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Metodologia Científica - Unidade 4

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04/12/2020 Metodologia Científica
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METODOLOGIA CIENTÍFICA
CAPÍTULO 4 - QUAIS OS RISCOS DA
PRÁTICA DO PLÁGIO EM PESQUISAS?
Ana Celeste da Cruz David
INICIAR
04/12/2020 Metodologia Científica
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Introdução
Você já pensou sobre as bases da organização da convivência social? No mundo em que
vivemos, imersos na tecnologia digital; em comunidades virtuais; espaço indefinido;
tempo flexível e fluído, em que tudo acontece aqui e em todo lugar; de globalização e
fragmentação, em que as fronteiras são imprecisas; quais são as bases organizadoras da
convivência social?
04/12/2020 Metodologia Científica
https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 3/39
Pela rede mundial de computadores circulam saberes, valores, emoções, conhecimentos
e toda sorte de conteúdo. Mas o que esses conteúdos dizem? Para quem dizem? Com que
finalidade? O que calam, silenciam e omitem? São dizeres que aspiram ao bem e à
felicidade?
Desde o legado da filosofia clássica greco-romana, o embate acerca da razão humana,
virtude e paixões, tem ocupado lugar de destaque em discussões, quer no âmbito do
conhecimento empírico, quer no âmbito teleológico ou científico. Essa discussão é, por si
só, uma construção social, cultural e histórica, ou seja, cada sociedade, em seu tempo,
institui o que é o bem e a felicidade, quem tem acesso a esses bens e como pode dispor
deles. Essa distribuição é parte, também, do legado sócio-histórico.
A conduta do homem moderno, a expressão de seus sentimentos, suas emoções, suas
vontades, suas aspirações e ações manifestam o senso moral, a ideia de justo e injusto,
certo e errado, bem como balizam a liberdade de decisões e juízos de valor sobre nós
mesmos e sobre o outro. Contudo, hoje, em relações presencias, face a face, ou em
relações mediadas por tecnologias em espaços virtuais, será que é necessário perguntar
quais são as bases organizacionais da convivência social?
Neste capítulo, você terá a oportunidade de discutir aspectos éticos na pesquisa
científica, além dos compromissos éticos do pesquisador. Assim, poderemos refletir sobre
o que é ser autor e sobre a conduta do plágio como obstáculo para a formação do autor.
Você verá, também, como se elabora o planejamento da pesquisa, da projeção dos
capítulos à elaboração do cronograma, até a finalização com o checklist das diferentes
etapas do processo de pesquisa.
Vamos em frente!
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4.1 Aspectos éticos na pesquisa
Essa tarefa de pensar sobre aspectos éticos da pesquisa é complexa, pois a conotação do
termo “ética” é, em si, carregada de sentido e difícil de ser apreendida. Desde a discussão
dos primeiros filósofos gregos até os dias de hoje, temos que debater sobre os aspectos
éticos é necessário.
A palavra “ética” vem do grego “ethos”, ou seja, uma ciência da conduta, o fim para o qual
a conduta do homem deve se orientar, um comportamento responsável, o justo e o
injusto em sentido amplo. Porém, resta-nos saber qual conduta deve ser a orientadora.
Aliás, você saberia responder quais condutas beneficiam o bem comum?
Acrescenta-se à discussão a questão de que, ao falar em ética, a noção de moral se
apresenta como se não fosse possível discutir sobre a primeira sem citar a segunda, quase
como expressões sinônimas. Contudo, uma distinção se faz necessária. Sobre a ética,
temos que é um “[...] ramo da filosofia que fundamenta científica e teoricamente a
discussão sobre valores, opções (liberdade), consciência, responsabilidade, o bem e o
mal, o bom e o ruim” (NOSELLA, 2008, p. 256). Já a moral, por sua vez, é a dimensão
pragmática da conduta humana, ou seja, os hábitos, os costumes, o modo ou a maneira
de viver, a moral ou o imoral.
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Entre a natureza da ciência, do saber científico questionador das certezas estabelecidas e
da discussão dos valores éticos, o debate entre o bem e o mal está posto desde Platão,
para quem cabia à Filosofia estabelecer os limites, a medida certa da ciência por meio da
ética filosófica do homem livre, pois a condição de existência do servo era natural e não se
constituía um problema científico, nem ético. Em Aristóteles, ao poder político caberia
garantir a felicidade dos cidadãos (livres), e a esse poder também competia estabelecer o
limite da ciência.
