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Recursos Cíveis (1)

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1 
 
DEFINIÇÃO 
 
É correto entender que os recursos repetitivos são 
mera técnica de julgamento (no que é claro, aliás, o 
art. 928), inaptos destarte, a interferir na visão 
consagrada de recursos entre nós. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
CLASSIFICAÇÃO 
 
 O primeiro critério: 
- Classificatório leva em conta a extensão do 
inconformismo do recorrente quando 
comparado com a decisão que lhe é 
desfavorável. Para este fim, os recursos 
podem ser totais ou parciais, consoante o 
recorrente impugne toda a decisão ou apenas 
parte dela. É o que expressamente prevê o 
art. 1002 CPC. 
 
 
 
 
 
 
 O Segundo critério: 
- Considera os tipos de vícios que uma decisão 
possui e que desafiam seu contraste por 
recursos. Por esse critério, os recursos podem 
ser de fundamentação livre ou de fundamentação 
vinculada. Para os de fundamentações livre, basta 
o inconformismo do recorrente. 
Naquelas de fundamentação vinculada, o 
recorrente deve demonstrar além do genérico 
interesse recursal, um prejuízo específico, 
previamente valorado pela ordem juridica, sem o 
que não se abre a via recursal. É o que se dá com 
os embargos de declaração, com os recursos 
especial e extraordinário. 
 
 O terceiro critério: 
- Distingue os recursos ordinários dos recursos 
extraordinários, levando em conta os recursos 
que viabilizam o total e amplo reexame da causa 
em todos os seus aspectos, inclusive com o 
reexame de provas e exame de questões novas e 
os que não o admitem porque voltados, em 
última análise, a outra finalidade, qual seja, a 
uniformização da interpretação do direito 
constitucional federal e do direito infra 
constitucional federal em todo o território 
brasileiro. Os recursos especial e extraordinário 
e os embargos de divergência são, nessa 
perspectiva, recursos extraordinários. Todos os 
demais, recursos ordinários. 
 
 O quarto critério: 
- A última classificação distingue o recurso principal 
do adesivo, o que pressupõe a manifestação recursal 
imediata do recorrente (recurso principal) ou 
diferida no tempo, a depender do comportamento 
da outra parte ou de um terceiro (recurso adesivo). 
A classificação, bem entendida, relaciona-se mais 
coma forma de interposição do recurso, se imediato 
ou a posteriori do que, propriamente, com o próprio 
recurso em si mesmo considerado. A disciplina do 
recurso adesivo está nos incisos 1 e 2 do art. 997. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Art. 928. Para os fins deste Código, 
considera-se julgamento de casos 
repetitivos a decisão proferida em: 
I - incidente de resolução de demandas 
repetitivas; 
II - recursos especial e extraordinário 
repetitivos. 
Parágrafo único. O julgamento de casos 
repetitivos tem por objeto questão de 
direito material ou processual. 
 
 
Art. 1.002. A decisão pode ser impugnada no 
todo ou em parte. 
2 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PRINCÍPIOS 
 
Há uma serie de princípios que anima o tema dos 
recursos que podem ser retirados diretamente do 
“modelo constitucional do direito processual civil” 
No âmbito do modelo constitucional, o principal 
princípio a ser lembrado é o duplo grau de jurisdição. 
Princípio implícito- embora o inciso 11 do art. 102 e 
o inciso 11 do art. 105 da CF prevejam um duplo 
grau quando tratam de recurso ordinário para o STF 
e para o STJ, respectivamente -, ele decorre da 
constatação da existência e da competência dos 
tribunais, em especial dos TJS e dos TRFS. 
 
Art. 102. Compete ao Supremo Tribunal Federal, 
precipuamente, a guarda da Constituição, cabendo-lhe: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) a ação direta de inconstitucionalidade de lei ou ato 
normativo federal ou estadual e a ação declaratória de 
constitucionalidade de lei ou ato normativo federal; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 3, de 
1993) 
b) nas infrações penais comuns, o Presidente da 
República, o Vice-Presidente, os membros do 
Congresso Nacional, seus próprios Ministros e o 
Procurador-Geral da República; 
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de 
responsabilidade, os Ministros de Estado, ressalvado o 
disposto no art. 52, I, os membros dos Tribunais 
Superiores, os do Tribunal de Contas da União e os 
chefes de missão diplomática de caráter permanente ; 
c) nas infrações penais comuns e nos crimes de 
responsabilidade, os Ministros de Estado e os 
Comandantes da Marinha, do Exército e da Aeronáutica, 
ressalvado o disposto no art. 52, I, os membros dos 
Tribunais Superiores, os do Tribunal de Contas da União 
e os chefes de missão diplomática de caráter 
permanente; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 23, de 1999) 
d) o habeas corpus, sendo paciente qualquer das 
pessoas referidas nas alíneas anteriores; o mandado de 
segurança e o habeas data contra atos do Presidente da 
República, das Mesas da Câmara dos Deputados e do 
Senado Federal, do Tribunal de Contas da União, do 
Procurador-Geral da República e do próprio Supremo 
Tribunal Federal; 
e) o litígio entre Estado estrangeiro ou organismo 
internacional e a União, o Estado, o Distrito Federal ou 
o Território; 
f) as causas e os conflitos entre a União e os Estados, a 
União e o Distrito Federal, ou entre uns e outros, 
inclusive as respectivas entidades da administração 
indireta; 
g) a extradição solicitada por Estado estrangeiro; 
i) o habeas corpus, quando o coator for Tribunal 
Superior ou quando o coator ou o paciente for 
autoridade ou funcionário cujos atos estejam sujeitos 
diretamente à jurisdição do Supremo Tribunal Federal, 
ou se trate de crime sujeito à mesma jurisdição em uma 
única instância; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 22, de 1999) 
j) a revisão criminal e a ação rescisória de seus julgados; 
l) a reclamação para a preservação de sua competência 
e garantia da autoridade de suas decisões; 
m) a execução de sentença nas causas de sua 
competência originária, facultada a delegação de 
atribuições para a prática de atos processuais; 
n) a ação em que todos os membros da magistratura 
sejam direta ou indiretamente interessados, e aquela 
em que mais da metade dos membros do tribunal de 
origem estejam impedidos ou sejam direta ou 
indiretamente interessados; 
o) os conflitos de competência entre o Superior 
Tribunal de Justiça e quaisquer tribunais, entre Tribunais 
Superiores, ou entre estes e qualquer outro tribunal; 
p) o pedido de medida cautelar das ações diretas de 
inconstitucionalidade; 
 
Art. 997. Cada parte interporá o recurso 
independentemente, no prazo e com 
observância das exigências legais. 
§ 1º Sendo vencidos autor e réu, ao 
recurso interposto por qualquer deles 
poderá aderir o outro. 
§ 2º O recurso adesivo fica subordinado 
ao recurso independente, sendo-lhe 
aplicáveis as mesmas regras deste quanto 
aos requisitos de admissibilidade e 
julgamento no tribunal, salvo disposição 
legal diversa, observado, ainda, o 
seguinte: 
I - será dirigido ao órgão perante o qual 
o recurso independente fora 
interposto, no prazo de que a parte 
dispõe para responder; 
II - será admissível na apelação, no 
recurso extraordinário e no recurso 
especial; 
III - não será conhecido, se houver 
desistência do recurso principal ou se for 
ele considerado inadmissível. 
 
3 
 
q) o mandado de injunção, quando a elaboração da 
norma regulamentadora for atribuição do Presidente da 
República, do Congresso Nacional, da Câmara dos 
Deputados, do Senado Federal, das Mesas de uma 
dessas Casas Legislativas, do Tribunal de Contas da 
União, de um dos Tribunais Superiores, ou do próprio 
Supremo Tribunal Federal; 
r) as ações contra o Conselho Nacional de Justiça e 
contra o Conselho Nacional do Ministério Público; 
(Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) o habeas corpus, o mandado de segurança, o habeasdata e o mandado de injunção decididos em única 
instância pelos Tribunais Superiores, se denegatória a 
decisão; 
b) o crime político; 
III - julgar, mediante recurso extraordinário, as causas 
decididas em única ou última instância, quando a 
decisão recorrida: 
a) contrariar dispositivo desta Constituição ; 
b) declarar a inconstitucionalidade de tratado ou lei 
federal; 
c) julgar válida lei ou ato de governo local contestado 
em face desta Constituição . 
d) julgar válida lei local contestada em face de lei 
federal. (Incluída pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) 
§ 1º A argüição de descumprimento de preceito 
fundamental, decorrente desta Constituição, será 
apreciada pelo Supremo Tribunal Federal, na forma da 
lei. (Transformado em § 1º pela Emenda Constitucional 
nº 3, de 17/03/93) 
§ 2º As decisões definitivas de mérito, proferidas pelo 
Supremo Tribunal Federal, nas ações diretas de 
inconstitucionalidade e nas ações declaratórias de 
constitucionalidade produzirão eficácia contra todos e 
efeito vinculante, relativamente aos demais órgãos do 
Poder Judiciário e à administração pública direta e 
indireta, nas esferas federal, estadual e municipal. 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 45, de 
2004) (Vide ADIN 3392) 
§ 3º No recurso extraordinário o recorrente deverá 
demonstrar a repercussão geral das questões 
constitucionais discutidas no caso, nos termos da lei, a 
fim de que o Tribunal examine a admissão do recurso, 
somente podendo recusá-lo pela manifestação de dois 
terços de seus membros. (Incluída pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
 
 
 
 
 
