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Seminário Introdução às Ciências Sociais Licenciatura em Ciências Sociais Unidade Curricular de Introdução às Ciências Sociais Departamento de Ciências Sociais e de Gestão Universidade Aberta Porto, 16 de janeiro de 2018 Docente: Olga Magano Tutores: Ana Melro | Ana Pinheiro | Joaquim Fialho 1 Objetivos Apresentação e discussão do programa da Unidade Curricular (UC) de Introdução às Ciências Sociais Promover a aquisição de conhecimento da UC Preparação dos estudantes para a realização das provas presenciais 2 Identificar as etapas do processo de construção do conhecimento científico Identificar e equacionar os obstáculos epistemológicos ao desenvolvimento do conhecimento científico. Saber refletir sobre a unidade e a pluralidade das diversas Ciências Sociais e as questões históricas e sociais que permitiram o seu desenvolvimento Identificar e delimitar o campo de investigação das Ciências Sociais Dominar as principais teorias e problematizações constitutivas do campo disciplinar das Ciências Sociais Indicar os principais contributos das diferentes Ciências Sociais e formas de complementaridade e interdisciplinaridade Identificar e caracterizar os factos sociais enquanto domínio próprio das Ciências Sociais Reconhecer e analisar as condições específicas da construção do conhecimento científico das Ciências Sociais, quanto ao seu grau de adequação e poder explicativo relativamente aos factos sociais Conhecer e relacionar os fatores fundamentais de explicação social quanto ao seu valor e peso relativos na interpretação e explicação dos factos sociais Conhecer e comparar as principais Ciências Sociais quanto às perspetivas e valor informativo e complementar dos resultados proporcionados Espera contribuir-se para a capacidade de pesquisa, seleção e análise de informação e também formar espírito crítico e reflexivo que permita aos estudantes argumentar sobre as grandes problemáticas das Ciências Sociais Objetivos e competências da UC 3 1. Perspetiva da vida quotidiana e do que é a especificidade do social 1.1. Reflexão sobre o que é a vida quotidiana e as relações sociais 1.2. Definição do conceito de social no âmbito das Ciências Sociais (a especificidade do social) 2. Aprender a ser membro da sociedade: formas de sociabilidade 2.1. O processo de socialização 2.2. Papéis sociais – interpretação e interiorização de normas sociais 3. Construção do conhecimento científico 3.1. O processo de construção do conhecimento científico 3.3. Construção e verificação de teorias: problemas e controvérsias 4. Objetividade e neutralidade nas Ciências Sociais: os obstáculos epistemológicos 4.1 Definição de obstáculos epistemológicos e a sua configuração 4.2 Familiaridade do social e senso comum 4.3 Dicotomias natureza e cultura e indivíduo e sociedade 4.4 Etnocentrismo cultural 5. A explicação e a compreensão em Ciências Sociais 5.1 Contextualização das duas principais correntes teóricas em Ciências Sociais 5.2 Singularidade e complementaridade entre explicação e compreensão 6. O domínio das Ciências Sociais – unidade e pluralidade 6.1 Visão global sobre as Ciências Sociais – o centro de interesse das Ciências Sociais 6.2 Unidade e pluralidade das Ciências Sociais 7. Visão global sobre as Ciências Sociais 7.1 Breve apresentação de algumas Ciências Sociais 7.2 Dinâmica e transformação das Ciências Sociais Programa da UC 4 Bibliografia obrigatória: • Magano, Olga (2014), Introdução às Ciências Sociais. Lisboa. Universidade Aberta. eUAb. Coleção Universitária, n.º 7, ISBN 978- 972-674-700-0. (e-book). • Outros textos disponibilizados na turma. Bibliografia complementar: • Campenhoudt, L. V. (2003). Introdução à Análise dos Fenómenos Sociais. Lisboa, Gradiva. • Durkheim, Émile (1985). As Regras do Método Sociológico. Lisboa. Editorial Presença. • Esteves, António Joaquim; Fleming, Joaquim (1982). Sociologia. Textos e notas introdutórias. Porto. Porto Editora. • Giddens, Anthony (1996). Novas Regras do Método Sociológico. Lisboa. Gradiva. • Luckman, Thomas e Berger, Peter I. (1985). A construção social da realidade. Um livro sobre a sociologia do conhecimento. Lisboa. Dinalivro. • Nunes, Sedas (1973). Questões preliminares sobre as ciências sociais. Lisboa. Presença /GIS. • Santos, Boaventura de Sousa (1986). Um discurso sobre as ciências. Coimbra. Universidade de Coimbra. • Santos, José Rodrigues dos. (2000). “A Propósito das Noções «Problema Social» e «Problema Sociológico». Vários. Homenagem ao Professor Augusto da Silva. Universidade de Évora. Departamento de Sociologia. • Silva, Augusto Santos; Pinto, José Madureira (1986). (orgs.). Metodologia das ciências Sociais. Porto. Ed. Afrontamento. • Weber, Max (2009). Conceitos sociológicos fundamentais. Lisboa. Edições 70. Outros Recursos: • B-On - Biblioteca do Conhecimento - http://www.b-on.pt/ • Dicionário de Sociologia - Porto Editora • Directory of Open Acess Journals - http://www.doaj.org/doaj?func=subject&cpid=87 • Guia virtual das Ciências Sociais - http://www.ics.ul.pt/guiavirtual/ • Les classiques des sciences socials - http://classiques.uqac.ca/ Recursos 5 1. Perspetiva da vida quotidiana e do que é a especificidade do social 1.1. Reflexão sobre o que é a vida quotidiana e as relações sociais 1.2. Definição do conceito de social no âmbito das Ciências Sociais (a especificidade do social) Tema 1 6 Identificar em que consiste a noção de quotidiano Equacionar de que forma é que o quotidiano pode ser integrado na análise social Identificar o conceito de social e a sua especificidade Distinguir problema social de problema sociológico Objetivos do Tema 1 7 A importância da análise do quotidiano para o estudo das relações sociais: José Machado Pais: Quotidiano como lugar privilegiado da análise sociológica na medida em que é um lugar revelador, por excelência, de determinados processos do funcionamento e da transformação das sociedades e de determinados conflitos que opõem os agentes sociais” (1986: 8). Não é possível separar o quotidiano do social, da mesma forma que não é possível encontrar as fronteiras entre as vivências do dia-a-dia, com todas as suas tensões, conflitos, alegrias, mudanças e as reflexões sociológicas que delas se fazem. Mas como se faz a passagem do quotidiano para a sua importância científica? É o que vamos analisar de seguida com a distinção entre o que é problema social e problema sociológico. O quotidiano social 8 9 Na linguagem quotidiana utilizamos indiferentemente as expressões «problema social» e «problema sociológico» como se tivessem o mesmo significado. É uma confusão etimológica e epistemológica. Problema social ≠ problema sociológico. O problema social 10 A multiplicação dos «problemas sociais» é um fenómeno contemporâneo. Por outras palavras: um número crescente de factos, situações e aspetos da realidade social têm vindo a ser problematizados: Nomofobia Obsolescência (programada) Bullying Desemprego altamente qualificado Isolamento dos idosos E/Imigração Problema sociológico? O problema social 11 A essência do problema social está na própria insatisfação experimentada face a este ou aquele aspeto da realidade social. É uma situação que afeta um número significativo de pessoas e que é julgada por estas ou por um número significativo doutras pessoas como uma fonte de dificuldade ou infelicidade e considerada suscetívelde melhoria/resolução. O problema social 12 Dimensão objetiva (Situação) Dimensão subjetiva (Visão) O problema social 13 Um problema social é uma alegada situação incompatível com os valores de um significativo número de pessoas, que concordam ser necessário agir para a alterar. Ex.: droga/traficantes/consumidores. Os problemas sociais estão imbuídos de um significado social. O crivo científico dá-lhes significado sociológico. O problema social 14 «Uma situação que afeta um número significativo de pessoas e é julgada por estas ou por um número significativo doutras pessoas como uma fonte de dificuldade ou infelicidade e considerada suscetível e melhoria». Unesco O problema social 15 Características dos discursos Interpretativo (Qual é o problema, dificuldades sentidas) Explicativos (Causas dessas dificuldades) Normativos (O que se deve fazer para os solucionar) O problema social 16 É ALGO QUE AFETA UM NÚMERO SIGNIFICATIVO DE PESSOAS A partir de que número um problema deixa de ser pessoal e passa a ser social? R: Não existe um número exato... mas, quando uma situação afeta um número suficiente de modo a ser notícia, a falar-se, escrever-se... temos um problema social. É CONSIDERADO INDESEJÁVEL O trabalho infantil afetou (e afeta em algumas regiões) um número significativo de pessoas mas não era um problema social porque era desejável; só quando um número significativo de pessoas passou a defender ideias contrárias se tomou um problema social. O problema social: síntese 17 SENTE-SE QUE ALGUMA COISA PODE SER FEITA... O mau tempo reúne as condições SIGNIFICATIVO e INDESEJAVÉL mas não é um problema social porque nada podemos fazer. O que não podemos mudar não é um problema social, embora, por vezes, as condições de análise se modifiquem: a fome durante muito tempo não foi um problema social até se sentir que não era um fenómeno irreversível. ATRAVÉS DE UMA AÇÃO SOCIAL COLETIVA Os problemas sociais surgem muitas vezes quando se descobre que é possível mudar as coisas. O problema social: síntese 18 1. PENSAR QUE EXISTE UNANIMIDADE DE PONTOS DE VISTA Ex.: considerar a prostituição como indesejável para todos. 2. PENSAR QUE SÃO NATURAIS E INEVITÁVEIS I.e. que pertencem à «lei natural»... mas, a lei da sobrevivência natural nem sempre se aplica às sociedades humanas porque as instituições e os costumes também participam na sobrevivência... a lei natural muitas vezes santifica os bem sucedidos e desencoraja a simpatia pelos infelizes. O problema social: erros de análise 19 3. SÃO «COISAS ANORMAIS» Causadas por comportamentos anormais que rompem com a ordem estabelecida... mas, muitos problemas sociais são causados por comportamentos «normais». O que é normal? O que é patológico? Desemprego Prostituição Fome O problema social: erros de análise 20 4. SÃO CAUSADOS POR MARGINAIS E não por gente «normal»... os problemas sociais são, muitas vezes, a consequência de comportamentos normais de gente normal... são o produto de um sistema de valores. Corrupção Tráfico de influências Clientelismo O problema social: erros de análise 21 5. EXISTEM PORQUE SE FALA NELES Ou porque são divulgados e ampliados pela comunicação social. Qual o papel dos media? Ciberespaço? Sociedade global O problema social: erros de análise 22 6. TODOS GOSTARIAM DE VER OS PROBLEMAS RESOLVIDOS Existem pessoas que não querem a resolução dos problemas. Será que os tranficantes querem? Laboratórios? Agências financeiras? 