No período medieval, a ciência foi paralisada em razão das condições do pensamento
dogmático, do limite à liberdade de pensamento e da curiosidade. Nesse ponto, é
importante esclarecermos a diferença entre a concepção de ciência desde a antiguidade,
o período medieval ou, mesmo, a era moderna (século XVII); e a concepção de ciência
moderna a partir do século XVIII. Vale destacarmos que, em cada uma dessas épocas, “[...]
a ideia de natureza é diferente; em cada uma delas métodos empregados são diferentes;
em cada uma delas o que se deseja conhecer é diferente” (CHAUI, 2010, p. 223).
Em descontínuos e diferentes movimentos, a história da ciência, no modo de conhecer
elaborado, vai sendo transformada a partir de mudanças provocadas por acontecimentos
importantes, como o surgimento das universidades, espaço de reflexão e produção de
conhecimento; a criação das cidades; os diferentes modos de produção e de organização
social; bem como da separação entre poder da Igreja e do Estado. Assim, nesse processo
de rupturas, o conhecimento científico vai se produzindo.
Desde Rousseau (1750) a questão ética se faz presente:
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[...] há alguma relação entre a ciência e a virtude? Há alguma razão de peso para
substituirmos o conhecimento vulgar que temos da natureza e da vida e que partilhamos
com os homens e mulheres da nossa sociedade pelo conhecimento científico produzido por
poucos e inacessível à maioria? (SANTOS, 2004, p. 16). 
Jean Jacques Rouseau (1712-1778) foi um filósofo do século XVIII. Ele defendia os ideais da justiça e da paz
igualmente entre soberanos, ricos e pobres. Para ele, a origem da desigualdade entre os homens seria agravada
com a instituição da propriedade privada, incluindo o início da formação da sociedade civil e o trabalho
assalariado. Sua ideia era a criação de um contrato social como mecanismo de mediação das relações entre os
homens.
De acordo com Santos (2004), regressamos à questão de origem entre ciência e ética,
tecnologia e virtude, conhecimento prático que usamos para resolver as nossas vidas e
conhecimento científico e tecnológico, sempre e continuamente produzido por poucos,
mas inacessível para muitos.
No século XX, após duas Guerras Mundiais, pensadores como Gramsci, Brecht e Sartre
reafirmaram a necessidade de questionar a ligação “[...] entre virtude e ciência, entre ética
e pesquisa, entre autoridade política e consciência individual. Não se pode pesquisar sem
saber para que se faz isso” (NOSELLA, 2008, p. 264). Devemos à ética, então, as perguntas
VOCÊ O CONHECE?
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sobre a conduta do homem (livre): em que sentido deve-se orientar? Qual é o
comportamento responsável diante dos problemas enfrentados pela humanidade?
Figura 1 - Einstein mencionava que adquirir autoridade com o estudo natural deu a ele uma responsabilidade
sobre o reino social.
Fonte: 360b, Shutterstock, 2018.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Uma consideraçãoformulada por Almeida (2008, p. 356), em sua reflexão sobre a ética, diz
que “[...] o ser ético é também aquele que continuamente se pergunta sobre a própria
moral – o que é um exercício de percepção da ‘provisoreidade’ da moral”. Dessa forma, a
ética é um exercício dinâmico que acompanha a formação do estudante e do pesquisador.
VOCÊ SABIA?
A mentira é uma prática humana que ocupa a discussão filosófica. O pensamento teológico
de Tomás de Aquino classificava a mentira em viciosa (ato de enganar), oficiosa (para
alcançar algum bem) e jocosa (ato de divertir), sendo atos considerados pecado. Atualmente,
com a circulação de conteúdo via internet, a expressão fake news, ou notícias falsas, tem
ocupado os noticiários e a vida dos internautas. Assim, cabe uma reflexão: como pensar na
ética em tempos de fake news?
Esses questionamentos quanto à ética se dão de forma a alcançar a conduta do Homem,
mas também são postas para cada um em sua individualidade, em sua condição humana,
como na antiguidade clássica do “conhece-te a ti mesmo”. A “[...] ética e a sua eterna
capacidade de nos fazer perguntar sobre o bem [...]” (ALMEIDA, 2008, p. 355), assim, na
atualidade das comunidades virtuais, redes sociais e fluxos cada vez mais acelerados, as
questões éticas se tornam complexas e tomam nova forma, ainda que a tecnologia
informacional alcance de maneira desigual as fronteiras.
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Dessa forma, em nossa sociedade informacional atual de relações mediadas por
tecnologias digitais, em que hipertextos e artefatos audiovisuais circulam velozmente,
compete perguntar de quem é a autoria? Quem é o plagiador? Qual é a ética da ciência?
