Baixe o app para aproveitar ainda mais
Prévia do material em texto
Gabriela Bordignon – T5 AULA DE PATOLOGIA, PROF. JULIE, BBPM IV Antes de falar das neuropatias propriamente ditas, é importante fazer uma contextualização do que já foi estudado. Desse modo, temos o nosso sistema nervoso (SN) sendo basicamente divido em sistema nervoso central e sistema nervoso periférico, sendo que o sistema nervoso central (SNC) é composto pelo encéfalo e pela medula espinal, e o sistema nervoso periférico (SNP) engloba todos os nervos que saem tanto da parte cranial, quanto da parte medular, e saem dessas regiões para inervar toda a periferia do organismo. Esse SNP é dividido basicamente em sistema nervoso somático e sistema nervoso autônomo. Sendo que o sistema nervoso somático é aquele em que eu tenho um controle voluntario/consciente das coisas e, portanto, inervando normalmente a musculatura esquelética. Já o sistema nervoso autônomo acaba sendo responsável pela inervação de glândulas, músculo liso, etc. sendo ainda subdividido em sistema nervoso autônomo simpático e sistema nervoso autônomo parassimpático, sendo ambos, normalmente relacionados a um controle involuntário/inconsciente. O esquema acima resume bem esses conceitos importantes para o futuro entendimento das neuropatias. Entrando mais no SNP, temos nervos que podem estar saindo diretamente da região cranial/do encéfalo, que são os chamados de nervos cranianos e divididos em 12 pares, conforme ilustrado e descrito acima, e tem-se também os nervos que saem da região da medula espinal, que são os Gabriela Bordignon – T5 AULA DE PATOLOGIA, PROF. JULIE, BBPM IV chamados nervos raquiadianos/medulares/espinais, sendo esses totalizados em 31 pares, subdivididos em 8 pares cervicais, 12 pares torácicos, 5 pares lombares, 5 pares sacrais e 1 par de nervos coccígeos. Uma vez que a fibra nervosa sai da medula, chamamos essa emergência da ME de raíz nervosa, sendo que quando sai da parte posterior é sensitiva, e da parte anterior é motora. Além disso, quando há a união dessas raízes temos a formação do que chamamos de raiz espinal (junção da raiz da parte motora com a raiz da parte sensitiva), e quando há um conjunto de raízes espinais, temos o que chamamos de plexo. Esses plexos podem ser o cervical, braquial ou o lombossacral como representado na imagem abaixo. Como dito anteriormente, o SNP é dividido basicamente em sistema nervoso somático e sistema nervoso autônomo, lembrando que o somático é aquele de controle voluntário e consciente, com relação a musculatura esquelética/nossos membros superiores e inferiores, e o sistema nervoso autônomo é o de controle involuntário e inconsciente, que envolve muito mais as vísceras, sendo esse sistema autônomo dividido ainda em sistema nervoso autônomo simpático e parassimpático. Falando mais do SNP somático, temos esse sistema sendo composto por um neurônio sensitivo (aferente), em que ele entra na parte posterior da medula (parte sensitiva), onde ele irá fazer conexão, ou com um neurônio associativo, ou uma conexão direta com o neurônio motor, sendo que esse neurônio motor sairá da ME pela região anterior, e uma vez que esse neurônio recebeu uma informação sensitiva ele irá executar uma determinada ação naquele mesmo músculo em que recebeu o processo estimulatório. Então, quando eu tenho uma sensação, eu tenho um neurônio sensitivo que passa pela ME e desencadeia uma determinada ação naquele músculo. Sendo, portanto, o SNP somático se referindo as ações da musculatura esquelética. Gabriela Bordignon – T5 AULA DE PATOLOGIA, PROF. JULIE, BBPM IV Diferentemente disso, no sistema nervoso periférico autonômico, teremos uma divisão em parassimpático e simpático, onde ele fará uma inervação direta das vísceras e das glândulas do nosso corpo. Sendo que o SNS e o SNP geralmente têm ações contrárias, como por