7. OS PROBLEMAS SOCIAIS RESOLVEM-SE POR SI PRÓPRIOS É a crença no progresso automático e inevitável. O problema social: erros de análise Afinal… quando é problema sociológico? 23 24 Há duas linguagens: Comum Científica As Ciências Sociais utilizam algum vocabulário que é partilhado pela linguagem do quotidiano. A construção das disciplinas sociológicas faz-se através do trabalho crítico de análise das noções e da reconstrução de conceitos. A constituição de um problema social é o resultado de lutas simbólicas travadas em sociedade e que pressupõem grupos com graus diversos de poder. O problema sociológico é uma interrogação que o investigador formula acerca dos processos de interação social, acerca dos modos de organização do sistema social e dos fenómenos que dele decorrem, e não se justapõe ao problema social. O problema sociológico 25 Um problema social é uma violação de expectativas morais. As questões sociológicas derivam das preocupações sociais. O problema sociológico é um problema de conhecimento científico que se suscita e resolve no âmbito da Sociologia. Concluindo... 2. Aprender a ser membro da sociedade: formas de sociabilidade 2.1. O processo de socialização 2.2. Papéis sociais – interpretação e interiorização de normas sociais 26 Tema 2 Compreender em que consiste o processo de interiorização e incorporação de normas sociais. Definir o conceito de socialização. Distinguir as várias fases do processo de socialização. Identificar os principais agentes de socialização. Definir papel social. Explicitar como se interiorizam e interpretam as normas sociais: os papéis sociais. Contextualizar as diferenças de socialização nas várias sociedades e tipos de papéis possíveis de acordo com género, idade, classe social, formação, etc. 27 Objetivos do Tema 2 Processo através do qual os indivíduos adquirem um certo número de conhecimentos, de mecanismos e de respostas às diferentes circunstâncias da vida social, por via dos quais se adaptam às exigências da vida coletiva e se integram nas suas estruturas. Processo bilateral, de constante interação entre indivíduo e Sociedade. Diferente em todas as sociedades. Socialização ≠ Sociabilização 28 Processo de socialização Socialização primária: indivíduo não nasce membro da sociedade. Nasce com disposição para a sociabilidade e torna-se membro da sociedade (interiorização, identificação e significação). A socialização primária é a primeira socialização que o indivíduo experimenta na infância e em virtude da qual aprende a ser membro da Sociedade. Termina quando o conceito do Outro generalizado fica estabelecido na consciência do indivíduo. 29 Socialização primária e secundária Socialização secundária: processos posteriores, por meio dos quais o indivíduo é introduzido num mundo social específico. Exige a aquisição de vocabulários específicos das funções; os novos conteúdos terão de se sobrepor, fundir ou complementar os já existentes. 30 Socialização primária e secundária Mecanismos de socialização são postos em ação por um certo número de agentes: Família Escola Grupos sociais/de pares Meios de comunicação Processo contínuo… 31 Agentes de socialização Atrás vimos o conteúdo da socialização, mas é também importante o contexto, as condições e consequências sociais da socialização (estrutura social onde ocorre) – interiorização. Socialização imperfeita 32 Interiorização e estrutura social Setor organizado de orientação de uma pessoa definindo a sua participação no processo de interação social. Conjunto de deveres adstritos a uma determinada posição social: comportamento esperado, expectativas de obrigações mantidas por outros membros acercado comportamento daquele que tem a posição. Papel social = Posição social 33 Papel social Ao lado do conceito de socialização está o de papel social, que surge associado aos conceitos de interpretação e interiorização… … de normas sociais Definição de modelos de conduta, exteriores e impositivos ao indivíduo. 