4.1.1 Autoria e plágio
O conceito de autoria está ligado à responsabilidade de algo. Assumir a autoria é se
responsabilizar pelo dizer, pelo discurso, ainda que ele, em sua originalidade, carregue
outros discursos, de outros autores. De acordo com a abordagem freireana (2007), a
educação da sociedade deve almejar torná-la composta por seres autônomos, na acepção
da possibilidade humana de fazer suas próprias escolhas, de acordo com sua liberdade
moral e intelectual. Nesse sentido de liberdade, repousa a responsabilidade do autor,
bem como de sua autoria.
A lei de direitos autorais no Brasil define o autor como aquela pessoa ou aquelas pessoas
indicadas ou identificadas nas obras como suas criadoras intelectuais. A lei prevê, ainda, a
criação intelectual coletiva, ou seja, a coautoria por meio do grau de participação na
criação da obra. A autoria, então, é objeto de normatização em códigos de ética de
diferentes profissões envolvendo a produção de artigo científico, bem como a produção
de patentes, marcas e o desenho industrial. 
VOCÊ SABIA?
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O Código Penal trata em sessão específica dos crimes contra a propriedade intelectual. O
crime de violação aos direitos autorais, no art. 184 do código, diz que violar os direitos de
autor e os que lhe são conexos gera detenção de três meses a um ano, ou multa. Na literatura
jurídica, encontra-se casos de litígio de plágio de músicas entre autores renomados e
clássicos da literatura, como a obra Romeu e Julieta, do dramaturgo inglês Willian
Shakespeare.
Aprender a autoria e assumir a posição de autor exige o que Freire (2007) chama de
curiosidade epistemológica, ou seja, a capacidade crítica crescente de aprender e
conhecer o que se faz e o motivo para se fazer. Isto é, as intenções, os condicionantes de
um determinado fazer e a ocultação ou o silenciamento de outros tantos fazeres.
Entretanto, essa autoria pretendida é controversa porque parte do saber diz respeito a
pensar e, como ele questiona a autoridade e duvida do instituído, ocupa lugar entre forças
do saber e do poder, pois, assim, está em “[...] jogo a cidadania que sabe pensar para
poder melhor intervir” (DEMO, 2008, p. 70).
Nessa discussão, Demo (2008) atribui à autoria dois sentidos igualmente práticos. O
primeiro é o de forjar no autor a atitude reflexiva de quem é capaz de construir um texto
próprio, com base na autoridade do argumento. O segundo sentido é o da intervenção
social e política, visando transformar a sociedade de maneira crítica e responsável.
O sentido da autoria envolve professores e estudantes da educação básica e universitária
a quem Demo (2008) dirige sua crítica. Ele afirma que um professor não é autor, pois sua
formação docente não incluiu a competência leitora entre seus objetivos. Demo (2008)
também critica o ensino destituído da pesquisa, da formação do pesquisador crítico,
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criativo e instigador. Além disso, menciona a prática docente que se contenta em “dar
aula”, como se essa ação não fosse uma aventura, na qual cada um constrói e reconstrói
seu próprio caminho, cheio de surpresas e desafios. 
O texto “Ética e Cidadania do Conhecimento”, escrito pelo professor Pedro Demo, alerta sobre o perigo do saber
como artimanha colonizadora, discutindo sobre o conhecimento e a pobreza política e ética. Você pode ler o
artigo completo no link: <https://docs.google.com/document/pub?
id=1fDZzS8W0UZjOo6fFORMI4HRJRAz5MhtqiSpHZfd8X2o (https://docs.google.com/document/pub?
id=1fDZzS8W0UZjOo6fFORMI4HRJRAz5MhtqiSpHZfd8X2o)>.
Vale questionarmos, aqui, como fica a prática docente frente à formação da autoria em
época de expansão da internet e seus espaços colaborativos de aprendizagem. Em
tempos de hipertextos disponíveis sobre toda sorte de temas, acessíveis ao alcance de um
click, como estabelecer os limites éticos da autoria? Você, leitor, em uma escala de zero a
dez, o quanto se considera um autor?
Uma pesquisa de campo sobre plágio na universidade com estudantes graduandos do
curso de Letras revelou que 36,84% assumem já terem cometido plágio de texto; 21%
plagiaram, mas não assumem; e 41,1% dizem não ser a favor do plágio (SILVA, 2008). A
VOCÊ QUER LER?
https://docs.google.com/document/pub?id=1fDZzS8W0UZjOo6fFORMI4HRJRAz5MhtqiSpHZfd8X2o
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ocorrência de plágio na graduação e mesmo na pós-graduação não é prerrogativa dos
estudantes do curso de Letras, sendo uma realidade presente no ensino atual da geração
do “copia e cola”. Os entrevistados justificaram o uso do plágio principalmente pela
facilidade e pela exposição dos materiais, bem como uma aparente sensação de
liberdade, de que o conteúdo circulado pela internet não possui autoria identificada e
pode ser copiado na íntegra ou parcialmente apropriado. Essa situação é reveladora da
emergência do tema para os ensinos básico, superior e de pós-graduação, além de para as
comunidades científica e acadêmica de modo geral, pois o problema também existe entre
esses pares.
