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1 A EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO

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O presente texto foi retirado de um artigo no qual eu li e achei muito bom e resumido, 
o qual será complementado em sala de aula ou na aula virtual. 
https://www.paginasdedireito.com.br/artigos/384-artigos-out-2018/7832-evolucao-
historica-do-direito-do-trabalho 
A EVOLUÇÃO DO DIREITO DO TRABALHO. 
 
O trabalho é tão antigo quanto o homem, são inseparáveis e confundem-se até com 
a própria personalidade. 
Durante toda a história os seres humanos são conduzidos pela obrigação de satisfazer 
necessidades essenciais de sobrevivência, como se alimentar (pescar, caçar) e 
proteger a sua espécie. 
Na antiguidade o trabalho foi concebido como um castigo, uma dor, uma atividade 
penosa. Durante muito tempo o vocábulo trabalho significou fadiga, esforços, 
sofrimento, valores negativos, dos quais os ricos ficavam afastados. É este tipo de 
trabalho que se tem no período da escravidão e da servidão, por exemplo. 
Ainda na Idade Média, porém, em um momento mais avançado vamos ter as 
corporações de ofício que acabaram sendo suprimidas com a Revolução Francesa, 
por serem incompatíveis com o Estado Liberal. 
Então, no século XVIII, com uma sociedade industrial e o trabalho assalariado surge 
o Direito do Trabalho. 
Sendo assim, pretende-se com esta pesquisa aprofundar os pontos acima trazidos de 
forma que se possam elucidar os principais acontecimentos históricos da sociedade 
que levaram ao surgimento do Direito do Trabalho. 
Trata-se de uma pesquisa bibliográfica abordada através do método hipotético-
dedutivo que se divide em um primeiro momento na análise de como se dava o 
trabalho no período da Antiguidade e Idade Média, após passa-se a observar um fato 
importante para sociedade e que causou grandes mudanças na mão de obra e 
economia que foi a Revolução Industrial. 
Adiante foi criado um tópico específico para tratar do trabalho assalariado, sendo 
este um item que traz breve sumário dos principais acontecimentos históricos que 
levaram ao surgimento do Direito do Trabalho e por fim os principais 
acontecimentos brasileiros que resultaram na instituição do Direito Laboral. 
 
2. O TRABALHO NA ANTIGUIDADE E IDADE MÉDIA 
Em uma abordagem histórica do trabalho humano destaca-se: a escravidão, a 
servidão e a corporação. 
a) Escravidão: Na sociedade pré-industrial, têm-se os seres humanos divididos em 
duas classes: senhores e escravos. O escravo não era tratado como sujeito de direito 
e sim como um objeto, uma coisa. O trabalho não era dignificante para o homem. 
 
Para Manuel Alonso Olea, o trabalho escravo era: 
"[...]Tal relação jurídica era pura e simplesmente a de domínio; o amo fazia seus o 
resultado do trabalho, em face da sua condição de proprietário ou dono do escravo, 
por força da qual era o próprio dono quem executava o trabalho. Juridicamente, o 
escravo se encontrava relegado à condição de coisa ou semovente, e, no sentido mais 
radical do termo, privado do controle sobre sua própria pessoa, incapaz, por certo, 
de relações jurídicas de domínio sobre qualquer objeto, inclusive sobre o resultado 
de seu trabalho".[2] 
Os portugueses chegaram ao Brasil e escravizaram os índios e, posteriormente, os 
negros trazidos da África. Em 13 de maio de 1888, houve a abolição da escravidão 
no Brasil. 
A legislação penal vigente (artigo 149 CP) considera crime reduzir alguém a 
condição análoga de escravo. Porém, na atualidade, infelizmente é possível 
encontrar trabalhadores "escravos". Um exemplo é aqueles trabalhadores rurais que 
são obrigados a comprar alimentos para sua subsistência e de sua família no 
armazém da fazenda, onde os preços são exorbitantes e fora da realidade, e assim 
ficam endividados eternamente, e vinculados às ordens dos patrões.[3] 
b) Servidão: No período do feudalismo, temos o regime de servidão, onde os 
senhores feudais ofereciam proteção militar e política os seus trabalhadores, que não 
possuíam liberdade. Os servos entregavam parte da produção aos senhores feudais 
em troca de permanência e uso da terra.[4] 
Neste período o trabalho deixa de ser escravo e passa a ser servil. Ou seja, alguém 
se torna vassalo de um senhor, presta obediência e serviços e recebe sustento e 
proteção. 
O feudalismo foi adotado na Europa do século X ao XIII. 
A Servidão representa um regime social e jurídico, e os trabalhadores, cultivadores 
da terra, estavam ligados hereditariamente a uma terra ou a um Senhor. 
No início, o servo, assim como o escravo, era visto como uma "coisa", porém, no 
início da Idade Média lhe é reconhecida a personalidade jurídica. A servidão passa 
então a representar os laços de dependência pessoal entre o colono e o dono da 
terra.[5] 
O direito da época também reconhecia aos servos o direito de contrair núpcias, mas 
para isso, precisava da prévia autorização do senhor feudal. 
 
