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Psicose, neurose e perversão

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Nome: Marinalva Silva dos Santos
Disciplina: História e Fundamentos da Psicanálise.
E-mail: mssnalvina@hotmail.com.
Filme Fragmentado.
O filme retrata as várias personalidades que existem no jovem Kevin, que é tratado por uma terapeuta que desconhecesse sua vigésima quarta personalidade, está só vem a tona quando ele sequestra três adolescentes e as deixam em cativeiro.
Kevin foi uma criança que sofreu abusos sexuais, psicológicos e físicos pela sua própria mãe, as consequências desses abusos lhe causaram um transtorno dissociativo de identidade, conhecido como distúrbio de personalidades múltiplas. Segundo Freud, os sintomas dissociativos, podem afetar a memória e o paciente ter amnésia, assim como criar uma outra personalidade para lidar com todas as situações diferentes sofridas no seu dia a dia. No caso especifico ele criou vinte e quatro.
Os pacientes que desenvolvem esse distúrbio passa a não ter o controle de si e de seus atos, nem tão pouco consciência de suas várias consciências existentes por causa das diversas personalidades, pois cada uma age de uma jeito e quando tem a transposição para a outra, a próxima personalidade nunca lembra do que a outra fez, ou se quer do que tenha acontecido.
Essa doença psiquiátrica já foi confundida com uma outra, a esquizofrenia que é uma desestruturação psíquica que faz a pessoa perder a noção do que é a realidade e não consiga mais diferenciar o real do imaginário, porém foi observado que o transtorno dissociativo é bem diferente ele faz com que o paciente consiga ouvir uma hora outro, porém nunca os dois ao mesmo tempo.
Um dos principais tratamento foi o mostrado pela terapeuta que tratava Kevin no filme, ela fazia sessões de conversas com o objetivo de reconciliar o mesmo com seus problemas, utilizando técnicas para que houvesse uma integração com suas outras personalidades. Mostrando ao mesmo que todas poderiam viver em harmonia sem a dominação de uma só.
Porém foi surpreendida com a vigésima quarta personalidade que tinha a capacidade de alterar até a sua forma física e era uma das mais violentas pois queria ser a única a se sobressair sobre as outras. Apesar de ser uma personalidade dominadora se reconhece em uma das jovens também marcadas pelas dores de sua infância causadas pelo seu tio.
Os distúrbios dissociativos são raros, fora que as pessoas que possuem sofrem muitos preconceitos e discriminações, por causa da facilidade de mudança do seu jeito e de repente está de outro jeito, nas feições, no tom de voz, nos trans. jeitos de acordo com cada personalidade que se apresenta 
PSICOSE
Do grego Psique, mente + Ose, condição anormal; significando literalmente condição anormal da mente. Psicose é um termo psiquiátrico genérico para um estado mental frequentemente descrito como envolvendo perda de contato com a realidade.
O indivíduo sofrendo de psicose é chamado psicótico.
As síndromes psicóticas caracterizam-se por sintomas como alucinações e delírios; pensamento desorganizado e comportamento claramente bizarro, como fala e risos imotivados; distúrbios das relações pessoais e a incapacidade de comunicar-se com clareza.
O termo psicose é definido como a incapacidade de distinguir entre a experiência subjetiva e a realidade externa, ou seja, existe uma perda de contato com a realidade. O psicótico pode cometer suicídio porque na sua cabeça, uma voz lhe disse pra fazer isso ou pode se jogar de uma janela por achar que pode voar.
AS CAUSAS
Esquizofrenia; Depressão; Doença bipolar; Abuso de drogas e álcool; Doenças orgânicas;
Doenças Neurológicas: como por exemplo, “derrames”, tumores cerebrais;
Demência; Estresse psicossocial grave;Privação do sono; 
Epilepsia.
SINTOMAS
Delírios; Alucinações Podem ser auditivas (vozes), visuais (pessoas, vultos, imagens), sensitivas (toques, calor), olfativas (cheiros) e gustativas (sabores).;
 Isolamento social; Desconfiança; Alterações de personalidade;
 Alterações do humor. Desorganização - fazer “coisas sem sentido” ou pensar de forma não lógica.
DIAGNÓSTICO
O diagnóstico é feito através de avaliação psiquiátrica, observações clínicas que incluem a história de vida do sujeito, seu quadro psicológico e de doenças. A depender do caso, pode-se levar meses para se chegar ao diagnóstico. Testes de laboratório e exames cerebrais podem não ser necessários, mas às vezes podem ajudar a identificar o diagnóstico.
Os testes incluem: Exames de sangue para níveis de hormônio e eletrólitos
anormais, Exame de sangue para sífilis e outras infecções, Teste para drogas, Ressonância magnética cerebral.
TIPOS DE PSICOSE
Psicose Delirante Crônica
 A característica essencial desse Transtorno Delirante Persistente é a presença de um ou mais delírios não bizarros que persistem por pelo menos um mês.
Psicose Tipo Erotomaníaco
Neste caso o delírio habitualmente se refere ao amor romântico idealizado e a união espiritual, mais do que a atração sexual.
Psicose Tipo Ciúme
Neste tipo de Paranoia a pessoa está convencida, sem motivo justo ou evidente, da infidelidade de sua esposa ou amante. Pequenos pedaços de "evidência", como roupas desarranjadas ou manchas nos lençóis podem ser coletados e utilizados para justificar o delírio.
Psicose Tipo Grandeza
 Neste subtipo de Transtorno Delirante Persistente a pessoa é convencida, pelo seu delírio, possuir algum grau de parentesco ou ligação com personalidades
importantes. Outras vezes acha-se possuidor de grande fortuna.
Psicose Tipo Persecutório
 É o tipo mais comum entre os paranoicos ou delirantes crónicos. O delírio costuma envolver a crença de estar sendo vítima de conspiração, traição.
Psicose Tipo Grandeza
 Neste subtipo de Transtorno Delirante Persistente a pessoa é convencida, pelo seu delírio, possuir algum grau de parentesco ou ligação com personalidades importantes. Outras vezes acha-se possuidor de grande fortuna.