O plágio, sendo assim, não se constitui apenas quando a obra é apropriada
indevidamente em sua totalidade, sendo que a apropriação parcial ou conceitual de uma
ideia original, sem o devido crédito autoral, também se constitui como plágio e deve ser
evitada. Essa é uma questão ética a ser discutida no ambiente escolar e acadêmico, afinal,
o acesso a esse universo informacional está posto, resta saber o que somos capazes de
fazer com ele e como dirigir nossa conduta de forma responsável, seja individual ou
coletivamente.
VOCÊ QUER VER?
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O vídeo Autoria, pirataria e plágio na era digital apresenta a discussão do professor Sérgio Abranches no II
Simpósio Hipertexto e Tecnologias na Educação de Recife. Ele trata da cibercultura como realidade, em que
práticas e significações sobreautoria estão sendo modificadas enquanto novas redes societárias e tecnológicas
estão sendo tecidas. Você pode ver em: <https://www.youtube.com/watch?v=Wtp_9hjH3x8
(https://www.youtube.com/watch?v=Wtp_9hjH3x8)>.
Na internet, o material disponível se encontra protegido por sistemas de licenciamento do
tipo convencional “Todos os direitos reservados” e o sistema “Alguns direitos reservados”.
O último permite a livre manipulação, distribuição, compartilhamento e replicação dos
conteúdos como forma difusora de conhecimentos. Esse sistema possui formas
diferenciadas de licença em seis tipos de gradação, que pode ser desde a renúncia quase
total, por parte do autor, até nível mais restrito; isso significa que o autor original decide a
melhor maneira de disponibilizar seu material. De toda forma, é exigida a identificação do
autor da obra e que obras sucessivas, elaboradas com base nesse sistema, estejam
disponíveis para compartilhamento, manipulação, distribuição e replicação. 
A discussão sobre autoria e plágio no meio acadêmico, da ciência e da pesquisa, envolve
aspectos éticos e morais em sua dimensão pragmática de respeito a hábitos e costumes
em formação e (de) formação. Ou seja, em tempo de produção compartilhada, a noção de
autoria e plágio tende a construir novos significados.
https://www.youtube.com/watch?v=Wtp_9hjH3x8
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4.2 Dilemas
Todos os projetos de pesquisa científica, em qualquer área de conhecimento que envolva
seres humanos, são obrigados a se submeterem a uma análise em seus aspectos
científicos e éticos. A Comissão Nacional de Ética em Pesquisa (CONEP), ligada ao
Conselho Nacional de Saúde, preconiza que devem existir Comitês de Ética em Pesquisa
(CEP) em instituições que desenvolvam pesquisas com seres humanos. Esses comitês são
compostos de forma multidisciplinar, multiprofissional e independente, reunindo
especialistas, cientistas e leigos. Os CEP têm como finalidade avaliar que as pesquisas
realizadas sejam cientificamente fidedignas, metodologicamente corretas, moralmente
aceitáveis e socialmente relevantes (BRASIL, 2007).
A criação internacional de Comitês de Ética em Pesquisa tem origem na formulação do
Código de Nuremberg (1947), em razão das atrocidades cometidas por médicos e
cientistas durante o regime nazista contra o povo judeu. Esse código foi revisado e
complementado pela Declaração de Helsinque (1964-2000) da Associação Médica
Mundial. O Brasil acompanha essa tendência mundial desde 1996, mediante Resolução do
Conselho Nacional de Saúde n. 196/96, atualizada pela Resolução n. 466/2012 (SCHRAMM,
2004).
VOCÊ QUER LER?
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https://anhembi.blackboard.com/webapps/late-Course_Landing_Page_Course_100-BBLEARN/Controller 15/39
O texto “Ética em Pesquisa: os desafios das pesquisas em ciências humanas e sociais para o atual sistema de
revisão ética”, de Érica Silva e Everton Pereira, aborda a avaliação de projetos de pesquisa envolvendo seres
humanos, mediante experiências dos autores no Comitê de Ética em Pesquisa. Você pode entender melhor sobre
os impactos disso lendo o artigo na íntegra: <https://goo.gl/TTrjMa (https://goo.gl/TTrjMa)>.