Apesar de ser um trabalho produtivo não era livre e sim um labor forçado. Afinal, o 
servo não poderia trabalhar para quem quisesse, estava ligado à terra, inclusive por 
laços hereditários. 
c) Corporações: O trabalho na Roma Antiga não era regulamentado, pois, era 
adotado o regime escravagista. Porém, foram criados organismos que se agruparam 
conforme as profissões, principalmente os artesãos. 
Esses organismos eram chamados de collegia e representavam as organizações de 
fundo religioso, eram pouco influentes na República, pois, a base da economia 
popular ainda era o trabalho do escravo.[6] 
A partir do Século X, os habitantes dos feudos passaram a adquirir mercadorias em 
feiras e mercados nas margens dos rios, lagos e mares. Esses locais eram propícios 
ao intercâmbio de produtos manufaturados ou naturais, inclusive com os próprios 
feudos, que forneciam alimentos, mantimentos para essas pessoas e em troca 
recebiam mercadorias e objeto fabricados. Essas comunas de artesãos e mercadores 
evoluíram para as corporações de ofício.[7] 
As organizações representavam um grupo de produtores e visavam controlar o 
mercado e garantir o privilégio dos mestres, que eram seus dirigentes. 
A organização era dirigida em três níveis: aprendizes, companheiros e mestres. 
Os aprendizes eram os jovens trabalhadores, os companheiros eram oficiais 
formados, mas sem condições de ascenderem à maestria. Tecnicamente, os 
companheiros eram trabalhadores qualificados que dispunham de liberdade pessoal, 
mas que lhes eram vedado o acesso à condição de mestre, por mais competentes que 
fossem. Os mestres não mediam esforços para impedir que companheiros subissem 
de categoria, afinal queriam assegurar seus privilégios e garantir a transmissão aos 
seus filhos ou sucessores.[8] 
As corporações de ofício atingiram seu apogeu no século XIII e decaíram a partir do 
século XV, tinham uma estrutura hierarquizada e apresentavam alguma proteção ao 
trabalhador. 
Os abusos praticados pelos mestres nas corporações de ofícios geravam greves e 
revoltas dos companheiros, principalmente em face da tendência de transformar o 
ofício e um bem de família. Aliado a isso, existia o apego à forma superada de 
produção e a tendência monopolizadora, motivos que aguçaram a transição da 
sociedade artesanal para o capitalismo mercantil.[9] 
Em 1776, promulgou-se o Edito de Tugot extinguindo as corporações, porém, por 
pressão de alguns mestres algumas foram mantidas. 
 