Psicose Tipo Somático (Parafernais)
Os mais comuns dizem respeito à convicção de que a pessoa emite odores fétidos de sua pele, boca, reto ou vagina, de que a pessoa está infestada por insetos na pele ou dentro dela.
Psicose Puerperal ou Pós-Parto
Os especialistas não sabem a causa exata de psicose pós-parto, embora acredite-se que as grandes mudanças hormonais que se seguem ao nascimento do bebê tenham um papel importante, juntamente com a genética.
Psicose Maníaca Depressiva
 O psicótico maníaco-depressivo imagina que é uma personalidade exaltada e poderosa, talvez um grande cientista ou ator, rei ou salvador da humanidade. Em outro momento, pode cogitar de suicídio, considerando-se como indigna de viver.
TRATAMENTO
O tratamento do psicótico depende da causa da psicose
A primeira linha de tratamento para muitos transtornos psicóticos é medicação antipsicótica. Algumas vezes hospitalização é necessária. Psicoterapia e terapia familiar também podem ser usados no tratamento do psicótico para controlar os sintomas.
Quando outros tratamentos para a psicose são ineficientes, terapia eletroconvulsiva é algumas vezes aplicada para aliviar os sintomas da psicose decorrentes de depressão.
Observação e anotação do comportamento que o cliente
manifesta; fazer um levantamento das necessidades básicas afetadas;
Orientar sistematicamente para a realidade; na presença de delírios e alucinações não criticar ou menosprezar as ideias do cliente; estar atento quanto à aceitação do tratamento. Verificar se o cliente toma os medicamentos prescritos.
Criar oportunidades para o cliente se ocupar e recrear-se.
Estimular progressivamente a sua interação social.
Orientar cliente e familiares a respeito da doença, dos possíveis efeitos da medicação, da importância do tratamento e de segui-lo corretamente. Incentivar visitas, observar a interação entre eles.
A psicose é um estado incompreensível para quem está “de fora” e, de todo, impossível perceber o modo de pensar de alguém psicótico, tudo é estranho e
nada faz sentido. Porém com tratamento adequado e humanizado é possível alcançar a cura.
Neurose
Para iniciar o estudo das neuroses, é preciso antesconhecer termos da estrutura da personalidade que psicanalistas utilizaram para estudá-la.
Id = O id é a fonte da energia psíquica (libido). É de origem orgânica e hereditária. O id é formado por instintos, impulsos orgânicos e desejos inconscientes, ou seja, pelo que Freud designa como pulsões. Está relacionado a todos os impulsos não civilizados, de tipo animal, que o indivíduo experimenta. Não tolera tensão. Se o nível de tensão é elevado, age no sentido de descarregá-la. É regido pelo princípio do prazer. Sua função e procurar o prazer e evitar o sofrimento. Localiza-se na zona inconsciente da mente. O Id não conhece a realidade objetiva, a "lei" ética e social, que nos prende perante a determinada situação devido as conclusões da interpretação alheia. Por isso surge o Ego.
Ego = Significa “eu” em latim. E responsável pelo contato do psiquismo com o mundo objetivo da realidade. O Ego atua de acordo com o princípio da realidade. Estabelece o equilíbrio entre as reivindicações do Id e as exigências do superego com as do mundo externo. É o componente psicológico da personalidade. As funções básicas do Ego são: a percepção, a memória, os sentimentos e os pensamentos. Localiza-se na zona consciente da mente.
Superego = Atua como censor do Ego. É o representante interno das normas e valores sociais que foram transmitidos pelos pais através do sistema de castigos e recompensas impostos à criança. É formado no momento em que a criança começa a internalizar os valores e as normas sociais. São nossos conceitos do que é certo e do que é errado. O Superego nos controla e nos pune (através do remorso, do sentimento de culpa) quando fazemos algo errado, e também nos recompensa (sentimos satisfação, orgulho) quando fazemos algo meritório. O Superego procura inibir os impulsos do Id, uma vez que este não conhece a moralidade. É o componente social da personalidade. As principais funções do Superego são: inibir os impulsos do id (principalmente os de natureza agressiva e sexual) e lutar pela perfeição.
Conceito de Neurose
A palavra neurose deriva de duas palavras gregas: neuron (nervo) e osis (condição doente ou anormal).
Criado pelo médico escocês William Cullen em 1769, o termo neurose, indica "desordens de sentidos e movimento" causadas por "efeitos gerais do sistema nervoso". Trata-se de uma reação exagerada do sistema nervoso em relação a uma experiência vivida (Reação Vivencial).
Neurose é uma maneira de a pessoa ser e de reagir à vida. A pessoa é neurótica e não está neurótica. 
Essa maneira de ser neurótica significa que a pessoa reage à vida através de reações vivenciais anormais; seja no sentido dessas reações serem desproporcionais, seja pelo fato de serem muito duradouras, seja pelo fato delas existirem mesmo que não exista uma causa vivencial aparente.
Essa maneira exagerada de reagir leva a pessoa neurótica a adotar uma serie de comportamentos (evita lugares, tem atitudes para alívio da ansiedade... etc.).
Na psicologia moderna, é sinônimo de psiconeurose ou distúrbio neurótico e se refere a qualquer desordem mental que, embora cause tensão, não interfere com o pensamento racional ou com a capacidade funcional da pessoa. (Essa é uma diferença importante em relação à psicose, desordem mais severa).
Implicitamente as neuroses sempre contém uma inversão de valores. Segundo Rudolf Allers, a neurose origina-se da exaltação da tensão que existe no Homem entre a vontade de poder e a impossibilidade de poder, o que origina como consequência uma forte revolta contra a limitação, a sua finitude, a impotência natural, transforma essa revolta em doença ou anormalidades pelas somatizações ao comportamento perverso.
Freud entendia a neurose como o resultado de um conflito entre o Ego e o Id, ou seja, entre aquilo que o indivíduo é (ou foi) de fato, com aquilo que ele desejaria prazerosamente ser (ou ter sido), ao passo que a psicose seria o desfecho análogo de um distúrbio entre o Ego e o Mundo: as psicoses são distúrbios resultantes de conflitos entre Ego e realidade (mundo externo), refletem o fracasso no funcionamento do Ego em permanecer leal à sua dependência do mundo externo e tentar silenciar o Id frente a uma frustração da não realização de um daqueles desejos de infância “invencíveis” e profundamente enraizados na organização filogeneticamente.