O protocolo de avaliação por membros do CEP requer do pesquisador a submissão do
projeto de pesquisa, acompanhado do documento de consentimento livre e esclarecido
dos indivíduos e populações a serem pesquisadas, bem como a documentação
comprobatória da instituição de origem do pesquisador de que a pesquisa será efetuada
de acordo com as regras estabelecidas pelo Conselho Nacional de Saúde. Como registra
Minayo (2005, p. 161), “[...] no caso de populações consideradas vulneráveis, como é o
caso dos indígenas e das crianças, os protocolos são mais exigentes e requerem mais
tempo para sua efetiva obtenção”. No caso de estudantes dos cursos de pós-graduação
stricto sensu (doutorado e mestrado), o pesquisador, apoiado por seu orientador,
encaminham todo o procedimento. 
O uso da Resolução n. 466/2012 como norma regulamentar para as pesquisas envolvendo
seres humanos vem sendo objeto de discussão por parte dos pesquisadores da área de
ciências humanas e sociais, adeptos da pesquisa de abordagem qualitativa, considerando
a inadequação dos seus princípios positivistas. Como apresenta Guerreiro (2016, p. 2620),
“[...] inúmeras publicações brasileiras discutem as solicitações inadequadas que os CEP
fazem, em especial em relação às pesquisas qualitativas”.
Podemos destacar, ainda, que controvérsias sobre o abuso de poder por parte dos CEP; do
tipo corporativo por parte dos seus membros — nem sempre organizados —,
considerando o equilíbrio representativo das diferentes áreas do conhecimento; conflitos
https://goo.gl/TTrjMa
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de interesses; e existência de preconceitos têm sido objetos de registros nos meios
científico e acadêmico. Nesse sentido, “[...] o conjunto formado por regulamentações,
normas e comitês continua sendo um importante meio, senão para eliminar todos os
abusos, pelo menos para reduzi-los de acordo com a atenção de seus representantes”
(SCHRAMM, 2004, p. 777). Assim, pesquisadores da área de ciências humanas e sociais,
membros do GT-CHS/CONEP, depois de longo processo (2013-2016) participativo e
solidário de análise e avaliação da Resolução n. 466/2012, alcançaram a publicação da
Resolução n. 510/2016 do Conselho Nacional de Saúde, que trata da pesquisa em ciências
humanas e sociais, reivindicação há muito aguardada por pesquisadores da área.
Os dilemas enfrentados por pesquisadores e acadêmicos podem ser observados por
diferentes prismas, desde aqueles de ordem pragmática, epistemológica, metodológica
ou administrativa até os de gestão ou ordem financeira. Em todos eles a questão ética e a
responsabilidade do pesquisador são evidentes e norteiam ou devem nortear suas
escolhas.
O financiamento de pesquisas avançadas no país é uma questão delicada e controversa.
Agências de fomento à pesquisa e tecnologia — como o Conselho Nacional de
Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPq) e a Coordenação de Aperfeiçoamento
de Pessoal de Nível Superior (Capes) — e fundações estaduais de amparo à pesquisa têm
sido alvos de contingenciamento dos recursos orçamentários previstos para o
desenvolvimento de suas ações, comprometendo a formação de novos pesquisadores e a
continuidade de pesquisas em andamento.
A recente história da humanidade está repleta de alertas ao pesquisador, como a pesquisa
em busca de novas fontes de energia, que resultou na construção da bomba de
hidrogênio, dizimando as cidades japonesas de Hiroshima e Nagasaki em agosto de 1945.
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Temos, também, o caso brasileiro ocorrido na cidade de Goiânia em 1987, conhecido
como Césio 137, fato pouco pesquisado em sua origem e repercussão, conhecimentos
para serem investigados e difundidos na população para que nunca mais se repitam.
Esses alertas fazem o pesquisador refletir sobre os caminhos e os sentidos da ciência,
além da complexa formação de novos pesquisadores.
Em suas considerações sobre a questão ética da pesquisa, Nosella (2007, p. 267) aponta
como principal problema ético a contradição entre uma “[...] superconcentração de
riquezas e o aumento desmedido da pobreza”, resultante da crescente produção de
riquezas concentradas em uma pequena parcela da população e da estagnação dos
modelos de desconcentração das riquezas em grande parcela da população assalariada
ou dependente de planos de atendimento social, que ficam distante das riquezas
produzidas.
Diante dos desafios que se impõem ao pesquisador e da responsabilidade social e política
no desempenho de sua ação na produção do conhecimento científico, sua difusão à
reflexão sobrea ética profissional e a consistente formação científica se configuram como
um compromisso assumido desde as primeiras etapas do projeto de pesquisa. 
