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Envelhecimento - Problema 3 - Depressão, Antidepressivos

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Thaís Pires
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Problema 3
1. Estudar o quadro clínico da depressão;
Transtornos de humor = Depressão as EMOÇÕES são respostas TRANSITÓRIAS a um estímulo específico no ambiente, no corpo ou na mente – quando uma emoção se torna PROLONGADA e DOMINANTE é chamada de HUMOR – assim, o humor pode ser independente das circunstâncias IMEDIATAS, o que torna mais difícil o estudo, em laboratório, dele!
	Esse humor pode ser um SINAL observado pelo médico, como a presença de um rosto infeliz, ou pode ser um SINTOMA exclusivo do paciente, como a sensação de desesperança
Para categorizar os transtornos de humor (diferenciando de transtornos mentais e cognitivos) há uma atenção especial para os SINTOMAS, HISTORIA PREGRESSA DO TRANSTORNO, PADRÃO DE TRANSMISSÃO FAMILIAR e RESPOSTA AO TRATAMENTO com esses dados, um pct pode ser diagnosticado com DEPRESSÃO UNIPOLAR (em que só há episódios depressivos) e TRANSTORNO BIPOLAR (quando há alternância entre episódios depressivos e de mania), além de diferenciar se o transtorno é PRIMÁRIO ou SECUNDÁRIO (induzido por fármaco, hipotireoidismo, Parkinson em idosos) – Embora sejam tratados de forma separada, pode-se considerar que o transtorno BIPOLAR seja, na verdade, uma forma mais GRAVE da depressão maior
	Além da classificação em UNIPOLAR/DEPRESSÃO MAIOR e em BIPOLAR, pode haver uma divisão em HIPOMANIA (quando os sintomas maníacos não satisfazem os critérios de um episódio clássico), CICLOTIMIA (forma menor grave do transtorno bipolar) e DISTIMIA (forma menos grave do transtorno depressivo maior)
1) Depressão Unipolar/Depressão Maior – um transtorno depressivo maior ocorre SEM HISTÓRIA DE EPISÓDIO MANÍACO OU HIPOMANÍACO - tem como traço principal o DESÂNIMO (disforia), que está presente na maior parte do dia e em vários dias, frequentemente acompanhado de ANGÚSTIA e INCAPACIDADE DE SENTIR PRAZER (anedonia), com consequente PERDA DE INTERESSE NO MUNDO – o transtorno depressivo maior se diferencia da tristeza normal ou do luto pela GRAVIDADE, ONIPRESENÇA, DURAÇÃO e ASSOCIAÇÃO COM OUTROS SINTOMAS FISIOLÓGICOS, COMPORTAMENTAIS E COGNITVOS
Sintomas Fisiológicos: distúrbios do sono (despertar precocemente, insônia, sonolência), alterações no apetite (perda ou aumento do apetite), perda de peso e falta de energia 
Sintomas Comportamentais: lentidão no movimento (retardo psicomotor) ou agitação
Sintomas Cognitivos: são evidentes no conteúdo dos pensamentos (desesperança, inutilidade, culpa, ideação suicida) e nos processos cognitivos (dificuldade de concentração, prejuízo de memória)
Sintomas Psicóticos – nas formas mais GRAVES – delírios (falsas crenças inabaláveis que não podem ser explicadas) esses sintomas são um REFLEXO DO SENTIMENTO, i.e., se uma pessoa sente-se podre por dentro, pode acreditar que exala um forte odor
A depressão unipolar, episódica, primária, com PELO MENOS 2 SEMANAS DE DURAÇÃO é considerada DEPRESSÃO MAIOR cerca de metade dos casos acomete jovens com menos de 25 anos, e, quanto mais cedo na vida aconteceu o episódio, maior a chance de RECORRÊNCIA (2º episódio) – quando ocorre o 2º episódio, um PADRÃO DE REMISSÕES se instala / algumas pessoas não se recuperam completamente de um episódio agudo, apresentando uma DEPRESSÃO CRÔNICA E CTE mais amena que pode ser pontilhada por episódios mais graves depressões CRÔNICAS LEVES por mais de 2 anos são chamadas de DISTIMIAS, que, embora possua sintomas mais leves, é, a longo prazo, muito incapacitante
a) Diagnóstico 
i. Transtorno depressivo maior – critérios do DSM-5 – importante distinguir entre único e recorrente, uma vez que o CRITÉRIO DE RESOLUÇÃO (i.e., a duração do tratamento e a resolução para os sintomas) para cada episódio é diferente
1. Episódio único – a depressão pode ocorrer como um EPISÓDIO ÚNICO ou ser RECORRENTE, sendo o primeiro diferenciado do segundo pelo CURSO INCERTO dos transtornos únicos!!
