própria Lei constitucional, que são os casos referentes a lei material e processual 
penal (com os devidos fins de investigaçãocriminal e instrução processual penal) e 
aos estados de exceções, na forma do Estado de sitio e Estado de defesa, a Lei de 
Falências e Recuperação judicial é uma lei pautada no Direito Empresarial, pois 
acima de tudo, contempla e regula assuntos voltados a falência, recuperação 
judicial e extrajudicial do empresário e da sociedade empresária. Contudo, embora 
comtemple sobre crimes falimentares, só é possível a violação do sigilo de 
correspondência amparada na lei constitucional e para fins de investigação criminal 
ou instrução processual penal, ou seja, não é o caso especifico para que a lei de 
Falências seja comtemplada. E/ou quando há tratativas dos estados de Exceções, a 
Constituição Federal regulamenta em seu artigo 136, § 1º, que, durante o estado de 
defesa, o decreto que assim o instituir deverá determinar o tempo de sua duração, 
além de especificar os direitos e garantias constitucionais que serão restringidas, 
dentre elas podendo ou não ser comtemplada o sigilo da correspondência, e agindo 
da mesma forma é o caso para o art. 139, III, que vislumbra Estado de sítio.​16 
 
Cabe a ressalva que o texto constitucional postulado no art. 5º, Inciso XII, 
além de suas exceções previstas, não censura o direito sigilo a ninguém e muito 
menos a premissa de tê-lo respeitado, mesmo que seja o falido. 
 
Auxiliando, Ada Pellegrini Grinover (1994, p. 154) explica que: 
 
[...] dado que a disposição constitucional, ao mesmo tempo que 
garante a inviolabilidade da correspondência, dos dados e das 
comunicações telegráficas e telefônicas, abre uma única exceção, 
relativa a estas últimas. Isso quer dizer, no nosso entender, que com 
relação às demais formas indicadas pela Constituição 
(correspondência, dados e comunicações telegráficas) ​a 
inviolabilidade se torna absoluta.​17 
 
Waldemar Ferreira (1966, p.71) aduz que: 
 
Nesses termos, o dispositivo viola o dispositivo constitucional. Que 
possa caber ao síndico o dever de receber a correspondência do 
falido, pode se admitir, não, todavia, que possa abri-la, ainda que em 
presença deste ou de pessoa por ele designada. Abrindo-a, de uma 
olhada ele se inteira do conteúdo da missiva quebrando-lhe o sigilo, 
que o texto constitucional não nega a ninguém o direito de ver 
respeitado, ainda mesmo que seja o falido. 
 
16 Legislação conforme: BRASIL. [Constituição (1988)]. ​Constituição da República Federativa do 
Brasil de 1988. Brasília, DF: Presidência da República, 1988. Disponível em: 
http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 set. 2020. 
17 Supressão e negrito nossos. 
14 
 
Porém, de acordo com Pedro Lenza (2012), como visão contrária, pelo outro 
lado da moeda, existem aqueles que defendem a violabilidade dos direitos em 
caráter protetivo, buscando o entendimento que não existem direitos absolutos, 
defendendo a relativização de tais direitos, e logo, se há o precedente para 
relativização, é clara e objetiva a ocorrência de conflito entre os princípios. 
 
E sob o entendimento de Alexandre de Moraes (2007, p. 28) 
 
[...] quando houver conflito entre dois ou mais direitos ou garantias 
fundamentais, o interprete deve utilizar-se do princípio da 
concordância prática ou da harmonização, de forma a coordenar e 
combinar os bens jurídicos em conflito, evitando o sacrifício total de 
uns em relação aos outros, realizando uma redução proporcional no 
âmbito de alcance de cada qual (contradição entre princípios), 
sempre em busca do verdadeiro significado da norma e da harmonia 
do texto constitucional com sua finalidade precípua.​18 
 
E ainda, Alexandre de Moraes (2003, p. 240) preceitua que: 
 
A interpretação do presente inciso deve ser feita de modo a entender 
que a lei ou a decisão judicial, poderão, excepcionalmente, 
estabelecer hipóteses de quebra das inviolabilidades da 
correspondência, das comunicações telegráficas e de dados, sempre 
visando salvaguardar o interesse público e impedir que a 
consagração de certas liberdades públicas possa servir de incentivo 
à prática de atividades ilícitas. No tocante, porém, à inviolabilidade 
das comunicações telefônicas, a própria Constituição Federal 
antecipou-se e previu requisitos que deverão, de forma obrigatória, 
ser cumpridos para o afastamento dessa garantia. 
 
