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UNIVERSIDADE DO SUL DE SANTA CATARINA Economia do Setor Público 4ª edição Palhoça UnisulVirtual 2007 economia.pmd 16/8/2007, 15:311 Créditos Unisul - Universidade do Sul de Santa Catarina UnisulVirtual - Educação Superior a Distância Campus UnisulVirtual Avenida dos Lagos, 41 Cidade Universitária Pedra Branca Palhoça – SC - 88137-100 Fone/fax: (48) 3279-1242 e 3279-1271 E-mail: cursovirtual@unisul.br Site: www.virtual.unisul.br Reitor Unisul Gerson Luiz Joner da Silveira Vice-Reitor e Pró-Reitor Acadêmico Sebastião Salésio Heerdt Chefe de Gabinete da Reitoria Fabian Martins de Castro Pró-Reitor Administrativo Marcus Vinícius Anátoles da Silva Ferreira Campus Sul Diretor: Valter Alves Schmitz Neto Diretora adjunta: Alexandra Orsoni Campus Norte Diretor: Ailton Nazareno Soares Diretora adjunta: Cibele Schuelter Campus UnisulVirtual Diretor: João Vianney Diretora adjunta: Jucimara Roesler Equipe UnisulVirtual Administração Renato André Luz Valmir Venício Inácio Avaliação Institucional Dênia Falcão de Bittencourt Biblioteca Soraya Arruda Waltrick Capacitação e Apoio Pedagógico à Tutoria Angelita Marçal Flores (Coordenadora) Caroline Batista Enzo de Oliveira Moreira Patrícia Meneghel Vanessa Francine Corrêa Coordenação dos Cursos Adriano Sérgio da Cunha Aloísio José Rodrigues Ana Luisa Mülbert Ana Paula Reusing Pacheco Charles Cesconetto Diva Marília Flemming Fabiano Ceretta Itamar Pedro Bevilaqua Janete Elza Felisbino Jucimara Roesler Lauro José Ballock Lívia da Cruz (Auxiliar) Luiz Guilherme Buchmann Figueiredo Luiz Otávio Botelho Lento Marcelo Cavalcanti Maria da Graça Poyer Maria de Fátima Martins (Auxiliar) Mauro Faccioni Filho Michelle D. Durieux Lopes Destri Moacir Fogaça Moacir Heerdt Nélio Herzmann Onei Tadeu Dutra Patrícia Alberton Raulino Jacó Brüning Rodrigo Nunes Lunardelli Simone Andréa de Castilho (Auxiliar) Criação e Reconhecimento de Cursos Diane Dal Mago Vanderlei Brasil Desenho Educacional Design Instrucional Daniela Erani Monteiro Will (Coordenadora) Carmen Maria Cipriani Pandini Carolina Hoeller da Silva Boeing Flávia Lumi Matuzawa Karla Leonora Dahse Nunes Leandro Kingeski Pacheco Ligia Maria Soufen Tumolo Márcia Loch Viviane Bastos Viviani Poyer Acessibilidade Vanessa de Andrade Manoel Avaliação da Aprendizagem Márcia Loch (Coordenadora) Cristina Klipp de Oliveira Silvana Denise Guimarães Design Gráfi co Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro (Coordenador) Adriana Ferreira dos Santos Alex Sandro Xavier Evandro Guedes Machado Fernando Roberto Dias Zimmermann Higor Ghisi Luciano Pedro Paulo Alves Teixeira Rafael Pessi Vilson Martins Filho Disciplinas a Distância Tade-Ane de Amorim Cátia Melissa Rodrigues Gerência Acadêmica Patrícia Alberton Gerência de Ensino Ana Paula Reusing Pacheco Logística de Encontros Presenciais Márcia Luz de Oliveira (Coordenadora) Aracelli Araldi Graciele Marinês Lindenmayr Letícia Cristina Barbosa Kênia Alexandra Costa Hermann Priscila Santos Alves Formatura e Eventos Jackson Schuelter Wiggers Logística de Materiais Jeferson Cassiano Almeida da Costa (Coordenador) José Carlos Teixeira Eduardo Kraus Monitoria e Suporte Rafael da Cunha Lara (Coordenador) Adriana Silveira Andréia Drewes Caroline Mendonça Cristiano Dalazen Dyego Rachadel Edison Rodrigo Valim Francielle Arruda Gabriela Malinverni Barbieri Jonatas Collaço de Souza Josiane Conceição Leal Maria Eugênia Ferreira Celeghin Rachel Lopes C. Pinto Vinícius Maykot Serafi m Produção Industrial e Suporte Arthur Emmanuel F. Silveira (Coordenador) Francisco Asp Relacionamento com o Mercado Walter Félix Cardoso Júnior Secretaria de Ensino a Distância Karine Augusta Zanoni Albuquerque (Secretária de ensino) Ana Paula Pereira Andréa Luci Mandira Carla Cristina Sbardella Deise Marcelo Antunes Djeime Sammer Bortolotti Franciele da Silva Bruchado Grasiela Martins James Marcel Silva Ribeiro Jenniff er Camargo Lamuniê Souza Lauana de Lima Bezerra Liana Pamplona Marcelo José Soares Marcos Alcides Medeiros Junior Maria Isabel Aragon Olavo Lajús Priscilla Geovana Pagani Rosângela Mara Siegel Silvana Henrique Silva Vanilda Liordina Heerdt Vilmar Isaurino Vidal Secretária Executiva Viviane Schalata Martins Tecnologia Osmar de Oliveira Braz Júnior (Coordenador) Jeff erson Amorin Oliveira Ricardo Alexandre Bianchini FICHA_24-05-07.indd 2 18/6/2007 14:07:44economia.pmd 16/8/2007, 15:312 Apresentação Este livro didático corresponde à disciplina Economia do Setor Público. O material foi elaborado, visando a uma aprendizagem autônoma. Neste sentido, aborda conteúdos especialmente selecionados e adota uma linguagem que facilite seu estudo a distância. Por falar em distância, isso não significa que você estará sozinho. Não se esqueça de que sua caminhada nesta disciplina também será acompanhada constantemente pelo Sistema Tutorial da UnisulVirtual. Entre em contato, sempre que sentir necessidade, seja por correio postal, fax, telefone, e-mail ou Ambiente Virtual de Aprendizagem. Nossa equipe terá o maior prazer em atendê-lo, pois sua aprendizagem é nosso principal objetivo. Bom estudo e sucesso! Equipe UnisulVirtual. economia.pmd 16/8/2007, 15:313 economia.pmd 16/8/2007, 15:314 Bernardino José da Silva Economia do Setor Público Livro didático Design Instrucional Márcia Loch 4ª edição Palhoça UnisulVirtual 2007 economia.pmd 16/8/2007, 15:315 Copyright © UnisulVirtual 2007 Nenhuma parte desta publicação pode ser reproduzida por qualquer meio sem a prévia autorização desta instituição Edição --- Livro Didático Professor Conteudista Bernardino José da Silva Design Instrucional Márcia Loch Carmen Maria Cipriani Pandini (4ª edição) ISBN 978-85-60694-91-4 Projeto Gráfico e Capa Equipe Unisul Virtual Diagramação Cristiano Neri Gonçalves Ribeiro Revisão (1ª edição) B2B 336 S58 Silva, Bernardino José da Economia do setor público : livro didático / Bernardino José da Silva ; design instrucional Márcia Loch, [Carmen Maria Cipriani Pandini]. – 4. ed. – Palhoça : UnisulVirtual, 2007. 174 p. : il. ; 28 cm. Inclui bibliografia. ISBN 978-85-60694-91-4 1. Finanças públicas. I. Loch, Márcia. II. Pandini, Carmen Maria Cipriani. II. Título. Ficha catalográfica elaborada pela Biblioteca Universitária da Unisul Sumário Palavras do professor . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 9 Plano de estudo da disciplina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 11 Unidade 1 - Atribuições econômicas do governo e crescimento do setor público . . . 15 Unidade 2 - Participação do Estado na economia brasileira . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 29 Unidade 3 - Os gastos do setor público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 49 Unidade 4 - As receitas tributárias do setor público . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 67 Unidade 5 - Política fiscal e estabilização da economia . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 89 Unidade 6 - Despesa e receita públicas como instrumento de estabilização de preços . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 101 Unidade 7 - A dívida pública . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 109 Unidade 8 - A política de incentivos fiscais . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 125 Unidade 9 - Federalismo fiscal . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 135 Unidade 10 - Política fiscal e distribuição de renda . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 147 Para concluir o estudo da disciplina . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 161 Referências. . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 163 Sobre o professor conteudista . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 167 Comentários e respostas das atividades de auto-avaliação . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . . 169 economia.pmd 16/8/2007, 15:317 economia.pmd 16/8/2007, 15:318 Palavras do professor O desenvolvimento desta disciplina proporcionará o aprofundamento dos conhecimentos acerca dos seguintes aspectos ligados às atividades econômicas: a regulação dos gastos, do crescimento e a participação do Estado no contexto econômico do País; a avaliação dos instrumentos norteadores da estabilidade de mercado e da própria economia, aí incluídas as influências das receitas tributárias na formação da Receita Corrente Líquida, dos Resultados Nominal e Primário; a política fiscal; a distribuição de renda; a relação da receita e da despesa pública como fatores de regulação e estabilização dos preços. O compartilhamento do conhecimento acerca dos aspectos a serem tratados assume considerável relevância no contexto do curso e, principalmente, nos tempos atuais de superação das fronteiras e do livre comércio decorrentes da globalização da economia mundial. No que tange ao cenário da economia brasileira, aproximará você dos fatos relacionados às ações reguladoras da economia nacional, agregando-se às atribuições, o crescimento do setor, a participação e a política de estabilização, os fenômenos ligados à responsabilidade na gestão fiscal alicerçada nos pressupostos de desenvolvimento de ações planejadas e transparentes em que se previnem riscos e corrigem-se vícios que poderão comprometer o equilíbrio das finanças públicas e da economia como um todo. Esperamos que você aprenda e tire o máximo proveito desta disciplina e das atividades que propomos ao longo das unidades. Bons estudos! Prof. Bernardino José da Silva economia.pmd 16/8/2007, 15:319 economia.pmd 16/8/2007, 15:3110 Plano de Estudo da disciplina Ementa As atribuições econômicas do Governo e o crescimento do setor público. A participação do Estado na economia. Os gastos do setor público. As receitas tributárias do setor público. Política fiscal e estabilização econômica. A despesa e a receita pública como instrumento de estabilização de