Buscar

Esquistossomose Mansônica

Prévia do material em texto

Ana Karolliny, 2020.2 
 
Introdução 
- Bacias dos rios Nilo, na áfrica e no yantzé na Asia 
- Através do trafico de escravos e com imigrantes asiáticos 
Epidemiologia 
- Barriga d’agua, xistose, mal do caramujo 
- é uma doença negligenciada, mas caracteriza um 
importante problema de saúde pública 
- No Brasil, existe cerca de 5 a 7 milhos de infectados 
-700 – 800 mortes anualmente 
Taxonomia 
- Filo: Platyhelmintes 
- Classe: Trematoda 
- Subclasse: Digenea 
- Familia: Schistosomatidae 
- Subfamília: Schistosomatinae 
Vermes de corpo achatado dorsoventralmente, simetria 
bilateral, sistema digestório incompleto, ciclo de vida 
complexo (tipo heteroxênico, ou seja, mais de um 
hospedeiro), não segmentados. Vermes delgados e longos. 
Morfologia 
- vermes adultos (fêmeas mais delgadas), cor 
esbranquiçadas, tegumento com sincícios anucleados, 
recoberto por uma membrana multilamelar que confere 
resistência a resposte imunológica do hospedeiro. 
Macho: menor, longos; duas ventosas na porção anterior 
(ventral = acetábulo), canal ginecóforo (reprodução e 
alojamento das fêmeas), tegumento rugoso 
Femea: corpo cilíndrico; mais longa e delgada e mais escura, 
duas ventosas, tegumento liso. 
 
Grandes, elipsóides, porção anterior delgada e colo posterior 
mais alargada (com espiculo), dupla membrana. O miracidio é 
o embrião 
- longevidade: no interior do hospedeiro: cerca de 20 dias 
após a oviposição; no meio exterior: em fezes sólidas → 2 
a 5 dias e em fezes liquidas → 24h 
- a eclosão ocorre no meio aquático, parece depender da 
hipotonicidade do meio, depende da baixa concentração de 
cloreto de sódio, ou seja, ocorre em águas doces. Alem disso, 
dependem da temperatura e da luminosidade. 
Forma cilíndrica, com epitelio ciliado, terebatorium existe 
para facilitar a adesão ao molusco. Tem fototropismo. 
- capacidade de penetração --.> 8 horas 
- Miraxone → substancia que atrai o miracídio 
 
Forma infectante para o hospedeiro vertebrado. Possui um 
corpo (com ventosas, poro oral e primórdio genital), cauda 
(será perdida ao infectar o hospedeiro) 
- expectativa de vida → 36 a 48 horas 
- período de maior infectiividade → primeiras 8 horas 
- Penetração no hospedeiro → através da pele e mucosas 
 
Hospedeiros intermediários 
Gastrópodes pulmonados limnicos 
Águas paradas 
- Biomphalaria glabrata --.> Altos níveis de infecção, espécie 
de maior importância epidemiológica (nordeste) 
- Biomphalaria tenagophila → regiões sul e sudeste 
- Biomphalaria Straminea → 24 estados brasileiros 
 
 
Aspectos biológicos 
- habitat: sistema porta-hepático, chegando lá realizam o 
hematofagismo, necessário para reprodução (machos 
amadurecem primeiro), longevidade → 5 a 10 anos. Alojam-
se na veia mesentérica inferior ao nível do plexo 
hemorroidário posterior. Locomovem-se através das 
ventosas. 
Hospedeiros definitivos 
- homem, bovinos, marsupiais 
Ciclo biológico 
Penetração da cercaria no hospedeiro vertebrado através 
da pela ou mucosas, se fixam nos folículos pilosos e entram 
no corpo e perdem a cauda originando os esquistossomos 
que migram para o tecido subcutâneo até encontrarem um 
vaso e, finalmente, entrarem na corrente sanguínea. 
Chegam aos pulmões e se diregem ao sistema porta-
hepático. 
Pulmoes → coração esquerdo → aorta → vários órgãos 
→. Mas só os esquistossomos que chegam ao sistema PH 
(SPH) vão se desenvolver 
Alvéolos pulmonares → perfuram o parênquima pulmonar 
→ pleura → diafragma → cavidade peritoneal → 
perfuram o tecido hepático → alcançando o SPH 
Ao chegarem no SPH, iniciam o hematofagismo, os vermes 
machos se desenvolvem primeiro, depois a fêmea (as) se 
aloja no canal ginecóforo do macho e termina a maturação 
para, enfim, ser fecundada. 
Nas ramificações terminais da Veia mesentérica inferior, no 
nível do sigmóide e reto, nesse local elas fazem a oviposição. 
Esses ovos caem na luz intestinal e saem pelas fezes do 
hospedeiro. 
 
