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Justificativa de não interposição de recurso STJ - Sumula 83 STJ

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NAJ STJ
JUSTIFICATIVA DE NÃO INTERPOSIÇÃO DE RECURSO
Nº do processo: 020/0032896-6)
Origem:
Nome do assistido:
Nome da parte contrária:
Recurso cabível:
Início do prazo recursal: 15/09/2020
Fim do prazo recursal: 21/09/2020
AÇÃO PENAL PÚBLICA INCONDICIONADA. HOMICÍDIO
QUALIFICADO NAS FORMAS CONSUMADA E TENTADA. PORTE
ILEGAL DE ARMA DE FOGO DE USO PERMITIDO. CORRUPÇÃO DE
MENORES. RÉU IMPRONUNCIADO EM 1º GRAU. RECURSO EM
SENTIDO ESTRITO INTERPOSTO PELO MINISTÉRIO PÚBLICO.
FUNGIBILIDADE. RECEBIMENTO COMO APELAÇÃO. ACÓRDÃO
PROVIDO. RÉU PRONUNCIADO. INTERPOSIÇÃO DE RECURSO
ESPECIAL E RECURSO EXTRAORDINÁRIO. DECISÃO QUE
INADMITIU OS RECURSOS. AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL.
NÃO CONHECIMENTO POR INCIDÊNCIA DA SÚMULA 83/STJ.
1. Decisão de inadmissibilidade do recurso especial fundada na aplicação
dos enunciados de Súmula 83 e 7/STJ.
2. Agravo em recurso especial fundado na inadequação do RESE interposto
pelo Ministério Público do Distrito Federal e Territórios.
3. Cabimento do óbice da Súmula 83/STJ, visto jurisprudência pacífica que
assegura a fungibilidade em casos que não está presente a má-fé do
recorrente.
4. Inviabilidade recursal.
(61) 3966-1200 | www.uniceub.br | central.atendimento@uniceub.br
Setor Comercial Sul Quadra 01, Bloco A - Edifício União - 70.207-970 – Brasília-DF
I – DA SÍNTESE PROCESSUAL
Trata-se de ação penal pública incondicionada na qual o agravante foi
denunciado pelos crimes de homicídio qualificado, nas formas consumada e tentada, porte
ilegal de arma de fogo de uso permitido e corrupção de menores, tipificados nos artigos 121, §
2º, I, III e IV, contra a vítima X, art. 121, § 2º, I, II e IV, c.c. art. 14, II, contra a vítima Y, art.
14 da Lei nº 10.826/03 e art. 244-B, § 2º do ECA. Recebida a denúncia, a prisão preventiva
foi decretada. Após regular instrução, o Magistrado se decidiu pela impronúncia do réu, em
razão de não existirem fortes indícios de autoria por parte do acusado que apontem para a
prática do crime, expedindo o alvará de soltura (e-STJ fls. 437-442).
Irresignada, a parte acusatória interpôs Recurso em Sentido Estrito, a fim de
cassar a sentença proferida pelo Juízo de 1º grau e pronunciar o ora agravante. A 3ª Turma
Criminal no DF conheceu do RESE, apesar de inadequado, ao argumento do Princípio da
Fungibilidade Recursal, e no mérito deu provimento, pronunciando o réu (e-STJ fls. 492-512).
Contra o Acórdão, a Defesa interpôs Recurso Especial, ao fundamento de
violação aos dispositivos do Código de Processo Penal, sendo estes art. 416, que trata sobre o
cabimento de apelação contra sentença de impronúncia, e arts. 155, 414 e 415, bem como
denota a divergência jurisprudencial sobre o mesmo tema. Além disso, a Defesa também
interpôs Recurso Extraordinário, repousando sob a alegação de ofensa ao art. 97 da
Constituição Federal e à Súmula Vinculante nº 10 do STF. Porém, ambos os recursos restaram
inadmitidos em sua totalidade, por aplicação dos enunciados de Súmula 83 e 7/STJ no que diz
respeito ao REsp, e incidência da Súmula 284/STF referente ao RE.
Desta feita, a Defesa interpôs Agravo em ambos os recursos. No que é de
interesse desta Corte, o Agravo em Recurso Especial não foi conhecido pelo Eminente
Ministro Relator Nefi Cordeiro, em virtude de se alegar jurisprudência pacífica em relação à
incidência da fungibilidade recursal, recaindo a aplicação da Súmula 83/STJ.
A intimação eletrônica do Núcleo de Prática Jurídica se deu em 14 de
setembro de 2020.
É o relatório.
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II – DA JUSTIFICATIVA
O Eminente Relator Ministro fundou sua negativa de provimento ao Agravo
em REsp na incidência da Súmula 83/STJ, que tem como enunciado “não se conhece do
recurso especial pela divergência, quando a orientação do Tribunal se firmou no mesmo
sentido da decisão recorrida”. Em termos práticos, significa dizer que não serão conhecidos
recursos que pautem entendimentos diversos daqueles já consolidados perante a Corte. Por
meio da referida decisão, sustentou-se a pertinência da aplicação da fungibilidade no caso por
não estar configurada má-fé do recorrente, no caso o Ministério Público do Distrito Federal e
Territórios.
Com razão o Eminente Ministro, tendo em vista que no Direito Processual
Penal existe a possibilidade de admissão de um recurso interposto no lugar de outro, com o
intuito de se preservar a instrumentalidade das formas, celeridade e economia processual.
