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RESUMO HISTOEMBRIO ORAL - ODONTOGENESE

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Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
Odontogênese 
Introdução: Os dentes de dividem em: Coroa, 
coroa clínica, colo/junção amelo-cementária, raiz e 
ápice; se constituem por: esmalte, dentina, polpa, 
canal radicular, cemento*, ligamento periodontal* 
osso alveolar* e vasos e nervos. 
( * - externos a estrutura dentária). Principais células 
envolvidas na formação: ameloblastos, 
odontoblastos, cementoblastos. 
A odontogênese se inicia no momento em 
que o epitélio oral interage com o ectomesênquima 
subjacente, que dá origem a banda epitelial 
primária e a lâmina dentária; os germes dentários 
se desenvolvem durante as seguintes fases: fase 
de botão, capuz, campânula (os diversos tecidos 
que vão desenvolver os dentes e estruturas, iniciam 
aqui e recebem nomes específicos: dentinogênese, 
amelogênese, cementogênese e osteogênese) 
coroa e raiz. 
 Por volta do 22º dia, podemos observar a 
presença da membrana bucofaríngea – formada de 
endoderma e ectoderma – no 27º dia do 
desenvolvimento, a membrana sofre desintegração, 
permitindo uma comunicação entre a cavidade oral, 
faringe e tudo digestivo; nesse período, as camadas 
de células presentes na cavidade são invadidas por 
células ectodérmicas, que tiveram origem na crista 
neural. 
 Na 5ª/6ª semana, é possível perceber a 
interação das células do epitélio da cavidade oral 
com o ectomesênquima, invadindo-os, formando, 
na região de ferradura, os primeiros arcos 
dentários, construindo uma banda epitelial continua 
– banda epitelial primária; que se subdivide em 
vestibular e dentária. 
Lâmina vestibular: subdivisão externa da lâmina 
primária; formada pela degeneração das células 
centrais da banda epitelial externa, que dá origem 
ao saco do sulco vestibular, que fica entre a 
bochecha/lábios e futuros arcos dentários. 
Lâmina dentária: é originada da proliferação 
epitelial medialmente anterior, responsável pela 
formação dos dentes e futuros arcos dentários; 
Nessa estrutura as células continuam a se 
proliferar, afundando o ectomesênquima, bem mais 
do que a lâmina vestibular. As células mais internas 
da lâmina dentária têm, como todo o epitélio oral, 
uma lâmina basal subjacente, que está presente em 
todo o processo de desenvolvimento da 
odontogênese, interagindo com epitélio e o 
ectomesênquima. 
• Fase do botão 
Na 8ª semana, em cada arco se origina 10 
esférulas, estas invadem o ectomesênquima; o que 
dá inicio a formação dos germes dentários decíduos 
em cada arco (maxilar e mandibular). O 
ectomesênquima subjacente condensa suas 
células em torno da parte mais profunda da esférula 
epitelial, surgindo duas importantes moléculas, a 
glicoproteína tenascina e o sindecan-1, e são 
reguladas por sinais a partir das células em 
proliferação do botão epitelial. 
OBS.: A época de estabelecimento do botão 
não é necessariamente a mesma para todos. Por 
isso, em certa fase do desenvolvimento, apenas 
alguns botões são observados na lâmina dentária. 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
 
 
 
 
 