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4.3 Planejamento da pesquisa: projeção
dos capítulos e cronograma
Um planejamento tem como uma das suas principais características a flexibilidade e o
caráter articulador entre as diferentes etapas de uma determinada ação. O planejamento
da pesquisa deverá acompanhar o pesquisador desde o início do trabalho até a conclusão
e divulgação dos resultados. Todos os aspectos deverão constar do planejamento inicial,
e, com as ocorrências, as correções e adequações ao planejamento deverão ser ajustadas.
Para uma pesquisa que conta com aporte de recursos de agência de fomento à pesquisa,
o planejamento será ainda mais relevante e detalhado.
O planejamento bem formulado esclarece de forma minuciosa algumas questões,
conforme vemos na figura a seguir.
Antes mesmo de iniciar o plano de trabalho, o pesquisador, logo após a definição do tema
e do problema de pesquisa, deverá proceder ao que Lakatos e Marconi (2017) chamam de
estudos preliminares. Esses estudos têm como objetivo verificar o estado da arte do tema
escolhido, ou seja, são estudos realizados com o intuito de inventariar e mapear a
produção científica em determinada área de conhecimento. Com esse estudo, o
pesquisador verifica as tendências teóricas mais relevantes de abordagem do tema, o tipo
de metodologia recorrente ao estudo da temática, principais autores interessados no
tema, as críticas e os obstáculos apontados, além das lacunas existentes nos estudos
mapeados. Embora seja um estudo preliminar, o material levantado será aproveitado na
pesquisa como subsídio para análises posteriores ou como parâmetro ao que está sendo
proposto.
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Figura 2 - Elementos de composição de planejamento de pesquisa.
Fonte: Adaptado de LAKATOS e MARCONI, 2017.
Deslize sobre a imagem para Zoom
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Esse mapeamento é denominado por Bonin (2010, p. 07) como a pesquisa da pesquisa,
pois “[...] permite visualizar os problemas já enfrentados na investigação, os
conhecimentos obtidos e daí trabalhar na formulação de questionamentos que tragam à
luz novas dimensões dos fenômenos”. A autora reafirma que essa opção metodológica
potencializa a autoconstrução do pesquisador, atuando na formação individual e da
pesquisa em equipes de trabalho.
De posse de todo esse mapeamento, o pesquisador elabora o anteprojeto de pesquisa
para ter uma ideia sistematizada dos aspectos teóricos e metodológicos do trabalho.
Programas de pós-graduação comumente requerem aos candidatos a apresentação do
anteprojeto de pesquisa em processos seletivos. É a intenção de pesquisa organizada
sistematicamente, embora se saiba que, até o produto final ficar pronto em definitivo,
muitas modificações serão efetuadas.
Tomando como exemplo os cursos de pós-graduação, após a aprovação no processo
seletivo, o pesquisador deverá apresentar à comissão do curso ou ao orientador o projeto
de pesquisa definitivo. Contudo, este também sofrerá ajustes no decorrer do
aprofundamento dos estudos. De acordo com Koche (2016, p. 122), “[...] o planejamento
de uma pesquisa depende tanto do problema a ser investigado, da sua natureza, e
situação espaço temporal em que se encontra, quanto da natureza e nível de
conhecimento do investigador”. Assim, a estrutura do projeto de pesquisa pode conter
variações para atender exigências particulares do programa de pós-graduação, da agência
de fomento financiadora ou do centro de pesquisa ao qual será apresentado.
Ressalva feita, podemos observar a estrutura do projeto de pesquisa baseado na
formatação proposta por Lakatos e Marconi (2017) com o quadro a seguir.
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Ao relatar a experiência da pesquisa de avaliação do “Projeto Cuidar”, em que atuou como
coordenadora, Minayo (2005, p. 161) destaca como algumas etapas de preparação da
pesquisa contínua de difícil execução, exemplificando o que é preciso:
- Obter permissões oficiais ou oficiosas para a realização da pesquisa;
- Selecionar e capacitar uma equipe para o trabalho de campo;
- Listar e preparar todos os suprimentos, equipamentos e instrumentos que serão
necessários;
Quadro 1 - Modelo de estrutura geral do projeto de pesquisa com seus itens característicos.
Fonte: LAKATOS e MARCONI, 2017, p. 216.
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- Organizar os detalhes da estadia, como hospedagem e transporte;
- E, a depender do tipo de estudo, torna-se vital elaborar uma agenda, um roteiro de
atividades, fazendo contatos prévios, marcando visitas, entrevistas e outros tipos de ação
investigativa.
O plano de trabalho da pesquisa deverá prever todas as etapas de sua execução, desde a
de preparação até as etapas finais de produção do relatório e divulgação dos resultados.
Cada etapa tem sua natureza e dificuldades particulares. Um plano bem articulado e
continuamente atualizado, por exemplo, permite a solução de entraves em tempo hábil e
recursos disponíveis.