ex. no caso da pupila/glândula salivar/coração etc. Fazendo uma comparação entre o sistema autonômico e o somático, quando se fala de uma fibra nervosa somática o principal neurotransmissor liberado na junção neuromuscular é a acetilcolina, que é estimulatória, tendo sempre o efeito de induzir uma ação naquele músculo, já, quando falamos do sistema nervoso autônomo, o neurotransmissor liberado ao final de toda a cascata de ativação será, no caso do simpático a noradrenalina, e no parassimpático a acetilcolina, e esses neurotransmissores, liberados tanto no simpático, quanto no parassimpático, possuem um caráter tanto estimulatório, quanto inibitório, variando conforme o neurotransmissor liberado e dependendo do órgão que estará recebendo esse neurotransmissor. Conforme tudo isso que já foi dito, pode-se entender a definição das neuropatias periféricas, já que quando há um dano gerando disfunção de um ou mais nervos periféricos, e como esses nervos periféricos apresentam essa disfunção, automaticamente há um dano no funcionamento do sistema nervoso periférico. Quando existe esse dano no sistema nervoso periférico, acaba havendo interferência na troca de mensagens entre o SNC e a periferia do organismo, sendo esta prejudicada. Ademais, sabendo que cada nervo do nosso corpo possui uma função especializada, temos que os sintomas dependem do lugar do corpo que esse nervo afetado estará inervando, ou seja, os sintomas variam muito conforme o nervo atingido pela doença, e é por conta disso que as neuropatias periféricas apresentam uma ampla gama de sintomas. Isso explica o motivo de poder haver nas neuropatias periféricas sintomas diferentes como formigamento temporário (parestesia), sensação de agulhada/perfuração, sensação de queimação, sensação de choque, sensação de fraqueza da musculatura, sensação de paralisia muscular, e também disfunções endócrinas (podendo acarretar na dificuldade de gestão, oscilação de PA, alteração na produção de suor, para mais ou para menos, disfunção sexual -podendo levar a uma disfunção erétil). Reforçando: existe uma ampla gama de sintomas relacionados as neuropatias periféricas, já que estes estarão relacionados/condicionados ao tipo de nervo afetado. Portanto, se o nervo acometido for sensorial, por ex., os sintomas serão mais sensoriais, se houver maior comprometimento de fibras nervosas motoras, os sintomas serão mais motores, se as fibras prejudicadas forem autonômicas, haverá uma disfunção orgânica acontecendo, com provável comprometimento das funções endócrinas, podendo acarretar em disfunção endócrina. Por conta disso tudo, nos livros vocês encontrarão muitos termos ligados ao fato de que as neuropatias periféricas podem afetar esses três tipos de nervos, encontrando termos como: neuropatia predominantemente motora, querendo dizer que há muito mais lesão nos nervos motores, e assim por diante. Isso é importante, pois ajuda a descrever o quadro clínico do paciente e facilita a elaboração de um plano terapêutico adequado para cada paciente de forma individual. Gabriela Bordignon – T5 AULA DE PATOLOGIA, PROF. JULIE, BBPM IV O nervo nada mais é que um conjunto de feixes nervosos, sendo que em um corte e ampliação desse nervo podemos ver a representação conforme a imagem abaixo. Saindo da medula temos a porção sensitiva e a porção motora se juntando e formando a raiz espinal, seguida no nervo espinal. Nesse nervo haverá a junção de diversos feixes de nervosas (esses feixes são como se fossem varias fibras nervosas juntas – lembrando que fibra nervosa é sinônimo de neurônio, então, observando a imagem acima, cada “bolinha” dentro da “bola maior” é como se fosse um neurônio – esses neurônios, portanto, estão agrupados, e conforme vão sendo agrupados vão formando esses feixes, feixes esses que vão se organizando e se agrupando e formando o quechamamos de