Essa substituição não deve ser dotada de má-fé, de forma que até erro grosseiro não é
característica impeditiva para que a fungibilidade impere.
Nas razões do recurso especial ampara-se, principalmente, desrespeito ao
art. 416 do CPP eis que o Ministério Público interpôs Recurso Estrito no lugar de Apelação,
como é explícito no mesmo dispositivo. Ocorre que, ao contrário dos fundamentos alegados
pela defesa, a jurisprudência do STJ é firme no sentido de recebimento de RESE como
apelação, dentre outras hipóteses recursais também admitidas em substituição à outras. Como
se vê:
AGRAVO REGIMENTAL NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. PENAL E
PROCESSUAL PENAL. LESÃO CORPORAL. VIOLÊNCIA DOMÉSTICA E
FAMILIAR CONTRA A MULHER. OMISSÃO NO JULGADO ESTADUAL.
NÃO OCORRÊNCIA. PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE. APELAÇÃO E
RECURSO EM SENTIDO ESTRITO. POSSIBILIDADE. INTIMAÇÃO
ELETRÔNICA. TERMO INICIAL. DATA DA EFETIVA CONSULTA.
JULGAMENTO DO MÉRITO PELO TRIBUNAL DE ORIGEM. TEORIA DA
CAUSA MADURA. APLICABILIDADE. INEXISTÊNCIA DE VIOLÊNCIA DE
GÊNERO. AUSÊNCIA DE PROVAS PARA A CONDENAÇÃO. REEXAME
FÁTICO-PROBATÓRIO. IMPOSSIBILIDADE. SÚMULA N.º 7/STJ.
EXECUÇÃO PROVISÓRIA DA PENA.
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IMPOSSIBILIDADE. NOVO ENTENDIMENTO DO SUPREMO TRIBUNAL
FEDERAL. ADC'S N.os 43, 44 E 54. AGRAVO REGIMENTAL PARCIALMENTE
PROVIDO.
1. Não se verifica ofensa ao art. 619 do Código de Processo Penal quando o Tribunal
de origem enfrenta de maneira expressa e fundamentada as teses defensivas, como
ocorreu no caso em apreço.
2. A Terceira Seção desta Corte Superior pacificou a compreensão de que é
possível a aplicação do princípio da fungibilidade entre o recurso de apelação e
o recurso em sentido estrito. Precedentes.
3. Nos termos do art. 5.º, § 1.º, da Lei n.º 11.419/2006, por se tratar de intimação
eletrônica, considera-se intimado o Ministério Público no dia em que for efetivada a
consulta eletrônica ao teor da intimação, e não no dia em que esta é encaminhada
para visualização no portal eletrônico.
4. Se a ação penal está em condições de julgamento, especialmente porque já
realizada audiência de instrução e apresentadas alegações finais pelas partes, o
Tribunal estadual, ao afastar nulidade reconhecida pelo Juízo de origem na sentença,
pode passar ao exame do mérito da imputação, aplicando-se ao processo penal a
teoria da causa madura.
5. Para se dissentir da conclusão exarada pelo Tribunal de origem, com o fim de
afastar a configuração da violência doméstica e familiar contra a mulher ou de
absolver o Agravante por ausência de provas, seria necessário amplo reexame do
conjunto fático-probatório, o que não é possível no recurso especial, nos termos da
Súmula n.º 7/STJ.
6. O Plenário do Supremo Tribunal Federal, ao concluir o julgamento das Ações
Declaratórias de Constitucionalidade (ADC) n.os 43, 44 e 54, concluiu que é
constitucional a regra do Código de Processo Penal (CPP) que prevê o esgotamento
de todas as possibilidades de recurso (trânsito em julgado da condenação) para o
início do cumprimento da pena.
7. Agravo regimental parcialmente provido, apenas para revogar a determinação de
execução provisória da pena constante na decisão monocrática.
(AgRg no AREsp 1546583/SP, Rel. Ministra LAURITA VAZ, SEXTA TURMA,
julgado em 17/12/2019, DJe03/02/2020)
Assim, restou comprovado que a decisão monocrática do Eminente Ministro
é irretocável, considerando a conveniência do improvimento do Agravo em REsp com
fundamento no enunciado da Súmula 83/STJ que inviabiliza a interposição de agravo
regimental.
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Sob outra perspectiva, infere-se que a defesa também interpôs Recurso
Extraordinário, viabilizando a discussão de questões constitucionais. Especificamente
arguiu-se desobediência ao art. 97 da Constituição Federal e à Súmula Vinculante nº 10 do
STF.
O RE em questão e o Agravo em Recurso Extraordinário, posteriormente
interposto diante do não conhecimento do anterior, já seguiram para análise da Suprema
Corte. Sabe-se que o entendimento deste Tribunal está em alinhamento mais benéfico em prol
do réu no que concerne a insuficiência de indícios de autoria, existindo chances concretas de
se reverter a pronúncia declarada em sede de Acórdão. A insistência ante o STJ não
demonstra ser factível ou ao menos em consonância do que a Defesa almeja.
Igualmente por essa razão, optou-se por obstar a interposição de Agravo
Regimental perante o STJ.
III – DA CONCLUSÃO
Ante o exposto, conclui-se que não é viável a interposição do Agravo
Regimental no caso em tela, com base nas razões expostas.
LOCAL-DATA
ADVOGADO/OAB
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