34 Papéis sociais – interpretação e interiorização de normas sociais O indivíduo, ao ocupar múltiplas posições (estatuto social), vai desempenhar múltiplos papéis. Teoria de ator social de Goffman. A definição de cada papel é realizada em função do comportamento esperado pelas pessoas com que o indivíduo se relaciona, estando esta expectativa igualmente presente nas relações grupais. Conflito de papéis 35 Múltiplos papéis sociais 3. Construção do conhecimento científico 3.1. O processo de construção do conhecimento científico 3.3. Construção e verificação de teorias: problemas e controvérsias 36 Tema 3 Conceptualizar a noção de objetividade e o processo de construção do objeto de estudo em Ciências Sociais. Identificar e explicitar os principais obstáculos epistemológicos: familiaridade com a realidade social, dicotomias natureza/cultura e indivíduo/sociedade e etnocentrismo. Reconhecer as fases do processo de construção do conhecimento científico e as várias etapas do método científico de acordo com Gaston Bachelard: rutura com o senso comum, construção e validação de conhecimento. Descrever os procedimentos científicos para a rutura com o senso comum e avaliar e discutir as dificuldades com que os cientistas se debatem para cumprir essa necessidade metodológica. Explicitar a importância da função de comando da teoria na produção social do conhecimento científico. Identificar os principais paradigmas teóricos nas ciências, em particular, nas Ciências Sociais. Compreender a importância da relativização e a relacionação entre os fenómenos sociais. Enquadrar a noção de realidade social como fenómeno multidimensional e as diferentes perspetivas das Ciências Sociais. 37 Objetivos do Tema 3 Processo de construção de conhecimento científico – 3 grandes etapas (Gaston Bachelard): Etapa 1: Rutura com o senso comum O investigador de Ciências Sociais enfrenta obstáculos enquanto membro de uma sociedade e como investigador. Estes obstáculos são designados por epistemológicos e consistem na familiaridade do investigador com o social, o senso comum, a dicotomia natureza e cultura, a dicotomia indivíduo sociedade, o etnocentrismo e a relação do nós com os outros, de acordo com as posições sociais que cada ser humano ocupa na sociedade. Para enfrentar e controlar cada um destes obstáculos, os cientistas sociais devem fazer um processo de rutura com o senso comum, nomeadamente pela desconstrução de pré-noções que dificultam o desenvolvimento do raciocínio científico. 38 Rutura com o senso comum Para romper com o senso comum é necessário relativizar, relacionar e fazer análise científica das concepções de senso comum A atitude problematizadora da ciência e os princípios da pesquisa social constituem os elementos da superação do senso comum: a relativização dos fenómenos humanos; os contextos socio-históricos e as coordenadas de tempo e lugar são determinantes; a relacionação dos factos; a integração em sistemas de relações recíprocas, empiricamente verificáveis, questionar e problematizar todos os conhecimentos adquiridos, inclusivamente o senso comum, as ideologias e a própria ciência. A rutura nunca será completa nem unitária mas a separação dos domínios da ciência e do senso comum são condições básicas da própria investigação científica. Evitar a ilusão de transparência proporcionada pela familiaridade do social. Evitar o conhecimento espontâneo que obsta ao conhecimento científico 39 Rutura com o senso comum Etapa 2: A construção do objeto de análise, das teorias explicativas Uma das condições cruciais para a superação das conceções do senso comum e ideológicas deriva precisamente do facto de que a pesquisa social pode torná-las objeto da sua própria análise. Quer dizer, pode submetê-las aos seus próprios mecanismos de controlo. Tal constitui, é bom não esquecê-lo, um passo indispensável para a rutura: é porque é capaz de colocar sistematicamente em causa os conhecimentos adquiridos, quer por saber prático, quer por vinculação doutrinária, quer mesmo por investigação científica. É porque o questionar, o problematizar, representa a própria essência do seu trabalho, que a ciência é capaz de continuamente romper, no seu domínio, com as noções que não se ajustem às suas regras (Silva e Pinto, 1986: 52). 40 Construção do objeto de análise A procura da verdade objetiva é a essência da ciência social. O cientista social parte desse pressuposto para tentar atingir o "realismo", ou seja, procurar uma visão objetiva da realidade. As questões metodológicas colocam-se na definição do que é a objetividade e nas formas para atingir essa objetividade na análise dos factos e das suas relações causais. Tem sido uma preocupação constante dos cientistas sociais, desde os fundadores: produzir conhecimento científico objetivo sobre a realidade social. Ciência = processo de construção 41 Realidade social A função de comando da Teoria Bachelard defende que “a opinião pensa mal; não pensa; traduz necessidades em conhecimentos”. Não se pode basear nada na opinião: antes de tudo é preciso, é preciso destruí-la. Ela, a opinião, é o primeiro obstáculo a ser superado. Em primeiro lugar, é preciso saber formular problemas que não se formulam de forma espontânea em ciência. O desenvolvimento de procedimentos padronizados de recolha de informação sobre o real, como por exemplo as técnicas do inquérito por questionário, da entrevista, da análise de conteúdo, contribuiu para que o processo de observação sociológica e das ciências sociais em sentido amplo, se tornasse uma fase do trabalho científico cada vez mais sistemática e racionalmente controlada. Mas o avanço nesta direção só é possível com o contributo de outro elemento da prática: a teoria, ou seja, da matriz teórica, entendida como conjunto organizado de conceitos e relações entre conceitos substantivos, isto é, referidos, direta ou indiretamente ao real (Almeida e Pinto, 1986: 55). 