nervo. Lembrando que cada conjunto desses irá ter um revestimento de tecido conjuntivo, quando eu tenho uma fibra nervosa, e essa fibra está envolta por uma camada de tecido conjuntivo, temos o que chamamos de ENDONEURO. Quando temos esse recobrimento de um conjunto de axônios, chamamos de PERINEURO, e quando temos um conjunto de vários feixes, mais externo, temos o EPINEURO. É importante entender também que de cada feixe, saem “tubinhos mais finos” que é como se fossem um desses feixes, e na imagem ele representa retirando de cada um desses feixes o tipo de neurônio/tipo de fibra nervosa, podendo ser tanto mielínica, quanto amielínica, motoras ou sensitivas, finas ou grossas, dependendo de cada nervo. Mas quando falamos de nervo periférico, o principal componente é basicamente o axônio e a bainha de mielina (produzida pelas células de Schwann). Portanto, quando falo de uma neuropatia periférica eu me refiro a uma lesão desses principais componentes desse nervo periférico, ou seja, comprometimentos no axônio ou na bainha de mielina. Gabriela Bordignon – T5 AULA DE PATOLOGIA, PROF. JULIE, BBPM IV Como foi visto, as neuropatias periféricas acontecem por conta de algum problema no axônio e/ou na bainha de mielina. Por conta disso, estuda-se as classificações dessas lesões que irão levar a um quadro de neuropatia periférica. Então, as lesões nervosas poderão ser classificadas de acordo com a causa, com o tipo de lesão ou conforme a patologia. Isso significa que a causa é traumática ou não traumática, o tipo de lesão pode ser uma neuropraxia, uma axonotmese ou neurotmese, e a patologia vai ser, ou uma neuropatia axonal, ou uma neuropatia desmielinizante, ou uma neuronopatia. Então, falando basicamente da classificação das lesões dos nervos periféricos segundo a causa temos: CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES NERVOSAS (DE ACORDO COM A CAUSA): TRAUMÁTICAS: + comum, esmagamento, compressão, estiramento, secção parcial ou total. NÃO TRAUMÁTICAS: infecção víricas, processos inflamatórios, exposição a toxinas, distúrbios metabólicos, tumores, neuropatias hereditárias. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES NERVOSAS (DE ACORDO COM OS TIPOS DE LESÃO NEURAIS): Em relação aos tipos de lesões, temos basicamente 3 tipos: neuropraxia, axonotmese e a neurotmese. NEUROPRAXIA: - Lesão leve com perda motora e sensitiva. - Interrupção local da condução do impulso. - Lesão da bainha de mielina. - Não há alteração estrutural. - Recuperação rápida e completa: em poucos dias ou semanas. Logo, se a fibra nervosa perdeu a bainha de mielina, automaticamente, há o interrompimento do impulso, pois a funcionalidade dessa bainha de mielina está ligada a garantir que o impulso nervoso ocorra de forma muito mais rápida e eficaz. Quando de certa forma essa bainha é destruída, há a interrupção naquele local do impulso nervoso. Não há nenhum problema no axônio propriamente dito, e por conta disso a recuperação aqui é rápida e completa em poucos dias/poucas semanas, tempo para que essa bainha de mielina seja reconstituída, lembrando que a perda pode ser tanto motora quanto sensitiva, dependendo do tipo de fibra acometida. AXONIOTMESE: - Associado a etiologia traumática. - Bloqueio condução impulso nervoso. - Perda da integridade axonal e à degeneração Walleriana. - Recuperação depende da desorganização neuronal e da distância ao órgão terminal. Quando falamos de axoniotmese, como o próprio nome já diz, há um comprometimento axonal Gabriela Bordignon – T5 AULA DE PATOLOGIA, PROF. JULIE, BBPM IV (destruição do axônio). Em algum momento do axônio da fibra nervosa que compõe o nervo periférico há algum tipo de lesão (normalmente associado a traumas), há um bloqueio do impulso nervoso, pois além de perder um pedaço do axônio, todo o restante do axônio dali pra frente irá sofrer um processo