 
Art. 105. Compete ao Superior Tribunal de Justiça: 
I - processar e julgar, originariamente: 
a) nos crimes comuns, os Governadores dos Estados e 
do Distrito Federal, e, nestes e nos de responsabilidade, 
os desembargadores dos Tribunais de Justiça dos 
Estados e do Distrito Federal, os membros dos Tribunais 
de Contas dos Estados e do Distrito Federal, os dos 
Tribunais Regionais Federais, dos Tribunais Regionais 
Eleitorais e do Trabalho, os membros dos Conselhos ou 
Tribunais de Contas dos Municípios e os do Ministério 
Público da União que oficiem perante tribunais; 
b) os mandados de segurança e os habeas data contra 
ato de Ministro de Estado, dos Comandantes da 
Marinha, do Exército e da Aeronáutica ou do próprio 
Tribunal; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
23, de 1999) 
c) os habeas corpus, quando o coator ou paciente for 
qualquer das pessoas mencionadas na alínea "a", ou 
quando o coator for tribunal sujeito à sua jurisdição, 
Ministro de Estado ou Comandante da Marinha, do 
Exército ou da Aeronáutica, ressalvada a competência 
da Justiça Eleitoral; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 23, de 1999) 
d) os conflitos de competência entre quaisquer 
tribunais, ressalvado o disposto no art. 102, I, o, bem 
como entre tribunal e juízes a ele não vinculados e entre 
juízes vinculados a tribunais diversos; 
e) as revisões criminais e as ações rescisórias de seus 
julgados; 
f) a reclamação para a preservação de sua competência 
e garantia da autoridade de suas decisões; 
g) os conflitos de atribuições entre autoridades 
administrativas e judiciárias da União, ou entre 
autoridades judiciárias de um Estado e administrativas 
de outro ou do Distrito Federal, ou entre as deste e da 
União; 
h) o mandado de injunção, quando a elaboração da 
norma regulamentadora for atribuição de órgão, 
entidade ou autoridade federal, da administração direta 
ou indireta, excetuados os casos de competência do 
Supremo Tribunal Federal e dos órgãos da Justiça 
Militar, da Justiça Eleitoral, da Justiça do Trabalho e da 
Justiça Federal; 
i) a homologação de sentenças estrangeiras e a 
concessão de exequatur às cartas rogatórias; (Incluída 
pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
II - julgar, em recurso ordinário: 
a) os habeas corpus decididos em única ou última 
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos 
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, 
quando a decisão for denegatória; 
b) os mandados de segurança decididos em única 
instância pelos Tribunais Regionais Federais ou pelos 
4 
 
tribunais dos Estados, do Distrito Federal e Territórios, 
quando denegatória a decisão; 
c) as causas em que forem partes Estado estrangeiro ou 
organismo internacional, de um lado, e, do outro, 
Município ou pessoa residente ou domiciliada no País; 
III - julgar, em recurso especial, as causas decididas, em 
única ou última instância, pelos Tribunais Regionais 
Federais ou pelos tribunais dos Estados, do Distrito 
Federal e Territórios, quando a decisão recorrida: 
a) contrariar tratado ou lei federal, ou negar-lhes 
vigência; 
b) julgar válido ato de governo local contestado em 
face de lei federal; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
c) der a lei federal interpretação divergente da que lhe 
haja atribuído outro tribunal. 
Parágrafo único. Funcionarão junto ao Superior 
Tribunal de Justiça: (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
I - a Escola Nacional de Formação e Aperfeiçoamento 
de Magistrados, cabendo-lhe, dentre outras funções, 
regulamentar os cursos oficiais para o ingresso e 
promoção na carreira; (Incluído pela Emenda 
Constitucional nº 45, de 2004) 
II - o Conselho da Justiça Federal, cabendo-lhe exercer, 
na forma da lei, a supervisão administrativa e 
orçamentária da Justiça Federal de primeiro e segundo 
graus, como órgão central do sistema e com poderes 
correicionais, cujas decisões terão caráter vinculante. 
(Incluído pela Emenda Constitucional nº 45, de 2004) 
 
O princípio do duplo grau de jurisdição, para além de 
sua expressa previsão constitucional merece ser 
compreendido no sentindo de a sentença ser passível 
de reexame amplo por outro órgão jurisdicional. É o 
que, no CPC de 2015, é desempenhado 
suficientemente, pelo recurso de apelação. 
Contrabalanceando este princípio com outros, 
também de índole constitucional, em especial o da 
efetividade do direito material pelo processo, é 
possível criar regras como a dos incisos 3 e 4 do art. 
1013, que permitem o julgamento direito pelo 
tribunal após a superação da sentença, sem a 
necessidade de ser determinado o proferimento de 
outra e a renovação do segmento recursal desde a 
primeira instância. 
 
Art. 1.013. A apelação devolverá ao tribunal o 
conhecimento da matéria impugnada. 
§ 1º Serão, porém, objeto de apreciação e 
julgamento pelo tribunal todas as questões 
suscitadas e discutidas no processo, ainda que não 
tenham sido solucionadas, desde que relativas ao 
capítulo impugnado. 
§ 2º Quando o pedido ou a defesa tiver mais de um 
fundamento e o juiz acolher apenas um deles, a 
apelação devolverá ao tribunal o conhecimento dos 
demais. 
§ 3º Se o processo estiver em condições de imediato 
julgamento, o tribunal deve decidir desde logo o 
mérito quando: 
I - reformar sentença fundada no art. 485 ; 
II - decretar a nulidade da sentença por não ser ela 
congruente com os limites do pedido ou da causa de 
pedir; 
III - constatar a omissão no exame de um dos 
pedidos, hipótese em que poderá julgá-lo; 
IV - decretar a nulidade de sentença por falta de 
fundamentação. 
§ 4º Quando reformar sentença que reconheça a 
decadência ou a prescrição, o tribunal, se possível, 
julgará o mérito, examinando as demais questões, 
sem determinar o retorno do processo ao juízo de 
primeiro grau. 
§ 5º O capítulo da sentença que confirma, concede 
ou revoga a tutela provisória é impugnável na 
apelação. 
 
Também com fundamento constitucional implícito, o 
princípio da colegialidade significa que o “juiz natural” 
das decisões proferidas no âmbito dos tribunais 
componentes da organização judiciária brasileira é 
órgão colegiado. Da mesma maneira é possível, 
graças ao jogo dos princípios, que outros, de porte 
constitucional,justifiquem regras como a do art. 932, 
que permitem que o relator, aquele que tem contato 
em primeiro lugar com o recurso, manifesta-se 
isoladamente (monocraticamente) em nome do 
colegiado. Como há expressa previsão de recurso 
para o colegiado competente, que poderá revisar o 
acerto ou o desacerto daquela decisão (art. 1021), 
está atendido o núcleo essencial do princípio que 
aqui destaco. 
Art. 932. Incumbe ao relator: 
I - dirigir e ordenar o processo no tribunal, inclusive em 
relação à produção de prova, bem como, quando for o 
caso, homologar autocomposição das partes; 
II - apreciar o pedido de tutela provisória nos recursos 
e nos processos de competência originária do tribunal; 
III - não conhecer de recurso inadmissível, prejudicado 
ou que não tenha impugnado especificamente os 
fundamentos da decisão recorrida; 
IV - negar provimento a recurso que for contrário a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior 
Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
5 
 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou 
pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de 
recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
V - depois de facultada a apresentação de 
contrarrazões, dar provimento ao recurso se a decisão 
recorrida for contrária a: 
a) súmula do Supremo Tribunal Federal, do Superior 
Tribunal de Justiça ou do próprio tribunal; 
b) acórdão proferido pelo Supremo Tribunal Federal ou 
pelo Superior Tribunal de Justiça em julgamento de 
recursos repetitivos; 
c) entendimento firmado em incidente de resolução de 
demandas repetitivas ou de assunção de competência; 
VI - decidir o incidente de desconsideração da 
personalidade jurídica, quando este for instaurado 
originariamente perante o tribunal; 
VII - determinar a intimação do Ministério Público, 
quando for o caso; 
VIII - exercer outras atribuições estabelecidas no 
regimento interno do tribunal. 
Parágrafo único. Antes de considerar inadmissível o 
recurso, o relator concederá o prazo de 5 (cinco) dias ao 
recorrente para que seja sanado vício ou 
complementada a documentação exigível. 
 
ARTIGO 1021 CPC 
Art. 1.021. Contra decisão proferida pelo relator caberá 
agravo interno para o respectivo órgão colegiado, 
observadas, quanto ao processamento, as regras do 
regimento interno do tribunal. 
§ 1º Na petição de agravo interno, o recorrente 
impugnará especificadamente os fundamentos da 
decisão agravada. 
§ 2º O agravo será dirigido ao relator, que intimará o 
agravado para manifestar-se sobre o recurso no prazo 
de 15 (quinze) dias, ao final do qual, não havendo 
retratação, o relator levá-lo-á a julgamento pelo órgão 
colegiado, com inclusão em pauta. 
§ 3º É vedado ao relator limitar-se à reprodução dos 
fundamentos da decisão agravada para julgar 
improcedente o agravo interno. 
§ 4º Quando o agravo interno for declarado 
manifestamente inadmissível ou improcedente em 
votação unânime, o órgão colegiado, em decisão 
fundamentada, condenará o agravante a pagar ao 
agravado multa fixada entre um e cinco por cento do 
valor atualizado da causa. 
§ 5º A interposição de qualquer outro recurso está 
condicionada ao depósito prévio do valor da multa 
prevista no § 4º, à exceção da Fazenda Pública e do 
beneficiário de gratuidade da justiça, que farão o 
pagamento ao final. 
Igualmente a reserva de plenário merece ser 
lembrada nessa sede, forte no que estabelece o art. 
97 da CF. De acordo com aquele dispositivo, só o 
tribunal pleno ou, onde existir – e desde que haja 
delegação regimental nesse sentido (art. 93, XI da 
CF) -, o órgão especial é que tem competência para 
declarar a inconstitucionalidade da lei ou ato 
normativo. Em tais hipóteses, a colegialidade é 
exigida expressamente pela CF. 
No plano infraconstitucional, é comum a doutrina 
fazer menção a diversos princípios relativos aos 
recursos. São os seguintes: 
 
 PRINCÍPIO DA TAXATIVIDADE: 
Deve ser entendido no sentido de que somente a lei 
pode criar recursos no sistema processual civil 
brasileiro. E mais: não se trata de qualquer lei, mas 
de lei federal, por força do que dispõe o inciso 1 do 
art.22 da CF. Mesmo o inciso do art. 24 da CF, que 
reconhece aos Estado- Membros competência para 
criarem regras de procedimento não pode inovar o 
sistema no que diz respeito aos recursos. 
 