Segundo o Professor Albino Aresi “Neurose é a frustração de uma necessidade fundamental psicossomática, supervalorizando as tendências do id, ou seja as pulsões do corpo, e minimizando as exigências do espírito, da alma, pela violação da hierarquia de valores”.
Ludwig Knoll considera a neurose sendo também proveniente de perturbações psíquicas não apresentando muitas vezes qualquer causa física, é funcional, mas não orgânica embora origine frequentemente consequências orgânicas que são as doenças psicossomáticas que afetam tanto o psiquismo como o corpo. Segundo Ludwig Knoll que consegue resumir teorias Freudianas, Junguianas, Teillaristas, etc., “as neuroses resultam de conflitos que não puderam ser resolvidos entre desejos pulsionais e obstáculos ou inibições que se opuseram à sua realização”. As neuroses baseiam-se essencialmente num conflito íntimo, num conflito intra-psíquico. Na formação educativa da criança, esta cresce em ambientes cujas regras convencionais ou convenções dogmatizadas que conduzem a interdições constrangedoras, e originam medos como do que se diz, do que se pode dizer e afetar, de desagradar, de falhar, das críticas… que são interiorizadas e recalcadas com grande sofrimento por vezes e passam ao longo do tempo para os níveis do inconsciente.
Neurose é uma doença emocional, afetiva e da personalidade.
A neurose não é sinônimo de loucura, assim como também, a pessoa neurótica não apresenta nenhum comprometimento de sua inteligência, nem de contato com a realidade. Seus sentimentos também são normais. Eles amam, sentem alegria, tristeza, raiva, etc., como qualquer pessoa.
A diferença entre uma pessoa neurótica e uma normal é em relação à quantidade de emoções e sentimentos e não quanto à qualidade deles. Os neuróticos ficam mais ansiosos, mais angustiados, mais deprimidos, mais sugestionáveis, mais teatrais, mais impressionados, mais preocupados, com mais medo, enfim, eles têm as mesmas emoções que todos nós temos, porém, exageradamente. 
A Neurose, portanto, não é uma doença mental é, sobretudo, uma doença da personalidade.
Na psicologia moderna, é sinônimo de psiconeurose ou distúrbio neurótico e se refere a qualquer desordem mental que, embora cause tensão, não interfere com o pensamento racional ou com a capacidade funcional da pessoa. (Essa é uma diferença importante em relação à psicose, desordem mais severa).
A neurose, na teoria psicanalítica, é uma estratégia ineficaz para lidar com sucesso com algo, o que Sigmund Freud propôs ser causado por emoções de uma experiência passada causando um forte sentimento que dificulta reação ou interferindo na experiência presente. Por exemplo: alguém que foi atacado por um cachorro quando criança pode ter fobia ou um medo intenso de cachorros. Porém, ele reconheceu que algumas fobias são simbólicas e expressam um medo reprimido.
Na teoria da psicologia analítica, de Carl Jung, a neurose resulta do conflito entre duas partes psíquicas, das quais uma deve ser inconsciente.
ORIGEM DA NEUROSE
Segundo Gia Carneiro Chaves, psicoterapeuta especializada em várias técnicas de psicoterapia através da Sociedade Grafológica Francesa, os conflitos que levam à neurose são originados desde as infâncias, pois os adultos não lhes podem fazer compreender as regras pré-conceituais que lhes impõem. As neuroses infantis são frequentemente ignoradas pelos adultos que as interpretam como comportamentos naturais da infância ou são rotulados por vários defeitos éticos. Mas a verdade é que deixam sempre marcas donde poderão resultar mais tarde algumas das variadíssimas neuroses do adulto. Muitas vezes por não terem sido resolvidos problemas infantis graves e apenas recalcados, os conflitos mantêm-se inalterados noinconsciente, mesmo que surgissem mudanças vivenciais estes conflitos infantis ficam como uma fixação na infância e pode surgir o “infantilismo” e outros tipos de doenças neuróticas. O adulto neurótico, sem o saber, comporta-se com os que lhe estão mais perto, especialmente os familiares, como se comportava muitas vezes na infância.
A pior situação neurótica de um lar está contida na “família ansiosa”. A ansiedade dos pais pode manifestar-se pelo comportamento super protetor, um dos principais fatores para a criação de estados neuróticos. As crianças assimilam essa ansiedade que se avoluma. O excessivo cuidado dos pais cria insegurança nos filhos, provocando muitas vezes revolta e até agressividade. A ansiedade dos pais pode chocar-se com a rebelião da criança que considera a superproteção como uma restrição à sua personalidade. Muitas vezes essa atitude super solícita dos pais, interpretada pelas crianças como punitiva e crítica podem agravar a revolta da criança, a qual, por sua vez, aumenta a ansiedade e desaprovação dos pais. Nunca esquecer, a criança é um verdadeiro radar! Capta tudo os que se passa entre os pais e dos que lhe estão mais próximos. Normalmente é a mãe, quem mais está com a criança. A influência de uma mãe neurótica sobre um filho é notável, dadas as características afetivo-emocionais de que se reveste a relação, resultando frequentemente conflitos intrapsíquicos gravíssimos, problemas graves de se resolver. Frequentemente é necessário tratar primeiro os pais, pois pais nervosos, inseguros, que veem perigo em tudo geram filhos fóbicos, tristes, e são causadores da grande doença que é a perda de mecanismos de defesa, ou seja, a “perda de defesa vital”.
Os conflitos geram-se a partir da infância obrigando a criança a comportamentos que ela não entende especialmente preconceitos tradicionalistas e convencionalistas, que variam consoante civilizações e até de família para família, que são verdadeiras agressões à natureza da criança. A transgressão dessa hierarquia de valores estabelecidos é inevitavelmente sentida como um angustiante complexo de culpa; essa transgressão gera na criança e mais tarde no adolescente uma afronta ao “Eu” intrínseco levando-a a uma baixa autoestima. Este dilema psíquico provoca no Homem as neuroses monógenas que veem desde a infância e provocam na grande maioria da humanidade conflitos intrapsíquicos numa luta entre os valores do espírito, da ética e as pulsões da matéria. Estes conflitos conduzem ao que Freud e Addler consideram “perversão”, situação de desorientação mental e física, e nome este que diz quase exclusivamente ao comportamento sexual e às relações de afetividade originando uma infelicidade não Ser que os vive, problemas psicossexuais muitas vezes escondidos.