preços. A dívida pública. A política de incentivos fiscais. Federalização Fiscal. Política fiscal e distribuição de renda. Objetivos Geral Possibilitar o aprofundamento de estudo e ampliação dos conhecimentos acerca dos aspectos e elementos reguladores da economia do setor público. Específicos Compartilhar, concepções teórico-práticas das atividades econômicas, proporcionando: Aprimorar os conhecimentos acerca das atividades econômicas do Governo e do crescimento do setor público. Formar uma concepção em relação aos aspectos reguladores da economia, incluindo a participação do Estado, a política fiscal e de incentivos e distribuição de renda, a influência da Receita Tributária na formação da Receita Corrente Líquida, as receitas e despesas como instrumentos moderadores dos níveis de preço. Ampliar o domínio sob os gastos do setor público, sob a dívida pública, incluindo a federalização fiscal. economia.pmd 16/8/2007, 15:3111 Unidades de estudo A disciplina de Economia do Setor Público foi dividida em dez unidades. UNIDADE 1 - Atribuições econômicas do Governo e crescimento do setor público. Nesta unidade você vai ter a oportunidade de estudar os aspectos ligados ao Estado na condição de agente preponderante na economia, incluindo as atividades fiscal e financeira do Estado, além dos fenômenos norteadores da relação crescimento do Setor Público e a evolução das despesas do Setor. UNIDADE 2 – Participação do Estado na economia brasileira. Focaremos nesta unidade a cronologia da intervenção estatal na economia, as razões da estatização e o papel do Estado na economia brasileira. UNIDADE 3 – Os gastos do setor público. Nesta unidade abordaremos os conceitos e a classificação dos Gastos Públicos, os aspectos relacionados ao crescimento dos Gastos Públicos e os limites destes introduzidos pela Lei de Responsabilidade Fiscal. UNIDADE 4 – As receitas tributárias do setor público. Nesta unidade você vai estudar sobre o Sistema Tributário Brasileiro, a composição das Receitas Tributárias, os Impostos Intransferíveis, além dos problemas da reforma do Sistema Tributário. UNIDADE 5 – Política fiscal e estabilização da economia. Abordaremos nesta unidade os aspectos ligados a interferência reguladora do Estado, à criação de fontes alternativas de contenção fiscal e aos efeitos defasados da Constituição Federal de 1988. economia.pmd 16/8/2007, 15:3112 UNIDADE 6 - Despesa e receita públicas como instrumentos de estabilização de preços. Nesta unidade você vai estudar a alocação dos recursos públicos como fator determinante dos níveis de preços, sobre o uso eficiente dos recursos governamentais e sobre a manutenção da estabilidade econômica. UNIDADE 7 – A dívida pública. Aqui você vai conhecer as características da dívida pública no Brasil, à relação entre déficit e dívida pública e os limites da dívida e do endividamento. UNIDADE 8 – A política de incentivos fiscais. Direcionaremos os estudos desta unidade destacando os conceitos e as espécies de incentivos, a influência dos incentivos fiscais na economia e a relação entre incentivos fiscais e renuncia de receita. UNIDADE 9 – Federalismo fiscal. Nesta unidade você vai estudar sobre o Federalismo Fiscal, incluindo os tipos de Estado, os aspectos ligados à formação do Estado Federal e aos Princípios caracterizadores do Federalismo. UNIDADE 10 – Política fiscal e distribuição de renda. Na última unidade você vai estudar os fatores ligados à política fiscal do governo, a influência dos impostos diretos e indiretos, além dos efeitos redistributivos do imposto sobre a renda. economia.pmd 16/8/2007, 15:3113 Cronograma de Estudo Lembre-se de enviar para o professor-tutor, durante a segunda semana do curso, impreterivelmente, a sua avaliação a distância. ATENÇÃO: a pontualidade, a objetividade, o domínio do conteúdo e a criatividade serão, entre outros, fatores a serem considerados. economia.pmd 16/8/2007, 15:3114 1 Unidade 1 Atribuições econômicas do governo e crescimento público Objetivos de aprendizagem conhecer a função soberana do Estado na economia; compreender as relações do Estado com o crescimento do Setor Público. Seções de estudo Nesta unidade você vai estudar as seguintes seções: Seção 1 O Estado como agente preponderante Seção 2 Qual é a atividade fiscal do Estado? Seção 3 Qual é a atividade financeira do Estado? Seção 4 Qual a relação entre crescimento do setor público e a evolução das despesas do setor? economia.pmd 16/8/2007, 15:3115 16 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de conversa Você sabia que o Estado, na sua condição de agente supremo da economia brasileira, desenvolve atividade fiscal, isto é, aquela de natureza tributária e orçamentária, pela qual faz a captação dos meios materiais, planeja, orienta e controla a aplicação dos recursos? Sabia, também, que associado à atividade fiscal o Estado desenvolve atividade de natureza patrimonial, isto é, atividade financeira, arrecadando os recursos necessários à manutenção de suas atividades e a busca da satisfação das necessidades de natureza coletiva como saúde e educação? Fique tranqüilo, pois nesta unidade você terá subsídios para responder a estas questões! Seção 1 – O Estado como agente preponderante Como você sabe, é de longa data que a sociedade necessitou de instrumentos que, além de instituir o estado de direito, também exercesse a função de regulador e orientador no desenvolvimento de ações voltadas exclusivamente ao atendimento dos interesses da coletividade. A nossa Carta Magna, em seu art. 1.º, define claramenteque o Brasil é uma República Federativa e constitui-se, de direito, em Estado democrático, no qual todo o poder emana do povo, tendo a cidadania como um dos seus fundamentos básicos. Pode-se, portanto, acrescentar que a Constituição, além de ratificar o Estado democrático de direito em que se constitui o Brasil, visa preparar o cidadão para o exercício da cidadania. Nessa relação da democracia de direito e exercício da cidadania, observe o que diz Pereira (2003, p.27) “constata-se que na Constituição brasileira existe marcante preocupação com as necessidades sociais, sinalizando o entendimento de que o Estado deve implementar ações sociais cada vez mais direcionadas ao bem comum para a realização de uma justiça social concreta. Dessa forma, a cidadania e a democracia interagem-se.” É possível, assim, definir que o Estado, na condição de agente preponderante na economia, isto é, aquele que detém a supremacia na esfera econômica, exerce hegemônica função que visa, além da instituição e regulação do estado de direito, manter-se firme na regulação da economia e promover os meios necessários à consecução das necessidades da coletividade no sentido de garantir o bem comum. economia.pmd 16/8/2007, 15:3116 Economia do Setor Público 17Unidade 1 Qual o poder de interferência do Estado? A intervenção ativa do Estado na economia não é prerrogativa de exclusividade do governo brasileiro, haja vista que quase que na totalidade dos países a ação dos governos nas atividades econômicas e sociais é marcante, verificando-se inclusive elevada semelhança nos processos de intervenção dos governos na maioria dos países capitalistas de economia mista, ou seja, aqueles no qual o setor privado não é capaz de, singularmente, desenvolver as atividades dos setores primários, secundário e terciário, além de satisfazer as necessidades de natureza coletiva, isto é, necessitam da intervenção do Estado para a satisfação do bem comum, especialmente aquelas ações ligadas à saúde, educação, transportes etc. As atividades ligadas aos transportes, à siderurgia, além de outros, têm sido a base de atuação dos governos na área produtiva, especialmente em decorrência da relação entre os riscos, incertezas e o volume de investimentos necessários aos setores. Ao discorrer sobre o poder de interferência do Estado, Pereira (2003. p, 32), define: Sabemos que o Estado dispõe de recursos e instrumentos muito poderosos, como, por exemplo, o poder de coerção legal, isto é, o direito de intervir legalmente, para atuar como indutor, ou seja, instigador e/ou estimulador, das atividades econômicas. Verifica-se que o Estado interfere, de forma seletiva, com seu poder de proibir ou compelir, subsidiar ou tributar, em significativo número de atividades econômicas. O Estado pode determinar o deslocamento físico de recursos e as decisões econômicas das famílias e empresas, sem seu consentimento. Esses poderes criam condições para que um setor utilize o Estado para elevar sua rentabilidade. O Estado, portanto, deve incentivar e auxiliar a participação da atividade privada na economia, tendo, porém, a obrigação de nela intervir quando os interesses e os investimentos daquele setor não forem capazes de manter o devido equilíbrio e/ou possam resultar em desajuste da economia do país. Quais as etapas de intervenção do Estado? Até o início do século XX, tínhamos uma economia exclusivamente voltada à produção e exportação do café, o que direcionava nossas atividades econômicas, notadamente, para o comércio exterior, período em que a estrutura tributária do país era extremamente simples, preocupando-se, quase que exclusivamente, com os impostos de exportação e importação. economia.pmd 16/8/2007, 15:3117 18 Universidade do Sul de Santa Catarina Rianai (2002. p.49), define que os fatores mais relevantes e que limitaram a participação do governo na economia, nos primeiros 30 anos do século XX, foram: por meio dos impostos do comércio exterior que eram a base tributária do país. O governo estabeleceu uma política de isenções e concessões para beneficiar as indústrias nascentes; o setor financeiro do Estado, inicialmente com o Banco do Brasil e posteriormente com os Bancos Estaduais, atuavam única e exclusivamente com o objetivo de ajudar o setor agrícola, que era a atividade econômica básica do país; a intervenção