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Sistema Nervoso Periférico 1. Entender a classificação do Sistema Nervoso Periférico. O sistema nervoso periférico consiste em nervos cranianos e espinais e seus gânglios associados. Nervos Cranianos e Espinais Há 12 pares de nervos cranianos que deixam o encéfalo pelos forames do crânio: Existem 31 pares de nervos espinais, que deixam os forames intervertebrais da coluna cervical: - 8 cervicais; - 12 torácicos; - 5 lombares; - 5 sacrais; - 1 coccígeo. Cada nervo espinal possui duas raízes: raiz anterior (fibras eferentes) e raiz posterior (fibras aferentes). o Raiz anterior: Feixes de fibras que conduzem os impulsos nervosos para longe do SNC, sendo denominada com FIBRAS MOTORAS aquelas que seguem para os musculos esqueleticos. A origem de suas células residem no corpo cinzento anterior e suas raízes saem pelo funículo anterior. o Raiz posterior: Feixes de fibras que conduzem os impulsos para o SNC, sendo responsaveis por conduzir informações sobre tato, dor, temperatura e vibração, sendo denominadas FIBRAS SENSITIVAS. Os corpos celulares dessas fibras estão situadas no GÂNGLIO DA RAIZ POSTERIOR As raízes nervosas espinais seguem da medula espinal até o nivel de seus respectivos forames intervertebrais, se unindo como um NERVO ESPINAL. Aqui as fibras motoras sensitivas e motoras se misturam, e por isso um nervo espinhal é constituído por uma fibra motora e uma sensitiva. O comprimento das raízes aumentam progressivamente de cima para baixo. Dessa forma as raízes da região cervical são mais curtas e seguem quase que horizontalmente, enquanto as raízes dos nervos lombares e sacrais abaixo do nível de terminação da medula (T2 no adulto) e forma o FILAMENTO TERMINAL que se juntam e formam a CAUDA EQUINA. Após emergir do forame intervertebral, cada nervo divie-se em um RAMO ANTERIOR GRANDE e um RAMO POSTERIOR MENOR. Cada um tem fibras motoras e sensitivas. o Ramo anterior: dirige-se anteriormente para suprir os músculos e a pele do corpo anterolateral e todos os músculos e pele dos membros. o Ramo posterior: segue posteriormente ao redor da coluna vertebral para suprir músculos e pele do dorso. Os ramos anteriores se reunem na raiz dos membros para formar os plexos nervosos. Os plexos cervical e braquial são encontrados na raiz dos membros superiores, enquanto o plexo lombar e sacral na raiz dos membros inferiores Gânglios Dividem-se em gânglios sensitivos dos nervos espinais (gânglios das raízes posterior) e nervos cranianos e gânglios autonomicos. Gânglios Sensitivos: o São tumefações fusiformes situadas na raiz posterior de cada nervo espinal; o Se localizam próximo a junção da raiz posterior com a raiz anterior correspondente; o Os gânglios dos nervos cranianos são denominados GÂNGLIOS SENSITIVOS DOS NERVOS: V, VII, VIII, IX E X. Gânglios Autonômicos: o Os gânglios autonômicos exibem formato irregular e situam-se ao longo de todo trajeto das fibras nervosas eferentes do sistema nervoso autônomo; o São encontrados nas cadeias simpáticas para vertebrais em volta das raízes das grandes artérias do abdome e próximo (ou embutidos) nas vísceras. Nervos periféricos São cordois esbranquiçados constituidos por feixes de fibras nervosas (axonios), reforçada por tecido conjunivo. Os nervos possuem três bainhas de tecido conjuntivo: Epineuro, perineuro e endoneuro. São muito vascularizados, percorridos longitudinalmente por vasos que se anastomosam e permite a entrada do epineuro. Os nervos são desprovidos de sensibilidade. Quando um nervo é estimulado ao longo do seu trajeto, a sensação NÃO OCORRE NO PONTO ESTIMULADO, mas sim no TERRITÓRIO QUE ELE INERVA. Por conta disso, existe a “DOR FANTASMA” que ocorre porque os cotos nervosos irritados de um membro amputado origiem impulsos nervosos em que o cerebero interpreta como se fossem originados do membro retirado. Os nervos se bifurcam ou fazem anastomose, enquanto as fibras nervosas NÃO sofrem bifurcação ou anastomose mas se reagrupam. As fibras ou se dividem para compor os dois nervos, ou se destacam de um nervo para seguir o outro. Proximo a uma terminação, as fibras nervosas motoras ou sensitivas passam a se ramificar. O nervo possui duas origens: o ORIGEM REAL: Se refere ao lugar em