Diversos estudos comprovaram que a depressão maior, na verdade, é um CONJUNTO HETEROGÊNEO de transtornos, o que foi justificado por uma avaliação da estabilidade do diagnóstico de depressão maior, que muitas vezes era RECLASSIFICADO ao longo do tratamento
2. Recorrente – Aqueles indivíduos que estão vivenciando pelo menos um SEGUNDO episódio de depressão são classificados com TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR RECORRENTE – para que sejam classificados como dois episódios distintos, é importante que haja uma separação entre os dois de, pelo menos, DOIS MESES, dos quais o pct não pode ter sintomas significativos
ii. DSM-5 = apresentar 5 OU MAIS dos seguintes sintomas durante um período de 2 SEMANAS, representando uma mudança em relação ao funcionamento anterior PELO MENOS um dos 5 ou mais sintomas deve ser HUMOR DEPRIMIDO e ANEDONIA
	
Não incluir sintomas nitidamente associados a outra condição médica
Esses sintomas causam sofrimento clinicamente significativos ou prejuízo no funcionamento social
O episódio não é atribuível aos efeitos fisiológicos de uma substância e/ou condição médica
Obs1: Respostas a uma PERDA SIGNIFICATIVA (p. ex., luto, ruína financeira, perdas por um desastre natural, uma doença médica grave ou incapacidade) podem incluir os 9 sentimentos do DSM 5, que podem se assemelhar a um episódio depressivo essa resposta à perda é FISIOLÓGICA, porém não exclui a possibilidade de um TRANSTORNO DEPRESSIVO MAIOR, sendo importante avaliar a HISTÓRIA DO INDIVÍDUO e as NORMAS CULTURAIS para a expressão de sofrimento no contexto de uma perda
Obs2: LUTO X EPISÓDIO DEPRESSIVO MAIOR (EDM) - no luto, predomina sentimentos de VAZIO E PERDA, enquanto no EDM há HUMOR DEPRIMIDO PERSISTENTE e incapacidade de antecipar felicidade ou prazer
· Flutuação - A disforia no luto pode diminuir de intensidade ao longo de dias a semanas, ocorrendo em ondas, conhecidas como “dores do luto” tendem a estar associadas a pensamentos ou lembranças do falecido O humor deprimido de um EDM é mais PERSISTENTE e não está ligado a pensamentos ou preocupações específicos. 
· Conteúdo dos pensamentos - Os pensamentos no luto geralmente apresentam preocupação com LEMBRANÇAS DO FALECIDO, em vez das ruminações autocríticas ou pessimistas encontradas no EDM. 
· Autoestima - No luto, a autoestima costuma estar preservada, ao passo que no EDM os sentimentos de desvalia e aversão a si mesmo são comuns. Se presente no luto, a ideação autodepreciativa costuma envolver a percepção de falhas em relação ao falecido (p. ex., não ter feito visitas com frequência suficiente, não dizer ao falecido o quanto o amava). 