Art. 22. Compete privativamente à União legislar sobre: 
I - direito civil, comercial, penal, processual, eleitoral, 
agrário, marítimo, aeronáutico, espacial e do trabalho; 
II - desapropriação; 
III - requisições civis e militares, em caso de iminente 
perigo e em tempo de guerra; 
IV - águas, energia, informática, telecomunicações e 
radiodifusão; 
V - serviço postal; 
VI - sistema monetário e de medidas, títulos e garantias 
dos metais; 
VII - política de crédito, câmbio, seguros e transferência 
de valores; 
VIII - comércio exterior e interestadual; 
IX - diretrizes da política nacional de transportes; 
X - regime dos portos, navegação lacustre, fluvial, 
marítima, aérea e aeroespacial; 
XI - trânsito e transporte; 
XII - jazidas, minas, outros recursos minerais e 
metalurgia; 
XIII - nacionalidade, cidadania e naturalização; 
XIV - populações indígenas; 
XV - emigração e imigração, entrada, extradição e 
expulsão de estrangeiros; 
XVI - organização do sistema nacional de emprego e 
condições para o exercício de profissões; 
XVII - organização judiciária, do Ministério Público do 
Distrito Federal e dos Territórios e da Defensoria Pública 
dos Territórios, bem como organização administrativa 
6 
 
destes; (Redação dada pela Emenda Constitucional nº 
69, de 2012) (Produção de efeito) 
XVIII - sistema estatístico, sistema cartográfico e de 
geologia nacionais; 
XIX - sistemas de poupança, captação e garantia da 
poupança popular; 
XX - sistemas de consórcios e sorteios; 
XXI - normas gerais de organização, efetivos, material 
bélico, garantias, convocação, mobilização, inatividades 
e pensões das polícias militares e dos corpos de 
bombeiros militares; (Redação dada pela Emenda 
Constitucional nº 103, de 2019) 
XXII - competência da polícia federal e das polícias 
rodoviária e ferroviária federais; 
XXIII - seguridade social; 
XXIV - diretrizes e bases da educação nacional; 
XXV - registros públicos; 
XXVI - atividades nucleares de qualquer natureza; 
XXVII - normas gerais de licitação e contratação, em 
todas as modalidades, para as administrações públicas 
diretas, autárquicas e fundacionais da União, Estados, 
Distrito Federal e Municípios, obedecido o disposto no 
art. 37, XXI, e para as empresas públicas e sociedades 
de economia mista, nos termos do art. 173, § 1º, III; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 19, de 
1998) 
XXVIII - defesa territorial, defesa aeroespacial, defesa 
marítima, defesa civil e mobilização nacional; 
XXIX - propaganda comercial. 
Parágrafo único. Lei complementar poderá autorizar 
os Estados a legislar sobre questões específicas das 
matérias relacionadas neste artigo. 
 
ARTIGO 24 CA CF 
Art. 24. Compete à União, aos Estados e ao Distrito 
Federal legislar concorrentemente sobre: 
I - direito tributário, financeiro, penitenciário, 
econômico e urbanístico; (Vide Lei nº 13.874, de 2019) 
II - orçamento; 
III - juntas comerciais; 
IV - custas dos serviços forenses; 
V - produção e consumo; 
VI - florestas, caça, pesca, fauna, conservação da 
natureza, defesa do solo e dos recursos naturais, 
proteção do meio ambiente e controle da poluição; 
VII - proteção ao patrimônio histórico, cultural, 
artístico, turístico e paisagístico; 
VIII - responsabilidade por dano ao meio ambiente, ao 
consumidor, a bens e direitos de valor artístico, estético, 
histórico, turístico e paisagístico; 
IX - educação, cultura, ensino, desporto, ciência, 
tecnologia, pesquisa, desenvolvimentoe inovação; 
(Redação dada pela Emenda Constitucional nº 85, de 
2015) 
X - criação, funcionamento e processo do juizado de 
pequenas causas; 
XI - procedimentos em matéria processual; 
XII - previdência social, proteção e defesa da saúde; 
(Vide ADPF 672) 
XIII - assistência jurídica e Defensoria pública; 
XIV - proteção e integração social das pessoas 
portadoras de deficiência; 
XV - proteção à infância e à juventude; 
XVI - organização, garantias, direitos e deveres das 
polícias civis. 
§ 1º No âmbito da legislação concorrente, a 
competência da União limitar-se-á a estabelecer 
normas gerais. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 2º A competência da União para legislar sobre normas 
gerais não exclui a competência suplementar dos 
Estados. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) 
§ 3º Inexistindo lei federal sobre normas gerais, os 
Estados exercerão a competência legislativa plena, para 
atender a suas peculiaridades. (Vide Lei nº 13.874, de 
2019) 
§ 4º A superveniência de lei federal sobre normas gerais 
suspende a eficácia da lei estadual, no que lhe for 
contrário. (Vide Lei nº 13.874, de 2019) 
 
Matéria procedimental, apta, portanto, a ser criada 
por lei estadual, em tema de recursos diz respeito, 
por exemplo, á forma do exercício do direito de 
recorrer, o que convida os tímidos legisladores 
estatuais a irem muito além da previsão do inciso 3 ° 
do art.1003, que se limita a permitir que normas 
estaduais disciplinem formas diferenciadas de 
interposição dos recursos. 
 
Art. 1.003. O prazo para interposição de recurso conta-
se da data em que os advogados, a sociedade de 
advogados, a Advocacia Pública, a Defensoria Pública 
ou o Ministério Público são intimados da decisão. 
§ 1º Os sujeitos previstos no caput considerar-se-ão 
intimados em audiência quando nesta for proferida a 
decisão. 
§ 2º Aplica-se o disposto no art. 231, incisos I a VI, ao 
prazo de interposição de recurso pelo réu contra 
decisão proferida anteriormente à citação. 
§ 3º No prazo para interposição de recurso, a petição 
será protocolada em cartório ou conforme as normas 
de organização judiciária, ressalvado o disposto em 
regra especial. 
§ 4º Para aferição da tempestividade do recurso 
remetido pelo correio, será considerada como data de 
interposição a data de postagem. 
§ 5º Excetuados os embargos de declaração, o prazo 
para interpor os recursos e para responder-lhes é de 15 
(quinze) dias. 
7 
 
§ 6º O recorrente comprovará a ocorrência de feriado 
local no ato de interposição do recurso. 
 
 PRINCÍPIO DA 
UNIRRECORRIBILIDADE: 
Também chamado de singularidade ou de unicidade. 
Seu significado é o de que cada decisão jurisdicional 
desafia o seu contraste por um e só por um recurso. 
Cada recurso, por assim dizer, tem aptidão de 
viabilizar o controle de determinadas decisões 
jurisdicionais com exclusão dos demais, sendo 
vedada – é este o ponto nodal do princípio – a 
interposição concomitante de mais de um recurso 
para o atingimento de uma mesma finalidade. 
 
 PRINCÍPIO DA CORRELAÇÃO: 
Relacionar cada recursos a uma específica finalidade, 
independentemente de sua maior ou menor 
abrangência. É insuficiente, contudo, limitar-se 
afirmar que das sentenças cabe apelação (art. 1009 
caput) e que de decisões interlocutórias cabem o 
agravo de instrumento, consoante o rol do art. 1015. 
O princípio vai além, estabelecendo a razão de ser 
de cada um dos recursos indicados no art. 994, para 
além daquela dicotomia, levando em conta também, 
mas não só, as decisões proferidas pelo juízo da 
primeira instância. Sim, porque de sentenças e de 
interlocutórias também pode caber embargos de 
declaração, desde que o legitimado esteja diante de 
ao menos uma das hipóteses do art. 1022. 
 
Art. 994. São cabíveis os seguintes recursos: 
I - apelação; 
II - agravo de instrumento; 
III - agravo interno; 
IV - embargos de declaração; 
V - recurso ordinário; 
VI - recurso especial; 
VII - recurso extraordinário; 
VIII - agravo em recurso especial ou 
extraordinário; 
IX - embargos de divergência. 
 
 
 PRINCÍPIO DA FUNGIBILIDADE: 
Que deriva diretamente de outro, o princípio da 
instrumentalidade das formas. Trata-se de princípio 
implícito, diferentemente do que se dava ao tempo 
do CPC de 1939, cujo art. 810 o agasalhava 
expressamente: “Salvo a hipótese de má-fé ou erro 
grosseiro, a parte não será prejudicada pela 
interposição de um recurso por outro, devendo os 
autos ser enviados á Câmara ou turma, a que 
competir o julgamento. 
 O Princípio justifica-se no sistema processual civil 
sempre que a correlação entre as decisões 
jurisdicionais e o recurso cabível, prescrita pelo 
legislador gerar algum tipo de dúvida no caso 
concreto. Com relação ao CPC de 2015, é o caso de 
esperar para verificar se a correlação por ele 
estabelecida, entre as diversas decisões jurisdicionais, 
seus vícios e os recurso cabíveis, operará a contento. 
Se tudo funcionar como esperado, não há espaço 
para fungibilidade. 
 
 PRINCÍPIO DA VOLUNTARIEDADE: 
Infraconstitucional dos recursos, é significativo da 
necessidade de o recorrente, isto é, aquele que 
detêm legitimidade e interesse em recorrer ( porque 
a decisão, tal proferida, trouxe-lhe algum gravame), 
exteriorizar o seu inconformismo com vistas a 
afastar o prejuízo que a decisão lhe acarreta. Para que 
o recurso seja compreendido como tal, é inarredável 
que o recorrente manifeste o desejo de recorrer e, 
além disso, que ele exponha a extensão de seu 
inconformismo. 
 
 PRINCÍPIO DA DIALETICIDADE: 
Relaciona-se, em alguma medida, com o princípio da 
voluntariedade. Se aquele princípio se relaciona com 
a necessária exteriorização do inconformismo do 
recorrente diante de uma dada decisão, este atrela-
se á necessidade de o recorrente demonstrar as 
razões de seu inconformismo, revelando por que a 
decisão lhe traz algum gravame e por que a decisão 
deve ser anulada ou reformada. 
Faço questão de frisas, a respeito deste princípio, que 
o recurso deve evidenciar as razões pelas quais a 
decisão precisa ser anulada, reformada, integrada ou 
completada, e não que o recorrente tem razão. O 
recurso tem de combater a decisão jurisdicional 
naquilo que ela o prejudica, naquilo que ela lhe nega 
pedido ou posição de vantagem processual, 
demonstrando o seu desacerto, do ponto de vista 
procedimental ( error in procedendo) ou do ponto 
de vista próprio julgamento (error in judicando). Não 
atende ao princípio aqui examinando o recurso que 
se limita a sua posição juridica como a mais correta. 
É inepto o recurso que se limita a reiterar as razões 
anteriormente expostas e que, com o proferimento 
da decisão, ainda que erradamente e sem 
fundamentação suficiente, foram rejeitadas. A tônica 
8 
 
do recurso é remover o obstáculo criado pela 
decisão e não reavivar razões já repelidas, devendo 
o recorrente desincumbir-se a contento do 
respectivo ônus argumentativo. 
 