Em 1791 a lei Chapelier extinguiu definitivamente as corporações, trazendo em seu 
artigo 7ª: 
"a partir de 1º de abril, todo homem é livre para dedicar-se ao trabalho, profissão, 
arte ou ofício que achar conveniente, porém estará obrigado a prover-se de uma 
licença, a pagar os impostos de acordo com as tarifas seguintes e a conformar-se 
com os regulamentos da polícia que existam ou que se expeçam no futuro". 
A abolição das corporações causou uma degradação do ser humano. O trabalhador 
se sujeitava a laborar por um preço vil em condições sub-humanas em troca da 
liberdade contratual. 
Com a Revolução Francesa, as corporações de ofício foram suprimidas, pois eram 
tidas como incompatíveis com o idealde liberdade individual da pessoa. 
2.1. Revolução Industrial 
A Revolução Industrial surge nos séculos XVIII e XIV na Inglaterra e, 
posteriormente se espalha por toda a Europa e Estados Unidos, tal expressão 
compreende um conjunto das transformações técnicas, sociais e econômicas que 
surgiram com a sociedade industrial.[10] 
Antes da Revolução industrial, o capitalismo tinha um feitio comercial, que se dava 
através do comércio nas áreas terrestres, marítimas ou coloniais. 
Com a Revolução houve um avanço populacional e surgimento de cidades por toda 
a Europa. O regime do Feudalismo e a sua economia de subsistência se tornaram 
insuficientes para satisfazer as necessidades emergentes da sociedade europeia. 
A descoberta da máquina a vapor como fonte de energia é um marco histórico, pois 
acaba substituindo a força humana. A partir de agora a necessidade é de pessoas para 
operar as máquinas a vapor e têxteis, então, há a substituição do trabalho escravo, 
servil e corporativo pelo trabalho assalariado. 
Algumas das consequências da Revolução Industrial foram: a) afirmação de que os 
avanços tecnológicos são fatores determinantes do desenvolvimento econômico; b) 
incremento quantitativo do rendimento de trabalho; c) interação "ciência-
tecnologia"; d) a tecnologia impõe ao homem a divisão social do trabalho, com o 
emprego de novas tarefas e funções; e) diminuição da população agrária e f) 
surgimento de uma nova classe social, ou seja, o proletariado urbano industrial.[11] 
 
O feudalismo decai e surge a bandeira do liberalismo: laissez-faire, laissez-passer – 
deixe fazer, deixe passar. As leis do mercado devem ditar as regras da economia e o 
Estado não deveria intervir nas relações de trabalho, exceto quando a liberdade 
estivesse em perigo. 
2.3. Trabalho Assalariado e Direito do Trabalho 
É com a sociedade industrial e com o trabalho assalariado que surge o Direito do 
Trabalho. 
A economia agrícola e artesanal cede lugar ao desenvolvimento industrial. 
O crescimento industrial leva ao surgimento de duas classes sociais: a proletária e a 
capitalista. Sendo que a primeira não dispunha de poder, e o Estado deveria 
resguardar a igualdade e a liberdade em prol do liberalismo econômico. Os 
capitalistas eram os proprietários das máquinas, e detinham o poder econômico. Eles 
ditavam as regras que deveriam ser obedecidas pelos operários, sem se preocupar 
com a qualidade de vida destes.[12] 
Os empregadores exigiam jornadas excessivas de trabalhos, exploravam mulheres e 
menores, que constituíam mão de obra mais barata, os acidentes de trabalho 
aconteciam corriqueiramente além dos baixos salários, tudo isso foi marcante na 
nova era do meio proletariado.[13] 
Além da razão econômica, existe o fundamento de natureza política e jurídica para 
o surgimento do Direito do Trabalho. 
O fundamento político é bem explicados por Jouberto de Quadros Pessoa Cavalcante 
e Francisco Ferreira Jorge Neto, vejamos: 
"O fundamento político reside na adoção do estado Liberal, com a valorização da 
igualdade formal e da plena liberdade (autonomia plena da manifestação de vontades 
dos seres humanos). O Estado deveria ter uma posição não intervencionista, atuando 
somente se fosse o caso de violação desta liberdade. O capitalismo industrial, com 
o liberalismo econômico, necessita de um Estado não-regulador, não devendo existir 
entre o capitalista e o proletariado nenhuma norma que regulasse a relação capital 
versus trabalho. 
Em face da exploração desmesurada do trabalho assalariado, os trabalhadores 
reivindicaram a formação de uma legislação protetora, com o intuito de regular: a 
segurança e higiene do trabalho; o trabalho do menor; o trabalho da mulher; o limite 
para a jornada semanal de trabalho; a fixação de uma política mínima para p salário 
etc."[14] 
 