42 Comando da Teoria A construção da teoria é fomentada pela colocação de perguntas, pela interrogação sobre determinados aspetos da realidade social. Processo que parte do racional para o real (G.Bachelard). À teoria é conferido o papel de comando do conjunto de trabalho científico, que se traduz em articular-lhe os diversos momentos: Definição do objeto de análise; Atribuição de significado; Construção de potencialidades explicativas; Definição de limites; Nos percursos de diversos níveis da sua especificação ela produz e integra os chamados enunciados observacionais, dá consistência à rede de relações que se estabelece em todo o processo. Verificação da validade das teorias faz-se pelo confronto com a informação empírica e resultados de outras investigações. 43 Construção e verificação de teorias 4. Objetividade e neutralidade nas Ciências Sociais: os obstáculos epistemológicos 4.1 Definição de obstáculos epistemológicos e a sua configuração 4.2 Familiaridade do social e senso comum 4.3 Dicotomias natureza e cultura e indivíduo e sociedade 4.4 Etnocentrismo cultural 44 Tema 4 Conceptualizar a noção de objetividade e o processo de construção do objeto de estudoem Ciências Sociais. Identificar e explicitar os principais obstáculos epistemológicos: familiaridade com a realidade social, dicotomias natureza/cultura e indivíduo/sociedade e etnocentrismo. Delinear os contornos do conceito de etnocentrismo e o seu impacto sobre outros conceitos. Compreender a importância da relativização e a relacionação entre os fenómenos sociais. 45 Objetivos do Tema 4 A familiaridade do social e senso comum- proximidade do social – a minha realidade social não é igual à dos outros; a ilusão de transparência. Dicotomia natureza e cultura - Nas interpretações comuns dos factos sociais é usual atribuírem-se causas físicas, biológicas ou naturais a determinados padrões de comportamento. Questiona-se a relação que se estabelece entre a natureza e os diversos contextos sociais e culturais em que o ser humano se move (evolucionismo; sociolobilogia). Dicotomia indivíduo e sociedade, o vago sentimento de desorientação provocado pela indefinição do objeto das ciências sociais assenta em dois argumentos: um deles refere que como cada indivíduo é diferente dos outros, torna impossível avançar com uma explicação em termos de grupo e o outro argumento sustenta que este tipo de explicação é contrário ao livre-arbítrio, ou seja, à opção individual de cada um de nós. Os comportamentos humanos não são “naturais”, são “sociais” - dependem da forma como estão organizadas as sociedades de origem e o processo de socialização incentiva. Por exemplo, o caso da competitividade. 46 Obstáculos epistemológicos O que se constata é que os seres humanos são ao mesmo tempo singulares, com as suas próprias características mas também compartilham algumas características com os outros indivíduos. Assim sendo, o que é singular de cada indivíduo é a combinação total, não cada característica individual em si mesma. qualquer investigador social tentará sempre encontrar as causas de qualquer comportamento individual numa experiência social vivida pela pessoa. Por outro lado, há que notar que só quando estamos conscientes das forças que nos pressionam para nos comportarmos de determinada maneira nos diferentes contextos é que se questiona uma decisão se devemos ou não continuar a comportar-nos desse modo e se torna significativa. Caso contrário, se não existir esse questionamento as escolhas que fazemos aparentemente não são entendidas por nós como escolhas de facto mas sim como “naturais”. Ex.: o suicídio (estudo desenvolvido por Durkheim que nos revela que apesar do suicídio ser um ato individual enquadra-se num conjunto de características sociais partilhadas pelos indivíduos). 47 Comportamento social A sobrevalorização do grupo e da cultura local, regional, nacional ou transnacional, a que pertence cada um dos indivíduos e a respetiva depreciação das culturas e das organizações diferentes, o desejo de universalização dos valores próprios do grupo e da cultura de pertença, assumindo-se que esses valores constituem ou devem constituir as normas de referência para a avaliação de estruturas e de práticas sociais (Silva, 1986: 45). Esta conceção etnocêntrica foi dominante durante muitos anos nas ciências sociais, em que as havia a valorização abusiva de certos valores de algumas sociedades eram usadas como parâmetros de comparação e uma espécie de medição de evolução social. Por exemplo em relação aos ciganos, aos imigrantes, etc. 48 Etnocentrismo 5. A explicação e a compreensão em Ciências Sociais 5.1 Contextualização das duas principais correntes teóricas em Ciências Sociais 5.2 Singularidade e complementaridade entre explicação e compreensão 49 Tema 5 Distinguir a corrente teórica explicativa e a teoria compreensiva ou interpretativa. Compreender o alcance das duas correntes e de que forma se interligam e complementam. Identificar os principais autores de cada uma das correntes. 