Analisando os conceitos que permeiam a argumentação do Doutrinador, 
podemos perceber algumas situações. O próprio autor defende e manifesta clara 
evidência de que, mesmo que haja a possibilidade de abertura de correspondências 
pelo Administrador judicial, ou por terceiros (que é o especifico caso), a sua 
admissibilidade estará sujeita a obedecer aos requisitos propostos pela própria lei ou 
Decisão judicial, e como já conhecidos, os requisitos constituintes são os Estados de 
Exceção, matéria penal e instrução processual penal. Além do que, do texto do 
referido art.5º, Inciso XII da Constituição Federal, entende-se, como já explicado, 
que a restrição é dada a partir das comunicações telefônicas, salvas quando 
permitidas por lei e amparadas por ordem judicial, sendo os demais, (sigilo de 
correspondências, comunicações telegráficas, e de dados) inviolável. 
 
E quanto a relativização dos direitos que se entonam conflitantes, Vicente 
Greco Filho (1996, p.12-13) ensina que: 
 
A conclusão é a de que a Constituição autoriza, nos casos nela 
previstos, somente a interceptação de comunicações telefônicas não 
a de dados e muito menos as telegráficas (aliás, seria absurdo 
pensar na interceptação destas, considerando-se serem os 
interlocutores entidades e análogas à correspondência). 
18 Supressão nossa. 
15 
 
 
E com esse entendimento, a relativização do direito fundamental se dá a partir 
do momento em que a própria constituinte prevê em suas exceções, pontos 
específicos de razoabilidade para haver a inviolabilidade de correspondência, 
garantindo quando e por quanto tempo haverá sua incidência, ou se de fato, será 
esse princípio afetado (caso dos Estados de Exceções), especificando quais direitos 
e garantias serão devidamente restringidas. 
 
2.2 Jurisprudência 
 
Segundo o Recurso Extraordinário (RE) 389.808/Paraná(PR), de relatoria do 
Ministro Marco Aurélio, versa sobre a regra geral incumbida ao art. 5º, inciso XII da 
Constituição Federal, transcrevo: 
 
SIGILO DE DADOS – AFASTAMENTO. Conforme disposto no inciso 
XII do artigo 5º da Constituição Federal, a regra é a privacidade 
quanto à correspondência, às comunicações telegráficas, aos dados 
e às comunicações, ficando a exceção – a quebra do sigilo – 
submetida ao crivo de órgão equidistante - o Judiciário – e, mesmo 
assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual 
penal. ​SIGILO DE DADOS BANCÁRIOS – RECEITA FEDERAL. 
Conflita com a Carta Magna da Republica norma legal atribuindo à 
Receita Federal – parte na relação jurídico-tributária – o afastamento 
do sigilo de dados relativos ao contribuinte. [...] Relativamente à 
inviolabilidade referida, a Constituição Federal prevê exceções. A 
primeira faz-se ao mundo jurídico considerado o primado do 
Judiciário. A este, mediante ato fundamentado, nas hipóteses e 
forma contempladas em lei, é dado afastá-lae, mesmo assim, com 
finalidade única, ou seja, para fins de investigação criminal ou 
instrução processual penal. Muito embora do preceito conste a 
exceção quanto as comunicações telefônicas, a sedimentada 
jurisprudência e das comunicações telegráficas e de dados – ​Habeas 
Corpus nº 70.814/SP, da relatoria do Ministro Celso de Mello, e o 
Recurso Extraordinário 418.416/SC, da relatoria do Ministro 
Sepúlveda Pertence, cujos acórdãos foram publicados no Diário da 
Justiça de 24 de junho de 1994 e de 19 de dezembro de 2006, 
respectivamente. Nota-se, ante remissão contida no artigo 58, ​§ 3, da 
Lei Maior, que as comissões parlamentares de inquérito atuam com 
poderes de investigação próprios das autoridades judiciais. Em 
síntese, a regra é assegurar a privacidade das correspondências, 
bem como das comunicações telegráficas de dados e telefônicas, 
correndo à conta de exceção a possibilidade de ser mitigada por 
ordem judicial para fins de investigação criminal ou instrução 
processual. Já aqui surge a conclusão sobre a inviolabilidade de 
estender-se a exceção, quando se tratar de outras finalidades que 
não ligada à investigação criminal ou instrução processual penal. A 
razão do preceito mostra-se única – resguardar o cidadão dos atos 
extravagantes que possam, de alguma forma, alcança-lo na 
dignidade. Então, apenas se permite o afastamento do sigilo 
mediante ato de órgão equidistante, mediante ato do Estado-juiz, que 
não figura em relação jurídica a envolver interesses, e mesmo assim, 
16 
 