mais direta do governo no comércio exterior ocorreu por pressão dos Estados produtores de café (São Paulo, Minas Gerais e Rio de Janeiro) que, a fim de minimizar a crise do setor cafeeiro, assinaram o Convênio de Taubaté que estabelecia políticas de controle de produção e de preços mínimos; finalmente, a necessidade de se criar condições favoráveis à exportação fez com que o governo procurasse implantar e expandir os meios de transportes. Como a maioria das ferrovias não era lucrativa, começou a haver um desinteresse grande do setor privado nessa área (que era predominantemente estrangeira). Com isso inícia no país o processo de nacionalização/estatização. Em decorrência da crise no setor cafeeiro e a depressão mundial, nasce no país a chamada industrialização. Este fato ocorre a partir da substituição dos processos de importação, fazendo com que o Estado expandisse e mudasse, por inteiro, o seu papel de interventor na economia do país. A transformação do papel do Estado e a expansão de sua interferência, dá-se com a criação das autarquias, institutos e acordos com os produtores, estabelecendo-se regras de controle de produção e preços, além de esquemas de financiamentos para construção de armazéns surgindo daí, o primeiro e efetivo instrumento de controle de preços com a fixação das tarifas de eletricidade. Observa-se, portanto, que o poder de intervenção do Estado estende-se ao longo dos séculos e não se restringe ao setor econômico, atingindo, também, os setores da segurança, exploração de reservas minerais, do trabalho e no contexto social como um todo. Exemplificando, podemos citar a segurança nacional, a exploração de jazidas minerais, os setores da educação, saúde, transportes etc. economia.pmd 16/8/2007, 15:3118 Economia do Setor Público 19Unidade 1 Seção 2 – Qual a atividade fiscal do Estado? A preponderância ou intervenção do Estado dá-se por meio de decisão dos órgãos políticos, ou seja, os Poderes constituídos, que tornam as necessidades da coletividade como uma necessidade pública. Dessa forma, transferem ao Estado a responsabilidade pela obtenção e emprego dos meios materiais e de serviços para a viabilização e funcionamento dos serviços públicos, indispensáveis à promoção de atividades essenciais demandadas pela sociedade, tais como, saúde, educação etc. O custeio das necessidades públicas, que visam a promover os serviços indispensáveis ao funcionamento das atividades estatais e ao bem comum da população, realiza-se por meio da transferência de parcelas dos recursos dos indivíduos e das empresas para o Estado (governo), fechando o ciclo financeiro entre a sociedade e o próprio Estado. Em relação ao assunto, Pereira (2003, p. 38), assim destaca: “o objeto precípuo das finanças públicas é o estudo da atividade fiscal, ou seja, aquela que é desempenhada pelos poderes públicos com o propósito de obter e aplicar recursos para o custeio dos serviços públicos.” Pereira (2003, p. 38) acrescenta que a política fiscal orienta-se em duas direções, a saber: Política tributária: que se materializa na captação de recursos, para atendimento das funções da administração pública, por meio de suas distintas esferas (União, Estados, Distrito Federal e municípios). Política orçamentária, no que se refere especificamente aos gastos, ou seja, os atos e medidas relacionadas com a forma da aplicação dos recursos, levando em consideração a dimensão e a natureza das atribuições do poder público, bem como a capacidade e a disposição para seu financiamento pela população. É possível, assim, estabelecer que a atividade fiscal do Estado, configura-se pelas atividades de natureza tributária e orçamentária, pelas quaiso Estado promove a captação de recursos, planeja, orienta e controla a aplicação deles de forma a garantir o funcionamento dos serviços públicos, indispensáveis ao atendimento das necessidades coletivas. Seção 3 – Qual é a atividade financeira do Estado? Para falarmos em atividade financeira do Estado é necessários relembrarmos os ensinamentos de Baleeiro (1996, p. 18), quando em sua obra “Uma Introdução à Ciência das Finanças”, nos revela que no alvo dos serviços públicos como instrumento do Estado, tem-se: economia.pmd 16/8/2007, 15:3119 20 Universidade do Sul de Santa Catarina a realização prática daqueles fins que moralizam e racionalizam o fenômeno social do poder público: a defesa da nação contra agressões externas, a ordem interna como condições de segurança e liberdade de cada indivíduo, a elevação material, moral e intelectual de todas as pessoas, o bem-estar e a prosperidade gerais, a igualdade de oportunidades etc., para todos os componentes de grupo humano. São, pois, os serviços públicos ou meios técnicos e jurídicos pelos quais, por meio de seus agentes e suas instalações, a pessoa de direito público interno, usando do poder estatal, busca atingir os fins que lhe atribuem as idéias políticas e morais da época. Cada época escolhe politicamente os objetivos imediatos que devem constituir a tarefa dos serviços públicos. Mesmo sendo o homem um animal social que obtém, no convívio com seus semelhantes, de forma mais adequada os meios para satisfazer suas necessidades materiais e abstratas, existem, porém, necessidades que não são satisfeitas diretamente pelos indivíduos ou grupos isolados, ressentindo-se a necessidade da constituição de um ser maior, dotado de autoridade para desempenhar as funções capazes de satisfazer tais necessidades, isto é, aquelas de caráter político que visam a satisfazer a coletividade. Estamos, portanto, falando do Estado. Pode-se assim dizer que o indivíduo, de forma isolada ou em grupo, não tornará possível o desenvolvimento de ações voltadas à defesa da nação contra agressões externas, promover a ordem interna, como instrumento de sua segurança e liberdade, a elevação moral e material de todas as pessoas, o bem- estar, a prosperidade e a igualdade de oportunidades. Entretanto, para cumprir sua finalidade, desenvolvendo essas atividades políticas, sociais, econômicas, administrativas, entre outras, o Estado necessita dispor dos meios materiais para viabilizar a execução dos serviços de interesse geral que lhe são atribuídos. A viabilização dos meios materiais dá-se por meio do desenvolvimento de atividade de natureza patrimonial, ou seja, a chamada atividade financeira do Estado que tem por objetivo atender às necessidades públicas. Segundo Pereira (2003, p. 41), a atividade financeira do Estado consiste: “em obter, criar, gerir e despender o dinheiro indispensável às necessidades cuja satisfação está sob sua responsabilidade ou transferida a outras pessoas jurídicas de direito público.” Observando-se a definição da atividade financeira do Estado, destacada pelo autor, pode-se claramente visualizar que essa atividade não se limita à mera arrecadação dos meios necessários à prestação dos serviços públicos. economia.pmd 16/8/2007, 15:3120 Economia do Setor Público 21Unidade 1 Tal atividade desenvolve-se, sim, em quatros funções específicas e afins, a saber: a) a obtenção dos meios dá-se pela arrecadação das receitas públicas; b) o criar origina-se dos créditos públicos; c) o gerenciamento é promovido pelo orçamento; e d) o dispêndio, por sua vez, ocorre por meio das despesas públicas. A Receita Pública. Constitui-se em sentido amplo, todo o ingresso de dinheiro nos cofres públicos que se efetiva de maneira permanente no patrimônio do Estado, que em relação ao Patrimônio divide-se em Receita e Efetiva e Não-Efetiva. Receita Efetiva - Constituí-se aquela arrecadada que integram o Patrimônio na qualidade de elemento novo, provocando-lhe aumento sem, contudo, gerar obrigações, reservas ou reivindicação de terceiros. Exemplo: receita tributária. Baleeiro (1995. p. 129-130), assim define a Receita Efetiva do Estado: a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, somo elemento novo e positivo. Receita Não-Efetiva - Também conhecida como Receita por Mutação Patrimonial, constituindo-se aquela arrecadada em decorrência da troca de elementos patrimoniais por recursos financeiros, tais como: alienação de bens, amortização de empréstimos concedidos, cobrança de dívida ativa e, também, aquelas provenientes das operações de créditos que promovem a entrada de recursos tendo em contrapartida o registro de uma obrigação no passivo. Neste caso não haverá um aumento efetivo do Patrimônio. As receitas públicas podem ainda ser classificadas em Receitas Originárias e Derivadas. Receita Originária - Têm-se as receitas provenientes dos bens e das empresas comerciais ou industriais do Estado, isto é, decorrem de atividade explorada pelo Estado em semelhança à atividade particular. Receitas Derivadas - Enquadram-se aquelas decorrentes do poder de coerção que o Estado possui e, por meio dele promove a arrecadação do setor privado, incluindo-se os impostos, taxas, contribuição de melhoria, contribuições parafiscais e as penas pecuniárias que encampam as multas e confiscos. economia.pmd 16/8/2007, 15:3121 22 Universidade do Sul de Santa Catarina Exemplificando, podemos citar o Imposto Sobre a Renda e Proventos de Qualquer Natureza. O que é Despesa Pública? Podemos classificar a Despesa Pública como o conjunto de dispêndios do Estado ou de outra pessoa de direito público, para fazer face ao custeio do funcionamento e manutenção dos serviços públicos. Exemplificando, citamos os gastos com pessoal ativo e inativo, materiais de consumo, equipamentos etc. Pereira (2003, p. 43), assim define a Despesa Pública: A aplicação de determinada quantia em dinheiro, por parte da autoridade ou agente público competente, com base numa autorização legislativa, para execução de um fim a cargo do governo. Diz-se, portanto, que são de natureza econômica, jurídica e política, os elementos constitutivos da Despesa Pública. Econômica, em virtude de corresponder à aplicação de