50 Objetivos do Tema 5 A principal preocupação dos autores das disciplinas de Ciências Sociais tem sido a explicação e a compreensão das sociedades em que vivem e as interconexões que se estabelecem entre elas. Neste capítulo recorremos especialmente a Karl Marx, Émile Durkheim e Max Weber para exemplificarmos como tem sido produzido este conhecimento explicativo da realidade social. 51 Explicação e compreensão Karl Marx e o materialismo histórico - análise das grandes desigualdades sociais. Salienta três tipos de relações sociais de produção que Marx define - escravatura, servidão e salariado - têm, de formas diferentes, o mesmo denominador comum: o facto de que os interesses dos dominantes se sobrepõem à vontade dos explorados. A alienação do trabalhador na economia capitalista deriva dessa disparidade entre o poder produtivo do trabalho, que se torna cada vez maior com a expansão do capitalismo, e a ausência de controlo por parte do trabalhador sobre os objetos que produz. Marx entende que a divisão em classes implica uma relação conflitual. Simplificando-se e universalizando-se na sociedade burguesa, as relações de classe alteraram-se, de acordo com Marx, depois de consolidado o capitalismo, já que se verifica uma tendência para a existência de duas grandes classes que estão em oposição direta: a burguesia e o proletariado. Alienados por não terem consciência da exploração que os vitima nem da sua participação inconsciente numa relação de dominação. 52 K. Marx e as relações de produção Émile Durkheim e o positivismo sociológico Estabeleceu um método e definiu o objeto da sociologia, ao mesmo tempo que procurou encontrar soluções para a manutenção da sociedade que surgiu após as revoluções. Para ele a organização social é possível graças ao consenso ou à "consciência coletiva" e a sociologia tem como objeto o "facto social". Perspetiva de que o social apenas pode ser explicado recorrendo ao social, ou seja, pela construção social através do corte epistemológico com o senso comum, procurando obter um estatuto de cientificidade para a sociologia ( “As regras do método sociológico”, Durkheim, 1984). Esta conceção assenta no pressuposto de que o facto social deve ser tratado como uma “coisa”, isto é, de acordo com o método científico. Facto social duas características fundamentais – a exterioridade e a coação. 53 Durkheim – Modelo explicativo Factos sociais - “consistem em maneiras de agir, de pensar e de sentir exteriores ao indivíduo (existem fora das consciências individuais) e dotadas de um poder coercivo em virtude do qual se lhe impõem” (1984: 31). Cada facto social concreto deve ser referido a um ambiente social particular e a um tipo definido de sociedade, pois um dado facto social ocorre num determinado espaço físico e num determinado tempo (época ou data específica). O espaço e o tempo conferem aos factos sociais características por vezes únicas, outras vezes semelhantes, a outros factos noutros locais ou épocas. O facto designa, então, um acontecimento concreto no tempo e no espaço. Ao dizermos que um indivíduo se suicidou esta manhã no seu apartamento, estamos a referir-nos a um facto social concreto mas não a um facto sociológico. Para ser sociológico é preciso que haja sobre ele um conjunto de interrogações metodológicas. 54 Facto social Max Weber e a objetividade em Ciências Sociais Estudo da sociedade e das relações sociais através da religião. Weber sublinha o facto de na Europa moderna “os principais homens de negócios e proprietários de capital, assim como os operários qualificados de nível mais elevado e, de modo particular,o pessoal de elevadas qualificações técnicas e comerciais das empresas modernas, serem na sua grande maioria protestantes”. Trata-se de um facto não apenas contemporâneo, mas sim histórico: é possível demonstrar que alguns dos primeiros centros de desenvolvimento capitalista na primeira parte do século XVI eram de religião protestante (Weber, 1983 [1920]: 25). Para o autor, protestantismo adota uma atitude muito rígida em relação ao prazer e aos divertimentos – fenómeno particularmente pronunciado no calvinismo o que permite concluir que é a natureza específica das crenças protestantes que explica a relação entre o protestantismo e o racionalismo económico. A novidade da interpretação de Weber não consiste no facto de surgir que há uma relação entre a Reforma e o capitalismo moderno. Verifica-se geralmente que as pessoas que dedicam a vida a atividades económicas e à obtenção de lucro são ou indiferentes à religião, ou até hostis a ela, na medida em que as suas ações visam exclusivamente o mundo “material”, enquanto a religião se interessa apenas pelo mundo “não-material”. O protestantismo, porém, longe de se desinteressar do controlo das atividades quotidianas, exigia aos seus aderentes uma disciplina muito mais rígida do que o catolicismo, injetando assim um elemento religioso em todos os aspetos da vida do crente. A relação entre o protestantismo e o capitalismo moderno não pode ser integralmente explicada considerando o primeiro como um “resultado” do segundo: mas o carácter das crenças e dos códigos de comportamento dos protestantes é de resto muito diferente do que à primeira vista poderíamos considerar como de molde a estimular a atividade económica (pp. 26-27). 