Normalmente o neurótico está muito sujeito a doenças tanto físicas como emocionais. No entanto, investigações profundas, e estudando os “porquês” concluíram que a susceptibilidade à doença tem frequentemente origens psicológicas e o enfraquecimento das defesas biológicas que pode originar com maior risco a doença física em situação de sofrimento psicológico. Também investigadores científicos encontraram provas que os indivíduos possuidores de certos traços neuróticos da personalidade, como a ansiedade crónica, o pessimismo, a hostilidade, têm fortes probabilidades de adoecer cerca dos 40 anos, surgindo frequentemente numerosas psicossomáticas.
Outros comportamentos neuróticos que vulgarmente acompanham a humanidade, sem que se lhe dê importância, é a repetição da verificação se o bico de gás está apagado, voltar a verificar várias vezes se as luzes não estão acesas, se as coisas ficaram devidamente tratadas que nada possa originar perigo, e até depois da porta cerrada e já a caminho para ir descansar voltar atrás para verificar novamente se a porta ficou bem fechada. E por vezes as pessoas ainda permanecem inseguras e quando continuamente preocupadas, aflitas por este género de ansiedades e dúvidas podem originar um distúrbio de personalidade chamado Neurose Obsessiva-Compulsiva.
Outro exemplo é alguém afligido com opressivo receio de contágio, de infecções, lava as mãos dezenas de vezes por dia. Uma compulsão de asseio exagerado de qualquer tipo se provou que não tem verdadeiramente relação com o asseio físico e aspira antes restaurar valores desconhecidos de sentimentos dignos, de ética que inconscientemente parecem ameaçados. Outra manifestação neurótica é quando alguém não consegue começar a trabalhar sem ter arrumado na sua secretária todos os objetos na ordem precisa e determinada habitual, pois se assim não estiver o indivíduo não tem o sentimento de segurança. Os neuróticos pela sua imaturidade emocional manifestam-se em geral egoístas e ego centristas, orgulhosos (máscara que por vezes encobre muitos complexos), ambiciosos e vidos de poder e domínio. As principais manifestações do neurótico além destas e outras são a susceptibilidade, melindre exagerado, uma insegurança angustiante e o escrúpulo, que não é mais que um contínuo remorso das falhas passadas. Comenta frequentemente as vivências e os erros do passado, preocupando-se exageradamente com ele, justificando culpas sempre com racionalizações.
A psicologia profunda define o escrúpulo como um desvio de culpabilidade precisando por vezes de se punir e acusa-se de tudo, num processo inconsciente. Nunca esquecer que o medo é indubitavelmente o elemento essencial para qualquer neurose. Tornam-se por vezes supersticiosos pela sua insegurança. O neurótico para sustentar a sua personalidade desajustada e insegura cria mentalmente por vezes como realidade situações imaginárias em que o egocentrismo é uma característica fundamental do seu carácter. Ele vive num sofrimento dolorosamente real, por vezes num verdadeiro martírio. Não sabe nem consegue encontrar capacidades de se libertar dos penosos sintomas orgânicos e de viver num mundo psiquicamente angustiante. Vive iludido, tendo como um dos traços fundamentais a falsidade em que assenta as suas vivências, refugiando-se em continuas máscaras de racionalizações permanentes e perdendo por vezes a sua identidade.
Também se pode descrever como neurótica uma sociedade no seu conjunto.
Há toda uma série de conflitos entre os indivíduos que não são resultado de decisões conscientes, que são recalcados, deslocados, desajustados de tal modo que não conseguem descortinar as motivações, as causas das situações. Estes indivíduos geram conflitos entre humanos com quem não se conseguem adaptar.
Comumente são erroneamente confundidas, portanto é necessário que se faça a diferenciação dessas doenças.
TIPOS DE NEUROSE:
De modo geral, e didaticamente, as neuroses costumam ser classificadas através de seus sintomas proeminentes. Isto não significa que todas elas não possam ter uma série de sintomas comuns (todas têm ansiedade, por exemplo). 
Um dos tipos mais comuns, hoje em dia, é aquele cujo sintoma proeminente é a fobia (medo patológico), juntamente com ansiedade.
As neuroses, em psicopatologia psicanalítica, referem-se exclusivamente aos três quadros clássicos: neurose obsessiva, neurose fóbica e neurose histérica ou histeria. Discute-se, todavia, a posição nos gráfica da neurose de angústia e da neurose traumática, isto é, se constituem neuroses per se, ou estruturas neuróticas com o mesmo status das clássicas.
AS NEUROSES OBSESSIVAS
Reúnem neuroses cujo sintoma principal é à incapacidade de controlar manias e rituais, assim como determinados pensamentos desagradáveis e absurdos. Como as ideias obsessivas não estão sempre presentes e são um caso particular de compulsão (de pensar em determinada coisa), esta neurose deveria chamar-se neurose de compulsão (obsessivo-compulsiva, como dizem alguns).
As reações obsessivo-compulsivas caracterizam-se por pensamentos obsessivos e inevitáveis, frequentemente desagradáveis e inoportunos para a pessoa, e por atos compulsivos e irracionais, que decorrem de impulsos indesejáveis. Frequentemente os atos compulsivos tem a forma de comportamento ritualistae repetitivo, tais como formas extremamente automatizadas de vestir-se, alimentar-se, movimentar-se.
Obsessões – são ideias, imagens ou palavras que aparecem de repente no pensamento normal do sujeito, e que este considera absurdas, ridículas ou obscenas, como que impostas, e que se repetem contra a sua vontade. Ele tenta afasta-las em vão, e elas passam a ser objeto de preocupação, angústia, e luta constante contra seu aparecimento, consumindo grande parte do tempo e da energia do paciente.