chamado de degeneração Walleriana. E a recuperação irá depender da intensidade da lesão neuronal, ou seja, quanto mais lesionado, mais difícil obter a recuperação. NEUROTMESE: - Separação completa do nervo. - Desorganização do axônio. - Bloqueio total da condução elétrica. - Causada por fibrose tecidual. - Interrupção crescimento axonal. - Raramente ocorre recuperação espontânea. - Necessidade de intervenção cirúrgica. Quando falamos de neurotmese falamos de separação completa do nervo, ou seja, não é simplesmente uma fibra nervosa que sofre a lesão, nesse caso é um conjunto, várias fibras nervosas e vários feixes estão sofrendo lesão, assim como o nervo como um todo sofre lesão, podendo até uma separação completa desse nervo. Inclusive, há a separação da neurotmese em graus, grau I, II, e III, sendo que o grau III é quando há a separação completa do nervo, com destruição completa das três camadas do tecido conjuntivo, indicando que todos os feixes foram rompidos, sendo muito mais grave. Nesses graus, temos que pode haver uma secção que acomete somente o endoneuro, pode haver secção que pegue também o perineuro, e uma lesão que inclua até o epineuro. Nesse último caso, normalmente, há a associação com o bloqueio total da condução elétrica, já que nenhuma dessas fibras terá condições de repassar o impulso nervoso. Como há essa lesão, normalmente haverá um acompanhamento de cicatrização nessa região, logo, haverá fibrose tecidual. E como há fibrose, é difícil conseguir fazer o crescimento do axônio novamente. Desse modo, dificilmente haverá a recuperação espontânea em lesões de nervos periféricos por neurotmese, geralmente, é necessária a intervenção cirúrgica à fim da melhora do paciente. CLASSIFICAÇÃO DAS LESÕES NERVOSAS (DE ACORDO COM A PATOLOGIA): NEUROPATIA AXONAL: - Axônio alvo primário destruição. - Padrão lesão: Degeneração Walleriana. - Axônios distais fragmentam-se e bainhas desemaranham- se e desintegram- se em estruturas esféricas (ovóide de mielina). Gabriela Bordignon – T5 AULA DE PATOLOGIA, PROF. JULIE, BBPM IV - Mø são recrutados -> fagocitose. - Regeneração inicia local transecção -> Células Schwann e membranas basais associadas guiam formação novos axônios (1mm/dia). - Novas bainhas -> + finas e menores que originais. *A neuropatia axonal tem muito haver com axoniotmese, em que há lesão de determinada parte do axônio, e esse axônio lesado leva o padrão de lesão chamado de degeneração Walleriana. A degeneração Walleriana é nada mais é que a partir do ponto em que há lesão do nervo periférico, dali em frente aquele axônio se desintegra, assim como a bainha de mielina vai deixar de existir, ela se desintegra em estruturas esféricas menores, e ai os macrófagos serão recrutados para o local e uma vez os macrófagos nesse local, irão fagocitar esses restos celulares de axônios e bainha de mielina para que o processo de regeneração possa ocorrer. Essa regeneração irá ocorrer exatamente no local em que houve a transecção da fibra nervosa, então, tanto as membranas basais, quanto as células do Schwann, irão guiar os novos axônios formados ali, que irá crescer em torno de 1 mm ao dia, e conforme o axônio vai crescendo novas bainhas de mielina serão depositadas, porém, essas novas bainhas de mielina serão mais finas e menores que as originais. NEUROPATIA DESMIELINIZANTE: - Células Schwann e bainhas mielínicas alvos 1ários destruição. - Bainhas mielina degeneram em um padrão aleatório -> danos descontínuos aos segmentos mielínicos. - Células Schwann ou seus precursores -> proliferam e iniciam o reparo através da formação de novas bainhas mielínicas. - Novas bainhas -> + finas e menores que originais. *Já quando eu falo da neuropatia desmielinizante, o principal alvo de destruição são a bainha de mielina ou as célulasde Schwann (produtoras da bainha de mielina). A destruição