 PRINCÍPIO DA 
IRRECORRIBILIDADE: 
O princípio da irrecorribilidade em separado das 
interlocutórias, que guarda relação, em suas raízes, 
com os princípios da oralidade, da concentração dos 
atos processuais e da imediatidade, na busca de um 
processo mais célere, vedando, para o atingimento 
daquela finalidade, a interposição de recursos das 
decisões interlocutórias, e muito menos, que esses 
recursos possam comprometer o andamento dos 
processos. 
O CPC de 2015, contudo não acolhe o princípio com 
tal magnitude. Merece ser enunciado como 
recorribilidade temperada das interlocutórias, no 
sentindo de sua recorribilidade imediata depender de 
prévia previsão legislativa e a concessão de efeito 
suspensivo depender da avaliação concreta do 
magistrado. 
 
 PRINCÍPIO DA CONSUMAÇÃO: 
O legitimado recursal deve, no prazo do respectivo 
recurso, manifestar o seu inconformismo e 
apresentar, desde logo, as respetivas razões. Se,por 
qualquer motivo deixar de apresentar suas razões 
recursais, não poderá fazê-lo depois, porque a 
interposição do recurso, isto é, a mera manifestação 
de inconformismo com a decisão, tal qual proferida, 
é suficiente para consumar o prazo recursal. É 
indiferente por isso mesmo, que o legitimado tenha 
se valido, para manifestar o seu inconformismo, de 
um prazo menor que aquele reservado pela lei. 
 
 PRINCÍPIO DA 
COMPLEMENTARIDADE: 
 
Explica-se quase como uma consequência do 
princípio de consumação exposto pelo número 
anterior. Ele permite que, naqueles casos em que, a 
despeito da apresentação do recurso, isto é, em que, 
a despeito da apresentação do recurso, isto é, em 
que se tenha consumado o prazo recursal, tenha 
havido alteração da decisão recorrida, que as razões 
já apresentadas sejam complementadas, 
verdadeiramente aditadas, para adequá-las á nova 
decisão. 
 
 PRINCÍPIO DA PROIBIÇÃO 
“REFORMATIO IN PEJUS”: 
A noção de reformatio in pejus ou, no vernáculo, 
“reforma para pior”, reside na descrição da situação 
jurídica de uma das partes ser piorada pelo 
julgamento de um recurso mesmo sem pedido do 
recorrente ou independentemente de recurso seu. 
O agravamento da situação, destarte, deriva da 
atuação oficiosa do órgão ad quem, e não na resposta 
dada ao pedido respectivo formulado pelo 
recorrente. A reforma para pior, consequentemente, 
vincula-se intimamente ao efeito devolutivo dos 
recursos e, consequentemente, de forma mais ampla, 
ao princípio dispositivo. 
O sistema processual civil brasileiro, por isso 
mesmo, nega a possibilidade da reformatio in pejus. 
Sem pedido do recorrente (parte ou terceiro, 
consoante o caso), o julgamento do recurso não 
pode ser modificado para prejudicar o recorrido. Se 
não há pedido para o agravamento de sua situação, é 
necessário entender que houve, em idêntica medida, 
aquiescência com a decisão e, por isso, fica afastada 
a possibilidade de atuação oficiosa do órgão ad quem. 
O que pode ocorrer sem violação ao principio aqui 
discutido e com observância ao sistema processual 
civil é que, nos casos em que incide o efeito 
translativo do recurso, manifestação do mais amplo 
principio inquisitório, o órgão ad quem profira 
decisão mais gravosa ao recorrente, a despeito da 
ausência do recurso de recorrido, quando a hipótese 
admitir a sua atuação oficiosa. Para tanto, contudo – 
e para interditar proferimento de verdadeira 
“decisão- surpresa” -, é inafastável estabelecimento 
de contraditório prévio, observando – se o art.10 e, 
menos genericamente, o parágrafo único do art. 932. 
 
Juízo de admissibilidade e juízo de mérito 
 
Direito de ação que pode ser exercitado não só pelo 
autor, mas também pelo réu e por terceiros 
intervenientes. Por isso, aliás, o verbo “postular” do 
art.17 é mais adequado e vem bem a calhar aqui. 
É por essa razão que o direito ao recurso depende 
da análise de diversos pressupostos que querem 
verificar não só a sua existência, mas também a 
regularidade de seu exercício. 
Por isso a doutrina sempre ensinou – e nada no CPC 
de 2015 infirma a necessidade de continuar 
ensinando – a necessária distinção entre o juízo de 
admissibilidade dos recursos, que se ocupa com 
aquelas questões que levará, de acordo com o jargão 
forense, ao conhecimento ou ao não conhecimento 
9 
 
do recurso, e o juízo de mérito que, somente quando 
ultrapassado aquele outo juiz, a ele prévio, analisara 
se o pedido do recorrente deve, ou não, ser acolhido 
ou, no jargão forense, se ao recurso deve ser dado 
ou negado provimento. 
O juízo de admissibilidade dos recursos compreende 
o exame acerca dos seguintes elementos; 
- Cabimento: constatação de qual é o recurso cabível 
para a decisão considerada concretamente 
- Legitimidade: Quem tem legitimidade para 
apresentar o recurso 
- Interesse: Demonstração da necessidade de 
interpor um recurso para a invalidação, reforma, 
esclarecimento ou integração da decisão. 
- Tempestividade: o recurso precisa ser interposto 
no prazo a ele reservado 
- Regularidade formal: Há regras formais, não 
formalismo a serem observadas para garantir, 
inclusive a compreensão da postulação recursal 
- Preparo: Recolhimento de valores que, como regra, 
são exigíveis para a interposição do recurso. 
- Inexistência de fato impeditivo ou extintivo: O 
exercício do direito de recorrer não pode colidir 
como fato futuro que o esvazie ou o comprometa. 
 
EFEITOS 
 
Não só a interposição, mas também o julgamento 
dos recursos gera uma série de efeitos que merecem 
ser bem compreendidos. 
Com relação a interposição dos recursos, é correto 
entender a ocorrência dos seguintes efeitos: 
- Obstativo: Impedir a formação da coisa julgada, 
formal ou material 
- Suspensiva: Impedir o início da eficácia da decisão 
recorrida ou prolongar seu estado de ineficácia. 
- Regressivo: Mas comumente chamado de efeito 
modificativo é a possibilidade de o próprio prolator 
da decisão julgar o recurso, retratando -se, no todo 
ou em parte, alterando a decisão recorrida. 
- Diferido: Hipótese em que a admissibilidade do 
recurso depende da interposição e do conhecimento 
de outro recurso e que, no CPC de 2015, parece ser 
restringir ao que é mais conhecido como recurso 
adesivo. 
No que diz respeito ao julgamento dos recursos, os 
efeitos são os seguintes: 
- Devolutivo: que corresponde á matéria que poderá 
ser examina pelo órgão julgador do recurso na exata 
medida da impugnação do recorrente, que a 
transfere para rejulgamento. 
- Translativo: que corresponde á matéria que poderá 
ser examinada pelo órgão julgador do recurso 
independentemente da impugnação do recorrente, 
que é, nesse sentido, transferida para o julgamento 
por força de lei. 
- Expansivo: Que corresponde ás consequências do 
julgamento do recurso com a relação á decisão, a 
outros atos do processo e, até mesmo, a outros 
sujeitos processuais. 
- Substitutivo: Circunstância de a decisão do órgão 
julgador do recurso prevalecer sobre a decisão 
recorrida ser conhecido o recurso. 
 
CABIMENTO 
O art. 944 indica quais são os recursos cabíveis: 
- Apelação, agravo de instrumento, agravo interno, 
embargos de declaração, recurso ordinário, recuso 
especial, recuso extraordinário, agravo em recurso 
especial ou extraordinário, embargos de divergência. 
A apelação continua a ser recurso cabível da 
sentença. Os arts. 1009 a 1014 ocupam-se com ela. 
O agravo de instrumento é o recurso cabível ao 
colegialmente de decisões interlocutórias indicadas 
pelo art.1015. Sua disciplinada está nos arts. 1015 a 
1020. 
O agravo interno é o recurso voltado ao 
colegiamento de decisões monocráticas proferidas 
no âmbito dos tribunais. Sua disciplina está no art. 
1021. 
Os embargos de declaração são o recurso voltado 
para esclarecer e integra decisões, quaisquer que 
sejam elas. Seu tratamento é dado pelos art. 1022 a 
1026. 
O recurso ordinário, cabível nas hipóteses 
constitucionalmente previstas – a mais comum delas 
é a de acórdão denegatório de mandado de 
segurança impetrado originariamente em algum 
Tribunal-, encontra seu regramento nos arts. 1027 e 
1028. 
O recurso extraordinário é o recurso especial 
também encontram suas hipóteses de cabimento na 
CF. Seu objetivo é viabilizar a interpretação e a 
aplicação uniforme do direito constitucional federal 
e do direito infraconstitucional federal, 
respectivamente, em todo o território nacional a 
partir de decisões que, ao menos alegadamente, 
violam a CF ou a lei federal. Seu procedimento está 
nos arts. 1029 a1041. 
10 
 
O agravo em recurso especial e em recurso 
extraordinário é o nome dado ao recurso que quer, 
nas hipóteses do art 1042, viabilizar o exame de 
pouquíssimas hipóteses de recursos extraordinários 
e especiais pelo STF e pelo STJ quando contrastada 
sua tempestividade ou porque nãofeita a necessária 
distinção pelo Tribunal de interposição acerca do 
que foi decidido por aqueles tribunais em sede de 
repetitivos ou de repercussão geral. 
Por fim, os embargos de divergência querem 
viabilizar a uniformização da jurisprudência entre os 
órgãos fracionários que compõem o STF e o STJ. A 
eles se dedicam os arts. 1043 e 1044. 
O CPC de 2015, ao eliminar o agravo retido, 
permitiu que, independentemente de qualquer 
manifestação de vontade do prejudicado, a apelação 
ou sua resposta (contrarrazões) possam voltar á 
discussão das decisões interlocutórias que não 
comportam o agravo de instrumento. É o que 
autorizam os incisos 1e 2 do art. 1009. 
A circunstância de o recurso ser total ou parcial, 
observando-se a aplicação que é expressamente 
acolhida pelo art. 1002, não afeta o seu cabimento. 
O rol acerca do cabimento dos recursos não estaria 
completo sem menção ao art 1001. De acordo com 
aquele dispositivo não cabe recurso dos despachos. 
Despachos, são os pronunciamentos judiciais que 
não tem conteúdo decisório, por isso, a 
pressuposição é que eles não têm o condão de 
causar prejuízo a qualquer das partes dos terceiros 
intervenientes. Se, no dia a dia do foro, o prezado 
leitor vir-se diante de um “despacho” apto causar 
prejuízo é mais correto entender que de mero 
despacho já não se trata, e sim de verdadeira decisão 
cuja recorribilidade repousará em um tipo do art. 
994. 
 