 
Cerca de 50% dos ovos alcançam a luz intestinal e o 
restante pode acarretar as manifestações clínicas. 
Patogenia e imunologia – 
Esquistossomose aguda 
- Cercárias: reações de hipersensibilidade imediata, c 
recrutamento de células polimorfonucleares, mononucleares 
e células de langerhans 
 Quimiocinas: CCL3 e MIR 1-alfa 
 Citocinas: IL-1-beta, IL-6 e IL-12p40 
 Linfócitos: CD4+, IL-4 e IFN-gama 
- Dermatite cercariana → Exantema maculopapular 
pruriginoso 
- Oviposição → reação de hipersensibilidade tipo III, 
formação de imunocomplexos 
Forma toxêmica (Forma de Takaiama) → febre alta 
intermitente (39º), calafrios, sudorese, tosse seca, mialgia, 
broncoespasmo, náuseas, vômito, diarréia (muco e sangue), 
disenteria, dor abdominal, anorexia e perda ponderal. Ulceras 
na mucosa do intestino. 
Patogenia e imunologia – 
Esquistossomose crônica 
O ovo é a forma patogênica mais importante, essa forma 
se caracteriza pelo granuloma. Produz uma reação de 
hipersensibilidade tipo IV (granulomas), determinando varias 
formas da doença dependendo da localização. Em torno dos 
ovos surgem vários macrófagos, neutrófilos (dando o 
aspecto de um micro abscesso). 
- Forma intestinal → não há hipertensão portal e coincide 
com a oviposição. Caracteriza-se por: lesões intestinais e 
hepáticas, hepatomegalia, sem hipertensão portal. 
Dispepsia, sensação de plenitude gástrica, pirose, diarréia 
mucossanguinolenta, astenia, dores abdominais. 
- Forma hepatoesplênica → compensada = envolve fígado 
e baço, hiperplasia das células do baço, hipertensão portal 
(dores abdminais atípicas, alterações das funções intestinais 
e peso no hipocôndrio esquerdo. 
 Descompensada = associada a comorbidades 
(hepatites virais e alcoolismo), quadro clínico: 
hemorragia digestiva com hematêmese e/ou 
melena + isquemia hepática + diminuição da função 
do fígado + ascite + edema. 
- Neuroesquistossomose → presença de granulomas no 
SNC; medula espinal: mielite transversa; cerebral: encefálico 
e meníngeo. Pode ocorrer: dor na região lombar com 
irradiação para os MMII, disfunção vesical, constipação 
intestinal, impotência sexual, parestesias e déficit motor ou 
sensorial dos MMII. 
Diagnostico clínico 
- é difícil 
- Sinais e sintomas 
- Dados epidemiológicos 
Diagnostico laboratorial 
- Período pré-patente: não é indicado fazer exames 
parasitológicos, pois ainda não teve inicio a oviposição 
- Período pós-patente: indicado parasitológico, pois a femea 
já tem se alojado e os ovos podem ser eliminados pelas 
fezes. 
- Parasitológicos → coprológicos qualitativos (1) e 
quantitativos, anatomopatológicos 
1. técnica de Lutz ou de Hoffman (analisa a 
sedimentação espontânea dos ovos) 
2. Kato-katz (mais utilizado, baixo custo, rápido); 
Barbosa, Bell e Teesdale 
3. Biopsia retal (biópsia de fragmentos da mucosa 
retal, na altura das válvulas de Houston, são 
resultados comparáveis aos exames coprológicos). 
Outras biopsias (fígado, medula → LCR) 
- Métodos imunológicos → pesquisa de anticorpos e de 
antígenos 
1. ELISA indireto (ensaio de imunoabsorção enzimática), IFI 
(imunofluorescência indireta); indicam apenas resposta 
imune do hospedeiro a antígenos do parasito., ou seja, não 
indica infecção; 
Tratamento – Esquistossomose aguda 
- Prednisona 
1ª semana → 1 mg/kg de peso/dia 
2ª semana → 0,5mg/kg de peso/dia 
3ª semana → 0,25 mg/kg de peso/dia 
- Praziquantel ou Oxamniquina (desuso) 
24 a 48h após o inicio do tto com prednisona 
1. Paraziquantel → comprimidos de 600mg 
- Adultos:50mg/kg de peso 
- Crianças: 60mg/Kg de peso 
Administração por via oral em dose única 
2. Oxamniquina (mais cara) → Cápsulas 250mg de sal 
ativo; Solução – 50mg/ml, para uso pediátrico 
- Adultos → 15mg/Kg de peso 
- Crianças → 20mg/kg de peso 
Administração por via oral em dose única 
Profilaxia 
- Saneamento básico adequado 
- Diagnosticar e tratarprecocemente os parasitados 
- Promover a educação em saúde 
- Atuação da vigilância epidemiológica 
- Notificar (SINAN) os casos em áreas não endêmicas 
- Reduzir a densidade populacional de caramujos através da 
aplicação de moluscicida 
- Drenar ou aterra áreas alagadas

Continue navegando

Outros materiais