Compulsões – O sujeito sente-se forçado a fazer certos atos os quais se opõe e os considera ridículos, sacrilégios, criminais. Sente vontade, mas geralmente não faz. Assim, de repente, sente vontade de xingar na missa, passar rasteira no chefe, bater na pessoa amada, empurrar alguém que está na varanda, queimar a casa. Na compulsão, estão presentes o impulso e a defesa ao mesmo tempo, o que se vê claramente. Quando passa à ação (rituais), o impulso é mais disfarçado.
Rituais – São cerimônias, condutas estritamente regradas que o sujeito obriga-se a cumprir, antes e depois de, por exemplo, dormir, comer, defecar; ou em qualquer momento de sua vida, por exemplo, aos domingos, ao entardecer, ao ir ao trabalho.
AS NEUROSES FÓBICAS
São caracterizadas pela localização da angústia em pessoas, coisas e situações, que se tornam, assim, objeto de um terror paralisante (fobias); e pelas medidas de defesa contra o aparecimento do objeto fóbico ou da angústia (condutas e vitativas). Foi denominada por Freud de histeria de angústia.
Fobias de espaço – As mais comuns são a Claustrofobia, medo de estar ou passar em lugares fechados ou de tamanho reduzidos, Agorafobia, contrário a claustrofobia, medo de grandes espaços descobertos, Acrofobia, medo de lugares altos.
Fobias de sociais – O sujeito tem medo de aglomerações, de falar ou aparecer em público, de participar de um grupo, dançar, etc. Casos especiais são a eritrofila, que consiste no temor de corar diante das pessoas e a fobia aos contatos humanos, como o medo de olhar nos olhos, de dirigir-se a uma autoridade, ou de ser tocado.
Zoofobia – Pode ser aos grandes animais, como ocorre nas fobias da primeira infância: leão, urso, tubarão, cavalo, etc., e aos pequenos animais, que são resquícios das fobias da segunda infância: ratos, cobras, aranhas, insetos, sapos, etc.
Fobias relacionadas a saúde – Trata-se do medo de enlouquecer, de morrer, de doenças em geral, especialmente do câncer, de ser feio ou repelente, de exalar mau cheiro. Nestas se incluem, também, as fobias às infecções, ao contato com pessoas ou coisas, como, por exemplo, as fobias às maçanetas. Aqui a neurose fóbica mistura-se à neurose obsessiva.
 AS NEUROSES HISTÉRICAS (HISTERIA)
É aquela em que predominam os sintomas corporais da mais diversa índole, de origem psíquica, sobre um fundo de caráter específico, o caráter histérico. Assim como era deslocada para objetos, animais, situações e pessoas na neurose fóbica, aqui ela é convertida para o plano corporal, daí o nome de “histeria de conversão” (Freud).
Pode se falar, também, que o conflito inconsciente – ideias, desejos, impulsos ou afetos reprimidos – é simbolizado pelos sintomas corporais.5.4 AS 
NEUROSES DE ANGÚSTIA
Tipo de neurose caracterizada do ponto de vista sintomatológico pelo predomínio da angústia, que pode vir crônica ou em crises, que pode ser psicológica ou manifestar-se somaticamente; numa perspectiva etiológica, a neurose de angústia é o acúmulo de excitação sexual ou agressiva não descarregada, e transformada diretamente nos sintomas, sem mediação psíquica.
 AS NEUROSES TRAUMÁTICAS
Tipo de neurose cujos sintomas aparecem consecutivamente a um choque emocional – o trauma –, geralmente ligado a uma situação na qual o sujeito sentiu sua vida ameaçada. Os exemplos mais comuns de traumas são os sofridos nas guerras, nos acidentes, os ocasionados pela detonação de uma bomba, pela morte súbita ou violenta de seres queridos, um grande susto, etc.
Freud destacou as neuroses traumáticas a partir do estudo das neuroses surgidas na primeira guerra mundial, chamadas especificamente neuroses de guerra.
No momento do choque há uma crise, seja de angústia, estupor ou confusão mental; depois há uma fixação no trauma, caracterizada pelos sintomas de repetição deste, com uma inibição 
generalizada das atividades do sujeito.
 TRATAMENTO DE NEUROSES
Antigamente se pensava que a neurose era sempre incurável e que se convertia, com o tempo, numa doença crônica e invalidam-te. Hoje em dia, felizmente, as pessoas que sofrem deste transtorno podem recuperar-se por completo e levar uma vida normal como qualquer outra pessoa.
A questão da cura das neuroses, que é uma doença da personalidade, deve ser comparada à diabetes, pressão alta, miopia, reumatismo, alergia, asma e uma grande série de outras doenças. As pessoas portadoras dessas doenças, assim como os neuróticos, teriam uma péssima qualidade (e quantidade) de vida se não fossem os recursos da medicina. 
A rigor, para as neuroses, recomenda-se um acompanhamento psicológico adequado, associado ao tratamento médico (com medicamentos) quando necessário, juntamente com a cooperação apropriada do próprio paciente e da sua família. Com essa conduta, felizmente, a grande maioria das neuroses podem ser perfeitamente controlada, proporcionando ao paciente uma melhor qualidade de vida e inegável bem-estar.
Em casos mais graves a medicação é inevitável, normalmente quando há componentes depressivos e ansiosos graves.
 HEREDITARIEDADE DAS NEUROSES:
Em primeiro lugar convém fazer uma distinção entre o que é genético, o que é constitucional e o que é hereditário: 
1) Se uma doença é genética, isso quer dizer que antes de nascer uma pessoa pode ter um gene ou uma programação que a conduza em direção à doença, mas em forma de probabilidade e não de certeza. 
Cada um de nós carrega genes de diferentes doenças, mas não as desenvolvemos obrigatoriamente. Um exemplo claro disso é o câncer de pulmão, identificado em genes de pessoas sadias não fumantes. Uma pessoa que tenha este gene teria uma predisposição genética a desenvolver a doença, mas isso não quer dizer que esta pessoa vá desenvolvê-la obrigatoriamente. De fato, se não fumar, levar uma vida não estressante, enfim, se não cumprir os requisitos necessários ao desenvolvimento da doença não terá câncer de pulmão. 
2) É Constitucional a doença que faz parte da pessoa, sem necessariamente ter sido genética ou hereditária. 
Constitucional significa ter nascido assim ou ter adquirido para sempre. Se a pessoa nasceu surda, essa surdez é constitucional, sem necessidade de ser genética. 