As associações dos trabalhadores, que passaram a ser reconhecidas após o século 
XIX, começaram a reivindicar os seus direitos e através do movimento operário 
surgem os aspectos jurídicos que justificaram a própria formação do Direito do 
Trabalho. 
Sendo assim, pode se afirmar que surgiu primeiro um Direito coletivo do Trabalho 
impulsionado pela consciência de classe, e, em seguida, um Direito Individual do 
Trabalho.[15] 
O motivo pelo qual surge o Direito do Trabalho é decorrente da intitulada questão 
social, a busca pela harmonia entre o capitalismo e o trabalho. A evolução dos 
acontecimentos fez com que o Estado, como forma de tentar encontrar um equilíbrio, 
passasse a legislar sobre as condições de trabalho, criando normas que visam a 
equiparação jurídica entre o empregador detentor dos meios de produção e do 
trabalhador hipossuficiente.[16] 
2.4. Sumário da evolução histórica do Direito do Trabalho 
As fases históricas que levam ao surgimento das normas jurídicas trabalhistas podem 
ser divididas em três momentos: a) o primeiro, compreende um período denominado 
de formação até o Manifesto Comunista de Marx e Engels ( 1802 a 1848); b) o 
segundo momento, que abrange o período de 1848 até 1919; c) o terceiro momento 
que se inicia em 1919 e avança ao longo do século XX. 
Em 1802 surge na Inglaterra a primeira lei com o verdadeiro espírito do Direito do 
Trabalho, a lei foi chamada de Moral and Health Act – Ato da Moral e da Saúde. A 
lei tratava de proibir o trabalho dos menores no período noturno e por duração 
superior a 12 horas diárias. 
Em 1813, foi proibido na França o trabalho de menores nas minas. 
Em 1839, na Alemanha, teve início a edição de normas sobre trabalho da mulher e 
do menor. 
Na Inglaterra, no ano de 1824, a coalizão deixa de constituir crime. 
Em um período denominado de "intensificação" (1848 a 1890) do Direito do 
Trabalho, os acontecimentos que marcaram a história foi o Manifesto Comunista de 
Marx e Engels e a implantação da primeira forma de seguro social na Alemanha, no 
governo Bismarck, no ano de 1883. [17] 
Em 1890, em Berlim, foi realizada a Conferência Internacional de Proteção ao 
Operário. 
Na Itália, em 1891, houve a divulgação da Encíclica – Rerum Novarum pelo Papa 
Leão XIII preconizava o salário justo, para ele a Igreja deve se adequar as "coisas 
novas" na sociedade moderna. 
O ano de 1919 é caracterizado pela criação da Organização Internacional do 
Trabalho (OIT), que desenvolve um excelente trabalho de universalização do Direito 
do Trabalho. 
O marco inicial do terceiro período foi o Tratado de Versalhes (1919), que 
preconizava nove princípios gerais relativos à regulamentação do trabalho. Nesse 
período dava-se início a atividade legislativa dos Estados em favor dos operários, 
obedecendo aqueles nove princípios.[18] 
O referido tratado em seu artigo 427, não admite que o trabalho seja mercadoria, 
assegura jornada de 8 horas, repouso semanal, salário mínimo, direito de 
sindicalização, igualdade de salário para trabalho de igual valor, dispensa tratamento 
especial ao trabalho da mulher e do menor. 
Em 1919 ainda, começa na Europa a constitucionalização do Direito do Trabalho, 
com a Constituição alemã de Weimar. 
Neste período, percebe-se que há a intervenção Estatal, uma espécie de 
heteroregulação, visando harmonia entre o trabalho e o capital. 
Diante dos acontecimentos que devastaram a Europa, se viu a necessidade de intervir 
nas relações trabalhistas como uma série de normas, disciplinando assuntos diversos, 
como: duração do trabalho, medicina e saúde do trabalho, trabalho da mulher e do 
menor, regulamentação do salário, solução de conflitos trabalhistas, etc. 
2.5. História do Direito do Trabalho no Brasil 
Após a abolição da escravidão e a proclamação da República iniciou-se o período 
liberal do direito do trabalho. 
Havia muitos imigrantes italianos, portugueses e espanhóis. Eles trabalhavam como 
operários nas fábricas, que se concentravam principalmente no Rio de Janeiro e São 
Paulo. 
Em 1824 a Constituição assegurava a liberdade do trabalho e extinguia as 
corporações de ofício. 
Em 1830, foi promulgada a primeira lei queregulamentava o contrato por escrito 
sobre prestação de serviço celebrado por brasileiro ou estrangeiro dentro do 
Império.[19] 
Em 1837 houve uma normativa sobre contratos de prestação de serviços entre 
colonos dispondo sobre justas causas de ambas as partes. Em 1850 é criado o Código 
Comercial, que dispõe sobre preposição mercantil, salários, nomeação por escrito 
dos caixeiros, indenização para os empregados, relação de justa causa, aviso prévio, 
etc. 
Com a extinção do tráfico africano em 1850, muitos senhores rurais voltaram-se para 
outros negócios da indústria e comércio, proporcionando um país mais desenvolvido 
economicamente. 
O café e o açúcar estavam em ascensão e acabaram por deslocar o eixo econômico 
no Norte para o Sul. Começaram a cogitar na tentativa de mão de obra de colonos 
livres, imigrantes estrangeiros e de preferência europeus.[20] 
Em 1889 com a abolição da escravatura e proclamação da República que o quadro 
econômico começa a mudar. 
Em 1891 temos a primeira Lei com cunho tutelar e trabalhista, que proibia no 
Distrito Federal o trabalho dos menores de 12 (doze) anos, salvo a título de 
aprendizado, entre os oito e doze anos. 
Em 1903 foi criada a lei sobre a sindicalização dos profissionais da agricultura. Em 
1916 entra em vigor o Código Civil com o capítulo sobre a locação de serviços, 
regulamentando a prestação de serviços de trabalhadores. 
A Lei que trata sobre o acidente de trabalho é criada em 1919 e em 1923 temos a Lei 
Elói Chaves que disciplina sobre estabilidade no emprego conferida aos ferroviários 
que contassem com mais de dez anos de serviço junto do mesmo empregador. 
Em 1930, pelo Decreto nº 19.443, criou-se o ministério do Trabalho, Indústria e 
Comércio, com a finalidade de prestar um amparo aos trabalhadores nacionais. Para 
a grande maioria da doutrina este é o marco inicial do Direito do Trabalho no Brasil, 
embora anteriormente já existisse um ambiente propício para seu surgimento, em 
face da legislação antecedente.[21] 
O salário mínimo foi instituído pela Lei nº185 de 14 de janeiro de 1936. 
Em 1º de maio de 1939 com o Decreto Lei nº 1.237, foi constituída a Justiça do 
Trabalho, instalada oficialmente em 1º de abril de 1941 e tendo como órgãos as 
Juntas, os Conselhos Regionais do Trabalho e o Conselho Nacional do Trabalho, 
estes últimos alterados em 1946 para Tribunal Regional do Trabalho e Tribunal 
Superior do Trabalho. 
Em 1943, temos o diploma mais importante para a matéria, que é a Consolidação 
das Leis Trabalhistas (CLT). Foram reunidas as leis sobre direito individual do 
trabalho, direito coletivo do trabalho e processo do trabalho. 
A Constituição de 1946 foi promulgada e apesar do seu cunho social e democrático, 
conviveu com o pensamento corporativista existente na Consolidação das Leis de 
Trabalho.[22] 
Em 1967 tivemos a Emenda Constitucional que revisou a Constituição, mas, não 
alterou os direitos sociais de forma acentuada. 
Em 1988 tem-se uma nova Constituição, com a essência do Estado Democrático de 
Direito. As modificações expressivas foram, entre outras, a redução da jornada de 
trabalho de 48 para 44 horas semanais, generalização do regime do fundo de garantia 
com a consequente supressão da estabilidade decenal, criação da indenização 
prevista para os casos de dispensa arbitrária, aumento de 1/3 da remuneração das 
férias, ampliação da licença gestante para 120 dias, elevação do adicional de hora 
extra para o mínimo de 50%, elevação da idade mínima para admissão no emprego 
para 14 anos, a criação da figura do representante dos trabalhadores nas empresas 
com mais de 200 empregados, a inclusão de três estabilidades especiais: a do 
dirigente sindical, a do dirigente das Comissões Internas de Acidentes e a das 
empregadas gestantes. 
Regulamentando a Constituição de 1988, o Congresso Nacional aprovou a Lei de 
Greve (Lei n º 7.783/1989), lei sobre política salarial (Lei nº7.788/1989), a lei sobre 
o salário mínimo (Lei nº 7.789/1989), lei sobre o FGTS (Lei nº8.036/1990). 
A Lei 11.788 de 2008 introduziu fortes inovações nas normas que regem o trabalho 
do estagiário, como redução da jornada de trabalho para 6 horas diárias e a concessão 
de recesso remunerado de um mês após um ano de estágio. 
Em 2010 a licença maternidade de seis meses passou a ser obrigatória no serviço 
público e opcional da iniciativa privada. 
Em 2011 foi aprovada a Lei nº 12.506 que estabelece o prazo de 30 dias para o aviso 
prévio com o acréscimo de 03 dias por ano trabalhado, podendo chegar ao limite de 
90 dias. 
A Lei complementar nº 150 de 1º de junho de 2015 dispõe sobre o contrato de 
trabalho do empregado doméstico estendendo garantias que já eram previstas para 
as demais categorias de trabalhadores. 
Estes foram alguns dos importantes acontecimentos que marcam a história e 
possibilitam a melhor compreensão do surgimento e da atual fase do direito 
trabalhista. 
 