· Suicídio - Se um indivíduo enlutado pensa em MORTE E EM MORRER, tais pensamentos costumam ter o foco no falecido e possivelmente em “se unir” a ele, enquanto no EDM esses pensamentos têm o foco em acabar com a própria vida por causa dos sentimentos de desvalia, de não merecer estar vivo ou da incapacidade de enfrentar a dor da depressão
iii. Especificadores (Características dos Sintomas) – podem ser utilizados para descrever pcts com transtornos de humor, i.e., são SUBTIPOS DA DEPRESSÃO (depressão psicótica, depressão melancólica...)
1. Com aspectos psicóticos – a presença de aspectos psicóticos (em incongruência com a realidade – delírio, alucinação, fala incoerente) no transtorno depressivo maior reflete UM MAU PROGNÓSTICO em um estudo, foi constatado que o TRANSTORNO BIPOLAR TIPO 1 é mais comum em famílias com histórico de DEPRESSÃO PSICÓTICA / Além disso, geralmente os pcts com aspectos psicóticos necessitam de MEDICAÇÃO ANTIPSICÓTICA além dos antidepressivos
Os sintomas psicóticos são categorizados como:
i. Congruentes com o Humor – em harmonia com o transtorno de humor “eu mereço ser punido porque sou muito mau”
ii. Incongruentes com o Humor – geralmente podem desenvolver transtorno esquizofrênico 
2. Com aspectos melancólicos – um termo muito utilizado na psiquiatria para se referir a depressão caracterizada por 
a. Anedonia grave, 
b. Despertar matinal precoce, 
c. Perda de peso; 
d. Sentimentos profundos de culpa 
Não é incomum que esses pacientes apresentem IDEAÇÃO SUICIDA – essa melancolia está associadaa DISTÚRBIOS ENDÓCRINOS, sendo denominada “depressão endócrina”, i.e., que se origina na AUSÊNCIA DE ESTRESSORES ou PRECIPITANTES EXTERNOS da vida
3. Com aspectos Atípicos – embora atípicos, possuem características específicas, previsíveis, como o EXCESSO DE APETITE e de SONO, muitas vezes chamados de sintomas vegetativos reversos – esses pcts tem uma idade de início mais precoce; lentificação psicomotora mais grave; comorbidade como transtorno de pânico
4. Com aspectos catatônicos – mais frequente na esquizofrenia e nos transtornos de humor, a catatonia (estupor, afeto embotado, reclusão, retardo psicomotor) pode ser observada naquela depressão com aspectos psicóticos / 
5. Com início no pós-parto – só é classificado como distúrbio do humor no pós parto se o início ocorrer 4 SEMANAS após o parto
iv. Características Clínicas – Nos transtornos de humor, os dois padrões básicos de sintoma são DEPRESSÃO e MANIA – os episódios depressivos podem ocorrer tanto na depressão maior quanto no transtorno bipolar tipo 1, não havendo diferença SIGNIFICATIVA de características entre esses episódios, então o que ajuda a diferenciar um do outro é a HISTÓRIA DO PCT, DA FAMÍLIA!!!