As marcas de vacina que alguns têm nos braços, podemos dizer que são constitucionais (fazem parte da pessoa) mas não foram herdadas. Antes disso, foram adquiridas em tenra idade e não desapareceram mais. 
3) Uma doença Hereditária é uma doença genética que se transmitirá, com certeza, de uma geração a outra e, além disso, terá uma porcentagem fixa e calculada de novos casos da doença na geração seguinte. 
Um exemplo de uma doença hereditária é a Coréia de Huntington. Esta doença crônica supõe uma degeneração corporal e mental que se passa de uma geração a outra, desenvolvendo-se em 50% dos filhos. Quer dizer que um paciente de Huntington que decide ter um filho sabe, de antemão, que a cada dois filhos que nascerem, no mínimo um desenvolverá a enfermidade. 
Até o momento, podemos considerar as Neuroses de natureza Constitucional e, algumas vezes, Genética.
 QUAL A IMPORTÂNCIA SOCIAL DAS NEUROSES?
As neuroses são, indubitavelmente, o contingente mais importante de pacientes que procuram ajuda de psicólogos e psiquiatras. Seu quadro é extremamente variado, indo dos problemas psicossomáticos, sexuais, depressões, angústia, insônia, etc. 
As neuroses interferem e estão presentes também nos problemas de aprendizagem, no desenvolvimento da personalidade, no fracasso escolar, nos conflitos familiares e nas crises conjugais. 
A psiquiatria considera as neuroses transtornos menores, em relação às psicoses.Isso se deve ao fato do neurótico conservar, de alguma maneira, critérios de avaliação da realidade semelhantes às pessoas consideradas normais. 
Entretanto, ao falar “transtorno menor”, não se refere a algum critério de prognóstico. O mais comum é que a neurose tenha um curso crônico e não tratado, pode até levar a algum grau de incapacidade social e/ou profissional (psicose).
Perversão
O significado original per verti-o, por sua vez derivado de per verter e, remete à noção de "pôr de lado", ou "pôr-se à parte".
Nesse contexto, qualquer conceito pode ser "pervertido". Sejam os conceitos mais abstratos, como os de conservação, de nutrição, de reprodução, etc., como os conceitos mais concretos. Pode-se dizer que uma versão moderna de uma obra clássica, por exemplo Romeu e Julieta, é uma perversão da história original.
Historicamente, perversões de conceitos morais foram atribuídas a perturbações de ordem psíquica, que dariam origem a tendências afetivas e morais contrárias às do ambiente social do pervertido (FOUCAULT, 1984).
Numa perspectiva sócio histórica e clínica, a perversão poder-se-ia constituir em uma única anomalia psíquica do indivíduo, ou fazer-se acompanhar por alguma doença mental intercorrente. O comportamento do pervertido seria, então, determinado pelo seu nível intelectual: enquanto as perversões dos com o "nível intelectual inferior" seriam impulsivas, brutais, praticadas sem rebuço, as dos "indivíduos de bom nível intelectual" seriam quase sempre astuciosas, dissimuladas, encobertas. Entre os atos mais frequentemente apontados como perversões, por se desviarem de forma mais grave do comportamento tido como normal do ponto de vista social, são atos tidos como desvios sexuais: sadismo, masoquismo, pedofilia, exibicionismo, voyeurismo, etc. 
Na medicina sexual moderna, considera-se perversão quando o comportamento individual de excitação sexual somente se dá em resposta a objetos ou situações diferentes das tidas como normais, e quando esse comportamento interfere na capacidade do indivíduo de ter relações sexuais e/ou afetivas tidas como normais, dá-se o nome a essa disfunção de parafílica (KERNBERG, 1998).
Sabe-se que a masturbação também já foi considerada uma modalidade de perversão sexual no passado (FREUD, 1904; FOUCAULT, 1984).
Observe-se a relação entre os costumes, a organização social e o comportamento individual. Identifica-se modernamente, através da psiquiatria transcultural, uma via de mão dupla entre o evidente papel da cultura na construção da personalidade e da psicopatologia, a exemplo da patologia dos líderes na gênese de fenômenos coletivos (Adolf Hitler etc.) (ERIKSON, 1971; REICH, 1988) tais como: aceitação (legalização) de impulsos e personalidades sádicas adaptados à execução de tortura militar nas prisões (ou campos de concentração) ou a via de regra (instituição) do estupro de familiares dos inimigos (nas guerras étnicas sobretudo). A "regra" do estupro de criminosos sexuais nas prisões brasileiras é uma outra perversão mantida por aprovação de setores da sociedade e tolerância (?) de autoridades.
No código penal brasileiro até a lei 7.015/2009 alguns comportamentos considerados como perversão, juridicamente eram classificados como "Atentado ao pudor" e "Atentado violento ao pudor" quando alguns “tipos penais" foram modificados. A pedofilia, por exemplo no Brasil, atualmente enquadra-se no estupro de vulnerável. A transição dos folkways, mores, tabus na conduta moral dominante e norma jurídica ainda é um controverso tema da interdisciplinar antropologia jurídica ou antropologia do direito.
Estrutura Psíquica e Comportamental 
Na Psicanálise, perverso é toda pessoa que possui um modo de funcionamento psíquico baseado numa estrutura perversa. Ribeiro Filho, em breve artigo de revisão cita as colocações de Ferraz, 2002 (o.c.) e Janine Chasseguet-Smirgel quanto ao tema da perversão na obra de Freud, assinalando suas sucessivas e significativas alterações. Distinguiu três momentos essenciais dessa teorização. O primeiro modelo baseia-se no axioma: "a neurose é o negativo da perversão" publicado em "Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade" (Sigmund Freud,1905). O segundo momento relaciona-se com a teoria do complexo de Édipo, núcleo das neuroses e também das perversões. Já o terceiro momento, define a parcialidade da castração simbólica (nomeada como recusa à castração dos neuróticos) como mecanismo essencial da perversão. Uma interpretação psicanalítica de determinado padrão comportamental, considerado ou não como crime, leva em consideração esse referencial freudiano, de suas contribuições, não necessariamente auto excludentes como veremos.