EFICÁCIA IMEDIATA E EFEITOS SUSPENSIVO 
 
O caput do art. 995 estabelece que a interposição do 
recurso não impede, como regra, a eficácia imediata 
da decisão recorrida, “salvo disposição legal ou 
decisão judicial em contrário”. 
Diante daquela previsão, é correto afirmar que, no 
CPC de2015, a regra é de que os recursos não têm 
efeito suspensivo ope legis, isto é, por força de lei e, 
por isso, pode- se afirmar que as decisões recorridas, 
em geral, surtem seus efeitos de imediato, tão logo 
publicadas. 
A principal, exceção do CPC de 2015 acerca da 
imediata eficácia da decisão, recorrida é a do recurso 
de apelação, como se verifica do caput do art. 1012. 
A apelação tem, portanto, efeito suspensivo ope 
legis. 
 
 
 
 
 
O parágrafo único do art. 995 generaliza a hipótese 
sobre a possibilidade de concessão ope judicis, isto 
é, pelo próprio magistrado, do efeito suspensivo. 
Trata-se da segunda exceção referida no caput do 
dispositivo, em que “decisão judicial em sentido 
diverso” é apta a impedir a eficácia imediata da 
decisão recorrida. A concessão caso a caso do efeito 
suspensivo encontra, em diversos recursos, regras 
próprias que buscam precisar órgão jurisdicional ao 
qual o pedido deve ser dirigido, que não é 
necessariamente o relator, como insinua o 
dispositivo. 
Os elementos para a concessão ope judicis do efeito 
suspensivo são, de acordo com o parágrafo único do 
art. 995 
- O risco de dano grave, de difícil ou impossível 
reparação: O que, na prática na foto, é usualmente 
identificado pela expressão latina periculum um 
mora. 
- A probabilidade de provimento do recurso: O que 
deve ser compreendido como o ônus de o 
recorrente demonstrar as reais e objetivas chances 
de acolhimento de seu recurso. Nada de diversos, 
portanto, do que, para a concessão da tutela 
provisória fundamentada em urgência, faz-se 
necessário diante do caput do art. 300. 
caput do art. 300. 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
Open legis = com ajuda 
da lei 
A principal diferença entre ope 
legis e ope judicis é que no 
primeiro a decisão se baseia 
prioritariamente o que está 
disposto em lei, já no segundo, 
deve levar em conta a análise do 
caso, pode-se usar a analogia por 
exemplo. 
11 
 
A uma, porque os incisos 4° do art. 1012, e 1, do 
art.1026, permitem interpretação no sentido de que 
a concessão ope judicis de efeito suspensivo aos 
recursos de apelação e de embargos de declaração, 
respectivamente, pode se dar independentemente da 
ocorrência de urgência que justifique sua concessão. 
Algo muito próximo, destarte, á tutela da evidência 
nos moldes do art. 311. 
A duas, porque é importante interpretas o parágrafo 
único do art. 995 – e isso também é pertinente para 
efeito suspensivo referido nos outros precitados 
dispositivos – no sentido de que ele, o efeito 
suspensivo, tem não só o condão de suspender os 
efeitos da decisão recorrida, efeitos estes quem na 
falta dele, vinha, sendo experimentados no plano dos 
fatos, inclusive (ou, em se tratando de apelo, 
prolongar o estado de ineficácia da sentença) – mas 
também como técnica apta a conceder, de imediato, 
a providência negada pela decisão recorrida. 
É supor o exemplo, comuníssimo, do indeferimento 
da tutela provisória requerida ao juízo da primeira 
instancia. O agravante poderá requerer que o 
relator, ao apreciar o agravo de instrumento, 
conceda efeito suspensivo consistente não 
propriamente na suspensão dos efeitos da decisão 
agravada (já que não há o que suspender por se trata 
de decisão negativa, mas na concessão, por ele, no 
âmbito do tribunal, da providência indeferida na 
primeira instancia, isto é, da própria tutela provisória. 
É o chamado efeito suspensivo dos efeitos negativos 
do desprovimento, apelidado de efeito suspensivo 
ativo e mais frequentemente chamado, 
simplesmente, de efeito ativo. 
O inciso 1 do art. 1019, a respeito do agravo de 
instrumento, acabou por manter a previsão do inciso 
111 do art. 527 do CPC de 1973, “deferir, em 
antecipação de tutela, total ou parcialmente, a 
pretensão recursal”, o que, para o CPC de 2015, não 
deixa de ser uma das variadíssimas formas de 
expressão e de concretização da tutela provisória 
antecipada, bem ao estilo do caput do art. 297 e do 
“dever-geral de antecipação” nele agasalhado. 
Esta dupla concepção do efeito suspensivo 
harmoniza-se, faço questão de frisar, com a 
dicotomia que o CPC de 2015 preservou ao 
disciplinar a tutela provisória. O efeito suspensivo, 
no sentido de suspender os efeitos da decisão 
recorrida, traz á lembrança a função da tutela 
cautelar, de evitar riscos, assegurando a fruição 
futura da pretensão, ainda que recursal. O efeito 
suspensivo ativo, por seu turno, é inequívoca 
manifestação de tutela antecipada, no sentindo de 
viabilizar, de imediato, a fruição da pretensão 
recursal. 
ATOS DISPOSTICOS RELATIVOS AO 
RECURSO 
 
Os arts. 998 a 1000 merece, exame conjunto porque 
se referem a hipóteses em que há manifestação de 
vontade do recorrente (ou daquele que poderia 
recorrer) em sentido contrário ao recurso. São 
típicas situações em que a manifestação de vontade 
exteriorizada é relevante para o processo e, como 
tal, merece ser examinada para constatar seus efeitos 
no plano do processo. 
O art. 998 admite que o recorrente desista do 
recurso, típica manifestação do princípio dispositivo 
e da autonomia de vontades no plano do processo. 
A desistência independe da concordância do 
recorrido (parte contrária) e/ou de eventuais 
litisconsortes. Ela também não depende de 
homologação judicial, sendo correto o entendimento 
de que seus efeitos merecem ser experimentados 
desde quando exteriorizada. É fato processual que, 
por afetar a vontade de correr, acarretará a 
inviabilidade de superação do juízo de 
admissibilidade. Trata-se, pois, de uma das variadas 
manifestações da inexistência de fato extintivo do 
direito de recorrer. 
O “a qualquer tempo” a que se faz menção o caput 
do dispositivo merece ser interpretado no sentido 
de que a desistência pode ser manifestada até o início 
do julgamento do recurso que corresponde ao 
instante regrado pelo art. 937. 
O paragrafo único do art. 998 busca compatibilizar o 
interesse público subjacente ao julgamento de 
recurso extraordinário com repercussão geral 
reconhecida e os recursos extraordinários e/ou 
especiais repetitivos já afetados como tais com o 
interesse das partes. A melhorinterpretação para a 
nova regra é a de que a questão juridica derivada do 
recurso poderá ser julgada, a despeito da desistência; 
não o recurso do qual se desistiu, cujo processo terá 
sorte apartada daquele outro julgamento, 
ocasionando que a decisão recorrida, 
eventualmente-se for este caso, transite 
materialmente em julgado. 
O art.999 trata da renuncia ao direito de recorrer. 
Nesse caso, a manifestação de vontade é no sentido 
de não interpor o recurso que, com o proferimento 
da decisão, faz nascer ao interessado o direito 
respectivo. Também aqui, de acordo com o 
dispositivo, o exercício do direito não depende da 
12 
 
concordância da parte contrária e da homologação 
judicial. 
Outro fator a inibir o direito de recorrer (e 
inviabilizar que seu juízo de admissibilidade seja 
superado) está no art.1000. Se o recorrente aceitar 
expressa ou tacitamente a decisão, não pode exercer 
o seu direito ao recurso. O paragrafo único, em 
complemento esclarece que a aceitação tácita é a 
prática, sem reservas, de ato incompatível com a 
vontade de recorrer. 
A doutrina em geral sempre se referiu a hipótese 
como típico exemplo de preclusão logica que, pela 
especificidade, sobrepõe-se a quaisquer construções 
sobre as legitimas expectativas de direito geradas a 
partir da boa-fé objetiva do art. 5. 
 