1. Episódios Depressivos – os sintomas fundamentais da depressão são HUMOR DEPRIMIDO e PERDA DE INTERESSE/PRAZER com frequência, os pcts descrevem os sintomas de depressão como uma DOR EMOCIONAL ANGUSTIANTE, com incapacidade de chorar
a. Cerca de 2/3 dos pacientes deprimidos COGITAM O SUICÍDIO, e 10-15% o cometem – aqueles indivíduos hospitalizados por uma tentativa de suicídio tem risco mais elevado de concretizar a vontade suicida do que os não hospitalizados
b. Cerca de 97% dos deprimidos se queixam de REDUÇÃO DE ENERGIA, com dificuldade para terminar tarefas, mau desempenho escolar ou no trabalho
c. Cerca de 80% queixam de DIFICULDADE PARA DORMIR, especialmente pelo despertar matinal precoce e os despertares múltiplos ao longo da noite
d. Alterações de APETITE compreendem aquelas para mais e para menos – essas alterações podem agravar comorbidades, como diabetes, hipertensão arterial, DPOC
e. Cerca de 90% dos deprimidos apresentam ANSIEDADE e os seus transtornos, como o de pânico
Obs: DEPRESSÃO EM IDOSOS – a depressão é mais comum em PESSOAS MAIS VELHAS, chegando a uma prevalência de 50%, embora seja POUCO DIAGNOSTICADA e, consequentemente, POUCO TRATADA!!! Vários estudos apontam que esse transtorno pode estar relacionado a CONDIÇÃO SOCIOECONÔMICA BAIXA, PERDA DE CÔNJUGE, COMORBIDADE e ISOLAMENTO SOCIAL
2) Depressão Bipolar – um episódio depressivo que ocorre em indivíduo com TRANSTORNO BIPOLAR tipo 1 (transtorno de humor com variação entre mania e depressão) enquanto que a mania é caracterizada por EUFORIA ou IRRITABILIDADE, IMPULSIVIDADE, REDUÇÃO DA NECESSIDADE DE DORMIR = OTIMISMO EXTREMO – gasta além do que pode pagar, autoestima infla a mania afeta a COGNIÇÃO, uma vez que o indivíduo dificilmente consegue se ATER A UM TEMA, trocando de assunto / pcts que tiveram UM EPISÓDIO DE MANIA são diagnosticados com TRANSTORNO BIPOLAR, mesmo que não tenha ocorrido episódio depressivo – geralmente eles ocorrem no INÍCIO DA FASE ADULTA, tendo como principal agente PRECIPITANTE a PRIVAÇÃO DE SONO
	Dep. Bi. Tipo I – definido como curso clínico de UM OU MAIS episódios maníacos e, AS VEZES, episódios depressivos maiores
	Dep. Bi. Tipo II – Episódios de depressão maior e hipomania
3) Epidemiologia 
a. Incidência e Prevalência – o transtorno depressivo maior tem a prevalência mais alta ao longo da vida de todos os transtornos psiquiátricos (17%)
b. Sexo – No transtorno depressivo maior, independente do país ou da cultura, há uma prevalência DUAS VEZES MAIOR do transtorno depressivo em MULHERES do que em homens as hipóteses para tal incluem as diferenças hormonais, efeitos do parto, estressores psicossociais diferentes para mulheres / Já o transtorno bipolar tipo 1 possui prevalência igual entre homens e mulheres 
c. Idade – O início do transtorno bipolar tipo 1 é mais PRECOCE que o do transtorno depressivo maior! A média de início do transtorno depressivo é em torno dos 40 anos, sendo 50% dos casos entre 20-50 anos
d. Estado Civil – mais frequente em pessoas SEM relacionamentos interpessoais íntimos e naquelas DIVORCIADAS
4) Tratamento Farmacológico
Importante que o diagnóstico tenha sido estabelecido corretamente, uma vez que os transtornos do espectro unibolar e bipolar requerem TRATAMENTOS DIFERENTES / O tratamento farmacológico tem como objetivo a REMISSÃO DOS SINTOMAS, não apenas a redução, uma vez que sintomas residuais podem desencadear uma REICIDIVA
A utilização de farmacoterapia específica para o TDM quase DUPLICA as chances de recuperação de um paciente em UM MÊS (eita), uma vez que os antidepressivos do mercado podem levar de 3-4 semanas para exercer efeito terapêutico / A escolha do antidepressivo é feita pelo 
· Efeito colateral menos prejudicial a condição física
· Temperamento
· Estilo de vida
· Diretrizes Clínicas Gerais – o erro clínico mais comum que leva a uma tentativa malsucedida de tratamento farmacológico é USO DE DOSES BAIXAS POR UM CURTO PERÍODO, uma vez que o recomendado é ELEVAR A DOSAGEM AO MÁXIMO POSSÍVEL e MANTER POR 4 ou 5 SEMANAS antes de considerar uma tentativa malsucedida
Se um pct com dose baixa estiver com MELHORA CLÍNICA perceptível, essa dose NÃO DEVE SER AUMENTADA!