Histórico do conceito 
Uma das primeiras aparições sobre o quadro de perversão na literatura especializada surge em 1806 com o psiquiatra Philippe Pinel sob o conceito de mania sem delírio. Este nome designava uma síndrome detectada pelos médicos medievais sob o rótulo de loucura moral. Neste diagnóstico estavam inscritos atos impulsivos e repetidos de destruição e mentiras patogênicas com a preservação da razão.
Foi na edição de Psychopathia Sexualis, feita pelo médico Krafft Ebing em 1886, que o termo perversão sexual surge nos diagnósticos médicos. Ebing faz uma longa classificação das perversões sexuais incluindo termos até hoje utilizados como o sadismo, o masoquismo, o fetichismo e a "sexualidade antipática" (referência ao que chamamos hoje de homossexualidade).
O conceito psicanalítico de perverso, é constituído na obra de Freud, nos Três Ensaios sobre a Teoria da Sexualidade, publicado em 1905, apesar de que Freud já havia utilizado o termo em 1896, na Carta 52, e em seus estudos contidos no Caso Dora (publicado em 1905, mas escrito originalmente em 1901) . Nesta obra inicial Freud trata da perversão como desvio da conduta sexual que não visa a genialidade. Toda criança, ao se auto satisfazer sexualmente, pode ser considerada perversa. Inicialmente o termo era restrito, no adulto, ao comportamento homossexual, sadomasoquista, fetichista, entre outras modalidades de cópula que não se orientavam pela penetração peniano-vaginal.
Com o passar dos anos Freud começa a perceber que a escolha narcísica de objeto, ou seja, a escolha homossexual de objeto feita de maneira recorrente pelos homossexuais, pedófilos e fetichistas denunciavam um modo de funcionamento psíquico e discursivo diferente das neuroses e das psicoses. Na Introdução ao Narcisismo, ao discorrer sobre seus estudos de patologia do "amor próprio", começou a ficar evidente a diferença entre as estruturas tipicamente narcisistas e os neuróticos e psicóticos.
Em 1919 Freud relaciona perversão e a relação edípica, nos textos Uma criança é espancada: Contribuição ao estudo da origem das perversões, A dissolução do complexo de Édipo, e A organização genital infantil: uma interpolação na teoria sexualidade. Nestes textos ainda não há uma indicação clara de um mecanismo específico que indique o caminho da perversão como uma estrutura. Aspectos da sexualidade perverso-polimorfa podiam estar presentes em qualquer estrutura, do doente ao normal, e por isso não poderia se definir por si só. O conceito de recusa aparece como um mecanismo normal da construção da sexualidade, que posteriormente é superado, a castração aceita e os desejos incestuosos, juntamente com os desejos de completude sucumbem ao recalque na "normalidade".
No texto Fetichismo de 1927 a recusa passa a ser entendida como um elemento permanente que, associado a cisão do ego (Spaltung), se tornam os mecanismos de defesa que marcam a estrutura perversa.
Em seu pequeno trabalho dedicado ao fetichismo Freud propõe que a chave desta forma de perversão se encontra justamente em uma duplicidade de atitudes diante da castração da figura materna: reconhecimento e repúdio a um só tempo. Ora, isto só é possível à custa de um processo dissociativo que, como torna-se evidente, incide no eu. Não se trata de uma degeneração ou incapacidade constitucional de síntese, mas de um processo de defesa.
A patologianeurótica se caracteriza pelo recalque (Verdrängung) do desejo durante o Complexo de Édipo. A somatização de conversão histérica, por exemplo, está ligada a um desejo sexual que não foi satisfeito pelas vias normais.
Na patologia psicótica há uma rejeição (Verwergung) da realidade social e do Complexo de Édipo. Os delírios, alucinações e depressões são uma tentativa frustrada de dar sentido e lógica a uma visão de mundo particular, isolada.
Já na patologia perversa o que ocorre é recusa (Verleugnung) da Castração Edipiana. O perverso não aceita ser submetido as leis paternas e, em consequência, as leis e normas sociais. Ele não rejeita a realidade e nem recalca os seus desejos. Ele escolhe se manter excluído do Complexo de Édipo e da alteridade e passa a satisfazer sua libido sexual consigo mesmos (narcisismo). Este é o motivo de todo o perverso ter uma escolha homossexual de objeto, sendo representado por ele mesmo em alguém do mesmo sexo ou do sexo oposto.
Em 1941 o termo psicopatia surge pela primeira vez na obra de Hervey Cleckley, A Máscara da Sanidade, sendo considerada uma das manifestações mais extremas da personalidade perversa. A psicopatia foi descrita através da excessiva manifestação de egocentrismo, incapacidade para o amor não narcísico, falta de remorso, vergonha ou culpa, tendência à mentira e à insinceridade, vida sexual impessoal, charme envolvente mas superficial, boa capacidade retórica, inclinação para se fazer de vítima e boa capacidade cognitiva sem comprometimento com a percepção da realidade.
Foi Jacques Lacan, no seminário de 1956, que transformou a perversão como opção de recusa da castração e da lei como estrutura psíquica singular a neurose e a psicose.