que os corpos dos neuronios que compõe os nervos, se localizam – ex. Coluna anterior da medula, nucleos dos nervos cranianos ou glanglios sensitivos (nervos sensitivos) o ORIGEM APARENTE: Corresponde ao ponto de emergencia ou entrada do nervo na superficie do SNC, ou seja: Sulcos lateral anterior e sulcos lateral posterior da medula, onde saem as RADÍCULAS. Pode-se considerar também como uma origem aparente no ESQUELETO, no caso dos espinais os forames intervertebrais e dos craniais os forames da base do cranio Condução dos Impulsos Nervosos Nervos Aferentes (sensitivos): o Possui seus corpo nos gânglios da raiz posterior (nervos espinais) ou nos ganglios de algum nervo craniano o São celulas unipolares, com um prolongamento PERIFÉRICO ligado ao receptor, e um prolongamento CENTRAL ligado a um neuronio da medula ou no tronco encefalico. O prolongamento periférico é morfologicamente um axonio, mas funcionalmente age como um DENDRITO (conduz os impulsos centripetamente), enquanto o prolongamento central é um axônio morfologicamente e funcionalmente, pois conduz centrifugamente o Os impulsos nervosos SENSITIVOS passam do prolongamento periférico para o prolongamento central, SEM PASSAR PELO CORPO CELULAR Os impulsos nervosos nos nervos motores são conduzidos do corpo celular para o efetuador. Mas pode-se estimular um nervo isolado em qualquer srntido que vi conduzir eletricidade A velocidade de condução das fibras varia de acordo com o calibre das fibras o Maior nas fibras mais calibrosas; o Menor nas fibras menos calibrosas. As fibras são classificadas em: o Fibra A (GRANDE PORTE): Correspondem as fibras ricamente mielizinadas nos nervos mistos e podem ser divididas ainda quanto a velocidade de cocndução em ALFA, BETA E GAMA. o Fibra B: Estão nas fibras pré-ganglionares. o Fibra C: Estão nas fibras pós-ganglionares não mielinizadas do sistema autonômo e algumas fibras responsáveis por impulsos térmicos e dolorosos. Os axônios de tamanhos equivalentes que inervam os músculos e tendões são chamados de grupos 1, li, Ili e IV. O grupo IV contém fibras amielínicas. As fibras C e IV conduzem com velocidade de 0,5 m/s a 1 m/s por segundo. Nas fibras A alfa, a velocidade pode atingir 120 m/s e, nas A beta, 75 m/s. Terminações Nervosas De forma geral, as terminações podem ser sensitivas (aferentes) ou motoras (eferentes). As fibras motoras são elementos pré-sinapticos das sinapses neuroefetuadores. Ou seja, inervam os músculos e as glândulas que é onde de fato a sinapse vai causas movimentação. o Terminações Nervosas Sensitivas (receptores): São estruturas neuronanais ou epiteliais que transformam estímulos físicos ou químicos em atividade bioeleétrica. Fazem a transdução do sinal que vai ser interpretado no SNC. Pode ser um terminal axônico ou células epiteliais modificadas conectadas a neurônios. -Classificação morfológica: ▪ Receptores ESPECIAIS – São mais complexos, relaciona-se com NEUROEPITÉLIO e fazem parte dos órgãos especiais do sentido: VISÃO, AUDIÇÃO, TATO, GUSTAÇÃO E OLFAÇÃO ▪ Receptores GERAIS – Ocorrem em todo o corpo, são componentes do sistema sensorial somático que responde a diferentes estimulos, como TATO, TEMPERATURA, DOR e POSTURA CORPORAL ou PROPRIOCEPÇÃO - Classificação Fisiológica (especificidade): ▪ De forma geral, os receptores podem ser ativados por vários estímulos, principalmente os receptores livres, que não possuem terminações nervosas associadas a epitéliosou formações conjuntivas e são responsáveis por vários tipos de sensibilidade (temperatura, dor, tato); ▪ A especificidade quer dizer qu a sensibilidad de um receptor é maxima para determindo estimulo, ou seu limitar de excitabilidade é minima para esta forma de energia. Portanto os receptores livros é responsavel por apenas uma das formas de sensibilidade; ▪ Portanto para classificar um receptor, usa-se como critério qual o estimulo é mais adequado para ativar aquele receptor. - Tipos de Receptores: 1. Quimiorreceptores - são receptores sensíveis a estímulos químicos, como os da olfação e gustação e os receptores do corpo carotídeo capazes de detectar variações no teor do oxigênio circulante; 2. Osmorreceptores - receptores capazes de detectar variação de pressão osmótica; 3. Fotorreceptores - receptores