para efeito de persecução criminal.​19 (BRASIL, ​2010, p. 218, 
223-224). 
 
Enquanto a Lei de falências, aqui representada pelo artigo 22, inciso III, alínea 
‘d’, permite ao administrador judicial receber e abrir correspondências que são 
dirigidas ao devedor, sem se importar com o conteúdo, apenas entregando a ele o 
que não for de interesse da massa. Vimos que, via de regra, o instituto deve 
assegurar a privacidade das correspondências, buscando apenas seu abono por 
ordem judicial, com devidos fins de investigação criminal ou instrução processual, e 
não distante, para quesitos sobre a inviolabilidade do sigilo, somente haverá 
preceitos característicos para efeito de persecução criminal, tendo como preceito 
único, resguardar o cidadão de possíveis atos que alcancem, a ponto de ferir sua 
dignidade. 
 
Mas o ponto necessário para a análise, é o RE 418.416/Santa Catarina(SC), 
da relatoria do Ministro Sepúlveda Pertence, e que foi citado no relato do ministro 
Marco Aurélio e acima referido, diante ao RE 389.808/PR. No RE 418.416/SC se 
discutia o deferimento de busca e apreensão de documentos e discos rígidos de 
computadores, no âmbito empresarial de instituição que era objeto de investigação 
por indícios de irregularidades. 
 
Para tanto, destaco as partes relevantes ao tema do trabalho, postuladas pelo 
voto do relator Ministro Sepúlveda Pertence no Habeas Corpus 83.168/SC, qual foi: 
 
EMENTA: Habeas ​corpus prejudicado pela decisão do RE 418.416 / 
SC. [...] VOTO ​O SENHOR MINISTRO SEPÚLDIA PERTENCE – 
(Relator): [...]28. Reafirmo, pois, que, na espécie, não há violação do 
art. 5º, XII, da Constituição que, conforme se acentuou na sentença, 
não se aplica ao caso, pois não houve "quebra de sigilo das 
comunicações de dados (interceptação das comunicações), mas 
sim apreensão de base física na qual se encontravam os dados, 
mediante prévia e fundamentada decisão judicial" (f. 570). 29. Nesse 
sentido o voto que proferi no MS 21.729, Pleno, 5.10.95, red. Néri da 
Silveira, quando asseverei​ ​que a proteção a que se refere o art. 5º, 
XII, da Constituição, "é da comunicação 'de dados' e não os 'dados', 
o que tornaria impossível qualquer investigação administrativa, fosse 
qual fosse" (RTJ 179/225,270). E, em aparte, já me adiantara a 
propósito, para aduzir - RTJ 179/225, 259: "Seja qual for o conteúdo 
da referência a dados no inciso XII, este é absolutamente 
inviolável. O que, a meu ver, mostra, para não se chegar a uma 
desabrida absurdidade da Constituição, a ter que concluir que se 
refere à comunicação de dados. Só, afinal, a telefônica é relativa, 
porque pode ser quebrada por ordem judicial, o que é fácil de 
entender, pois a comunicação telefônica é instantânea, ou se colhe 
enquanto ela se desenvolve, ou se perdeu a prova; já a comunicação 
de dados, a correspondência, a comunicação telegráfica, não, elas 
deixam provas que podem ser objeto de busca e apreensão​. O que 
se proíbe é a intervenção de um terceiro num ato de comunicação, 
em todo o dispositivo, por isso só com relação à comunicação 
telefônica se teve de estabelecer excepcionalmente a possibilidade 
da intervenção de terceiros para se obter esta prova, que de outro 
19 Supressão nossa. 
17 
 