O modelo didático de fluxograma de pesquisa apresentado por Koche (2016) se divide em
quatro etapas dinâmicas. Observe:
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Quadro 2 - Modelo didático de fluxograma de projeto de pesquisa em quatro etapas dinâmicas e interligadas.
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O plano de trabalho de pesquisa, além de ser uma exigência metodológica por parte da
instituição de vinculação do pesquisador, instituição de ensino ou agência de fomento à
pesquisa, é o mecanismo didático, epistemológico e metodológico instituidor da pesquisa
científica. Como afirma Koche (2016, p. 133), “[...] sem o projeto o investigador corre o
risco de desviar-se do problema que quer investigar, recolhendo dados desnecessários ou
deixando de obter os necessários”.
O projeto de pesquisa, portanto, orienta o pesquisador na definição do plano de trabalho,
ou seja, esse documento permite ao pesquisador um trabalho metódico e sistematizado,
atenção aos prazos estabelecidos e recursos disponíveis, evitando desgaste de esforços e
resultados.
A distribuição dos capítulos, seções e subseções deve ser orgânica, em uma
correspondência lógica das ideias tratadas. Como ensina Castro (2011, p. 58), “[...] a
criação dos capítulos e o batismo dos títulos não são tarefas separadas”. É um trabalho
que requer atenção aos detalhes da produção, afinal, nem sempre — ou na maior parte
das vezes — o autor cria títulos alternativos e provisórios, capítulos são ordenados e
reordenados, até a versão final ser considerada satisfatória e receber a aprovação final.
Além disso, vale destacar que o trabalho não deve ser longo em demasia, com inúmeras
divisões em seções e subseções, nem fragmentado a ponto de comprometer a coesão, a
sequência lógica e deixar o leitor perdido na leitura do texto. Cada capítulo deve explicitar
integralmente seu conteúdo, encadeando início, meio e fim, pois, “Em uma redação bem-
feita, há uma fronteira natural, nascida da própria forma de construir o texto” (CASTRO,
2011, p. 60).
Fonte: Adaptadode KOCHE e CARLOS, 2016, p. 127.
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A estratégia principal para chegar a uma redação satisfatória dos títulos de capítulos e
seções é a leitura analítica do texto. Com uma leitura objetiva e analítica, o autor
consegue identificar as ideias-chave do texto e, a partir delas, chegar ao título ideal, pois
eles devem informar e antecipar ao leitor às principais ideias do conteúdo do texto,
convidando-o à leitura. 
Um aspecto estratégico e de grande relevância do plano de trabalho é o cronograma da
pesquisa. Nele, devem constar as principais ações previstas para a realização do trabalho
e sua distribuição no prazo de tempo determinado à pesquisa. Portanto, sua elaboração
vai depender do prazo informado pela instituição de origem do pesquisador. A elaboração
do cronograma também está condicionada à complexidade da pesquisa, equipes
envolvidas e financiamento, ou seja, todos os aspectos merecem atenção para a
elaboração do cronograma de maneira ajustada às necessidades do trabalho.
Considerando um programa de pós-graduação com duração prevista de quatro anos, e
realização de plano de trabalho geral, a organização do cronograma pode ser dada
conforme o quadro a seguir.
O modelo apresentado se constitui uma orientação didática. Cada instituição de ensino,
agência de fomento à pesquisa ou órgão demandante do trabalho poderá estipular
diferentes formas de organização do cronograma, com etapas específicas e definição de
prazos sempre de forma ajustada ao prazo final de entrega do trabalho.
Assim como a fase inicial do trabalho de pesquisa é repleta de expectativas, a fase final
também guarda seus desafios e promessas. A etapa de encerramento do projeto de
pesquisa deve ser cuidadosamente planejada e acompanhada de atenção. Estratégias
especialmente planejadas para essa etapa podem ser de grande ajuda.
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Figura 3 - Estabelecer prazos e cumprir as metas definidas no plano de trabalho de pesquisa deve ajudar a
preservar esforços e resultados.
Fonte: nasirkhan, Shutterstock, 2018.
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Quadro 3 - Modelo didático sugestivo de cronograma de trabalho de pesquisa distribuído no período de quatro
anos.
Fonte: Elaborado pelo autor, 2018.
4.4 Finalização do projeto: checklist
O checklist se constitui uma técnica ou estratégia utilizada em revisões técnicas na área de
tecnologia da informação, com a intenção de certificar a qualidade e a confiabilidade dos
produtos desenvolvidos. Ele é aplicável na verificação de documentação de análise,
projeto de arquitetura, design, codificação e testes em geral.