irá acontecer de forma aleatória nessas bainhas, de acordo com o local que está sendo destruído, não necessariamente seguindo uma ordem, caracterizando a lesão como de padrão aleatório. O que acontece é que nesses locais em que o neurônio sofreu destruição de bainha, as células de Schwann e seus precursores irão se proliferar e começar a reparar o local, tentando refazer essa bainha de mielina, mas da mesma forma, essa nova bainha será mais fina e menor que a original. Qual é o grande problema de haver essa danificação da bainha de mielina? Bom, já foi estudado que a bainha de mielina é muito importante para que o impulso elétrico ocorra muito mais rapidamente, logo, quanto mais bainha de mielina, mais rápido o impulso. A partir do momento que essa bainha se encontra danificada há uma lentificação do impulso nervoso, este fica mais lento, Gabriela Bordignon – T5 AULA DE PATOLOGIA, PROF. JULIE, BBPM IV e a informação passa lentamente ou não passa. Acarretando, portanto, em um prejuízo na troca de informações. Na imagem acima podemos ver os nervos com uma distribuição em padrão na figura A, sendo que esse padrão, normalmente, tem as fibras, tanto do tipo I, quanto do tipo II, sendo distribuídas em um padrão chamado de “tabuleiro de damas” (uma fibra vai se alternando com a outra”. Já na figura B, pode-se notar a neuropatia axonal com secção do axônio e todo o resto sendo eliminado, com destruição do axônio e bainha de mielina dali pra frente, para posteriormente sofrer o processo de regeneração, processo chamado de degeneração Walleriana, como já foi explicado. Ao lado, ainda na figura B, há a desmielinizacao de uma neuropatia desmielinizante, onde há a destruição aleatória da bainha de mielina. Na figura C, está representado a lesão e a degeneração, respectivamente. Chamando atenção para o fato da nova bainha de mielina e o novo axônio serem mais finos e menores que os originais. Portanto, a passagem do impulso nervoso fica prejudicado. NEURONOPATIAS: - Corpo celular alvo primária destruição. - Degeneração secundária dos processos axonais. - Disfunção afeta tanto parte -> proximal quanto distal do corpo. - Comprometimento: • Neurônio motor -> neuronopatia motora. • Neurônio sensitivo -> ganglionopatia sensitiva. *A neuronopatia é quando há acometimento do corpo celular, se eu tenho acometimento do corpo celular, isso quer dizer que se haver destruição do corpo celular, automaticamente, tanto o axônio proximal (perto da ME), quanto o distal (próximo ao órgão-alvo) estarão prejudicados. Sendo que esse corpo celular sendo destruído pode ser tanto do neurônio sensitivo, quanto motor. Gabriela Bordignon – T5 AULA DE PATOLOGIA, PROF. JULIE, BBPM IV Se eu pego uma fibra nervosa e eu destruo o corpo celular, é como se eu estivesse destruindo o nervo todo, então acaba havendo uma degeneração secundária dos processos axonais. Portanto, o axônio, por ex., também será destruído aqui, de uma forma indireta, pois há a destruição do corpo celular. Se a destruição for no neurônio sensitivo, haverá uma gangliopatia sensitiva, em que tanto a parte proximal, quanto a distal do axônio pode ser afetada. Já na destruição do corpo celular de um neurônio motor haverá neuronopatia motora. Quando há disfunção ou algum dano em nervo periférico, haverá um quadro de neuropatia periférica, e essa neuropatia também terá suas classificações, de acordo com a espessura da fibra, o tipo de fibra, o modo de instalação, distribuição e padrão anatômico. Em relação a espessura da fibra tem-se que as fibras mielinizas podem ser grossas e com uma velocidade de condução alta, podem ser mielinizadas finas e com velocidade de condução intermediaria, e também se tem as fibras amielínicas com uma velocidade de condução baixa. Desse modo, dependendo da espessura da fibra, isso vai alterar os sinais/sintomas e manifestações