modo perder-se-ia. E há mais uma circunstância, ao contrário das 
outras comunicações, que deixam dados muitas vezes difíceis de 
apagar - no notório caso Collor isso veio à baila quando, decodificado 
um computador, foi possível reavivar os seus dados -, o telefone tem 
dois elementos, de um lado é instantâneo, ninguém pode avisar a 
quem vai ter a sua conversa telefônica violada de que ela vai ser 
violada". 30. Ponderou, logo em seguida, o em. Ministro ​Moreira 
Alves - RTJ 179/255,259: "[...] com relação àquelas outras 
comunicações, não se fala em ordem judicial, porque é ordem judicial 
para efeito de interceptação, mas ninguém nega que pode haver 
ordem judicial para busca e apreensão. [...] levando-se em conta o 
conceito de privaticidade, com um certo elastério, mesmo assim esse 
conceito não seria absoluto, seria relativo, e sendo assim 
aplicar-se-ia o mesmo princípio daqueles outros que também são 
relativos e que estão no inciso XII, que são a autorização judicial 
para comunicação realmente, enquanto que nos outros casos é a 
busca e apreensão, porque nunca ninguém sustentará que busca e 
apreensão ficaria barrada por inviolabilidade constitucional, senão 
seria o paraíso do crime". 31. Já naquela oportunidade, reportara-me 
ao trabalho precioso sobre o tema do d. Tércio Ferraz, do qual 
extraio esta síntese magnífica, que não tenho dúvidas em 
subscrever: “Feita, pois, a distinção entre a faculdade de manter 
sigilo e a liberdade de omitir informações, este, objeto correlato ao da 
privacidade, e entendido que aquela não é uma faculdade absoluta, 
pois compõe, com diferentes objetos, diferentes direitos subjetivos, 
exigindo do intérprete o devido temperamento, cumpre agora, na 
análise do texto constitucional, esclarecer, com referência ao art. 5º, 
XII, o que significam ali os ​dados protegidos pelo sigilo e em que 
condições e limites ocorre esta proteção. Em primeiro lugar, a 
expressão "dados" manifesta uma certa impropriedade (Celso Bastos 
/ Ives Gandra; 1989:73). Os citados autores reconhecem que por 
"dados" não se entende o objeto de comunicação, mas uma 
modalidade tecnológica de comunicação. Clara, nesse sentido, a 
observação de Manoel Gonçalves Ferreira Filho (1990:38) - "​Sigilo 
de dados​. O direito anterior não fazia referência aessa hipótese. Ela 
veio a ser prevista, sem dúvida, em decorrência do desenvolvimento 
da informática. Os dados ​aqu​i são os dados informáticos (v. incs. XIV 
e LXXII)". A interpretação faz sentido. O sigilo, no inciso XII do art. 5º, 
está referido à ​comunicação​, no interesse da defesa da privacidade. 
Isto é feito, no texto, em dois blocos: a Constituição fala em sigilo "da 
correspondência e das comunicações telegráficas, de dados e das 
comunicações telefônicas". Note-se, para a caracterização dos 
blocos, que a conjunção e uma correspondência com telegrafia, 
segue-se uma vírgula e depois, a conjunção de dados com 
comunicações telefônicas. Há uma simetria nos dois blocos. 
Obviamente o que se regula é ​comunicação por correspondência e 
telegrafia, ​comunicação de dados e telefônica. O que fere a 
liberdade de omitir pensamento é, pois, entrar na ​comunicação 
alheia, fazendo com que o que devia ficar entre sujeitos que se 
comunicam privadamente passe ilegitimamente ao domínio de um 
terceiro. Se alguém elabora para si um cadastro sobre certas 
pessoas, com informações marcadas por avaliações negativas, e o 
torna público, poderá estar cometendo difamação, mas não quebra 
sigilo de dados. Se estes dados, armazenados eletronicamente, são 
18 
 
transmitidos, privadamente, a um parceiro, em relações 
mercadológicas, para defesa do mercado, também não está havendo 
quebra de sigilo. Mas, se alguém ​entra nesta transmissão como um 
terceiro que nada tem a ver com a relação comunicativa, ou por ato 
próprio ou porque uma das partes lhe cede o acesso indevidamente, 
estará violado o sigilo de dados. A distinção é decisiva: o objeto 
protegido no direito à inviolabilidade do sigilo não são os dados em 
si, mas a sua comunicação restringida (liberdade de negação). A 
troca de informações (comunicação) ​privativa é que não pode ser 
violada por sujeito estranho à comunicação. Doutro modo, se 
alguém, não por razões profissionais, ficasse sabendo legitimamente 
de dados incriminadores relativo a uma pessoa, ficaria impedido de 
cumprir o seu ​dever​ de denunciá-lo!".​20​ (BRASIL, 2010, p. 545-566). 
 