determinada quantia em dinheiro público. Jurídica, pois como parte integrante do orçamento, compreende as autorizações para gastos com as várias atribuições e funções governamentais. Política, face às Despesas Públicas representarem a distribuição e o emprego das receitas para custeio de diferentes setores da Administração pública, e para os investimentos no setor privado. O que é Orçamento Público? Como um processo contínuo que traduz, em termos financeiros, planos, programas, projetos e atividades de trabalho, para um determinado período de tempo, o Orçamento Público apresenta-se como um instrumento de regulação do ritmo do fluxo dos recursos, receitas e despesas, que foram previstos, fixados e aprovados pelo legislativo. O Orçamento Público para ser aprovado, e transformado em lei, necessita observar alguns princípios fundamentais e, entre eles, o da anualidade, que estabelece a vigência do orçamento pelo período de um ano. economia.pmd 16/8/2007, 15:3122 Economia do Setor Público 23Unidade 1 O que é Crédito Público? Um dos meio que o Estado poderá obter uma receita pública, configura-se pelo Crédito Público, isto é, pelas chamadas operações de créditos (empréstimos e financiamentos). Deodato (1977, p. 231) afirma que “é o crédito público que dá ao Estado o poder ou a faculdade de dispor de capital alheio, isto é, do empréstimo, mediante promessa de reembolso”. De acordo com o autor acima, pode-se estabelecer que por meio do Crédito Público surgem as receitas de caráter temporário, consubstanciadas pela necessidade de reembolso, fazendo com que se configure no serviço da dívida pública do Estado, os empréstimos internos e externos. Seção 4 – Qual a relação do crescimento dosetor público e a evolução das despesas do setor? Vimos até aqui que o Estado pelo seu poder supremo, interfere e desenvolve atividades de natureza fiscal e financeira com o propósito de manter o desenvolvimento econômico. Observamos, também, que dentre as atividades fiscal e financeira encontramos aquelas destinadas à obtenção dos recursos decorrentes da arrecadação das receitas e obtenção de seus créditos, além daquelas destinadas à regulação por meio do orçamento e os dispêndios por meio das despesas públicas. É de suma importância a participação dos gastos públicos em suplemento aos dispêndios privados, para que haja uma correta regulação do mercado e har- monia no processo de desenvolvimento econômico. Para você compreender os assuntos que serão tratados nesta seção, é importante que recorramos aos ensinamentos dos mestres e pensadores antepassados, assim como fez Pereira (2003, p. 90-93), destacando as contribuições de Adolph Wagner e Keynes. Adolph Wagner, citado por Pereira (2003, p. 90), ao tratar da evolução das despesas públicas, formulou a denominada “Lei de Wagner”, cuja proposição foi assim estabelecida: À medida que cresce o nível de renda em países industrializados, o setor público cresce sempre a taxas mais elevadas, de tal forma que a participação relativa do governo na economia cresce com o próprio ritmo de crescimento econômico do país. economia.pmd 16/8/2007, 15:3123 24 Universidade do Sul de Santa Catarina Richard Bird, também citado por Pereira (2003, p. 90-91), buscando resumir a contribuição destacada por Adolph Wagner, indica as razões para a formulação da referida hipótese de que a participação relativa do governo na economia cresce com o próprio ritmo de crescimento econômico do país: A primeira razão está relacionada ao crescimento das funções administrativas e de segurança que decorrem do processo de industrialização, inclusive o próprio crescimento do número de bens públicos em virtude de maior complexidade da vida urbana. A Segunda razão está ligada ao crescimento das necessidades relacionadas à promoção de bem-estar social (educação e saúde), cuja demanda deveria crescer com o crescimento econômico do país. A terceira razão é em decorrência do desenvolvimento de condições para a criação dos monopólios, motivada por modificações tecnológicas e da crescente necessidade de elevados investimentos para alguns setores industriais, cujos efeitos teriam que ser reduzidos pela maior intervenção direta ou indireta do governo no processo produtivo. Discorrendo acerca do papel dos gastos públicos e a geração de poupança, Pereira (2003, p. 92-93) destacou a diferença relativa entre a proposição de Kenyes e seus antepassados que tinham na poupança o principal elemento da expansão econômica, estabelecendo que Kenyes ao introduzir o conceito exante, assim enfatizou: a diferença entre poupança e investimento definindo que, sempre que as poupanças desejadas superassem os investimentos planejados, haveria uma insuficiência de demanda agregada e surgiria a recessão. Assim, o investimento seria a variável importante e a poupança, por sua vez, simplesmente se ajustaria, através da renda, ao nível de investimento. O postulado do pensador, citado por Pereira (2003), parece-nos muito claro ao definir que, nos momentos de insuficiência de demanda, decorrente, evidentemente, do elevado nível da poupança, o governo sentiria a real necessidade de sua influência, assumindo um papel ativo no sentido de complementar os gastos privados, fosse reduzindo impostos ou realizando investimentos, incluindo a oferta e concessões ao setor privado para exploração de atividades que oferecessem reflexos diretos na economia. Exemplificando, podemos citar que em períodos inflacionários, nos quais há uma suposta valorização da moeda, os níveis de poupança tendem a subir, o governo, por sua vez, necessitará intervir gerando estímulo ao setor produtivo, seja reduzindo imposto, concedendo incentivos ou, até mesmo, promovendo a expansão de seus serviços. Pode-se assim dizer que o uso consciente dos meios fiscais do governo – tributação, gastos e dívida pública, deve ter como objetivo principal neutralizar economia.pmd 16/8/2007, 15:3124 Economia do Setor Público 25Unidade 1 as tendências cíclicas da economia, traduzidas em inflação e recessão, necessitando o governo de criar condições indispensáveis ao pleno emprego. É, portanto, natural que o crescimento da despesa pública evolua à medida que cresce a demanda do setor público e o aumento das necessidades coletivas da sociedade, mas é preciso ter a visão do contexto econômico e assimilar que as despesas ou gastos do setor público podem exercer influência direta na regulação da economia do país. Atividades de auto-avaliação Leia com atenção os enunciados e responda as questões. 1. Segundo Baleeiro (1995, p. 129-130), definindo a receita pública destaca: a entrada que, integrando-se no patrimônio público sem quaisquer reservas, condições ou correspondência no passivo, vem acrescer o seu vulto, como elemento novo e positivo. Com suas palavras, faça um pequeno comentário acerca das expressões: “sem quaisquer reservas” e “como elemento novo e positivo”. 2. Nossa Carta Constitucional, além de retificar o Estado democrático de direito em que se constitui o Brasil, visa a: a- ( ) Preparar o cidadão para o exercício da cidadania. b- ( ) Defender que o poder é central e não emana do .povo. c- ( ) Determinar que os representantes do povo sejam .indicados diretamente pelo Presidente da Nação. d- ( ) O controle da economia sem se preocupar com as necessidades sociais e- ( ) Estabelecer que as ações direcionadas ao bem .comum é responsabilidade da sociedade. economia.pmd 16/8/2007, 15:3125 26 Universidade do Sul de Santa Catarina 3. Pereira (2003, p. 32) destaca: “sabemos que o Estado dispõe de recursos e instrumentos muito poderosos, como, por exemplo, o poder de coerção”. Tal poder consiste em: a- ( ) Instituir e cobrar tributos. b- ( ) Subsidiar o setor privado visando a incentivar o .processo econômico. c- ( ) Separar as ações do governo das atividades ligadas .ao desenvolvimento econômico. d- ( ) Definir que o Estado não deve intervir no setor .econômico. e- ( ) As alternativas “a” e “b” estão corretas. 4. No início do século XX, a estrutura tributária do Brasil preocupava-se quase que exclusivamente com os impostos: a- ( ) Sobre a renda das pessoas físicas. b- ( ) Sobre a renda das pessoas jurídicas. c- ( ) Sobre produtos industrializados. d- ( ) De importação e exportação. e- ( ) Sobre a circulação de mercadorias e a transmissão .de serviços – ICMS. 5. Dentre as atividades fiscais do Estado temos: a- ( ) Atividades de segurança nacional. b- ( ) Atividades de natureza social. c- ( ) Atividades de natureza orçamentárias. d- ( ) Atividades de natureza tributária. e- ( ) As alternativas “c” e “d” estão corretas. 6. Obter, criar e despender o dinheiro indispensável às necessidades cuja satisfação está sob a responsabilidade do Estado, consiste em uma atividade deste, classificada, segundo Pereira (2003, p. 41), como: a- ( ) Atividade financeira. b- ( ) Atividade econômica. c- ( ) Atividade político-social. d- ( ) Atividade industrial. e- ( ) Atividade administrativa. economia.pmd 16/8/2007, 15:3126 Economia do Setor Público 27Unidade 1 7. A faculdade de dispor de capital alheio, isto é, do empréstimo, mediante promessa de reembolso, é caracterizado dentro das atividades financeiras do Estado como: a- ( ) Orçamento público. b- ( ) Receita pública orçamentária. c- ( ) Receita pública de natureza extra-orçamentária. d- ( ) Receitas de caráter contínuo. e- ( ) Crédito público. 