sensíveis à luz, como os cones e bastonetes da retina; 4. Termorreceptores - receptores capazes de detectar frio e calor. São terminações nervosas livres. Alguns se localizam no hipotálamo e detectam variações na temperatura do sangue, desencadeando respostas para conservar ou dissipar calor; 5. Nociceptores: são receptores ativados por diversos estímulos mecânicos, térmicos ou químicos, mas em intensidade suficiente para causar lesões de tecidos e dor. São terminações nervosas livres; 6. Mecanorreceptores - são receptores sensíveis a estímulos mecânicos e constituem o grupo mais diversificado. Aqui situam-se os receptores de audição e de equilíbrio do ouvido interno; os receptores do seio carotídeo, sensíveis a mudanças na pressão arterial (barorreceptores); os fusos neuromusculares e órgãos neurotendinosos, sensíveis ao estiramento de músculos e tendões. Outra classificação leva em consideração a localização, oque define a natureza do estimulo que os ativa, possuindo então três categorias: Exteroceptores, proprioceptores e interoceptores Exteroceptores: o Localizam-se na superfície externa do corpo o São ativados por agentes externos, como: calor, frio, tato, pressão, luz e som Proprioceptores: o Localizam-se mais profundamente nos músculos, tendões, ligamentos e cápsulas articulares o Os impulsos podem ser conscientes ou inconscientes. Os inconscientes, não despertam sensações mais serve para o SNC regular a atividade muscular pelo reflexo miotático ou de vários centros da atividade motoda, enquanto os conscientes atingem o córtex cerebral e permite o indivíduo ter a percepção do seu corpo e suas partes, da atividade muscular e do movimento das articulações. o A capacidade de perceber posição e movimento (PROPRIOCEPÇÃO) depende das informações levadas ao SNC pelos fusos neuromusculares epelos órgãos neurotendinosos o Os receptores das articulações também possuem papel nessa função Interoceptores (visceroreceptores): o Localizam-se nas VISCERAS e nos VASOS, dando origem as sensações viscerais como FOME, SEDE e DOR VISCERAL o Grande parte desses impulsos são INCONSCIENTES, servindo para mandar para o SNC informações sobre coordação da atividade vesicar: Pressão de O2, pressão osmótica do sangue e pressão arterial Tanto os proprioceptores quando os exteroceptoers transmistem impulsos relacionados ao SOMA, ou parede corporal → SÃO RECEPTORES SOMÁTICOS Os Interoceptores transmitem impulsos relacionados a visceras, portanto são RECEPTORES VISCERAIS A sensibilidade pode ser dividida ainda em: SUPERFICIAL (originando- se em EXTEROCEPTORES) e a segunda PROFUNDA (origina-se pelos PROPRIOCEPTORS e INTEROCEPTORES) Receptores Somáticos da Pele A maior parte é mecanorreceptor (ex. Barorreceptor) ou quimiorreceptor (ex. Receptores da olfação, gustação, do corpo cartoideo que deteca variações no teor de O2 circulante). Um único receptor pode codificar várias caracteristicas do estimulo como: Intensidade, duração e posição. Um estimulo geralmente ativa VÁRIOS RECEPTORES, e então o SNC é o responsável por essa geração de percepções. Os mecanorreceptores sensíveis a vibração, pressão e toque, os pelos puxados ou curvados e estas modalidades de energia são percebidos pela maioria dos receptores, que variam sua preferência quanto à frequência de estímulo, pressão e tamanho do campo receptivo. Mecanorreceptores estão presentes também em vasos e vísceras, e percebem pressão, estiramento de órgãos digestivos, bexiga, força de contato dos dentes etc. Podem ser classificados morfologicamente, de acordo com a capsula conjuntiva em: LIVRES e ENCAPSULADOS. Receptores Livres: Terminações das fibras nervosas que perdem a bainha de mielina, preservando o envoltório das células de Schawann até as proximidades da ponta de cada fibra. São os mais receptores mais frequentes, se localizam em TODA A PELE. Emergem de redes nervosas subepiteliais e se ramificam entre as células da epiderme. São de adaptação lenta e veinculam informações do TATO GROSSEIRO, DOR, TEMPERATURA E PROPRIOCEPÇÃO. Algumas terminações livres se enrolam na base dos foliculos pilosos e detectam um simples toque ou deslocamento de um pelo Dentro da categoria de receptores livres, existem os discos de MERKEL e os NOCICEPTORES. Terminações Nervosas