Uma das principais contribuições para a psicanálise neofreudiana surge com Masud Khan em 1981. Ele analisa a perversão em termos de relação e não mais de pulsões. Seu trabalho trata da "relação perversa", em que o sujeito é alienado de si mesmo e do objeto de seu desejo. Ele adaptou o conceito marxista de alienação para o quadro de uma psicanálise fenomenológica, observando que tanto Freud quanto Marx marcam simultaneamente o pensamento ocidental ao revelar as alienações internas e externas que o homem faz de si mesmo. No caso da perversão a alienação é mais séria pois ele se relaciona com os objetos como se fossem uma "colagem interna" que lhe seria imposta, deixando o "outro" enquanto ser num estado de ausência. Essa seria a origem dos sintomas e do sofrimento do perverso. Ele também defende a ideia de que o perverso tem uma organização identitária e defensiva baseada num falso Self, ou seja, os perversos não sentem ou manifestam seus próprios desejos e necessidades. Uma mãe insuficientemente boa não respeitaria os tempos, vontades e necessidades do filho nos primeiros anos de vida. Ao limitar os gestos essenciais da criança para impor as próprias necessidades de tempo, comida, espaço, valores religiosos e projetos de vida, por exemplo, está mãe coibiu a manifestação dos processos e experiências de subjetividade da criança (seu verdadeiro Self). Não podendo experimentar o mundo por si mesmo a criança passa a criar objetos idealizados para si, como a mãe por exemplo, e submeter seus gestos a vontade de outros (surgindo o falso Self defensivo contra os próprios desejos). O perverso, na infância, é o retrato dos desejos inconscientes desta mãe e por isso ele já entraria no Complexo de Édipo sendo perverso e predisposto a não aceitar a Lei paterna. A descrição dos processos perversos feita por Masud Khan questiona a posição de Freud e Lacan quanto ao surgimento da perversão durante o Complexo de Édipo. Outra posição contrária é que, para Khan, o perverso não busca "fazer o que ele deseja" sem se preocupar com os limites, como ensinam Freud e Lacan. Para este psicanalista os perversos, por serem constituídos de um falso Self, não podem "desejar". Só pode desejar algo quem sabe o que é e o que quer, ou seja, que tem um Self. O perverso se move pela inveja, ou seja, pelos desejos de outras pessoas. Os próprios desejos primevos recalcados pelo falso Self perturbam e os fazem essencialmente infelizes.
Características relacionais 
Segundo os diversos estudiosos da perversão, alguns sintomas são frequentemente encontrados em pessoas com esta estrutura patológica:
Simbolização flexível: Devido à sua subversão aos ditames sociais tidos como verdades, aplicáveis em contextos culturalmente determinados, o perverso percebe o mundo através de um descolamento parcial entre signo e significado, que, comparado à percepção simbólica restrita acometida aos neuróticos (e ainda mais restrita, no caso de pessoas estruturadas psicoticamente), lhe possibilita uma margem de percepção menos restrita aos discursos sociais (sejam dominantes ou alternativos), porém também o traz um incômodo com uma falta de proximidade em seus laços com outras pessoas, graças à falta de significado emocional de símbolos socialmente difundidos.
Fetiche: Apesar do distanciamento entre signo e significado ser maior do que do neurótico, o perverso também possui emoções atreladas à simbolização, porém de forma muito mais concentrada, dada a escassez de símbolos emocionalmente significativos. Assim, frequentemente perversos concentram sua libido em um único, símbolo valorativo, que independe da pessoa que o carrega (pode ser uma característica de uma parte do corpo, algum adereço, cheiro, ou qualquer forma a ser percebida e atribuída valor). Há perversos que encontram restrição a um único símbolo atrelado à sua sexualidade e grande carga emocional, encontrando dificuldades para relacionar-se pessoalmente com a pessoa que carrega tal característica, mas também é possível uma flexibilidade aberta à ressignificação para uma ampla gama de formas perceptivas.
Sedução: Graças à sua flexibilidade simbólica, não raro o perverso encontra-se distante das representações sociais que aproximam pessoas com um senso de união, o que o leva à possibilidade de utilizar-se de tais recursos sem envolver-se emocionalmente. Assim, diversas formas de comunicação com peso emocional, como a incitação sexual, o choro, a dependência financeira, perversos podem influenciar de forma que são percebidos em seus relacionamentos. Tal possibilidade é frequentemente (e as vezes compulsivamente) utilizada para satisfazer a necessidade que sentem de manutenção de sua organização fantasiosa de si e de mundo. Assim, grande parte de seus recursos psíquicos mobilizam-se para a manutenção de padrões de relacionamentos com um senso de controle, devido ao significativo terror que sentem quanto à movimentação autônoma do outro, que revive temores primordiais de serem controlados pelas expectativas e significações alheias que não respeitaram sua individualidade.
Escolha narcísica de objeto: Um perverso procura estabelecer relações mais íntimas com aqueles que se assemelham com ele ou por quem ele tem inveja (ou seja, quer ser como). Sua escolha homossexual de objeto o leva a ter amor somente por si mesmo. Quase nunca leva em consideração os sentimentos e necessidades do outro. A escolha sexual, apesar de ser narcísica, não está limitada à homossexualidade. Há perversos que mantém relações sexualmente heterossexuais, mas, psiquicamente, homossexuais (no sentido de relacionar-se com seu próprio ego através do relacionamento com o outro). A opção homossexual também não se restringe a estrutura perversa podendo também aparecer nas psicoses e nas neuroses, como bem observou Freud, Melanie Klein,Masud Khan e Lacan.
Incômodos com a autoridade/moral/lei/ritual social: Perversos não reconhecem valor em autoridades, e por extensão, também não valorizam as leis e as verdades que tais autoridades ditam. Continuam, porém, com uma abertura simbólica e com uma percepção de realidade, o que os leva a uma incongruência interna, uma vezque significantes têm de ser transmitidos por alguém. Perversos, assim, se sentem desconfortáveis quanto à ambivalência apresentada pela autoridade (e autonomia) de um chefe, parceiro, juiz, policial,professor, pai, ou de qualquer outro papel social normativo. Quando acabam por aceitar uma ordem ou demanda, encontram-se com dificuldade para a execução, podendo distorcer ou sabotar uma tarefa, por não perceber sentido nela.
Características psicossomáticas 
Alguns sintomas recorrentes de saúde foram apontados por autores como Masud Khan e Otto Kernberg, que perceberam, ao longo de seus estudos com pacientes perversos, alguns sintomas recorrentes de saúde relacionados ao aparelho reprodutor apareciam como queixas. Estes problemas não se restringiam somente a doenças sexualmente transmissíveis, mas também feridas e desajustes hormonais, demonstrados especialmente por baixa contagem de esperma nos homens e inconsistência na ovulação nas mulheres.
Para os pós-rechiamos, a exemplo de Federico Navarro, os problemas nos órgãos reprodutores são produzidos pelo fluxo de energia libidinal que, em relação com o sistema psíquico, produz sintomas que comprometem órgãos relacionados a fertilidade. A rejeição de se entregar verdadeiramente para uma pessoa, de ser solidário ou de ajudar o outro sem esperar um retorno pessoal encontram relação com um bloqueio energético específico nos níveis 3 e 7 de seu sistema

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