 
• Fase do capuz 
Temos uma intensa proliferação das células 
epiteliais de maneira irregular, que assumem um 
aspecto de boné/capuz; no centro da sua 
concavidade temos a maior concentração de 
células epiteliais, causada pelas tenascina e o 
sindecan-1; é provável que a formação desse capuz 
seja resultado da condenação localizada as células 
do ectomesênquima. 
O germe dentário é construído pela papila 
dentária e órgão do esmalte. Esta é formada de 
única e continua camada de células, constituído a 
periferia do órgão do esmalte; 
A partir desse momento, a papila dentária é 
responsável pela formação da dentina e da polpa. 
 O folículo dentário rodeia completamente o 
germe dentário; o ectomesênquima, que rodeia o 
órgão do esmalte e a papila dentária, sofre um 
alinhamento das células em torno do germe, 
gerando uma capsula que separa o restante dele da 
mandíbula e da maxila; essa condensação se 
chama “folículo ou saco dentário”, e é responsável 
pela formação do periodonto e inserção do dente 
(cemento, ligamento periodontal e osso alveolar); 
percebe-se a penetração de capilares no folículo, 
que é responsável pela nutrição do órgão do 
esmalte. 
• Fase de campânula 
A morfogênese e a diferenciação celular têm 
inicio nessa fase; que é caracterizada por uma 
diminuição da proliferação celular e aumento da 
diferenciação. Nesse processo a parte epitelial do 
germe dentário tem um aspecto de sino. 
Os epitélios interno e externo formam a alça 
de cervical; na porção epitelial a região central 
corresponde ao reticulo estrelado que cresce em 
volume, por conta da distância entre as células e 
seus prolongamentos, provocado pela alta 
quantidade de água associada a proteoglicanos. As 
células epiteliais externas, se tornam pavimentosas 
e as internas, alongadas, formando células 
cilíndricas baixas, entre o epitélio interno e o reticulo 
estrelado podemos perceber a presença da 
formação do estrato intermediário (formado por 
duas ou três camadas de células pavimentosas), 
que ajuda na formação do esmalte. No encontro dos 
epitélios internos e externos, observa-se a 
formação da alça cervical, local que, na fase da 
coroa, há proliferação das células do epitélio e irão 
formar a bainha radicular de Hertwing, que induz a 
gênese da raiz do dente (rizogênese). 
A lâmina basal está entorno de todos os 
órgãos do esmalte, separando as células do epitélio 
interno e externo. Na papila, as células 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
ectomesenquimais então indiferenciadas na região 
central, e percebe-se a presença de pequenas 
fibras colágenas, os capilares do folículo começam 
a penetrar, aparecendo um grande numero entre as 
células. 
 Acontece que há a separação do germe 
dentário da lâmina dentária e do epitélio oral; o 
folículo dentário se torna mais evidente, porque ele 
envolve o germe dentário como um todo; nesse 
meio a porção da lâmina dentaria, que está entre o 
órgão do esmalte e o epitélio bucal, se desintegra e 
o osso do processo alveolar rodeia todo o folículo 
dentário, formando a cripta óssea. O dente em 
desenvolvimento, separa-se do epitélio oral, grupos 
de células epiteliais da lâmina permanecem nos 
pertuitos ósseos, formando o gubernáculo ou canal 
gubernacular, que desempenhará importante papel 
no direcionamento da erupção. 
 Tem-se, agora, o inicio da formação de dobras 
no epitélio interno - em locais que as primeiras 
células cessam sua atividade mitótica, antes de se 
diferenciar em ameloblastos (alça cervical 
permanece fixa) - que irão originar a coroa do dente. 
As células do epitélio interno continuarão se 
dividindo por mais algum tempo, ocasionando uma 
força no epitélio interno em direção aos pontos nos 
quais não há mais divisão. Assim, a vertente das 
cúspides vai se delineando, estabelecendo o 
formato da coroa do dente. Também nesta fase 
aparecem acúmulos de células epiteliais na região 
do estrato intermediário, nos futuros vértices das 
cúspides, formando o “nó do esmalte”, que tem sido 
relacionado com o fenômeno de determinação da 
forma da coroa dos dentes. 
O processo de formação da dentina, a 
dentinogênese, tem início antes da amelogênese; 
assim as células do epitélio interno, localizadas nos 
vértices das cúspides, tornam-se cilíndricas altas e 
seu núcleo passa a se localizar do lado oposto à 
papila dentária (inversão da polaridade), essas 
células se chamam de pré-ameloblastos. 
Paralelamente, na papila dentária adjacente, as 
células ectomesenquimais, sob influência dos pré-
ameloblastos, paramde se dividir, aumentam de 
tamanho e começam sua diferenciação em 
odontoblastos; e passam a secretar a primeira 
camada de matriz de dentina, a dentina do manto, 
que seu componente mais abundante é o colágeno 
tipo 1. O contato entre eles e pré-ameloblastos gera 
a diferenciação final destes em ameloblastos, os 
quais sintetizam e secretam a matriz orgânica do 
esmalte, que também é proteica, porém de 
natureza não colágena. 
OBS.: Os fatores de crescimento, fatores de 
transcrição, moléculas de adesão, integrinas e 
elementos da matriz extracelular, participam das 
várias interações epitélio-ectomesênquima, que 
constituem a indução recíproca, que caracteriza a 
fase de campânula. 
• Fase de coroa 
Momento em que a dentinogênese e 
amelogênese ocorre; aqui ocorre a deposição da 
dentina e do esmalte na coroa do futuro dente, não 
se restringindo apenas as cúspides; o que significa 
que em varias áreas, inclusive na alça cervical, não 
ocorre a inversão de polaridade. Mas, no 
distanciamento da alça são observados estágios 
cada vez mais avançados do desenvolvimento 
dentário. 
Nessa fase temos a deposição de dentina de 
maneira centrípeta (de dentro para fora) e de 
esmalte de maneira centrifuga (de fora para dentro). 
 