Motoras As terminações nervosas motoras ou junções neuroefetoras são menos variadas que as sensitivas Funcioalmente se assemelham a sinapses dos neuronais As terminações motoras podem ser SOMÁTICAS ou VISCERAIS. Somáticas se ligam ao musculo esqueletico, enquanto as viscerais se ligam a musculo liso, glândulas e musculo cardíaco, sendo pertecente portanto o SISTEMA NERVOSO AUTONOMO. Terminações Eferentes Somáticas Relacionam-se com os musculos esqueleticos através das PLACAS MOTORAS. Ao chegar perto da fibra muscular, o axônio perde sua bainha de mielina, conservando o NEURILEMA Na placa motora, as terminações axonicas emitem finos ramos contendo pequenas dilatações → BOTÕES SINÁPTICOS, o locam da onde os NEUROTRANSMISSORES SÃO LIBERADOS As terminações axônicas possuem vesiculas sinapticas agranulares que se acumulam proximo a barra densa, constituindo zonas ativas, onde a ACETILCOLINA é liberada O elemento PÓS-SINÁPITCO é constituido pelo SARCOLEMA da fibra muscular, que mantém us amembrana basal e possui uma area aumentada pelos pregueamentos caracteristicos (PREGAS FUNCIONAIS) A acetilcolina liberada despolariza o sarcolema na fenda sináptica causando a contração Terminações Eferentes Viscerais O mediador quimico pode ser tanto a ACETILCOLINA quanto a NORADRENALINA e as fibras podem ser COLINERGICAS ou ADRENERGICAS Não há palacas motoras, os neurotransmissores são liberados em um trecho bastante longo das fibras e não apenas em sua extremidade → uma fibra nervosa pode manter contato com várias fibras musculares ou células glandulares As fibras terminais apresentam-se cheias de pequenas VARICOSIDADES ou dilatações que contém as vesiculas com o neurotransmissor e são areas ativas das fibras A distância entre as varicosidades e o efetor (“alvo”) varia desde muito longe ou até muito perto NÃO há modificações na membrana ou do citoplasma do efetor, proximo a zona de contato, como é o caso da placa motora na via eferente somática ou nas sinapses interneurais Possuem vesiculas agranulares e granulares: o Vesiculas granulares: Fibras adrenergicas → Secretam noraepinefrina o Vesiculas agranulares: Fibras colinergicas → Secretam acetilcolina 2. Compreender a neuropatia periférica. O termo neuropatia para um define o conjunto de patologias que acometem o sistema nervoso periférico (SNP). Neuropatia é a disfunção dos nervos periféricos (porção de um nervo distal ao plexo ou à raiz)., que são os responsáveis por encaminhar informações do cérebro e da medula espinhal para o restante do corpo.Algumas complicações mais graves da neuropatia periférica pode causar danos permanentes aos nervos, sendo algumas vezes um problema incapacitante e até mesmo fatal. Isso engloba várias síndromes, caracterizadas por diversos graus de distúrbios sensoriais, dor, fraqueza muscular e atrofia, diminuição dos reflexos tendinosos profundos e sintomas vasomotores, isolados ou em associação. A classificação inicias baseia-se na história e no exame físico. Eletromiografia e estudos de condução nervosa (exames eletrodiagnósticos) ajudam a localizar a lesão e determinar se a fisiopatologia é primariamente axônica (em geral metabólica) ou desmielinizinante (em geral autoimune). O quadro clínico das neuropatias periféricas possui algumas manifestações clínicas das NP que variam muito. Algumas manifestações clínicas podem ter diversas combinações quanto à presença e à intensidade dos sintomas e sinais sensitivos, autonômicos e motores, seguindo a fibra que é acometida. Alguns parâmetros devem ser considerados na avaliação e na classificação das NP, dentre eles, destacam-se: a velocidade de instalação que pode ser classificada como aguda, subaguda e crônica; o tipo de fibra nervosa envolvida: motora, sensitiva, autonômica ou mista. Isso vai revelar quais são as possíveis complicações: caso um indivíduo tenha a fibra nervosa motora prejudicada, o paciente poderá apresentar dores musculares, alterações dos reflexos osteotendíneos, dentre outros, além disso, o paciente pode ter mais de uma fibra acometida, no caso das fibras mistas. O tamanho da fibra nervosa envolvida: grossa, fina ou mista. Os sinais e sintomas poderão revelar qual tipo de fibra foi acometido: as fibras grossas irão causar problemas na sensibilidade