TEMPESTIVIDADE 
 
O art. 1003 cuida das regras relativas á 
tempestividade dos recursos e a forma de sua 
interposição. 
O prazo para interposição dos recursos e para sua 
resposta é de 15 dias, nos termos do art.219, são 
contados apenas os dias úteis (art.1003 inciso 5). A 
única exceção é a do recurso de embargos de 
declaração, em que o prazo de interposição e de 
resposta é de 5 dias úteis, como se verifica do inciso 
2 do art.1023. 
O prazo tem início na data em que os detentores de 
capacidade postulatória, ou, se for o caso, a 
sociedade de advogados (art.272 inciso1) são 
intimados da decisão (art.1003, caput). Se a decisão 
for proferida em audiência, é nela que se reputa 
realizada a intimação e deflagrado o prazo recursal 
(art.1003 inciso 1). 
A petição de recurso será protocolada em cartório 
ou conforme as normas organização judiciária, como 
por exemplo, nos locais onde há o chamado 
protocolo descentralizado ou integrado, ressalvado 
o dispositivo em regra especial (art. 1003 inciso 3, 
dispositivo harmônico como a regra geral do inciso 
3 do art. 212). 
Sendo a interposição do recurso efetivada pelo 
correio, a data a ser considerada para fins de 
tempestividade, é a data da postagem (art. 1003 
inciso 4) e não do recebimento pelo ofício ou 
secretaria judicial, do recurso. 
O dispositivo, em seu inciso 6, ainda impõe ao 
recorrente o ônus de comprovar, na petição do 
recurso, a ocorrência de feriado local, isto é, 
municipal, e tratando-se de recurso para os tribunais 
superiores, também estadual, no ato de interposição 
do recurso. A exigência deve ser compreendida de 
forma ampla para compreender não só o feriado que, 
ocorrendo no que seria o último dia do prazo, 
desloca-o para o primeiro dia seguinte, mas também 
da ocorrência de qualquer feriado ao longo de todo 
o prazo recursal, já que somente nos dias úteis é 
quele fluirá. (art.219). 
Entendo importante destacar que não há razão 
nenhuma para deixar de aplicar, para os recursos, o 
disposto no inciso 4 do art. 218 sobre a 
tempestividade do ato (inclusive a interposição do 
recurso) mesmo antes do termo inicial do prazo 
respectivo. 
Se, durante o prazo recursal, falecer a parte ou o seu 
advogado ou ocorrer motivo de força maior que 
suspenda a tramitação do processo, deve haver 
restituição de prazo em proveito do interessado, que 
começara a correr (desde o início) após a respectiva 
intimação (art. 1004) 
 
RERCUSO DE LITISCONSORTE 
 
O art. 1005 estabelece importante regra acerca do 
efeito expansivo no caso de provimento de recurso 
interposto por litisconsorte. Nesse caso, o resultado 
favorável a todos aproveita, salvo se distintos ou 
opostos os interesses dos litisconsortes. 
O parágrafo único do art.1005, por ser turno, trata 
da hipótese de haver solidariedade passiva. Nesse 
caso, o recurso interposto por um devedor 
aproveitara aos outros, quando as defesas 
apresentadas pelo credor lhes forem comuns. 
Merece lembrança a respeito dessa regra o art. 1068, 
que dá nova redação ao art, 274 do CC. Isso porque, 
de acordo com a nova redação da regra civil “ o 
julgamento contrario a um dos credores solidários 
não atinge os demais, mas o julgamento favorável 
aproveita-lhes, sem prejuízo de exceção pessoal que 
o devedor tenha direito de invocar em relação a 
qualquer deles”, o que, embora em perspectiva 
diversa, harmoniza-se com as previsões constantes 
do art. 1005 e, mais amplamente, com a nova regra 
sobre os limites subjetivos da coisa julgada do art. 
506. 
 
 
 
 
 
13 
 
 
RERCUSO DE LITISCONSORTE 
 
O art. 1007 cuida do preparo recursal, a ser 
compreendido como a necessidade de o recorrente 
recolher aos cofres públicos eventuais custas e o 
valor correspondente ao porte de remessa e retorno 
dos autos que, a depender do caso, o exercício do 
direito de recorrer enseja. 
As custas processuais são taxas tributarias 
estabelecida pela lei federal para os processos que 
tramitam perante a justiça federal e pelas leis 
estaduais para os processos que tramitam nas justiças 
dos estados. Não me parece, sem agressão ao 
modelo constitucional tributário, que o CPC de 
2015, lei ordinária federal que é, consiga isentar 
quaisquer custas estabelecidas por leis estaduais. 
O porte de remessa e retorno dos autos é o custo 
do envio e da devolução dos autos (físicos) do órgão 
jurisdicional em que o processo tramita e em que, 
eventualmente o recurso é interposto, para o órgão 
jurisdicional que o julgará e vice-versa. Em geral, essa 
atividade é feita pelo correio e é por isso que o valor 
daquelas despesas, variam consoante e peso ou, por 
estimativa, a quantidade de páginas e/ou de volume 
dos autos. É essa a razão pela qual o inciso 3 do art. 
1007 afasta a cobrança em se tratando de “processo 
em autos eletrônicos”. 
A regra do caput do art. 1007 é idêntica a do CPC 
de 1973: recorrente deve comprovar, no ato de 
interposição do recurso, o preparo, inclusive o porte 
de remessa e retorno dos autos, sempre que exigido 
pela legislação pertinente. A pena de deserção, isto 
é, o não reconhecimento do recurso pelo não 
recolhimento do preparo, é expressamente prevista 
pelo dispositivo. 
Sobre a “legislação pertinente”, referida pelo caput 
do art. 1007, reitero que são as normas federias e as 
de cada um dos estados que disciplinarão quais 
recursos dão ensejo a que custas e qual é o seu 
respectivo valor. 
O inciso 1 do art.1007 dispensa de preparo, inclusive 
do porte de remessa e retorno dos autos, os 
recursos interpostos pelo ministério público, pela 
união, pelo distrito federal, pelos estados, pelos 
municípios, e respectivas autarquias, e pelo que 
gozam de isenção legal. A lei processual, na espécie, 
quer capturar regime jurídico de direito tributário 
que deriva da CF (de imunidade, portanto) e de leis 
esparsas. Não pode lei ordinária federal, reitero, 
querer isentar pessoas de direito publico do 
recolhimento de custas que não são estabelecidas 
por ela. 
Os incisos 2 a 6 do art. 1007, com exceção do inciso 
3, que trata de assunto totalmente diverso, busca, 
regular a ocorrência de duas hipóteses diversas: a de 
recolhimento insuficiente do preparo (inciso 2) e do 
não recolhimento do preparo (inciso 4). 
De acordo com o inciso 2, a insuficiência do valor 
recolhido a título de preparo (incluído o porte de 
retorno e messa dos autos, quando for o caso) pode 
ser completada no prazo de 5 dias que seguirem a 
intimação para tanto. Se não houver a 
complementação, o caso é de deserção. 
O nãorecolhimento do preparo no ato de 
interposição do recurso deve ser suprido com o 
recolhimento dos valores em dobro sob pena de 
deserção (art. 1007 inciso 4), sendo vedada, em tal 
hipótese, complementação, caso o recolhimento não 
for total (art.1007 inciso 5). A hipótese difere da 
prevista pelo inciso 2, que pressupõe preparo 
insuficiente, aqui o recurso foi interposto sem 
nenhum preparo e , á falta de qualquer justificativa ( 
que faria incidir o inciso 6), acarreta o recolhimento 
em dobro do valor originariamente devido, a afastar 
a deserção. 
O inciso 6 do art. 1007, por sua vez, permite a 
relevação da pena de deserção quando o recorrente 
provas a ocorrência de “justo impedimento” (o 
fechamento repentino das agencia bancarias no 
ultimo dia de prazo, por exemplo). Nesse caso, o 
relator do recurso ficará prazo de 5 dias para que o 
preparo seja recolhido, independentemente da dobra 
do inciso 4, que rege situação prevista. 
O pagamento do preparo e do porte de remessa e 
retorno é feito por guiar de arrecadação tributária 
da burocracia brasileira. 
O inciso 7 do art. 1007, em socorro, afasta 
peremptoriamente a aplicação da pena de deserção 
nesses casos. Aplicando escorreitamente o modelo 
de processo cooperativo do art. 6, a regra prevê que 
o relator, tendo dúvidas sobre o recolhimento, 
intime o recorrente para sanar o vício no prazo de 5 
dias. 
EFEITO SUBSTITUTIVO 
 
O art. 1008 agasalha o “efeito substitutivo” dos 
recursos. Uma vez superado o juízo de 
admissibilidade recursal, a decisão proferida pela 
tribuna substituirá, para todos os fins, a decisão 
impugnada no que tiver sido objeto do recurso. 
14 
 
As consequências do efeito substitutivo são as mais 
variadas, ganhando maior interesse não só para 
identificação do órgão jurisdicional competente para 
o julgamento da ação rescisória, mas também para a 
pesquisa em torno da decisão a ser rescindida. 
 
BAIXA DE AUTOS 
 
O art. 1006 traz a determinação administrativa para 
baixa dos autos para o juízo de origem do processo 
pelo escrivão ou chefe de secretaria diante do 
trânsito em julgado do acórdão. É regra que 
pressupõe autos em papel. 
Nesse caso, importa certificar a data do trânsito em 
julgado, que não necessariamente confunde-se com a 
data em que sua certificação é feita, e muito menos, 
com a data em que a baixa é determinada. 
 
APELAÇÃO 
 
A apelação é o recurso cabível da sentença. É o que 
prescreve expressamente o caput do art. 1009. É o 
próprio CPC de 2015, no inciso 1 do art. 203, quem 
define sentença na expectativa de diferenciá-la 
suficientemente das decisões interlocutórias. A se 
confirmar este estado, não haverá maiores 
dificuldades sobre o alcance do caput do art. 1009, 
máxime porque os casos de decisões interlocutórias 
sujeitas a agravo de instrumento são expressos no 
art. 1015. 
 
 PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO 
 
O caput do art. 1010 ocupa-se com o conteúdo das 
razões de apelo, que deverão ser apresentadas em 
15 dias úteis perante o juízo que proferiu a sentença, 
observando-se o que as normas locais dispõem 
acerca do local do protocolo art. 1003 inciso 3. Se 
for o caso, o apelante deverá comprovar de imediato 
a ocorrência de eventuais feriados que podem 
interferir na fluência do prazo (art. 10003 inciso 6). 
Também cabe a ele, desde logo, demonstrar o 
recolhimento de eventuais custas e porte de remessa 
e retorno dos autos (art. 1007). 
Além dessas exigências, dispersas nas disposições 
gerais dos recursos, a petição deverá conter: 
- o nome e a qualificação das partes, que a prática 
forense consagrada, com o nome do apelante, quem 
apela, e apelado, em faze de quem o apelo é 
interposto. 
- A exposição do fato e do direito. 
- As razões do pedido de reforma, error in judicando 
ou de de decretação de nulidade (error in 
procedendo). 
- O pedido de nova decisão. 
Chama a atenção que o texto evidencia, 
pertinentemente, a necessidade de o pedido de 
reforma ou invalidação do julgado estar 
fundamentado em razões aptas a dar-lhe 
embasamento (princípio da dialeticidade recursal). 
Considerando que alguma interlocutória não 
recorrível previamente pode ser decisiva quanto a 
necessidade de invalidação do processo ( a negativa 
de otitiva testemunha pretendida pelo autor em 
processo que acabou sendo julgado em desfavor a 
ele), a distinção entre aquelas duas hipóteses é de 
rigor e sua inobservância autoriza o relator a não 
conhecer o recurso com fundamento no inciso 111 
do art. 932. 
Os incisos 1 a 3 do art. 1010 desenvolvem o 
procedimento da apelação perante o juízo de 
interposição, que é, o mesmo juízo que proferiu a 
sentença: 
- O apelado será intimado para ofertar, querendo, 
contrarrazões em 15 dias uteis. 
- Se o apelado, no prazo que dispõe para responder, 
interpuser apelação adesiva, o apelante será intimado 
para apresentar suas contrarrazões a esse novo 
recurso, tendo 15 dias para tanto. 
- Envio dos autos ao tribunal competente para 
julgamento da apelação independentemente do juízo 
de admissibilidade. 
A última previsão, constante do inciso 3 do art. 1010, 
merece ser destacada: o juízo de admissibilidade da 
apelação será realizado uma única vez perante o 
Tribunal competente para julgá-la. 
Se, não obstante a clareza do inciso 3 do art. 1010, 
houver algum óbice ao envio dos autos ao tribunal 
competente tão logo superados os atos previstos 
nos sues incisos 1 e 2, cabe reclamação pelo 
interessado com fundamento no inciso 1 do art. 988. 
A hipótese é de usurpação de competência daquele 
órgão jurisdicional pelo juízo da primeira instancia. 
 