 
 
 
 
 
 
Moisés Santos|@eumoisesantos_ Odontologia UFPE – Histologia e Embriologia Oral – 2020.1 
• Fase de Raiz 
É caracterizada pela proliferação celular na 
alça cervical, que origina o diagrama epitelial e a 
bainha radicular de Hertwig. 
Quando a fase de coroa chega ao fim, e as 
induções de diferenciação alcançam a região 
cervical, os epitélios internos e externos que 
constituem a alça, proliferam no sentido apical 
induzindo a formação da raiz. Essas células 
proliferadas, não afundam, pois o folículo dentário e 
ósseo da base da cripta rodeiam a base do germe 
dentário, assim o epitélio resultante da proliferação 
das camadas sofre uma dobra que forma o 
diagrama epitelial – as células ficam restritas ao 
diagrama epitelial, pois não aprofundam. As células 
epiteliais continuam a sua proliferação dando 
origem a bainha epitelial radicular de Hertwig 
(BERH). 
 Enquanto a bainha se prolifera, começa o 
processo de erupção dentária; enquanto a raiz é 
formada, o germe dentário se movimenta no sentido 
coronário. 
A formação da dentina radicular é induzida 
pelas células internas da BERH, que estimulam as 
células do ectomesênquima a se diferenciarem em 
odontoblastos; as células indutoras cessam sua 
atividade e começam a secretar, na dentina 
radicular, uma fina matriz que possui composições 
similares ao esmalte; os odontoblastos recém-
diferenciados formam a dentina radicular, o que 
acarreta o crescimento progressivo da raiz. As 
células da bainha que já induziram a diferenciação 
dos odontoblastos param de se dividir, com o 
continuo aumento do comprimento radicular elas 
vão se afastando, formando os restos epiteliais de 
Malassez. 
 A fase de raiz, se finaliza com a conclusão da 
dentina radicular até o fechamento do ápice. Os 
tecidos que compõem o periodonto de inserção, 
são formados durante a fase de raiz. A 
fragmentação da bainha radicular epitelial faz com 
que o folículo dentário entre em contato com a 
dentina radicular em formação; com esse contato 
as células ectomesenquimais são estimuladas a se 
diferenciar em cementoblastos, que secreta a 
matriz orgânica do cemento. Paralelo a isso, as 
células externas ao folículo começam a se 
diferenciar em odontoblastos, que forma o osso 
alveolar, e, na região central, se diferenciam 
principalmente em fibroblastos formando o 
ligamento periodontontal. 
Enquanto ocorre a fase de raiz e o dente 
erupciona, na coroa, é aumentado o teor de mineral 
do esmalte durante sua maturação pré-eruptiva. 
Então, o órgão do esmalte colapsa completamente, 
constituindo o epitélio reduzido do esmalte, 
recobrindo esse tecido até o aparecimento da coroa 
na cavidade oral. Após a completa erupção do 
dente, o epitélio reduzido contribui para a formação 
do epitélio juncional da gengiva. 
A priori, temos a formação de 20 dentes 
decíduos, os dentes permanentes (32) que têm 
predecessor decíduo se desenvolvem a partir de 
uma proliferação epitelial em relação à face palatina 
ou lingual do germe do decíduo, chamada de broto 
do permanente, que é formado durante a fase de 
capuz do dente decíduo. Os molares permanentes, 
desenvolvem-se diretamente da lâmina dentária 
original, que se estende posteriormente. 
OBS.: Em casos de alterações patológicas do 
ligamento periodontal, as células dos restos 
epiteliais de Malassez podem se tornar ativas e 
proliferar. Desse modo, podem originar cistos 
periodontais, laterais ou apicais, segundo sua 
localização. 
 
 
Referências: 
KATCHBURIAN, E.; ARANA, V. Histologia e 
embriologia oral: texto, atlas, correlações clínicas. 
4.ed. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2017. 
277. p.

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