O checklist pode ser entendido como uma lista de critérios ou lista de verificação, isso vai
variar de acordo com a área de aplicação, como na enfermagem ou na engenharia. Na
literatura, é possível encontrar variados modelos de checklist para uso em áreas diversas,
como na medicina, em procedimentos cirúrgicos, com o objetivo de mensurar indicadores
de qualidade da assistência médica. Nesse caso, o checklist pode ser organizado em
etapas. 
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Na educação, a técnica vem sendo utilizada de diferentes maneiras, como na educação
especial para análise e acompanhamento de funcionalidades corporais, motoras e
ambientais dos estudantes. Já na metodologia científica, a literatura registra sua difusão e
aplicação no controle e na verificação de projetos de pesquisa.
Para entendermos melhor sobre o assunto, analisaremos um caso na sequência.
CASO
A professora Dora é orientadora dos Trabalhos de Conclusão de Curso (TCC) em
cursos de graduação. Nesse semestre, ela possui dez orientandos de diferentes
áreas. Os projetos de pesquisa já estão em andamento, e, com a proximidade do
final do prazo, a dificuldade para acompanhar todos os alunos só aumenta.
Na reunião de departamento, Dora expôs aos colegas sua dificuldade em atender
uma turma com muitos alunos com projetos de pesquisa com interesses de áreas
tão diversificadas. Assim, uma de suas colegas, da área de Tecnologia da
Informação, sugeriu que a professora adotasse o uso de checklist com os alunos para
ter maior controle da produção de cada um em relação ao andamento do projeto e
aos prazos estabelecidos. Com a adoção da estratégia, Dora poderia orientar os
estudantes e listar o que será necessário para a etapa final de entrega do projeto de
pesquisa de cada um deles, revisando aspectos não satisfatórios.
Figura 4 - Um checklist pode ser utilizado para atender demandas diversas em diferentes setores produtivos,
de serviços e na educação.
Fonte: Kullapol, Shutterstock, 2018.
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Juntas, as professoras organizaram o checklist e Dora pôde colaborar com os alunos
na etapa final de conclusão e entrega do TCC.
Uma experiência realizada por Pinheiro e Bezerra (2014) relata o desenvolvimento de
metodologia didática para a elaboração de projeto de pesquisa, tendo como fundamento
a autoavaliação e como estratégia para a aplicação de checklist. A experiência foi realizada
entre 2010 e 2013, com 11 turmas dos cursos de graduação de Sistema da Informação,
Engenharia de So�ware e Rede de Computadores. O trabalho foi proposto com base nos
critérios utilizados pela banca de avaliadores da instituição.  As pesquisadoras criaram um
checklist de critérios para ser utilizado como recurso didático da disciplina de Projeto de
Pesquisa, visando a orientação para elaboração do projeto por meio de autoavaliação.
Como resultado final, Pinheiro e Bezerra (2014) apresentam os critérios de referência para
avaliação de TCC conforme o quadro na sequência.
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Quadro 4 - Modelo de aplicação de checklist como estratégia de autoavaliação na elaboração de projeto de
pesquisa.
Fonte: PINHEIRO e BEZERRA, 2014, p. 1608.
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Para o pesquisador, contar com o checklist como recurso de verificação das diferentes
etapas do projeto e, com isso, proceder aos ajustes necessários, pode se tornar uma
estratégia de grande relevância. Ademais, vale ressaltar que a composição do checklist vai
depender do objetivo da sua aplicação, a escolha dos dados e a definição dos critérios a
serem validados. Dessa forma, o pesquisador finaliza o projeto de pesquisa com uma
visão geral de todo o trabalho realizado.
Síntese
Concluímos mais um capítulo, agora relativo aos aspectos da formação do pesquisador
como autor, sua responsabilidade frente às questões éticas e seu posicionamento em
relação a prática de plágio entre os acadêmicos e ao enfrentamento de problemáticas e
controvérsias no campo da pesquisa científica. Com isso, também finalizamos a disciplina
de Metodologia Científica. Assim, você já sabe que uma pesquisa envolve planejamento
sistemático, controle de ações, recursos materiais — de tempo e financeiros — e gestão de
equipe de pesquisa em grandes projetos.
Neste capítulo, você tevea oportunidade de:
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discutir aspectos éticos nos diferentes tipos de pesquisas;
compreender a formação da autoria;
reconhecer os obstáculos da prática do plágio para a formação da autoria;
entender a responsabilidade do pesquisador frente aos dilemas éticos na pesquisa;
compreender como sistematizar o planejamento da pesquisa;
aprender como elaborar um cronograma;
aplicar o checklist para de acompanhamento e avaliação do projeto pesquisa.
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