3. CONSIDERAÇÕES FINAIS 
Diante da pesquisa apresentada, pode-se concluir que o trabalho sempre esteve 
intimamente relacionado com o ser humano, desde a sua forma mais remota de 
existência. 
Na antiguidade a forma mais expressiva de trabalho foi a mão de obra escrava, onde 
o homem era tratado como um objeto ou mercadoria. A escravidão era considerada 
justa e necessária. 
A servidão veio posteriormente e foi um tipo generalizado de trabalho em que o 
indivíduo não tinha liberdade, mas também não tinha condição jurídica de escravo. 
A servidão começa a desaparecer no final da Idade Média em razão das decorrentes 
epidemias, das Cruzadas que davam ensejo à fuga de servos e também à alforria. 
O surgimento das corporações se dá com a fuga dos campos e a concentração das 
massas de população nas cidades. A partir de agora o homem que até então 
trabalhava em benefício exclusivo do senhor da terra passa a exercer uma atividade, 
um profissão de forma organizada, mas ainda sem a liberdade total, pois existia a 
figura do mestre que "explorava" o trabalho dos aprendizes e conselheiros. 
Nos séculos XVII e XVIII acentuou-se a decomposição deste regime, sendo que em 
1791 com a Lei Chapelier as corporações foram proibidas. O aspecto positivo deste 
acontecimento foi a liberdade do trabalhador, mas por outro lado, deixou de existir 
qualquer órgão entre o indivíduo e o Estado, pois as associações foram vedadas. 
Viveu-se um período liberal, onde o Estado não intervinha nas relações entre os 
indivíduos. 
A Revolução Industrial do Século XVIII acaba acarretando mudanças no setor 
produtivo e deu origem a classe operária. O surgimento das máquinas e sua 
utilização nas indústrias acabaram provocando uma revolução nos métodos de 
trabalho. 
O direito do trabalho surge então como a consequência da questão social que foi 
precedida da Revolução Industrial e da reação da sociedade que se propôs a garantir 
ou preservar a dignidade do ser humano que estava rebaixada diante da opressão 
econômica. 
 