vibratória, no tato de pressão (protopático) e até mesmo na propriocepção. Já as fibras finas, terão comprometimento, principalmente, da dor e da temperatura. Ademais, outro parâmetro a ser considerado é a distribuição, sendo proximal, distal e difusa – tal fato irá determinar o local onde a fibra será comprometida. As manifestações motoras frequentes são espasmos musculares, clônus, fasciculações, amiotrofias e perda de destreza e de força muscular. As manifestações sensitivas negativas são hipoalgesia e hipoestesia; as positivas são parestesia, disestesia, hiperpatia, hiperalgesia e alodinia, além das sensações de picada, formigamento ou zumbido. As neuropatias com disfunção de fibras grossas (motora ou sensitiva) com perda da propriocepção, da sensibilidade vibratória ou do toque leve, relacionadas à desmielinização, provocam fraqueza muscular com ou sem ataxia e manifestações sensitivas positivas como formigamento. As manifestações sensitivas positivas ou negativas costumam indicar o comprometimento de fibras finas do tipo Aδ e C. As manifestações sensitivas positivas, contudo, podem sugerir neuropatia adquirida, pois as neuropatias hereditárias tendem a apresentar mais alterações físicas do que sintomas. A identificação de envolvimento da fibra sensitiva, na maioria das vezes, exclui doenças do neurônio motor, da junção neuromuscular e do músculo. As neuropatias desmielinizantes inflamatórias podem provocar fraqueza muscular, mascarando as manifestações sensitivas. As neuropatias periféricas podem ser classificadas em três grandes grupos: Mononeuropatias A mononeuropatia ou mononeurite,é um tipo de neuropatia que só acarreta um único nervo periférico ou craniano. É importante que haja a diferenciação da neuropatia periférica da neuropatia autonômica. Essa diferenciação é feita por meio da limitação da extensão, haja vista que a mononeuropatia é um trauma localizado. Geralmente a neuropatia do nervo ulnar é uma das mais comuns, devido a compressão na região do cotovelo. A mais comum é a síndrome do túnel do carpo, provocada pela compressão do nervo mediano no túnel carpiano. Um diagnóstico diferencial conta com a eletroneuromiografia para que ocorra a localização do sítio em que ocorreu a lesão e, de certo modo, poder determinar o grau em que a fibra foi comprometida. Além do mais, é pertinente salientar que a pressão sobre um nervo por um longo período é a causa mais comum de mononeuropatia, como por exemplo, os ciclistas que ficam horas com os cotovelos apoiados na bicicleta, podendo acarretar algum dano para o nervo ulnar que passa nessa região. Como resultado, a área afetada pode formigar ou ficar dormente e o músculo lesado pode perder a sua força de modo significativo. Ademais, a pressão também pode lesionar nervos quando as pessoas não conseguem se locomover por longos períodos, como quando estão anestesiadas para uma cirurgia, acamadas, paralisadas ou perderam a consciência. O diagnóstico geralmente é realizado com base na clínica e no exame físico. É aconselhável que sejam realizados eletromiografia e estudos de condução nervosa para descartar outras possíveis causas. Mononeuropatias múltiplas: A mononeuropatia múltipla se diferencia da mononeuropatia por normalmente afetar alguns nervos, em geral, em diferentes áreas do corpo. Lembrando que essas lesões ocorrem ao acaso e em diferentes graus de comprometimento. Além disso, pode ocorrer uma somação de vários nervos comprometidos, resultando em uma espécie de déficit simétrico e confluente, que pode se assemelhar a uma polineuropatia simétrica distal. Assim, o médico deve ficar alerta aos sinais para poder diferenciar o quadro e chegar a um diagnóstico correto. Vários distúrbios podem acarretar uma mononeuropatia múltipla e cada um causa sintomas característicos. As causa mais comum são: vasculites, diabetes mellitus, sarcoidose, hanseníase e doença de Lyme. Polineuropatia Geralmente a polineuropatia é consequência de uma alteração na função dos nervos periféricos de modo simétrico, distal e bilateral. Quando há o acometimento de alguma raiz espinhal ou raízes dos troncos dos nervos periféricos, denominamos polirradiculopatia ou polirradiculoneuropatia. Alguns sintomas e sinais motores, sensitivos, reflexos e