Percebamos que a massiva não é inerente a matéria de falências, estamos 
referindo a análise sobre uma busca e apreensão, todavia mediante prévia e 
fundamentada análise jurídica e posteriormente autorizada por um magistrado 
competente e de suma, inerte ao Código de Processo Penal, e não a lei falimentar. 
E para tanto, um ponto basilar a ser ressaltado no texto exposto, é quando citado 
pelo Ministro no Habeas Corpus 83.168/SC que "Seja qual for o conteúdo da 
referência a dados no inciso XII, este é absolutamente inviolável. O que, a meu ver, 
mostra, para não se chegar a uma desabrida absurdidade da Constituição, a ter que 
concluir que se refere à comunicação de dados. Só, afinal, a telefônica é relativa, 
porque pode ser quebrada por ordem judicial, o que é fácil de entender, pois a 
comunicação telefônica é instantânea, ou se colhe enquanto ela se desenvolve, ou 
se perdeu a prova; já a comunicação de dados, a correspondência, a comunicação 
telegráfica, não, elas deixam provas que podem ser objeto de busca e apreensão”. E 
para tanto, a busca e apreensão está referida e regulamentada no Código de 
Processo Penal, dos artigos 240 a 250, e sendo um dos meios de prova previsto no 
Referido código. 
 
Cabe aqui, que no art. 240, ​§ 1º, alínea ‘f’, ressalta que: 
 
 Art. 240. A busca será domiciliar ou pessoal. § 1​o​ Proceder-se-á à 
busca domiciliar, quando fundadas razões a autorizarem, para: [...] ​f) 
apreender cartas, abertas ou não, destinadas ao acusado ou m seu 
poder, quando haja suspeita de que o conhecimento do seu 
conteúdo possa ser útil à elucidação do fato; [...].​21 (BRASIL, 1941, p. 
s.n.). 
 
E mais uma vez, ressalta-se em a busca e apreensão está relacionada ao 
Código de Processo Penal, e não a lei falimentar a priori, o que em loco, de forma 
objetiva, faz com que o art. 22, inciso III, alínea ‘d’ não seja objeto de sua aplicação 
sumária, pois afronta diretamente os direitos daquele que é declarado falido. 
 
 
 
 
3 ANÁLISE FINAL DA PROBLEMÁTICA 
20 Supressão nossas. 
21 Supressões nossas. 
19 
 
 
Com a prerrogativa de liberar que o administrador judicial receba e abra 
correspondências dirigidas ao devedor, cria-se uma bolha indissolúvel ao sistema de 
direitos e garantias, principalmente no que tange aos direitos individuais e coletivos 
relacionado ao sigilo, a sua quebra e a inviolabilidade. Não há em nenhum ponto 
fundamental da constituinte que delimite a restrição da inviolabilidade de ordem 
constitucional (tanto legal, quanto jurisprudencial) ou que outorgue a possibilidade 
de cessação ou restrição, e que delimite de alguma forma o gozo do direito em 
questão. 
 
É obvio que não há como saber o que é de cunho pessoal, ou que o está 
sendo entregue a massa falida e de seu pleno interesse, a não ser que tenha acesso 
ao conteúdo pleno de tais correspondências, porém, por quanto, tal acesso, de 
qualquer forma, se concretiza violação do sigilo de correspondências, 
independentemente se o empresário esteja falido ou não. Os direitos e garantias são 
iguais para todos, e como diz o próprio art. 5º da Lei ​Maior: 
 
[...] Todos são iguais perante a lei, sem distinção de qualquer 
natureza, garantindo-se aos brasileiros e aos estrangeiros residentes 
no País a inviolabilidade do direito à vida, à liberdade, à igualdade, à 
segurança e à propriedade [...].​22​ (BRASIL, 1988, p. s.n.). 
 