8. De acordo com a Lei de Wagner, à medida que cresce o nível de renda em países industrializados, o crescimento do setor público cresce: a- ( ) Na mesma proporção dos níveis de renda. b- ( ) Em sentido contrário à expansão da renda. c- ( ) Sempre a taxas mais elevadas, o mesmo ocorrendo .coma participação do governo na economia. d- ( ) De acordo com o nível populacional. e- ( ) Conforme a variação da moeda. economia.pmd 16/8/2007, 15:3127 Síntese da unidade Nesta unidade você estudou sobre as diversas funções do Estado na economia. Em primeiro lugar, estudou a função do Estado como agente preponderante, as formas e as etapas de sua interferência no processo econômico. Em segundo lugar, aglutinamos os aspectos relacionados à atividade fiscal de Estado e, por fim, dialogamos sobre sua atividade financeira, incluindo os conceitos de: receita, despesa, orçamento e crédito públicos como instrumento das atividades fiscal e financeira do Estado. Não é demais relembrar que o Estado, como ente supremo, tem o poder e direito legal de intervir na atividade econômica, não só para obter os meios de que necessita para a manutenção de suas atividades mas, também, agir como elemento estimulador ao processo produtivo de modo a propiciar a geração e distribuição de renda. Outro aspecto importante, que você deve lembrar, diz respeito às receitas que podem ser originárias de uma função desenvolvida pelo Estado ou derivada de seu poder de coerção, ou seja, do seu poder de tributar, associando-se àquelas decorrentes dos créditos públicos, ou como conhecidas, das chamadas operações de créditos. Finalmente, você estudou que as despesas públicas crescem na mesma direção da evolução do setor e que, utilizadas de maneira racional pelo Estado, exercem vital importância na regulação do processo econômico. Saiba mais É importante você ampliar os estudos acerca do assunto tratado nesta unidade, especialmente sobre as Finanças Públicas e o papel do Estado na economia. Recomendamos a leitura dos livros apresentados nas referências. Todos tratam o conteúdo de forma objetiva e com muita profundidade. economia.pmd 16/8/2007, 15:3128 2 Unidade 2 Participação do Estado na economia brasileira Objetivos de aprendizagem Compreender as diferentes fases da intervenção estatal na economia. Conhecer por que ocorrem as estatizações. Conhecer os diversos papéis do Estado na economia. Seções de estudo Nesta unidade você vai estudar as seguintes seções: Seção 1 Qual a cronologia da intervenção estatal na economia? Seção 2 Quais as razões da estatização? Seção 3 Qual o papel do Estado? economia.pmd 16/8/2007, 15:3129 30 Universidade do Sul de Santa Catarina Para início de conversa Nesta unidade você vai estudar sobre as variadas fases de nossa economia, o papel destacado do Estado e o porquê das estatizações do passado. Seu conteúdo foi produzido com auxílio da obra de Fábio Giambiagi e Ana Cláudia Além. Finanças Públicas. Teoria e Prática no Brasil. 2ª ed. São Paulo: Campus, 2000. Você sabe quando iniciou a intervenção estatal na economia? Sabe quais as razões da estatização? E qual o papel do Estado? Se você não sabe responder a estas questões, inicie agora a leitura desta unidade. No final, retorne a estas questões e perceba que você tem subsídios para respondê-las. Seção 1 – Qual a cronologia da intervenção estatal na economia? Antes de você conhecer a cronologia da intervenção do Estado na economia brasileira, é importante saber e avaliar o que Giambiagi e Além (2000, p. 86- 87), classificaram como “o caráter não pré-concebido da participação do Estado na economia”. Segundo os autores acima, a expansão da participação do Estado nas atividades econômicas no Brasil não decorreu de uma atitude deliberada do Estado com vistas a ocupar o espaço do setor privado. Em nenhum momento a maior intervenção do Estado teve a intenção de instalar o socialismo no Brasil. Pelo contrário, o objetivo foi consolidar o sistema capitalista no país (idem). Giambiagi e Além (2000, p. 86-87) destacam, pelo menos, quatro aspectos básicos e inevitáveis que teriam levado a uma maior intervenção do Estado na economia brasileira, que são: 1) a existência de um setor privado relativamente pequeno; 2) os desafios colocados pela necessidade de enfrentar crises econômicas internacionais; 3) o desejo de controlar a participação do capital estrangeiro, principalmente nos setores de utilidade pública e recursos naturais; 4) o objetivo de promover a industrialização rápida de um país atrasado. economia.pmd 16/8/2007, 15:3130 Economia do Setor Público 31Unidade 2 A investidura estatal no setor de produção de bens e serviços, nos idos de 1960, deu-se em decorrência da incapacidade e/ou desinteresse do setor privado em investir em setores marcados pela necessidade de vultosos recursos e com longo prazo de maturação dos investimentos. O Estado, portanto, entra no processo de industrialização com propósito único de estabelecer proteção ao mercado local, assumindo, além do papel de planejador, a realização de investimentos em setores considerados estratégicos para o desenvolvimento industrial brasileiro, com destaque para a infra-estrutura, especialmente energia elétrica, telecomunicações e estradas para viabilizar o escoamento da produção. Pelo menos dois exemplos básicos são destacados para ratificar essa obrigatória investida do Estado na economia brasileira, a criação da Companhia Siderúrgica Nacional e a deterioração dos serviços de telefonia no eixo Rio de Janeiro e São Paulo, no decorrer dos anos de 1960, o que tornou inevitável a estatização do setor devido ao alto montante de recursos requeridos e as dificuldades de se obter investimentos privados. Outro aspecto que marcou a intervenção do Estado na economia foi a existência de setores nos quais fatores tecnológicos e/ou de mercado apontavam para o monopólio como a estrutura de mercado mais apropriada. Aqui vamos encontrar os chamados monopólios naturais, onde a propriedade estatal colocava-se como uma solução para a regulação do problema (idem). Portanto, é possível assegurar que o Estado, na verdade, buscou a ocupação de espaços “vazios” correspondentes às atividades essenciais para o desenvolvimento econômico e para o fortalecimento do próprio setor privado e não a ampliação deliberada da intervenção daquele em detrimento do setor privado. Observa-se, assim, que nos últimos anos, em virtude do afloramento da viabilidade de investimentos de capital privado, o Estado, no sentido de estabelecer uma maior e melhor distribuição da renda e avanços na economia, vem promovendo a liberação de determinadas atividades ao setor privado e, desta forma, reduzindo sua intervenção no setor. Como ocorreu a intervenção no setor privado antes de 1930? Neste período, em que pese a importância da intervenção do Estado na economia, o processo ocorreu de forma desordenada e sem nenhum planejamento, isto se deu, também, em função do desinteresse de Portugal pelo Brasil. economia.pmd 16/8/2007, 15:3231 32 Universidade do Sul de Santa Catarina A situação modificou-se com a descoberta do ouro no século XVIII e, com a vinda da corte portuguesa para o Brasil, no início do século XIX, o interesse pelo desenvolvimento da colônia aumentou, formando-se um modesto setor privado com orientação comercial, período em que, mesmo sendo mínima a intervenção, o governo passou a exercer um maior controle sobre a colônia. Como principal ação da esfera estatal daqueles tempos, destaca-se a fundação do primeiro Banco do Brasil, criado em 1808 e, além disso, o Estado começou a introduzir normas visando à regulação das ações econômicas, fixando as tarifas, estabelecendo condições de isenção e incentivos fiscais. Segundo Giambiagi e Além (2000, p. 87), “a principal atividade econômica na época era a agricultura. Os principais objetivos do governo eram a expansão da atividade agrícola; a preservação de boas relações com o capital estrangeiro; e a estabilidade econômica”. Acrescentam os autores que, “em relação ao apoio à agricultura, destacavam-se os esforços de evitar ciclos aguados do café que se traduziram na política de preços mínimos para o produto. Em 1906 foi assinado pelos três principais produtores de café – São Paulo, Rio de Janeiro e Minas Gerais – o convênio de Taubaté,pelo qual, os governos dos estados se engajaram em esquemas de preços mínimos e de controle da produção”(idem). O processo de industrialização, além de incipiente, não era a prioridade da política econômica. Porém, já havia a adoção de tarifas de importação com objetivo de proteger a produção manufatureira local, tendo o Estado uma atuação mais marcante nos setores da infra-estrutura, nos quais as relações externas justificavam os investimentos estatais nas atividades portuária, de navegação e saneamento. A intervenção do Estado, naquele período, foi essencial em virtude de que iria garantir uma rentabilidade mínima aos investidores estrangeiros, o que possibilitou a realização dos primeiros investimentos no sistema básico de transporte e utilidade pública, sendo as ferrovias construídas com capital inglês, que tinham do governo a garantia de uma taxa mínima de retorno do capital investido. Finalizando os comentários sobre os acontecimentos desta época, pode-se concluir que a progressiva estatização das ferrovias, que ocorrera no início do século XX, deu-se em virtude de que as garantias de rentabilidade ao capital estrangeiro tornou-se peso insustentável para o governo. Assim, o Estado tinha economia.pmd 16/8/2007, 15:3232 LAURA Realce Economia do Setor Público 33Unidade 2 que conciliar as taxas de rendimentos adequadas aos investidores e as tarifas fixadas para os serviços públicos para que elas não se tornassem socialmente injustas aos usuários. Como ocorreu a intervenção no setor privado em 1930? Este período foi marcado pela crise decorrente das guerras, provocando uma verdadeira mudança de mentalidade do governo brasileiro, na qual a industrialização passou a se constituir uma crescente preocupação e prioridade, especialmente em virtude dos entraves nas transações comerciais com o mercado externo, gerando dificuldades nas importações e provocando retração do processo de produção. Estes fatores acabaram constituindo-se em importantes marcos para a industrialização, em virtude de que a impossibilidade de importação mostrou ao governo a necessidade de diversificação