autonômicos são característicos das polineuropatias e auxiliam no momento do diagnóstico. A alteração da função motora é precedida de fraqueza muscular, lembrando que pode ser decorrente de desmielinização segmentar, interrupção axonal ou destruição do neurônio motor, sendo o grau da fraqueza proporcional ao número de motoneurônios alfa-afetados. É pertinente que haja a investigação de outras doenças que possam estar associadas à polineuropatia, como por exemplo, sintomas de patologias sistêmicas, infecções virais ou outras doenças infecciosas, vacinação recente, administração de novos medicamentos, exposição a toxinas como álcool, metais pesados e solventes orgânicos é importante. ▪ Epidemiologia: A prevalência das NP no mundo é em torno de 2 a 4%. Em pessoas com idade superior a 55 anos a prevalência aumenta para 8%. Em países desenvolvidos, as causas mais comuns da NP é a diabetes mellitus, porque há uma maior incidência de pessoas diabéticas nesses países. Em geral, a hanseníase continua sendo a maior causa de neuropatia. - Degeneração axonal: não há modificações que indiquem degeneração dos axônios, tais como restos de mielina em células de Schwann ou macrófagos. - Desmielinização: há acometimento interno isolado ou múltiplo da bainha de mielina 3. Explicar a fisiopatologia da neuropatia diabética. A Neuropatia diabética constitui um grupo heterogêneo de manifestações clínicas que acometem o sistema nervoso periférico como complicação da diabetes mellitus (DM). Existem quatro diferentes tipos de neuropatias, são elas a neuropatia autonômica, mononeuropatia, neuropatia proximal e a neuropatia periférica. O sistema nervoso periférico envolve os nervos, que se distribuem a partir da medula espinhal, estendendo-sepor todo o corpo. Os nervos agem como mensageiros, transmitindo informações ao cérebro por meio da medula espinhal. Esses mesmos nervos possuem uma proteção proteica e de “gordura” chamada de Bainha de Mielina. Quando ocorre um desequilíbrio do açúcar no sangue, ou seja, uma alta taxa de glicemia, surge uma disfunção nas Bainhas de Mielina, prejudicando a comunicação entre os neurônios, o que acarretará a neuropatia diabética. Portanto, a Neuropatia diabética é um termo usado na medicina para descrever a lesão dos nervos ocasionada pela glicemia elevada, (excetuando a interferência de outras causas ou doenças), sendo esta a maior causa de notificação de deformidades por ulcerações e amputações em pessoas com diabetes. As áreas mais suscetíveis são as extremidades do corpo, principalmente os pés. Por isso, esses devem receber maior atenção e cuidado. Porém, não se deve deixar de atentar que, a Neuropatia diabética, acarreta problemas digestivos, cardiovasculares, urinários, sexuais, de visão e vários outros, que podem evoluir para situações muito graves e até fatais. Os sinais e sintomas nem sempre são perceptíveis, fazendo-se necessários exames diários e de rotina nos postos de saúde e/ou ao primeiro indício de lesão nervosa: ▪ Dormência; ▪ Insensibilidade à temperatura; ▪ Sensibilidade extrema ao toque; ▪ Sensação de friagem; ▪ Dores nas mãos, pernas e pés; ▪ Câimbras. Fisiopatologia A diabetes mellitus foi reconhecida como causa da neuropatia periférica em 1864, a qual consiste em um processo patológico insidioso e progressivo. Nessa doença, a severidade não está diretamente representada nos sinais e sintomas desenvolvidos pelos pacientes. Esse tipo de neuropatia está relacionado a uma disfunção nervosa, principalmente nos membros inferiores, o que é facilmente percebido pela perda de reflexos tendinosos, como o reflexo calcâneo e patela A fisiopatologia da neuropatia diabética envolve diversas vias bioquímicas e não bioquímicas. Entre as vias bioquímicas se encontram a via do sorbitol, que em diabéticos se encontra desregulada, o que resulta em um acúmulo de sorbitol e frutose ao redor dos nervos periféricos, promovendo sua desmielinização e a redução do myo- inositol, ambos fatores de grande importância na neuropatia periférica. Além dessa via, tem-se que a glicação não enzimática, marcada pela produção dos produtos de glicação avançada (AGE’s) que estão relacionadas ao surgimento de uma série de patologias, como a microangiopatia, a disfunção do processo cicatricial e