55 Max Weber e a compreensão O principal adversário que o “espírito” do capitalismo teve de enfrentar foi o tradicionalismo. Para o desenvolvimento do capitalismo é necessário existir um excedente populacional no mercado de trabalho que possa ser contratado a baixo preço. A ciência baseia-se também em ideias que, tal como os outros valores, não podem ser cientificamente comprovados. O principal objetivo das ciências sociais é pois, segundo Weber, o de “compreender a originalidade característica da realidade em que vivemos”. Ou seja, o principal objetivo das ciências sociais consiste na tentativa de compreensão das razões que fazem com que os fenómenos históricos particulares sejam aquilo que são. Isto exige, porém, que se opere uma abstração a partir da complexidade infinita da realidade empírica. A realidade consiste numa profusão infinitamente divisível. Ainda que nos concentremos num único elemento dessa realidade, verificaremos que esse elemento partilha dessa infinidade. Toda a forma de análise científica, todo o corpo de conhecimentos científicos, pertença ele ao domínio das ciências naturais ou sociais, implica uma seleção operada a partir da infinidade da realidade. Para o autor os conceitos utilizados nas ciências sociais não podem ser diretamente derivados da realidade, exigindo a mediação das pressuposições de valor, uma vez que a determinação dos problemas considerados como dignos de interesse se baseia nessas pressuposições. Assim, a interpretação e a explicação de uma configuração histórica exigem a construção de conceitos especificamente elaborados com esse propósito e que, tal como objetivos de análise, não reflitam propriedades universalmente “essenciais” da realidade (Giddens, 1984: 201). Um tipo ideal é elaborado através da abstração e da combinação de um número indefinido de elementos que, se bem que sejam todos eles extraídos. 56 Espírito do capitalismo Na corrente explicativa: - É incontornável retomar a teoria de Émile Durkheim, sobretudo com a compreensão do modelo explicativo que desenvolveu e que designou pelas “regras do método sociológico” e a conceção de laços sociais (o positivismo sociológico). - O autor preocupa-se em estabelecer o método e definir o objeto da sociologia, sob o ponto de vista positivista (segundo modelos retirados das ciências da natureza). Os principais conceitos desenvolvidos foram: facto social, consenso, consciência coletiva, solidariedade orgânica e mecânica, etc. Na corrente compreensiva: - Max Weber destacou-se pelo desenvolvimento de um modelo teórico compreensivo sobre a realidade social do seu tempo (ou seja, procurou a interpretação da ação social e busca de sentido e não só a explicação através do método positivista). - O autor enfatiza os aspetos subjetivos e simbólicos das relações sociais e delimita o campo de estudo da sociologia dentro da ação social. - Estuda a análise da natureza capitalista e das características do capitalismo europeu com a influência religiosa dominante e desenvolve os seguintes conceitos: subjetividade e objetividade, Juízos de facto e juízos de valor, tipos ideais, sociologia interpretativa ou compreensiva, tipos de dominação, estatuto social. 57 Corrente explicativa e corrente interpretativa Outros modelos explicativos: cultura e traços culturais e grupos sociais e formas de sociabilidade Cultura e traços culturais Todo o comportamento é orientado para a cultura. Qualquer manifestação de hábitos ou costumes da vida do quotidiano, como a gastronomia, a maneira de vestir, as artes e os ofícios, entre outros, é sentida como manifestações culturais. Mesmo as funções humanas que correspondem a necessidades fisiológicas, como a fome, o sono, o desejo sexual, etc., são informadas pela cultura: as sociedades não dão exatamente as mesmas respostas a essas necessidades. O relativismo cultural e a análise estrutural da cultura. F. Boas - o estudo de uma cultura particular é concebido sem a priori, sem comparação a outras culturas. 58 Outros modelos de cultura Outros modelos explicativos: cultura e traços culturais e grupos sociais e formas de sociabilidade Grupos sociais e formas de sociabilidade Durkheim – conceito de solidariedade mecânica e orgânica. George Gurvitch - manifestações de sociabilidade – Elaborou outras duas escalas, ou tipos, em que se manifestam e combinam os diferentes ambientes sociais - as unidades coletivas particulares (grupos) e os quadros estruturais da sociedade (sociedades globais). – Duas formas de interação nas sociabilidades: a sociabilidade espontânea e as expressões organizadas da sociabilidade. No contexto da sociabilidade espontânea foram definidos dois tipos. Em primeiro lugar, Gurvitch identificou a sociabilidade espontânea por interpenetração, participação e fusão parcial no Nós. Simmel e o conceito de sociation - distinção entre o conteúdo e a forma nas relações