do setor industrial, servindo de atenuante à vulnerabilidade externa e estímulo ao crescimento da indústria local. Nesta década, a ação do Estado manifestou-se de forma mais atuante em relação aos instrumentos de regulação, notadamente sobre o controle de preços básicos, incluindo água, eletricidade, gasolina e outros, além do estabelecimento de tetos para as taxas de juros e a criação de autarquias, sempre com o enfoque voltado à proteção do mercado local. Outro marco deste período, sem dúvida, consiste no fato de que a União assumiu, de vez, a responsabilidade pela fixação de preços e controle da produção de um setor da economia, ao tomar para si as ações voltadas à sustentação do preço do café. Associado a esse fator foi, também em 1930, introduzido o controle do câmbio que indiretamente surtiu efeito na proteção do setor industrial brasileiro. O poder regulatório do governo expandiu-se com a criação das autarquias que em colaboração com os produtores, regulavam a produção, os preços e auxiliavam no financiamento de construção de armazéns e outros componentes de produção. Em 1934 foi criado o Código das Águas, dando ao governo o poder de fixar tarifas de eletricidade, tendo elas a peculiaridade de garantir a rentabilidade máxima de 10% sobre o capital investido e, finalmente, em 1937, outro fato de relevante importância para o desenvolvimento econômico do país deu-se com a criação da Carteira de Crédito Agrícola e Industrial do Branco do Brasil, garantindo a oferta de empréstimos de prazo mais longo para os estabelecimentos industriais. economia.pmd 16/8/2007, 15:3233 34 Universidade do Sul de Santa Catarina Como ocorreu a intervenção no setor privado na década de 1940 e 1950? Este período foi marcado por sucessivos acontecimentos que marcaram significativamente a participação do Estado na economia, os quais destacaremos para que você possa entender o processo: 1) Este período foi o marco do início de formação do setor produtivo estatal, em decorrência da preocupação de garantir o andamento do processo de industrialização, para o qual era importante que não houvesse falta de insumos de produção, caracterizando-se também este período pela necessidade de garantir o que se convencionou chamar de segurança e soberania nacional, estabelecendo uma espécie de freio às interferências do mercado externo. 2) Consolidação do compromisso do governo com o desenvolvimento econômico, com a instalação do primeiro setor empresarial público, gerado pela criação da Companhia Siderúrgica Nacional – CSN, em 1942, sendo esta resultante das dificuldade geradas pela Segunda Guerra Mundial, das fragilidades do setor privado e da convicção entre militares de que uma empresa de aço nacional se constituía em um aspecto importante em termos de segurança nacional. 3) As ações do governo não pararam por aí. Naquele mesmo ano foi criada a Companhia Vale do Rio Doce (CVRD). O Banco Nacional de Desenvolvimento Ecônomico (BNDE), também decorrente da fragilidade do mercado de capitais privado e da necessidade do Estado de fornecer financiamentos em prazos mais longos e com menores custos, para que não houvesse queda no processo de desenvolvimento. 4) Juntamente à criação do BNDE, mais tarde BNDES, foi também instituído o Programa de Reaparelhamento Econômico, visando à modernização da infra-estrutura, ficando o BNDES com a finalidade de manter o financiamento necessário ao crescimento e modernização do setor, incluindo em suas funções o fomento e o financiamento das indústrias pesadas. economia.pmd 16/8/2007, 15:3234 Economia do Setor Público 35Unidade 2 5) Em 1953, também com a finalidade de reduzir a vulnerabilidade do país aos choques externos, incrementar a garantia da segurança nacional e fortalecimento da soberania do país, foi criada a PETROBRÁS, consolidando-se num ponto marcante do setor produtivo estatal, que surgiu de uma forte aliança entre militares e tecnocratas em favor da expansão do processo de desenvolvimento. 6) Em 1950, o então Presidente Jucelino Kubitschek, implantou a máxima “50 anos em 5”, sacramentando o pensamento desenvolvimentista no Brasil, tendo por objetivo a plena sustentação do processo de industrialização. 7) Outro marco deste período diz respeito à introdução do planejamento pró-industrialização do país com a implantação do Plano de Metas em 1957, priorizando o aprofundamento da estrutura industrial. Para tanto, caberia ao Estado os investimentos nos setores de energia, transporte, e em atividades industriais básicas como o refino do petróleo e siderurgia, além de incentivos aos investimentos privados para expansão e diversificação do setor industrial, dando ênfase nos setores de produção de insumos básicos e bens de capital. 8) O esforço para a manutenção do desenvolvimento pautou-se num tripé, composto pelos capitais estatal, multinacional e privado nacional, sendo os dois primeiros “pés” formados pelos investimentos estatal e multinacional, havendo uma verdadeira complementaridade entre ambos. O Estado ficou responsável pelo investimento pesado em infra-estrutura básica, incluindo energia elétrica e transporte. Já, o capital estrangeiro, pelos investimentos na indústria metal-mecânica. Ao capital privado nacional coube, especialmente, o investimento em setores de distribuição e fornecedores para as grandes empresas multinacionais, destacando-se as de autopeças. economia.pmd 16/8/2007, 15:3235 36 Universidade do Sul de Santa Catarina 9) Como incentivo ao investidor privado local, de acordo com (idem, p. 91), destacaram-se: a) fácil acesso e condições favoráveis à obtenção de financiamento externo; b) créditos de longo prazo com baixa taxa de juros; c) reserva de mercado interno para os novos setores industriais a serem criados. 10) Na década de 1950 ocorreu a difusão do controle de preços, no qual as tarifas dos serviços de utilidade pública, além da energia elétrica, abrangerama telefonia e o transporte público. Outros preços considerados básicos como aluguéis, alimentos, gasolina etc, também foram incluídos no sistema de controle de preços. O controle dos preços dos alimentos era realizado pela Comissão Federal de Abastecimento e Preços (COFAP), que posteriormente transformou-se na Superintendência Nacional de Abastecimentos (SUNAB). 11) Fechando este ciclo, destaca-se que havia grandes interesses em manter as tarifas públicas em níveis acessíveis com objetivo de promover o crescimento industrial e subsidiar o consumidor, o que fez com que o Estado passasse, paulatinamente, a assumir a responsabilidade pelas atividades ligadas à geração e distribuição de eletricidade, transporte público e telecomunicações, fato que se consolidou com a criação da Companhia Hidrelétrica do Rio São Fran cisco (CHESF), FURNAS, Centrais Elétricas de Minas Gerais (CEMIG) e a Centrais Elétricas de São Paulo (CESP), indispensáveis ao fornecimento de energia adicional para a expansão da economia. Como ocorreu a intervenção no setor privado na década de 1960 e 1970? No decorrer dos anos de 1960 e 1970, continuando com o objetivo de ocupar os espaços vazios da estrutural industrial, o Estado prosseguiu dilatando sua participação direta no setor produtivo e, nesse sentido, foi fundamental a forte aliança entre tecnocratas e militares, sacramentando-se este período, em nível mundial, como o auge da participação estatal na economia. economia.pmd 16/8/2007, 15:3236 Economia do Setor Público 37Unidade 2 Segundo Giambiagi e Além (2000, p. 92-93), as razões que ditaram a expansão das empresas estatais no Brasil são: 1) a política de inflação corretiva de meados dos anos 1960, que aumentou a disponibilidade de recursos; 2) o efeito composição”, associado ao fato de que as estatais atuavam nos setores que lideravam o crescimento na época, ligados à expansão da taxa de investimento; 3) a abundante oferta de recursos dos organismos multilaterais; 4) a proliferação do processo de criação de subsidiárias a partir de uma “estatal-mãe”, e 5) a liberdade administrativa das empresas para contratar e pagar salários elevados. No decorrer dos anos 60, o sistema de telefonia foi estatizado em virtude da brusca queda na qualidade dos serviços telefônicos, surgindo, nesta década, a holding da Eletrobrás e, posteriormente, em 1972, a Telebrás, ocorrendo, também, a criação de subsidiárias pela Petrobrás e pela Companhia Vale do Rio Doce. Surge, em 1974, em meio à crise mundial com o primeiro choque do petróleo, o Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (IIPND), tendo como princi- pal objetivo promover o desenvolvimento dos setores produtores de insumos básicos que permaneciam acanhados. Tais ações acabaram por garantir a manutenção das altas taxas de crescimento em relação ao PIB. O governo tinha, naquela época, duas preocupações básicas: a primeira delas era completar o processo de substituição de importações; a segunda aumentar as exportações o que, por um lado, tornava o país menos vulnerável aos choques externos e, do outro, o aumento da geração de moeda forte decorrente das vendas externas, promovidas por uma maior participação de bens intermediários. O Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento ao mesmo tempo em que representou o auge da intervenção estatal na economia, constituiu-se, também, no início da crise do setor produtivo estatal em virtude da desaceleração do crescimento provocado pelo primeiro choque do petróleo em 1973, exigindo do governo brasileiro, em decorrência da necessidade de geração de divisas, a introdução de um ousado programa de investimentos estatais, o que somente foi viabilizado com o aumento das importações e do endividamento externo do país. economia.pmd 16/8/2007, 15:3237 38 Universidade do Sul de Santa Catarina O objetivo do governo, naquele período, era manter o investimento estatal nos setores de infra-estrutura econômica e serviço público, energia