· Duração e Profilaxia – a duração do tratamento deve ser de OU 6 MESES OU O TEMPO DO ÚLTIMO EPISÓDIO DEPRESSIVO (escolher o que for maior) / Quando o tratamento antidepressivo é interrompido, a dose do medicamento deve ser DIMINUÍDA gradualmente ao longo de 1 a 2 semanas, dependendo da meia-vida do fármaco
· Seleção do Medicamento Inicial – de uma forma geral, os antidepressivos não se diferenciam entre si na EFICÁCIA GLOBAL, VELOCIDADE DE RESPOSTA, porém diferem na FARMACOLOGIA, INTERAÇÃO MEDICAMENTOSA, EFEITOS COLATERAIS, AJUSTE DE DOSE dessa forma, a falha com o tratamento com um medicamento não significa que os outros também irão falhar
Para a escolha do fármaco inicial, deve-se atentar para CRONICIDADE, HISTÓRIA FAMILIAR DE RESPOSTA AO TRATAMENTO, GRAVIDADE DOS SINTOMAS, COMORBIDADES, PREFERÊNCIA DO PCT
· Uso terapêutico dos efeitos colaterais – Escolher antidepressivos mais SEDATIVOS para pacientes mais ANSIOSOS e deprimidos (amitriptilina – IRNE) ou o uso de agentes mais ativadores para pcts com retardo psicomotor NÃO É UMA OPÇÃO TERAPÊUTICA MUITO INTELIGENTE, uma vez que, a longo prazo, pode causar DEPENDÊNCIA !!! O uso de medicamentos adjuvantes (ansiolíticos) combinados com os antidepressivos é frequente para ENCOBRIR os do medicamento
· 1º Fracasso – a resposta pode ser negativa por:
· Intolerância aos efeitos colaterais, embora haja melhora clínica
· Evento adverso idiossincrático
· Resposta clínica inadequada
· Diagnóstico errado terapêutica errada
· Sem melhora clínica (total ou parcial) após 4 a 6 semanas indica mudança de tratamento
FARMACOLOGIA!!!!
O tratamento para depressão mais utilizado é aquele que tem como alvo o SISTEMA MONOAMINÉRGICO DO SNC – as monoaminas são sintetizadas em pequenos núcleos do TE 
TE CAUDAL: serotonina e noradrenalina; 
TE ROSTRAL: dopamina (substância negra e área tegmentar ventral)
Desses núcleos partem projeções para TODO O CÉREBRO, além de os serotonérgicos e noradrenergicos partirem via descendente para a medula espinhal, sendo essa distribuição a responsável pelas diversas respostas coordenadas 
Síntese e Liberação: Essas monoaminas são sintetizadas a partir de um aminoácido precursor, podendo ser armazenada em vesícula para liberação ou ser metabolizada pela monoaminoxidase (MAO) na membrana da mitocrôndria quando liberados na fenda sináptica, esses neurotransmissores ligam-se a receptores na membrana pós-sináptica ou são recaptados por transportes específicos / a SEROTONINA e a NORADRENALINA possuem uma variedade de receptores pré-sinápticos e pós-sinápticos – para a serotonina, existem cerca de 14 TIPOS de receptores que se dividem em 7 classes principais (5-HT15-HT7) – para a noradrenalina, os receptores são divididos em ADRENÉRGICOS α e β com diversos subtipos trambos (serotonina, noradrenalina e dopamina), em sua maioria, são receptores acoplados a PROTEINA G, que iniciam CASCATAS DE SINALIZAÇÃO promovendo as alterações nos neurônios seriam nesses receptores acoplados a proteína G em que os ANTIDEPRESSIVOS irão atuar
a. IMAO – foram os primeiros antidepressivos com eficácia clínica comprovada contra ansiedade e depressão, como a fenelzina e a tranilcipromina, porém são pouco utilizados pela grande quantidade de EFEITOS ADVERSOS / sua base NEUROFARMACOLÓGICA está relacionada com o impedimento da degradação de NORADRENALINA, SEROTONINA e DOPAMINA nos terminais pré-sinápticos, permitindo que haja MAIS neurotransmissor para ser ARMAZENADO em vesícula e posteriormente LIBERADO