a neuropatia diabética periférica. Além dessas vias, ocorre também a redução da produção da proteína Na/k ATPase, a formação de radicais livres, um aumento na produção de óxido nítrico, a via da hexosamina e outras desordens neurotróficas, que são extremamente influentes no surgimento dessa disfunção nervosa periférica. Dentre as vias não bioquímicas, a oclusão de vasos que nutrem os nervos (vasa nervorum) é o principal fator que culmina em uma redução da cadeia nervosa periférica. Tendo em vista os mecanismos fisiopatológicos da neuropatia diabética periférica, percebe-se que essa disfunção nervosa tem graves consequências sobre a qualidade de vida do indivíduo, sendo responsável por uma grande quantidade de amputações em todo o mundo. Sendo assim, uma série de tratamentos visando a redução dos danos causados pela neuropatia periférica diabética são adotados, garantindo uma melhora na qualidade de vida de seus portadores. A neuropatia diabética periférica apresenta uma série de fatores de risco, como idade, duração do diabetes, consumo de álcool e tabaco, albuminúria, hemoglobina glicada (HbA1c) maior que 7%, gênero masculino, história de hipertensão arterial sistêmica, dislipidemia, história de doença arterial oclusiva periférica e história de outras complicações relacionadas ao diabetes mellitus, tais quais retinopatia e nefropatia. A sintomatologia da neuropatia diabética periférica consiste em perda ou redução de reflexos, principalmente do reflexo patelar e calcâneo, da perda de sensibilidade vibracional e cutânea nos membros afetados. Quando há a manifestação de dor, ela se apresenta na forma de queimação, laceração, formigamento e dor aguda, de forma que podem levar à depressão, ansiedade e redução da qualidade de vida. Essas manifestações dolorosas são normalmente acentuadas a noite, o que pode resultar em um elevado prejuízo ao sono do indivíduo. O diagnóstico dessa disfunção nervosa é obtido através da análise dos sintomas, associada a uma análise da lesão, que se localiza na maioria dos casos em locais de elevada pressão, como calcanhar. Ademais, esse ferimento apresenta formato circular, com uma borda repleta de tecido conjuntivo. Como exame complementar utiliza-se a eletromiografia como forma de detectar alterações na composição muscular no membro afetado, uma vez que a neuropatia afeta a organização e o desenvolvimento da musculatura. A neuropatia diabética periférica tem graves consequências para a qualidade de vida do indivíduo, afetando o sono, a mobilidade, a sensibilidade e principalmente a integralidade física do paciente. Isso se deve ao fato dessa disfunção nervosa oriunda da diabetes mellitus ser responsável por grande parte das amputações em diabéticos, representando mais de 65% das amputações no Canadá. Além disso, 43% a 55% dos pacientes com neuropatia diabética periférica morrem após 5 anos com a doença, sendo que 73% deles foram submetidos a um ou mais processos de amputações. Sendo assim, diversos tratamentos são implementados, visando evitar esses danos ao paciente. O tratamento da neuropatia diabética periférica consiste primordialmente da prevenção dessa doença, por meio do controle glicêmico rigoroso, de forma a evitar uma descompensação da diabetes. Nos casos onde a disfunção nervosa já está presente, uma abordagem multidisciplinar, com a atuação de médicos, fisioterapeutas, enfermeira, nutricionistas e outros profissionais é essencial para o manejo e melhora do paciente. Essa abordagem reduz de 49% a 85% das complicações graves, como amputações, sendo, então, essencial para garantir a qualidade de vida desse indivíduo. Além desse tratamento, existem diversas outras terapias que visam minimizar os danos provocados por essa patologia, como o tratamento medicamentoso, em que são utilizados antiagregantes plaquetários, tratamento intervencionista, para pacientes com isquemia crítica do membro inferior e a estimulação elétrica subcutânea, que visa controlar o tamanho da lesão. 