Hans Kelsen (2011, p. 215) explica que: 
 
Se o Direito é concebido como uma ordem normativa, como um 
sistema de normas que regulam a conduta de homens, surge a 
questão: O que é que fundamenta a unidade de uma pluralidade de 
normas, por que é que uma norma determinada pertence a uma 
determinada ordem? E esta questão está intimamente relacionada 
com esta outra: Por que é que uma norma vale, o que é que constitui 
o seu fundamento de validade? O fundamento de vigência de uma 
norma apenas pode ser a validade de uma outra norma. Uma norma 
que representa o fundamento de validade de uma outra norma é 
figurativamente designada como norma superior, por confronto com 
uma norma que é, em relação a ela, a norma inferior. 
 
Contudo, há a necessidade de coexistir coerência, e segundo esse 
ensinamento, o direito é como um conjunto sistêmico de normas, que para funcionar, 
é preciso validar-se como engrenagem, uma norma fundamental com o intuito de 
unificação e que representa o fundamento de validade, e que uni todas as outras em 
pluralidade, trazendo a validade como norte desse ordenamento. E ainda seguindo 
os conhecimentos de Hans Kelsen (2011), o fundamento de uma norma se encontra 
expressamente na outra, tanto que a norma que representa, fundamenta e torna 
outra válida (sendo o represento claro e objetivo de fundamento de validade), é 
hierarquicamente superior, e para uma norma que representa e necessita do 
fundamento da validade expressamente advindo de outra, em detrimento a ela, é 
notoriamente inferior, ou seja,uma norma é hierarquicamente superior à outra 
quando esta busca seu fundamento de validade naquela que é objetivo de 
fundamentação para validar os objetivos da inferior. 
22 Supressões nossas. 
 
20 
 
 
O art. 22, inciso III, alínea ‘d’, constante na lei falimentar, é hierarquicamente 
inferior ao art. 5º, inciso XII da Constituição Federal, não estando em conformidade 
material e formal. E mesmo que os credores tenham seu direito de reaverem seus 
créditos, o art. 22, inciso III, alínea ‘d’ não se adéqua de forma alguma à disciplina 
constitucional em vigor, e seu texto não tem que ser objeto de aplicação à revelia de 
forma desordenada e sem base e fundamentação legal, pois um direito dos credores 
(de reaverem seus créditos – saldos) não aplica a passiva de excludente dos direitos 
do falido (de ter a inviolabilidade do sigilo de suas correspondências intacto). Logo o 
sigilo das correspondências está devidamente amparado pelo texto constitucional 
vigente, não havendo permitida sua quebra, e tampouco autorização judicial que a 
permita, visto a inexistência de legislação que a autorize. 
 
E para reafirmar as considerações já apresentadas, Marcelo M. Bertoldi e 
Marcia Carla Pereira Ribeiro (2011, p. 612) explicam que o instituto do art. 22, inciso 
III, alínea ‘d’ é totalmente inconstitucional, por não haver previsão de tal exceção 
inserida na norma constitucional vigente (lei superior): 
 
O art. 22 da LRE, ao dispor que sobre os deveres do administrador 
judicial, estabelece, no inciso III, d, que deve ele “receber e abrir a 
correspondência dirigida ao devedor, entregando a ele o que não for 
assunto de interesse da massa”. O dispositivo contraria o princípio do 
sigilo de correspondências. Quando da edição da Lei de 1945, que, 
continha o mesmo dispositivo reproduzido na lei atual, a Constituição 
de 1937 previa o sigilo de correspondências, mas permitia que fosse 
excepcionado por lei. Era, então, uma norma constitucional de 
eficácia contida. Nas constituições posteriores a alusão à 
possibilidade de exceção ao princípio do sigilo de correspondências 
foi afastada. 
 
Portanto, é inviolável o sigilo das correspondências do empresário falido, haja 
vista da falta de regulamentação direta, incisiva e contundente, que avalize, autorize, 
justifique e fundamente sua validade para que o administrador judicial esteja em 
conformidade e por sua vez, possibilitado legalmente a prosseguir com a quebra do 
sigilo. E ainda analiso, para a lei de falências em especifico, sabendo do interesse 
da massa falida, e que o maior interesse existente no processo de falência e 
recuperação judicial é a proteção da referida, esse interesse, mesmo que de cunho 
obrigatório para entendimento do tema proposto, não pode estar acima do direitos e 
garantias, postuladas por clausula pétrea, e constitucionalmente protegidos e 
garantidos a todo cidadão brasileiro e estrangeiro que residam neste país. 
 