i. MAO A e B – a MAO está presente em duas formas no SNC: A e B – a MAO A, entretanto, pode ser encontrada no fígado, participando da DEGRADAÇÃO DE AMINAS ALIMENTARES ao serem degradadas, as aminas são captadas por neurônios do sistema simpático, podendo serem liberadas abundantemente, o que causa uma GRAVE ELEVAÇÃO NA PA – dessa forma, os inibidores seletivos de MAO A ou inibidores não seletivos de uma forma geral exigem que os pacientes evitem alimentos com ALTA [MONOAMINAS]
b. Inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina – são divididos em duas classes: Inibidores da recaptação de serotonina-norepinefrina e ATC (antidepressivos tricíclicos)
i. ISRSN – venlaflaxina, milnaciprana – usados em transtorno depressivo maior e no tratamento da DOR (neuropatias e fibromialgias) – ao contrário dos tricíclicos, POSSUEM MENOR INTERAÇÃO COM OUTROS RECEPTORES, diminuindo os efeitos colaterais – possuem afinidade, em sua grande maioria, com os SERT (receptores de serotonina) do que com os NET (receptores de noradrenalina)
ii. Tricíclicos – imipramina – inibem os TRANSPORTADORES DA NORADRENALINA E SEROTONINA OU AMBOS, o que permite a permanência delas na fenda sináptica, sendo efetivos no tratamento de depressão, embora possuam diversos efeitos COLATERAIS decorrentes da inibição de outros receptores, como receptores muscarínicos, H-1 (histamina), noradrenérgico 
c. ISRS – fluoxetina, sertralina, citalopram – são muito utilizados, uma vez que a sua seletividade permite uma menor taxa de efeitos secundários – seus alvos são os TRANSPORTADORES DE SEROTONINA que não permitem a permanência do neurotransmissor na fenda sináptica, levando-a para se ou degradada ou realocada em vesículas (inibição ALOESTÉRICA pela ligação a um sítio diferente da serotonina) - usados no tratamento de DEPRESSÃO MAIOR, TRANSTORNO ANSIEDADE e do TOC
d. Antagonistas dos Receptores de 5-HT2 – são dos os principais: tradozona e nefazodona – o receptor 5-HT2 está associado a proteína G, e, quando ligado a um antagonista, possui efeitos ANSIOLÍTICOS, ANTIPSICÓTICOS e ANTIDEPRESSIVOS
e. Tetracíclicos e Unicíclicos – fármacos que não se encaixam nas outras classes, porém possuem efeitos semelhantes ao ATC
A ação inibitória dos antidepressivos sobre a captação de monoaminas ou sobre a MAO é efetiva desde a PRIMEIRA DOSE, o que colocou em choque a teoria monoaminérgica da depressão (se as monoaminas estão disponíveis, porque o efeito do medicamento só ocorre depois de muitas semanas?) foi descoberto que o aumento da transmissão sináptica serotonérgica e noradrenérgica estimula receptores pré e pós-sinápticos e ativa vias de sinalização para EXPRESSÃO DE GENES que codificam proteínas essas proteínas alteram a responsividade dos neurônios, permitindo uma resposta a LONGO PRAZO / além disso, lembrar que os antidepressivos promovem a NEUROGÊNESE, um processo lento de incorporação dos neurônios a circuito
2. Conhecer a interação da depressão com os aspectos socioculturais;
Embora a ciência já tenha desvendado o caráter biológico desta doença, o ambiente sócio cultual e as condições psicossociais exercem um peso enorme na clínica, na epidemiologia e na recuperação destes pacientes.