sociais. Propôs-se, neste sentido, a introduzir nas ciências sociais o conceito de sociation considerada uma forma pura de interação que o levou a ser considerado o fundador da sociologia pura ou formal. Para este autor, a forma seria, então, o objeto da sociologia pura ou formal. – Distinta do conteúdo, essa forma é o resultado da identificação de regularidades e padrões específicos, constituídos a partir de uma abordagem científica - daí que Simmel refira que "Em si próprios, estes materiais com que se preenche a vida, as motivações que a impulsionam, não são sociais. Rigorosamente falando, nem a fome, nem o amor, nem o trabalho, nem a religiosidade, nem a tecnologia, nem as funções e os resultados da inteligência são sociais. São fatores de sociation apenas quando transformam a mera agregação de indivíduos isolados em formas de estar de e para os outros. Robert K. Merton e o conceito de função: funções latentes e manifestas - defende que os fenómenos sociais se inscrevem numa lógica de explicação através das funções que desempenham no social (Barata, 2004: 42). Tais funções estãoassociadas às ações de um elemento do sistema social que provocam consequências objetivas no conjunto desse sistema e na sua reprodução, o que levou este autor a distinguir dois tipos de funções: a função latente e a função manifesta. – Uma função é latente sempre que não é pretendida e apercebida por quem a desencadeia. – Uma função é manifesta quando é querida e apercebida pelos indivíduos. 59 Outros modelos de cultura 6. O domínio das Ciências Sociais – unidade e pluralidade 6.1 Visão global sobre as Ciências Sociais – o centro de interesse das Ciências Sociais 6.2 Unidade e pluralidade das Ciências Sociais 60 Tema 6 Identificar o contexto histórico, social e político presente no desenvolvimento das Ciências Sociais. Delimitar teoricamente a especificidade do social e explicar em que consiste. Reconhecer a pluralidade e especificidade das Ciências Sociais: delimitar o conceito de matriz teórica e de campo disciplinar. Distinguir facto social de facto sociológico. Perspetivar o social como uma construção científica. Equacionar as vantagens de uma abordagem científica multidisciplinar dos fenómenos sociais. Descrever em que consiste e se concretiza a interdisciplinaridade das diversas Ciências Sociais. 61 Objetivos do Tema 6 O que são as Ciências Sociais? O que as distingue e o que as une? Qual a importância do conhecimento? Qual a importância das teorias? 62 Visão global sobre as ciências O social é irredutível ao individual. Importância da contribuição dos três grandes fundadores da Sociologia: Marx, Durkheim e Weber. Importância de Marcel Mauss - “fenómeno social total”. 63 Autonomia do social Todos os fenómenos são “fenómenos sociais totais”. Todas as Ciências Sociais se ocupam da mesma realidade: a realidade social. 64 Unidade e pluralidade das Ciências Sociais 7. Visão global sobre as Ciências Sociais 7.1 Breve apresentação de algumas Ciências Sociais 7.2 Dinâmica e transformação das Ciências Sociais 65 Tema 7 Identificar o campo científico de cada uma das Ciências Sociais apresentadas. Reconhecer as principais distinções entre as Ciências Sociais. Descrever como se processa o cruzamento ou complementaridade entre as Ciências Sociais. 66 Objetivos do Tema 7 Pluridisciplinaridade das Ciências Sociais: à medida que se afirma, cada ciência pode originar sub-disciplinas ou cruzamentos entre disciplinas. Interdisciplinaridade: o intercâmbio de saberes com vista à complementaridade do conhecimento, para melhor explicar os fenómenos sociais na sua totalidade. O “social” é único; as maneiras de o abordar, as dimensões a privilegiar é que variam consoante os interesses que orientam e a partir dos quais se situa o investigador em Ciências Sociais, com a sua específica abordagem da realidade social. 67 Pluri e interdisciplinaridade Na obra as “Questões preliminares sobre as Ciências Sociais”, Sedas Nunes distingue 4 princípios lógicos de diferenciação: 1. Os fins ou objectivos 2. Os problemas de investigação 3. As variáveis relevantes 4. Os métodos e técnicas de pesquisa e interpretação teórica. 68 Unidade e pluralidade Psicologia: centra-se nas estruturas psíquicas gerais. Sociologia: centra-se nas determinações imputáveis a grupos e organizações. Economia: centra-se na mediatização das relações sociais pelas relações com os recursos . Geografia: centra-se nas dimensões espaciais da vida social. História: centra-se na variação social segundo o tempo. Antropologia: centra-se na diversidade cultural. Ciência política: centra-se nas relações de poder entre indivíduos e Sociedade. Psicologia social: centra-se na interacção entre indivíduos. 69 Algumas Ciências Sociais Seminário Introdução às Ciências Sociais Licenciatura em Ciências Sociais Unidade Curricular de Introdução às Ciências Sociais Departamento de Ciências Sociais e de Gestão Universidade Aberta Muito obrigada pela vossa participação! BOM TRABALHO! A equipa docente Olga Magano Ana Melro Ana Pinheiro Joaquim Fialho Porto, 16 de janeiro de 2018 70
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