 
3 CONSIDERAÇÕES FINAIS 
 
Procurou-se com tudo, analisar possíveis discordâncias normativas da 
legislação infraconstitucional em relação a inviolabilidade de correspondências e 
seus efeitos na lei de falências e recuperação judicial. Ressaltasse que o objetivo 
basilar aqui proposto, é analise de (in)constitucionalidade relacionada à benesse 
concedida ao administrador judicial, em abrir quaisquer correspondências do 
empresário falido, e do ferimento a norma regimental vigente instituída pela 
Constituinte. 
21 
 
 
Conclui-se que o art. 22, inciso III, alínea ‘d’ corresponde uma grave violação 
aos direitos e garantias constitucionais, principalmente no que tange a privacidade 
do falido. Entende-se que os princípios e garantias postulados no ordenamento 
jurídico, devem ser respeitados, estando em hierarquia seu patamar de soberania, e 
somente restringido, quando por permissão do texto infraconstitucional. Sendo 
assim, a violação do art. 5º, inciso XII, se torna inconstitucional, pois não contempla 
de forma incisiva os moldes de restrição estabelecidos por lei material e processual 
penal estabelece, e muito menos dos Estados de Exceção e Sitio. Assim, por não 
haver previsão de tal exceção em norma vigente, e logo, se tratando de Estado 
falimentar, lei falimentar e de recuperação judicial, a correspondência é inviolável, 
independente do seu conteúdo, contrariando de fato o principio fundamental 
apresentado. 
 
Verifica-se que, por mais que se torne justo, o objetivo da lei, visando o 
equilíbrio na economia da empresa, e principalmente do coletivo que é beneficiado 
por tal e do seu sistema econômico, essa justiça não pode sobressair-se a 
constitucionalidade vigente, e muito menos impor-se aos princípios e garantias 
fundamentais individuais e coletivas, devendo a Constituição ser seguida 
exemplarmente. 
 
 
REFERÊNCIAS 
 
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http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/constituicao/constituicao.htm. Acesso em: 30 set. 
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Brasília, DF: Presidência da República, 1984. Disponível em: 
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2020. 
 
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Paulo. ​Habeas Corpus – estrutura formal da sentença e do acórdão – observância – 
alegação de interceptação criminosa de carta missiva remetida por setenciado – 
utilização de cópias xerográficas não autenticadas – pretendida análise de da prova 
– Pedido indeferido. ​Impetrante: Ulisses Azevedo Soares. Coator: Tribunal de 
Justiçado Estado de Sao Paulo. Relator: Min. Celso de Mello. Brasilia-DF, 1 de 
março de 1994. Diário da Justiça, Brasilia-DF, 24 de junho de 1994. Disponível em: 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=72703/. Acesso 
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-Superior Tribunal de Justiça. Relator: Min. Sepúlveda Pertence. Brasilia-DF, 10 de 
maio de 2006. Diário da Justiça, Brasilia-DF, 2 de fevereiro de 2007. Disponível em: 
http://redir.stf.jus.br/paginadorpub/paginador.jsp?docTP=AC&docID=402398​/>. 
Acesso em: 29 nov. 2020. 
 
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Paraná. ​Sigilo de dados – afastamento. Confome disposto no inciso XII do artigo 5º 
da Constituição Federal, a regra é a privacidade quanto a correspondencia, às 
comunicações telegráficas, aos dados e as comunicações, ficando a exceção - 
quebra de sigilo – submetida ao crivo de orgão equidistante – o judiciário – e, 
mesmo assim, para efeito de investigação criminal ou instrução processual penal. 
Sigilo de dados bancários – Rceita Federal. Conflita com a Carta da República 
norma legal atribuindo à Receita Federal – Parte na Relação jurídico-tributária- o 
afastamento do sigilo de dados relativos ao contribuinte. ​Recte (s): G.V.A Industria e 
Comércio S /A. Recda (a /s): ​Relator: Min. Marco Aurélio. Brasilia-DF, 15 de 
dezembro de 2010. Diário da Justiça eletrônico nº88, Divulgação em 9 de maio de 
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