O fato de vivermos em uma época conflitante, ameaçadora e instável do ponto de vista político, econômico e social, acarreta danos irreparáveis na estabilidade emocional, psicológica e social das pessoas, afetando diretamente pessoas predispostas a desenvolverem a doença. A descrença, as decepções e a desesperança sentimentos comuns no dias atuais provocam profundas ruptura psicossociais resultando também na geração de comportamentos depressiogênicos. Por últimas mudanças rápidas e inusitadas em nossas referências sociais, éticas, religiosas, e afetivos interferem predominantemente na promoção de quadros severos de depressão.
Social - A depressão observa-se mais frequentemente entre as classes sociais mais desfavorecidas, contrariando uma ideia inicial que considera a depressão uma doença de luxo. Há poucos estudos no sentido de se concluir se a depressão é mais marcada em meio urbano ou rural. Em relação ao meio urbano, há que ter em conta a maior facilidade de prestação de cuidados, e no meio rural há que distinguir entre depressão e miséria social.
Cultural - Durante muitos anos, afirmou-se que a depressão era rara nos africanos. No entanto, estatísticas americanas revelaram ao contrário, um maior risco nos negros que parece ser explicado pelo nível sócio económico
3. Conhecer o papel do idoso na estrutura familiar. 
O fato de vivermos em uma época conflitante, ameaçadora e instável do ponto de vista POLÍTICO, ECONÔMICO E SOCIAL, acarreta danos irreparáveis na ESTABILIDADE EMOCIONAL, PSICOLÓGICA E SOCIAL das pessoas, afetando diretamente pessoas predispostas a desenvolverem a doença. A descrença, as decepções e a desesperança sentimentos comuns no dias atuais provocam profundas ruptura psicossociais resultando também na geração de comportamentos depressiogênicos. 
ENTRETANTO, SABER ENVELHECER NÃO É FÁCIL, PRINCIPALMENTE NUMA SOCIEDADE QUE CULTIVA O NOVO. As cirurgias plásticas, o valor dado à juventude e à produtividade são exemplos disso .
Assim, no terceiro milênio, muda o perfil da população alterando também todas as faces da vida humana: cultural, social, familiar, econômica e individual. É chegada a hora de nos confrontarmos com o envelhecimento, procedendo a uma profunda reflexão sobre o modo como a humanidade vem tratando os idosos
Pode-se refletir que em tempo algum houve uma sociedade justa A divisão das pessoas em classes, castas e uma consequente hierarquização e diferenciação destas sempre existiram. Tais fatos geraram preconceitos e discriminação, que refletem a IMENSA DIFICULDADE DAS PESSOAS EM ACEITAR E RESPEITAR TUDO O QUE FOGE DO CONHECIMENTO E DO COMUM. As mudanças na área social, na mentalidade, são lentas e enfrentam resistências
	Essa forma de estruturação da sociedade fez com que FOSSEM VALORIZADAS APENAS PESSOAS EM SEUS PERÍODOS DE PRODUTIVIDADE, pois são as que podem dar mais lucro para quem está no poder, e assim continuar sustentando o sistema velho – improdutivo, lento
	Isso nos leva a pensar que, a partir de uma determinada idade, ou quando o indivíduo se aposenta e não é considerado mais produtivo, também se torna incapaz de participar da sociedade. Tal pensamento leva a uma exclusão do idoso da esfera social Carlos Drummond de Andrade escreveu artigos e poesias até o ano de sua morte, aos 84 anos. Sigmund Freud com mais de 70 continuou revolucionando a alma do homem
Sabemos que em qualquer idade a família é considerada, social e culturalmente, a base da v ida de uma pessoa. Como na fase de infância, a velhice exige do ambiente familiar cuidados f rente às suas alterações físicas e psicológicas
A visão anterior do idoso como dependente do Estado e da família se contrapõe, hoje, à evidência da interdependência entre as gerações: NETOS E FILHOS ADULTOS NECESSITAM E RECEBEM APOIO DE PAIS IDOSOS. Isso ocorre porque os idosos aposentados recebem de um a três salários mínimos mensais e continuam contribuindo financeiramente para a renda familiar de seus filhos que, atualmente,devido à forte taxa de desemprego, dependem dessa ajuda para sua sobrevivência

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