elétrica, transportes e comunicação, estendendo-se, também, às áreas de desenvolvimento social, aí incluídas a saúde, educação e seguridade social. Complementarmente, dá-se a manutenção dos investimentos estatais nos setores monopolizados pelo Estado (extração e refino de petróleo), ficando o setor privado com a responsabilidade pela indústria manufatureira. Considerando que o pilar do plano de desenvolvimento era representado pelos elevados montantes de investimentos no Sistema Eletrobrás, da Petrobrás, da Siderbrás, da Telebrás, além de outras, chega-se à conclusão de que as empresas estatais foram os principais instrumentos utilizados na manutenção da estratégia de “crescimento com endividamento”, pois tiveram seus passivos elevados com a capitação externa de recursos devido à restrição do acesso ao crédito interno. Finalmente, como resultado do período, ocorreu uma forte redução dos aportes de capital na empresas estatais, decorrente dos objetivos antiinflacionários que faziam com que as tarifas públicas fossem reajustadas abaixo da inflação, além de exigir grande corte nos gastos orçamentários, provocando a deterioração da receita tributária. De positivo tem-se que o Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento foi bem-sucedido no que diz respeito aos ganhos de dólares no comércio exterior. Seção 2 – Quais as razões da estatização? Para destacarmos as razões da estatização, vamos subdividir esta seção em três aspectos básicos, os motivos clássicos, a correlação com outros países e as características brasileiras. Quais os motivos clássicos? Procedendo a uma avaliação da intervenção do Estado na economia brasileira, (GIAMBIAGI e ALÉM, 2000, p. 95-96), destacam como principais justificativas: a) a falta de “apetite” do setor privado para entrar em algumas áreas; b) a existência de setores caracterizados por apresentar economias de escala; economia.pmd 16/8/2007, 15:3238 Economia do Setor Público 39Unidade 2 c) a presença de externalidades; d) motivos políticos/nacionalistas; e) o controle de áreas com recursos naturais escassos”. Em primeiro plano observa-se que, em decorrência da incapacidade do setor privado para arcar com projetos específicos de desenvolvimento, o Estado, com objetivo de promover a industrialização, se viu forçado a assumir os investimentos básicos nas áreas de infra-estrutura, serviços de utilidade pública e indústria de base. Constata-se, entretanto, que esta não foi uma exclusividade do governo brasileiro, haja vista que este processo de estatização também ocorreu nos demais países em desenvolvimento, sendo comum em todos a inexistência de um mercado de capitais eficiente que os tornassem independentes de capitais externos. Em segundo plano, a intervenção estatal direcionou-se para setores marcados pela economia de escala, incluindo-se, inicialmente, a energia elétrica, telecomunicações e aço, os quais, em razão das condições técnicas, requeriam uma redução do número de empresas e conseqüente aumento nas escalas, o que se considerava como necessidade de uma produção eficiente. Como terceiro plano das razões da estatização, observa-se a intervenção do Estado em setores geradores de externalidades positivas. O Estado passa a atuar de forma direta e/ou concedendo benefícios e incentivos para a viabiliazação de setores e atividades de reconhecido interesse social como, por exemplo, a eletrificação rural. Porém, neste caso, verifica-se a exclusão das estatais e a atuação direta do governo na construção de rodovias, assegurando melhorias no setor de transporte para garantir o escoamento da produção. Concluindo, observa-se o crescimento de motivos nacionalistas, associados à necessidade de garantia de segurança e soberania nacional, impulsionando a intervenção estatal na economia, agrupando-se, a estes fatores, a necessidade de controle de áreas de recursos naturais escassos como o setor de Petróleo. economia.pmd 16/8/2007, 15:3239 40 Universidade do Sul de Santa Catarina Qual a correlação com outros países? O período, após a Segunda Guerra Mundial, em 1945,foi marcado por uma significativa ampliação da intervenção do Estado na economia, não apenas no Brasil, mas em nível internacional, o que se convencionou chamar de “Novo Estado Keynesiano-desenvolvimentista” destacando-se, neste contexto, o crescimento do desenvolvimento do Estado do Bem-Estar, com o incremento dos serviços sociais, incluindo educação, saúde e infra-estrutura urbana. Nos países menos desenvolvidos, a intervenção do Estado era tida como complementaridade entre os capitais públicos e aqueles do setor privado, e, além disso, a ação crescente do Estado destacou-se no sentido de complementar o sistema produtivo. Giambiagi e Além (2000, p. 97) ressaltam que estas ações ocorreram via: a) investimento direto em setores estratégicos para o desenvolvimento da economia, principalmente no que diz respeito ao fornecimento de insumos básicos e à constituição dos setores de infra-estrutura; b) planejamento do desenvolvimento econômico, com a explicitação de metas setoriais a serem atingidas; c) apoio financeiro a setores considerados estratégicos em dificuldades financeiras. Observa-se, portanto, que a ação direta do Estado nas diversas atividades econômicas constituiu-se uma característica comum na maioria dos países em desenvolvimento, notadamente naqueles que visaram a um processo rápido de crescimento. Quais as características brasileiras? Segundo Giambiagi e Além (2000, pp. 97, 98), as grandes estatais no Brasil ocuparam os espaços vazios associados a setores estratégicos para o desenvolvimento econômico, nos quais os investimentos caracterizavam-se pelo alto nível de capital, baixo custo e longos prazos de maturação dos investimentos. Acrescentam os autores que os principais fatores da crescente ação do Estado na economia brasileira foram: a) a necessidade de solucionar os problemas de Balanço de Pagamentos; b) o objetivo de controlar as atividade de empresas estrangeiras, principalmente no setor de utilidades públicas e exploração de recursos naturais; c) a priorização de um projeto de industrialização acelerado de uma economia atrasada. economia.pmd 16/8/2007, 15:3240 LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce Economia do Setor Público 41Unidade 2 Em que pese o Brasil ter seguido uma tendência comum a outros países, alguns fatores permitiram que tivéssemos um melhor desempenho até o período da década de 1980. Dentre esses fatores podemos destacar o próprio crescimento brasileiro viabilizando as estatais intensivas em capital para obter economias de escala, o que não foi possível em outros países. O governo autoritário limitante do poder dos sindicatos dentro das estatais e a eliminação do poder do Congresso de supervisionar-lhe as operações, além da concentração de esforço, com o propósito de realizar o projeto de industrialização, foram, também, marcos do sucesso brasileiro. Outro fato marcante do Estado Desenvolvimentista no Brasil foi, sem dúvida, o viés nacionalista/desenvolvimentista assegurado pela forte aliança entre militares e tecnocratas e a confiança da comunidade financeira internacional, o que também não foi possível em outros países devido à pouca atuação dos militares no governo. Finalmente, como características e resultados marcantes da intervenção estatal na economia brasileira podemos destacar: a) crescimento da burocracia na órbita da administração indireta, aflorando-se institutos quase que autônomos, fundos e fundações e uma crescente importância das agências descentralizadas na condução da política econômica do governo; b) o nível de emprego público mais que triplicou, passando de 1 milhão nos anos de 1950 para 3,5 milhões em 1973; c) o número de autarquias federais passou de 140 em 1970, para 170 em 1975, sendo o crescimento mais expressivo o número de empresas estatais federais que, de 48 em 1960 passou para 87 em 1969 e para 185 em 1979, além da diversificação das atividades das grandes estatais por meio da criação de subsidiárias, exemplo do caso da Petrobrás que passou também a investir nas áreas de petroquímica e fertilizantes; d) em última escala, cita-se a ampliação dos instrumentos regulatórios como controle da taxa de câmbio, fixação de tarifas, barreiras alfandegárias, subsídios, controle de preços etc. economia.pmd 16/8/2007, 15:3241 LAURA Realce 42 Universidade do Sul de Santa Catarina Seção 3 – Qual o papel do Estado? Nesta seção você vai estudar os diversos papéis assumidos pelo Estado brasileiro no desenvolvimento econômico, em decorrência do nível de atraso dos diversos setores da economia. Ao longo desta seção, você vai observar que no processo de expansão da economia o governo atuou de diversas formas, especialmente como regulador, financiador e agente produtor. Ora mediante a concessão de subsídio ao setor privado, ora financiando os esforços de investimento privado em setores estratégicos e, ora investindo diretamente em setores de infra-estrutura e utilidade pública. Salientando-se que entre 1968 e 1974 foram criadas 231 novas empresas estatais no Brasil. Como foi o Estado como agente regulador? Ao Estado coube estabelecer e exigir o cumprimento de normas de comportamento mediante leis antitrustes (contrárias aos grandes monopólios americanos) e de agências que assegurassem uma conduta competitiva e a regulação dos monopólios naturais. Além de manejo de políticas fiscal e monetária visando a controlar as flutuações econômicas e influenciar a distribuição de renda e a direção do crescimento, cabendo, ainda, influenciar, de forma indireta, a alocação de recursos ao setor em desenvolvimento, o que equiparava nossa experiência ao modelo anglo-saxão tradicional. Sempre tendo como meta a superação do atraso, mediante o processo de industrialização, o Brasil perseguiu vários objetivos, sendo os mais importantes: a) limitar as