clínicas que o paciente irá apresentar. Em relação ao tipo de fibra, se a fibra prejudicada for motora, se tem uma neuropatia predominantemente motora, quando o acometimento é das fibras sensitivas, se tem uma neuropatia predominantemente sensitiva, já quando a neuropatia envolve a motora e sensitiva, ou motora/sensitiva e a autonômica, fala-se que a neuropatia é mista. Gabriela Bordignon – T5 AULA DE PATOLOGIA, PROF. JULIE, BBPM IV Na imagem acima, podemos ver uma diferença na neuropatia periférica e na autonômica. Quando falamos de um individuo acometido por uma neuropatia periférica, os principais locais acometidos são os representados em azul, que são a parte de musculo esquelético, tanto sua parte motora, quanto sensitiva, sendo esses locais os membros inferiores e superiores. Já quando pensamos em uma neuropatia autonômica, o maior comprometimento vai ser da região de vísceras. Há também a classificação relacionada ao período de instalação, então, quanto tempo isso demora, até 1 mês é classificada como aguda, se demorar meses chamamos de sub aguda e se levar anos para se instalar é classificada como uma neuropatia periférica crônica. Pode haver a classificação dessas neuropatias conforme sua distribuição também, podendo ser proximal, distal ou difusa. Ela vai ser proximal quando os sinais/sintomas estiverem mais próximos do plexo ou das raízes espinais. Se as manifestações clínicas estiverem mais longe do plexo/raiz, por ex. na mão, seria uma distribuição mais distal. Então, as neuropatias periféricas estão muito relacionadas a esses termos proximal e distal, simétrica e assimétrica. A distribuição difusa é geralmente multifocal, o que chamamos de polineuropatia, o que significa que pode-se ter tanto os sintomas proximais, quanto distais ao longo do corpo do individuo de forma difusa, não sendo necessariamente simétrico, e nem ocorrendo de forma linear no corpo, podendo ser por ex. proximal na coxa e distal na mão. CLASSIFICAÇÃO DAS NEUROPATIAS PERIFÉRICAS (DE ACORDO COM O PADRÃO ANATÔMICO): MONONEUROPATIA: 1 nervo envolvido, disfunção focal, normalmente causada por infecções/traumas. MONONEUROPATIA MÚLTIPLA: envolvimento assimétrico de nervos individuais, multifocal. *fala-se que é uma mononeuropatia mesmo envolvendo mais de um nervo no caso da múltipla, Gabriela Bordignon – T5 AULA DE PATOLOGIA, PROF. JULIE, BBPM IV pq são nervos que não tem relação entre si, em locais distintos e de forma assimétrica. A principal causa nesse caso é a vasculite, ou seja, a lesão nos vasos sanguíneos acaba podendo levar a esse comprometimento. POLINEUROPATIA: vários nervos comprometidos, afetando normalmente os axônios, começando geralmente distal simétrico (região dos pés e vai subindo nos membros inferiores, e no caso dos membros superiores começa nas mãos e sobre, sendo ascendente e acometendo tanto a parte sensitiva quanto motora), generalizado. Sendo muito comum em casos de Diabetes Mellitus. Conhecido como padrão “meias e luvas”. POLIRRADICULONEUROPATIA -> envolvimento de raízes e nervos, com sintomas simétricos difusos nas partes proximais e distais do corpo. *A plexopatia ocorre quando o envolvimento periférico ocorre por comprometimento do plexo, por ex. com o plexo braquial comprometido os sintomas são em toda a porção inervada por esse plexo. • Alteração na transmissão do impulso nervoso. • Perda de funções motoras, sensitivas ou autônomas. *por mais que haja a regeneração, ela não é totalmente fidedigna a devolver a estrutura e funcionamento do nervo prejudicado, consequente a essa alteração haverá perda das funções motoras, sensitivas ou autônomas, sendo que existe uma variedade de cerca de 100 tipos de neuropatias, eem cada neuropatia podem ser perdidas essas funções, mas não necessariamente toda neuropatia terá todo esse comprometimento, há uma variação em cada caso.
Compartilhar