Foram marcantes nesta época as jornadas de trabalho exorbitantes, a utilização do 
trabalho da mulher e do menor que recebiam salários mais baixos que os homens, a 
inexistência de proteção e saúde no ambiente laboral, etc. 
A proteção absoluta do individual acaba por se chocar com os interesses do Estado 
em face da existência de conflitos que agitavam a sociedade. 
Sendo assim, como órgão supremo de direito, o Estado, em uma nova concepção 
torna-se um instrumento, um meio, de justiça da sociedade que intervêm nos 
interesses da coletividade para equilibrar a questão econômica e o bem estar social. 
Com a pesquisa apresentada verifica-se que vários movimentos e reivindicações dos 
trabalhadores que estavam insatisfeitos com os baixos salários e jornadas de 
trabalhos degradantes, entre outros, acabaram resultando na intervenção Estatal 
como forma de harmonizar capital e trabalho. 
O berço da legislação trabalhista ocorre na Europa e chega mais tarde ao Brasil sob 
pressão advindas de outros países, no sentido de elaborar leis trabalhistasbrasileiras. 
Essa pressão se assevera com o compromisso internacional assumido pelo nosso país 
ao ingressar na Organização Internacional do Trabalho, criada pelo Tratado de 
Versalhes (1919), propondo-se a observar normas trabalhistas. 
Após, diversas foram as Leis criadas no sentido de regular a relação entre o capital 
e a mão de obra dos trabalhadores. Até que em 1943 é criado o diploma mais 
importante para a matéria, que é a Consolidação das Leis Trabalhistas. 
Em suma, pode se afirmar que o surgimento do Direito do Trabalho advém das 
mudanças ocorridas na sociedade com o surgimento da máquina a vapor que levou 
os operários a se organizarem e reivindicarem direitos que resultam na legislação e 
proteção hoje existentes.

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