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N a t á l i a B u e n o | 1 
 
Pseudociese canina 
 
A pseudociese fisiológica é uma condição apresentada por toda cadela não prenha. Quando 
acompanhada de sintomas e alterações físicas semelhantes aos que ocorrem em cadelas prenhes, 
é denominada pseudociese clínica ou manifesta. 
 
A pseudogestação clinica pode ser definida como uma síndrome observada em cadelas não 
gestantes, seis a quatorze semanas após o estro, caracterizada por sinais clínicos e mimetizarão 
dos comportamentos pré, período e pós-parto. 
 
O cio nas cadelas divide-se nas fases: proestro que possui uma duração média de 9 dias. Neste 
período observa-se um edema vulvar, com possibilidade de corrimentos límpidos e sem cheiros 
desagradáveis, além de sangramento e alterações de comportamento como agressividade. O estro 
é o cio propriamente dito. Está é a única fase que a fêmea aceita o macho, representa o período 
fértil da cadela, que dura aproximadamente 8 a 15 dias, após o início do sangramento. O diestro 
representa o período da gestação, parto e lactação. É a etapa na qual as fêmeas podem 
desenvolver pseudociese. O anestro, por sua vez, caracteriza-se pelo descanso sexual. 
 
O surgimento desta patologia pode ser explicado pelo aumento da concentração plasmática de 
prolactina que, após o período de ovulação, irá acarretar a produção de leite pelas glândulas 
mamarias e a manutenção do corpo lúteo. O corpo lúteo, por sua vez, secreta a progesterona, 
hormônio responsável pela manutenção da gestação, por aproximadamente 60 dias após a 
ovulação. Devido à ausência de um hormônio que destrua o corpo lúteo no caso de não 
fertilização, o nível hormonal em animais gestantes ou não é o mesmo. 
 
A prolactina é um neuropeptídeo produzido pelas celulas lactotróficas da adenohipófise, cuja 
secreção é estimulada por meio da supressão de dopamina hipotalâmico. 
 
Fisiopatologia 
 
Trata-se de uma alteração exclusiva de cadelas não prenhes e que se encontram na fase de diestro 
do ciclo estral 
 
O desencadeamento da pseudociese manifesta é atribuído ao aumento nas concentrações e/ou na 
sensibilidade individual à prolactina, associadas a um declínio mais rápido que o normal dos níveis 
séricos de progesterona. 
 
A progesterona, hormônio esteroide, tem como funções a supressão da atividade do miométrio, 
a estimulação do crescimento das glândulas endometrioses e a promoção do desenvolvimento 
do tecido alveolar mamário. 
 
Fatores predisponentes 
 
A pseudociese pode se desenvolver: 
A) Após o término de um tratamento com progestágenos 
Pseudociese canina 
2 | N a t á l i a B u e n o 
 
B) Durante um tratamento com progestágenos ou antiprogestágeos 
C) Após um tratamento com prostaglandina 
D) Três a quatro dias após a realização de uma ovariohisterectomia durante o diestro 
 
*Todas essas situações se caracterizam por exposição à progesterona e subsequente queda desse 
hormônio 
 
Sinais clínicos e diagnostico 
 
Os sinais clínicos mais comuns são: comportamentos pré, peri e pós-parto; comportamento de 
“ninho”; adoção de objetos inanimados ou de filhotes de outras fêmeas, com excessivo carinho, 
atenção, proteção e defesa; lambedura do abdômen; agressividade; distensão mamaria; produção 
e secreção láctea; ganho de peso e ou anorexia. 
 
Sinais menos comuns incluem êmese, distensão e contrações abdominais, diarreia, poliúria, 
polidipsia e polifagia 
 
O diagnostico da pseudogestação baseia-se na história, nos sinais clínicos e comportamentais e na 
fase do ciclo seral em que essa fêmea se encontra. 
 
Complicações 
 
Destacam-se como complicações decorrentes dessa síndrome a distensão mamária e retenção 
láctea, a ocorrência de dermatite mamária, mastite e tumor de mama. 
 
Caso a fêmea seja castrada durante um episódio de pseudociese, a condição pode se prolongar ou 
tornar-se permanente. 
 
Deve haver um diagnostico diferencial com gestação, parto recente e piometra. 
 
É importante lembrar que outras causas podem estar associa à galactopoiese com 
hiperprolactinemia como o hipotireoidismo primário, microadenomas pituitários, falha renal ou 
hepática, administração de esteróides sexuais e o uso de medicações psico-ativas. 
 
 
 
 
Artigos de referência – Pseudociese canina – Lilian Rigatto Martins, Maria Denise Lopes 
Pseudociese e suas consequências na saude da fêmea canina: revisão de literatura – Jennifer 
Santos dos Santos e Daniele Mariath Basuino

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