 QUESTÕES NOVAS 
 
De acordo com o art. 1104, novas questões de fato 
podem ser suscitadas no apelo pela primeira vez. 
Para tanto, o apelante ou se for o caso o apelado 
precisará alegar e provar que a alegação anterior não 
se der por motivo de força maior. 
15 
 
A vedação de inovação no apelo não atinge a 
viabilidade de ser alegado direito superveniente (o 
advento de uma nova lei, por exemplo, que merece 
ser considerada para o deslinde do caso concreto), 
fatos supervenientes ocorridos após a prolação da 
sentença, e tampouco, as questões de ordem publica 
que, até por força do efeito translativo do apelo, 
devem ser apreciadas pelo tribunal. 
 
 EFEITOS SUSPENSIVOS: 
 
O caput do art. 1012, o recurso de apelação tem 
efeito suspensivo, o que merece ser compreendido 
no sentido de que a sentença é ineficaz desde seu 
proferimento, não surtindo efeitos senão depois de 
transcorrido in albis o prazo de apelo ou depois que 
ele for julgado. Os únicos efeitos que podem ser 
sentidos, neste interim são os expressamente 
previstos em lei, tais como, os do art. 495 e a 
hipoteca judiciaria lá disciplinada. 
O paragrafo 1 do art. 1021 prevê as hipóteses em 
que a apelação não tem efeito suspensivo e, 
consequentemente, em que a sentença produz 
efeitos “imediatamente após a sua publicação”, o que 
permite ao apelado requerer seu cumprimento 
provisório (art.1012 paragrafo 2). 
Os casos em que a apelação não tem efeitos 
suspensivo no sistema codificado – e que na sua 
perspectiva são excepcionais- dizem a respeito a 
sentença que: 
- Homologar divisão ou demarcação de terras 
- Determinar o pagamento de alimentos 
- Extinguir sem resolução de mérito ou julgar 
improcedentes os embargos de executado 
- Julgar procedente o pedido de instituição de 
arbitragem 
- Conformar, conceder ou revogar tutela provisória 
- Decretar a interdição 
A hipótese do inciso V do paragrafo 1 do art. 1012 
merece exame apartado é que a concessão da tutela 
provisória na sentença significa, em termos bem 
diretos, impor a ela a possibilidade de sua eficácia 
imediata e, portanto, retirá-la do manto do efeito 
suspensivo caput do art. 1012. É possível, ao menos 
caso a caso, que o magistrado conceda clausula de 
cumprimentoprovisório as sentenças, sempre 
quando estiver diante dos pressupostos respectivos 
da tutela provisória, seja de urgência, seja de 
evidência. Anoto, a propósito, que as hipóteses do 
art. 311, em especial a de seu inciso IV assumem, para 
este fim, fértil campo de aplicação. 
A revogação da tutela provisória e sua imediata 
execução, de outra parte, só podem ser 
compreendidas como a pronta cessação dos efeitos 
da tutela anteriormente antecipada com o 
proferimento de sentença desfavorável ao seu 
benefício. Nesse caso, caberá ao interessado, carente 
dos efeitos da tutela que, até então, vinha se 
beneficiando, buscar perante o relator a concessão 
de medida que faça as vezes da anterior tutela 
provisória. O fundamento para tanto está no inciso 
2 do art. 932. 
Destaco, a respeito desta última afirmação, que o 
paragrafo 5 do art. 1013, embora esteja fora do lugar, 
é expresso ao estabelecer que o capítulo da sentença 
que confirma, concede ou revoga a tutela provisória 
é impugnável na apelação. 
 
 ATRIBUIÇÃO OPE JUDICIS DO 
EFEITO SUSPENSIVO: 
 
O paragrafo 3 do art. 1012 prevê a possibilidade de 
ser atribuído efeito suspensivo a apelação que não o 
tem, inclusive aquelas pela legislação processual 
extravagante, observando-se os referencias contidos 
no paragrafo 4 do art. 1012. O precitado paragrafo 3 
tem o mérito de solucionar importante discussão 
sobre o órgão jurisdicional competente parara 
apreciar o pedido de atribuição ope judicis do efeito 
suspensivo. Desde a interposição do apelo ( o que se 
dá na primeira instancia) e sua distribuição ( o que 
pressupõe seu chegada ao tribunal), o requerimento 
será dirigido ao tribunal que, de acordo com o seu 
regimento interno, indicara o órgão competente para 
sua apreciação. A partir do instante em que a 
apelação tiver sido distribuída, o relator passa a ser 
competente, o que harmoniza com o disposto no 
inciso 2 do art. 932. 
Sobre as referências a serem observados para a 
atribuição ope judicis do efeito suspensivo do apelo, 
o paragrafo 4 do art. 1012 refere-se a “probabilidade 
de provimento do recurso ou se, sendo relevante a 
fundamentação, houver risco de dano grave ou de 
difícil reparação”. É previsão que autoriza a 
interpretação ampla para discernir os casos em que 
prepondera a probabilidade de êxito do apelo como 
fundamento suficiente para a concessão ope judicis 
do efeito suspensivo dos casos em que este efeito 
depende também “de dano grave ou de difícil 
reparação”, os quais não dispensam, todavia, a análise 
da relevância da fundamentação recursal. 
 
 
16 
 
 EFEITO DEVOLUTIVO E 
TRANSLATIVO: 
 
De acordo com o caput do art. 1013 a apelação 
devolvera, isto é, transferira, ao tribunal o 
conhecimento da matéria impugnada. Trata-se de 
expressão adequada do chamado feito devolutivo, 
que merece ser entendido no sentido de haver 
necessária vinculação da atuação do órgão julgador 
ao que foi objeto do recurso, limitação que é 
admitida inclusive pelo art. 1002, ao tratar do 
recurso parcial. É o que está consagrada na máxima 
latinha tantim devolutum quantim appelatim. 
Aspecto diferente é a possibilidade de atuação 
oficiosa do órgão julgador recursal, isto é 
independentemente de manifestação do recorrente. 
Este e manifestação do princípio dispositivo, aquele, 
do princípio inquisitório. 
Os parágrafos 1 e 2 do art. 1013, ocupam-se com o 
efeito translativo do apelo. 
De acordo com o primeiro deles, cabe ao tribunal 
apreciar as questões suscitadas e discutidas no 
processo ainda que não tenham sido solucionadas. 
O parágrafo 2 do art.1013, por sua vez refere-se a 
transferência dos fundamentos não analisados na 
sentença ao tribunal, que se contentou com apenas 
um deles. Também aqui, independentemente de 
expressa manifestação do apelo, o tribunal poderá, 
entendendo ser o caso, analisar o outro fundamento. 
A atuação oficiosa nesses casos inibe, muito pelo 
contrário, que antes de a decisão do órgão julgador 
basear-se na questão ou no fundamento não 
ventilado expressamente no apelo, mas constantes 
dos autos, o apelante e o apelado sejam previamente 
ouvidos a seu respeito. Trata-se de inquestionável 
imposição dos arts, 6, 9 e 10. 
Para além desses casos, o efeito translativo da 
apelação também viabiliza que o tribunal, de ofício (e 
sempre respeitado o contraditório), aprecie 
quaisquer questões relativas a regularidade do 
exercício do direito de ação e do processo. Tem 
plena aplicação ao recurso de apelação e disposto no 
paragrafo 3 do art. 485. 
O parágrafo 3 do art. 1013 cuida da viabilidade de 
julgamento de mérito pelo tribunal, 
independentemente de reenvio dos autos na 
primeira instancia. 
Chama a atenção, a proposito o emprego do verbo 
“deve” empregado pelo dispositivo, a sugerir que o 
tribunal, diante de uma daquelas situações, não tem 
outra alternativa que não a de, desde logo, apreciar 
o mérito. 
Para tanto, o processo precisa estar em condições 
de imediato julgamento, isto é, quando o acervo 
probatório for suficiente para embasar a decisão do 
mérito (o referencial é do art. 355) e o tribunal: 
- Reformar sentença que tiver como base o art. 485 
(típico caso de aplicação, diante de uma sentença 
terminativa, das regras que acabei de mencionar) 
- Decretar a nulidade da sentença por não ser ela 
congruente com os limites do pedido ou da causa de 
pedir (quando reduzirá a sentença para confina-la aos 
limites do pedido ou da causa de pedir) 
- Constatar omissão no exame de um dos pedidos, 
julgando-o desde logo (o que pressupõe que o 
acervo probatório relativo a esse pedido viabilize o 
julgamento imediato) 
- Decretar a nulidade de sentença por fata de 
fundamentação (o que pode fazer ruir as exigências 
feitas pelos parágrafos 1 e 2 do art. 489, já que a 
celebridade pretendida pode, consoante o caso, 
comprometer a garantia constitucional da 
fundamentação). 
O paragrafo 4 do art. 1013 trata especificamente das 
situações em que a reforma for de sentença que tiver 
reconhecido, em primeira instância, a decadência ou 
a prescrição, nestes casos, o tribunal julgará o 
mérito, examinando as demais questões obstadas 
pelo anterior reconhecimento da decadência ou da 
prescrição, sem determinar o retorno do processo 
ao juízo de primeiro grau, desde que, a remissão ao 
paragrafo 3 é necessária, o processo esteja em 
condições de julgamento imediato. 
A escorreita aplicação dos parágrafos 3 e 4 do art. 
1013 depende de prévio contraditório acerca das 
condições de sua aplicação. Se houver pedido da 
parte sobre a viabilidade de sua incidência em apelo, 
as contrarrazões já terão se ocupado 
suficientemente do assunto ou, quando menos, tido 
oportunidade para tanto. Caso contrário, o 
magistrado que, de ofício, entender ser o caso do 
julgamento imediato de mérito- o que só enaltece o 
dever do parágrafo 3 do dispositivo – intimará as 
partes previamente para que se manifestem sobre a 
questão, quer do ponto de vista de o caso 
comportar, ou não, a incidência do dispositivo, quer 
do ponto de vista do que deve prevalecer no 
julgamento a ser proferido. 
Além do art. 1013 e de seus parágrafos, não há como 
esquecer, no contexto do CPC de 2015, que as 
decisões interlocutórias não recorríveis por agravo 
de instrumento passam a ser objeto de discussão em 
apelação ou nas contrarrazões. É o objeto dos 
parágrafos 1 e 2 do art.1009. A previsão tem inegável 
impacto no efeito devolutivo daquele recurso. 
17 
 