importações; b) diversificar as exportações; c) reduzir o consumo de petróleo; d) desenvolver fontes domésticas de energia; e) encorajar o desenvolvimento agrícola; f) proteger firmas domésticas; g) promover a transferência de tecnologia avançada. Verifica-se que para atingir estes objetivos foi necessário emergir o papel regulador do Estado, incluindo funções clássicas de alocação, estabilização e distribuição, calcadas na prática de instrumentos tradicionais como: políticas monetária, fiscal e creditícia, políticas de comércio exterior e controle de câmbio e preços etc., que formam o contexto das medidas da política econômica do país. economia.pmd 16/8/2007, 15:3242 LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce Economia do Setor Público 43Unidade 2 Data do início do século o controle dos preços, da produção e do comércio exterior, quando os governos estaduais implementaram programas de garantia de preços mínimos para o café, que posteriormente à Grande Depressão dos anos 1930, passou à responsabilidade do governo federal, tendo por objetivo o controle da produção, ampliando-se a abrangência do programa de apoio introduzido aos produtos como açúcar, sal e madeira. Como papel fundamental no conjunto de instrumentos reguladores do Estado, em proteção ao mercado doméstico, vieram os controles cambiais e de importações. A partir da década de 1930, foram os serviços de utilidade pública que entraram no sistema de controle do governo, em destaque, os aluguéis e alimentos da cesta básica. Já nos idos de 1970, com o advento do Conselho Interministerial de Preços – (CIP), outros produtos industriais básicos também tiveram seus preços controlados pelo Estado, remanescendo, desde aquela época, a atribuição do governo de fixação do salário mínimo. O sistema de incentivos fiscais e linhas de créditos subsidiadas, associadas às intervenções das agências governamentais regulando as decisões privadas com a fixaçãode tarifas, preços e salários, incluindo a aprovação de licenças de exportação, isenções de impostos de importação, e compras de tecnologia estrangeira, constituíram-se em outro importante estímulo aos investimentos nas áreas atrasadas no Brasil, especialmente a partir de 1964 com a proliferação das agências para assegurar o controle sobre os preços, a produção e o comércio exterior. Como foi o Estado como órgão financiador? São vários os fatores associados à intervenção do setor público no sistema financeiro brasileiro, dentre os quais, (idem, p. 100-101), ressaltam: a) seu papel importante em atividades bancárias comerciais e de desenvolvimento; b) as reformas dos anos 1960, que tinham como objetivo modernizar o mercado de capitais brasileiro; c) a crescente importância dos programas de crédito subsidiados nos anos 1970. economia.pmd 16/8/2007, 15:3243 LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce 44 Universidade do Sul de Santa Catarina Os autores citados destacam também as principais mudanças registradas pelas reformas dos anos 60: a) introdução de um sistema de correção monetária para proteger as transações financeiras dos efeitos dos níveis altos de inflação; b) as novas regras e regulamentações para as instituições financeiras, para melhorar o acesso das firmas brasileiras ao financiamento e à capitalização; c) um sistema de financiamento habitacional. O objeto principal das ações do conjunto de instituições financeiras estatais era incentivar o desenvolvimento de setores estratégicos para o quais, as fontes de financiamentos privados não eram adequadas. Os principais organismos estatais eram o Banco do Brasil, criado em 1908, com função específica de concessão de crédito agrícola e apoio às exportações e, a Caixa Econômica Federal (CEF), criada em 1861, cuja função principal era o financiamento do setor de habitação, além do já destacado BNDES, criado em 1952. Na atualidade, o Banco do Brasil mantém a função de principal instituição financiadora do crédito à agricultura e, naquele período, os empréstimos à agricultura eram significativamente subsidiados, chegando a ser remunerado a taxas de juros negativas. Conjuntamente, o Banco Nacional de Desenvolvimento (BNH) e a Caixa Econômica Federal formavam o Sistema Nacional de Habitação (SNH) criado pela reforma de 1964/66, nos quais o objetivo principal era disponibilizar o crédito de longo prazo para a compra de moradia, sendo que com a extinção do BNH. A Caixa Econômica Federal continua sendo a principal fonte de crédito ao setor de habitação. Finalizando este papel de financiador destaca-se o papel do BNDES, criado pela Lei n.º 1628 de 1952, com a denominação de BNDE, tendo como função primordial financiar a infra-estrutura indispensável ao incremento do processo de industrialização brasileiro, constituindo-se, se não a única, mas a principal fonte de financiamento a investimentos de longo prazo no Brasil. Os financiamentos do BNDE concentraram-se, inicialmente, nos setores de transportes, energia e siderurgia, aumentando seu leque de atuação com a concessão de financiamento ao setor privado a contar de 1960. O banco consagrou-se como o pilar da execução do Segundo Plano Nacional de Desenvolvimento (II PND). economia.pmd 16/8/2007, 15:3244 LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce LAURA Realce Economia do Setor Público 45Unidade 2 Como foi o Estado no papel de produtor? Giambiagi e Além (2000, p. 101), ao discorrerem acerca do papel de produtor do Estado, enfatizam que, “ao final da década de 1970 havia cerca de 700 empresas estatais, das quais aproximadamente 250 eram federais; 360 estaduais; e 100 municipais”. Acrescentam os autores que: “Em 1974, uma pesquisa mostrou que dentre as 5.113 maiores sociedades anônimas, mais de 39% de seus patrimônios líquidos pertenciam a empresas públicas, 18% a empresas estatais, e 43% a empresas privadas nacionais. As empresas estatais controlavam 16% das vendas totais, as multinacionais 28%, as firma privadas nacionais, 56 % do total” (idem). O Estado empresário brasileiro direcionava sua atuação nas áreas de mineração, infra-estrutura e serviços de utilidade pública, conte xto em que as empresas estatais eram responsáveis por uma considerável fatia do faturamento e do patrimônio líquido. No campo da indústria de transformação a participação estatal foi importante nos setores de metalurgia e químicos. Nos aspectos siderúrgicos a Usiminas e a Companhia Siderúrgica Paulista (COSIPA), associados à CSN – Companhia Siderúrgica Nacional dominavam o setor, com a Petrobrás comandando o setor de exportação, refino do petróleo e um incremento na distribuição de gasolina. As estatais dominavam também o setor de mineração, face ao controle de 86% do patrimônio líquido das 500 maiores empresas brasileiras, configurando-se a Companhia Vale do Rio Doce, como a principal estatal do setor. economia.pmd 16/8/2007, 15:3245 LAURA Realce LAURA Realce 46 Universidade do Sul de Santa Catarina Atividades de auto-avaliação Leia com atenção os enunciados e responda: 1. Revendo os enunciados acerca da cronologia da intervenção estatal na economia, comente, pelo menos um, dos quatros aspectos básicos destacados por Giambiagi e Além. 2. As décadas de 1940 e 1950 marcaram significativamente a participação do Estado na economia brasileira. Além da preocupação com a falta de insumos de produção, aflorou, também, outro marco que se caracterizou pela necessidade de garantir o que se chamou de: a- ( ) Aliança entre militares e tecnocratas. b- ( ) A ocupação dos espaços vazios deixados pelo setor privado. c- ( ) Segurança e soberania nacional. d- ( ) O aprofundamento do da estrutura industrial e- ( ) O desenvolvimento nacional 3. Dentre as principais justificativas para a intervenção do Estado na economia, citamos: a- ( ) A presença de externalidades. b- ( ) Motivos políticos/nacionalistas. c- ( ) A falta de “apetite” do setor privado para entrar em algumas áreas. d- ( ) Existência de setores caracterizados por apresentar economias de escala. e- ( ) Todas as alternativas estão corretas. economia.pmd 16/8/2007, 15:3246 Economia do Setor Público 47Unidade 2 4. Segundo os principais fatores da crescente ação do Estado na economia brasileira, temos “o objetivo de controlar as atividades de empresas estrangeiras, principalmente no setor de utilidades públicas e exploração de recursos naturais”. Trace um pequeno comentário acerca deste fator. 5. Tendo como meta a superação do atraso mediante o processo de industrialização, o Brasil perseguiu vários objetivos. Dentre eles: a- ( ) Diversificar as exportações e limitar as importações. b- ( ) A crescente importância dos programas de crédito subsidiados em 1970. c- ( ) Encorajar o desenvolvimento agrícola e proteger firmas domésticas. d- ( ) Um sistema de financiamento habitacional. e- ( ) As alternativas “a” e “c” estão corretas. 6. No papel de Estado Produtor, as estatais dominavam o setor de mineração. Este domínio dava-se em decorrência do controle de: a- ( ) 16 % das vendas totais do país. b- ( ) 39 % do patrimônio líquido das 5.113 sociedades anônimas do país. c- ( ) 86 % do patrimônio líquido das 500 maiores empresas brasileiras. d- ( ) 700 empresas estatais do país. e- ( ) 360 empresas estatais. economia.pmd 16/8/2007, 15:3247 Síntese da unidade Nesta unidade você deu continuidade aos estudos relativos às diversas fases de nossa economia, destacando os períodos anteriores à década de 1930 até o final do milênio. Você também conheceu os motivos clássicos, a correlação com outros países e as características brasileiras em relação à estatização de alguns setores de nossa economia, além de conhecer as funções e/ou papéis que o Estado teve de assumir, ao longo dos tempos, de produtor, financiador e regulador do sistema econômico. Saiba mais Você, que pretende ampliar seus conhecimentos acerca
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