O paragrafo 1 do art. 1009 só faz sentido pela 
supressão do agravo retido. Inexistente aquele 
recurso, as decisões interlocutórias não passiveis de 
agravo de instrumento não ficam sujeitas a preclusão 
até o proferimento da sentença, cabendo a parte, se 
assim entender necessário, suscitá-las em preliminar 
de apelação ou em contrarrazões. Entendo que para 
o apelante (aquele que interpõeo recurso de 
apelação) o silencio acerca daquelas decisões 
interlocutórias em seu recurso significa preclusão. 
No sistema que prevaleceu, insisto, basta que o 
interessado, na apelação ou nas contrarrazões, 
suscite a decisão não agravável de instrumento- que 
não estará até então atendida pela preclusão – para 
permitir sua revisão pelo tribunal. 
 
 NO TRIBUNAL: 
 
Chegando o recurso de apelação ao tribunal, os 
autos respectivos serão imediatamente registrados 
(art.930) e distribuídos (art. 1011, caput), o que, no 
particular, só repte o comando do inciso XV do art. 
93 da CF. 
Sendo caso de decisão monocrática o relator a 
proferirá (art. 1011, 1). 
A restrição estabelecida pelo inciso 1 do art. 1011 as 
hipóteses dos incisos 111 a V do art. 932 precisa ser 
compreendida no sentido de evidenciar as hipóteses 
em que o relator, monocraticamente, pode proferir 
decisão sobre o recurso de apelação, seja ela relativa 
a seu juízo de mérito (incisos IV e V). Ela não infirma, 
portanto, que o relator, consoante o caso, tome 
monocraticamente outras providencias estabelecidas 
naquele dispositivo, como por exemplo, apreciar 
pedido de tutela provisória (art. 932,11), determinar, 
quando dor o caso a oitiva do ministério público (art. 
932, vii) ou ainda, determine as partes que saneiem 
eventual vicio que, na sua visão, compromete a 
higidez do processo (art.932 parágrafo único). 
Se a hipótese não comportar o julgamento 
monocrático ou o relator não o realizar, cabe a ele 
elaborar o seu voto e tomar as providencias 
administrativa, para o julgamento colegiado (art. 
1011, II), cabendo lembrar que o quórum de 
julgamento da apelação é de três desembargadores 
(art. 941, parágrafo 2) e que é possível a realização 
de sustentação oral (art. 937, I). 
 
 
 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO 
 
AGRAVO DE INSTRUMENTO É NA SEGUNDA 
INSTANCIA 
 
O artigo 1015 indica os casos em que o agravo de 
instrumento é cabível sem prejuízo de outras 
medidas a serem localizadas no próprio CPC de 2015 
e nas leis extravagantes (art. 1015, XIII) 
As hipóteses dizem respeito a decisões 
interlocutórias sobre: 
- Tutelas provisórias 
- Mérito do processo 
- Rejeição da alegação de convenção de arbitragem 
- Incidente de desconsideração da personalidade 
juridica 
- Rejeição do pedido de gratuidade da justiça ou 
acolhimento do pedido de sua revogação 
- Exibição ou posse de documento ou coisa 
- Exclusão de litisconsorte 
- Rejeição do pedido de limitação do litisconsórcio 
- Admissão ou inadmissão de intervenção de 
terceiros 
- Concessão, modificação ou revogação do efeito 
suspensivo aos embargos á execução 
- Redistribuição do ônus da prova nos termos do 
parágrafo 1 do artigo 373. 
O parágrafo único do art. 1015 complementa o rol 
com a indicação que também cabe agravo de 
instrumento contra decisões interlocutórias 
proferidas na fase de liquidação, na fase de 
cumprimento de sentença, no processo de execução 
e no processo de inventario. Nesses casos, aliás, é 
bastante que a interlocutória seja proferida naquelas 
fases ou processos, independentemente de seu 
conteúdo, para que sua recorribilidade imediata seja 
reconhecida. 
EXEMPLO: cabe agravo de instrumento da decisão 
que exclui litisconsorte (inciso VII) ou da que rejeita 
o pedido de limitação do litisconsorte (inciso VIII). O 
que dizer da decisão que aceita a intervenção do 
litisconsorte ou da que aceita o desmembramento? 
Resposta: Não cabe nenhum recurso porque as 
hipóteses ventiladas estão fora das previsões do art. 
1015. Resta ao interessado suscitar a questão em 
razões ou contrarrazões do apelo (art.1009 
parágrafos 1 e 2) e, naquele instante, a posteriori, não 
imediatamente, portanto, tentar reverter o que for 
18 
 
reversível, ou pura e simplesmente, conforma-se 
com a decisão tal qual proferida anteriormente. 
 
 PETIÇÃO DE INTERPOSIÇÃO: 
 
O art. 1016 trata dos requisitos formais das razões 
de agravo de instrumento. 
A petição será dirigida ao tribunal competente no 
prazo de 15 dias uteis, cabendo ao agravante 
demonstrar a ocorrência de eventuais feriados que 
possam ter influenciado a fluência (e não só o 
vencimento) do prazo. Também cabe ao agravante 
(aquele que interpõe o recurso) demonstrar o 
recolhimento das custas e do porte de remessa e 
retorno dos autos, consoante o caso (art. 1017 
parágrafo 1). 
A entrega da petição observara o disposto no 
paragrafo 2 do art. 1017: 
- Será realizada, mediante protocolo, diretamente no 
tribunal competente para julgá-la ou 
- Será realizada, mediante protocolo na própria 
comarca, seção ou subseção judiciárias, ou 
- Será enviada pelo correio em carta registrada com 
aviso de recebimento 
- Fax 
- Observará outras soluções das leis locais, previsão 
que se harmoniza com o paragrafo 3 do art. 1003. 
 
As razões devem indicar: 
- Os nomes das partes (agravante e agravado) 
- A exposição do fato e do direito 
- As razões do pedido de reforma ou de invalidação 
da decisão e o próprio pedido. 
- O nome e o endereço completo dos procuradores 
constantes do processo 
 
A existência do inciso IV do art. 1015 justifica-se pela 
necessidade de as intimações feitas pelo tribunal 
serem feitas a quem representa as partes. Isso 
porque os autos do processo estão na primeira 
instancia. O que está no tribunal e viabiliza o 
julgamento da decisão interlocutória questionada é 
“instrumento” (art.1017), daí o ônus da alegação do 
agravante. Em se tratando de autos eletrônicos, em 
que o instrumento é pertinentemente dispensado 
(art.1017 parágrafo 5), essa exigência, 
correlatamente, tende a ser meramente formal. 
O art. 1016 é silente a respeito, mas o avante pode, 
consoante o caso requerer a atribuição de efeito 
suspensivo ao recurso, valendo-se do disposto dos 
referencias do parágrafo único do art. 995. 
O fundamento do pedido, ainda que no âmbito 
recursal, é o mesmo da providência negada e decorre 
do genérico art. 297. A hipótese é prevista 
expressamente no inciso I do art. 1019. 
 
 FORMAÇÃO DO INSTRUMENTO: 
 
O agravo de instrumento tem esse nome porque ele 
desenvolve-se em autos próprios, formados a partir 
dos elementos dos autos da primeira instancia em 
que proferida a decisão interlocutória recorrida. Os 
autos do processo continuam na primeira instancia. 
O tribunal conhecerá deles o intermédio do 
instrumento que será formado pelo garante e que 
deverá ser apresentado com as razões do recurso. 
O inciso1 do art. 1017 impõe que o instrumento seja 
formado por cópia das seguintes peças: 
- Petição inicial 
- Contestação 
- Petição que ensejou a decisão agravada 
- Decisão agravada 
- Certidão da respectiva intimação ou outro 
documento oficial que comprove a tempestividade 
do recurso 
- Procurações outorgadas aos advogados do 
agravante e do agravado, que devem, ser dispensados 
em se tratando de advogados públicos membros do 
ministério publico e da defensoria pública, sendo 
suficiente, nesses casos, declinar de sua condição. 
Se não houver possibilidade de apresentação de 
alguma dessas peças, cabe ao agravante, por 
intermédio de seu procurador, declarar a 
circunstância, “sob pena de sua responsabilidade 
pessoal” (art.1017, I). 
O inciso III do art. 1017 admite que o agravante 
apresente, para formação do instrumento, outras 
peças que entenda uteis. 
O parágrafo 3 do art. 1017 cuida da possibilidade de 
eventuais vícios na formação do instrumento serem 
sandados por determinação do relator. É previsão 
que decorreria, de forma suficiente do parágrafo 
único do art. 932, mas cuja especificidade é bem 
vinda para eliminar qualquer duvida acerca de sua 
ocorrência. 
 
 
 
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 APRESENTAÇÃO DA PRIMEIRA 
INSTÂNCIA : 
Considerando que o agravo de instrumento é 
interposto diretamente no tribunal competente para 
julgá-lo, põe-se o problema

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