4. Conhecer a fisiopatologia da dor. Ao abordar a fisiologia da dor, é preciso compreender o percurso realizado desde o momento do estímulo até a percepção, a qual irá permitir que a dor seja efetivamente sentida e percebida na sua localização específica/região. Os mecanismos fisiológicos da dor envolvem conceitos de sensibilização periférica e neuroplasticidade na perpetuação da dor, com ação através de mediadores bioquímicos nas vias nociceptivas. Pode-se estabelecer correlações entre inflamação, dor e status psicológico. Desse modo, pode-se afirmar que a dor chega ao córtex cerebral através de cinco fases I) Transdução: No processo de transdução, a pele, as estruturas subcutâneas, as articulações e os músculos da periferia do corpo humano fazem um importante papel por possuírem nociceptores que, diferentemente dos receptores somatossensoriais, são simplesmente terminações nervosas livres de neurônios. Nessa transdução, o estímulo nocivo despolariza o terminal nervoso dos axônios aferentes, presentes nas estruturas citadas, que gerarão potenciais de ação e serão propagados centralmente. Além disso, a membrana do nociceptor contém receptores que convertem a energia térmica, mecânica ou química dos estímulosnocivos em um potencial elétrico despolarizante. II) Condução: Na condução, o impulso elétrico é levado pelos axônios aferentes até a raiz dorsal da medula. A condução pode ocorrer por meio de algumas fibras principais classificadas em 3 grupos de acordo com o diâmetro, o grau de mielinização e a velocidade da condução. Podendo, desse modo, ser: 1. Fibra Aβ – diâmetro grande, mielinizada, condução rápida; 2. Fibras Aδ – diâmetro intermediário, mielinizadas com condução intermediária; 3. Fibras C – diâmetro pequeno, não mielinizadas, com velocidade de condução lenta. Até o final da condução, a pessoa ainda não sente dor. III) Transmissão: A transmissão de um impulso libera neurotransmissores que se ligam a neurônios do corno posterior da medula espinal. Através dos receptores específicos que a medula possui, fortes estímulos são gerados por esses neurotransmissores ou por mediadores bioquímicos excitatórios (glutamato, substância P, fatores de crescimento) e inibitórios (opioides, GABA e glicina), provenientes de três fontes principais: fibra aferente primária, interneurônios e fibra descendente. IV) Percepção: A percepção acontece quando o impulso é percebido como dor por meio da integração entre os estímulos nocivos com áreas corticais e do sistema límbico. V) Modulação: A modulação da dor possui um valor biológico adaptativo. É através dela que uma dor pode ser suprimida em situações de lesão ou de ameaça, em uma reação de luta ou fuga. No ser humano, algumas outras causas podem também modular a dor, como motivações, crenças, espiritualidade, afetividade, vínculo, confiança e segurança. Além disso, o sistema modulador tem papel determinante nas condições dolorosas crônicas. A modulação pode ser por facilitação, em casos em que a resolução rápida é necessária, e inibição, quando a dor não é considerada perigosa. ▪ Classificação: A dor é classificada através de cinco itens principais, de acordo com a região acometida, o sistema envolvido, a característica temporal da dor, a intensidade da dor relatada pelo paciente e a etiologia da dor. - Região Acometida: 1. Cabeça, face e boca; 2. Região cervical; 3. Ombros e membros superiores; 4. Região torácica; 5. Região abdominal; 5. Coluna lombossacral e cóccix; 6. Membros inferiores; 7. Região pélvica; 8. Região perineal, anal e genital. - Sistema Envolvido: Quanto ao sistema envolvido, a dor pode envolver: o sistema nervoso central, periférico e/ou neurodegenerativo; os fatores psicológicos e sociais; o sistema respiratório e/ou cardiovascular; o musculoesquelético e/ou tecido conjuntivo; o sistema cutâneo, subcutâneo e/ou glandular; o gastrintestinal; o geniturinário e outros órgãos ou vísceras. - Característica temporal da dor: Quanto à característica temporal, a dor pode ser classificada como: I) Contínua ou quase contínua, sem flutuações; II) Contínua com exacerbações; III) Recorrente com regularidade; IV) Recorrente sem regularidade; V) Paroxística; VI) Combinações. - Intensidade da dor relatada pelo paciente: Quando se fala sobre a intensidade da dor relatada pelo paciente, encontram-se três classificações principais: I) leve, moderada e intensa; II) fraca, moderada e forte; III) ausente, fraca, moderada, forte e insuportável. - Etiologia da Dor: A dor pode ser ter etiologia nos transtornos congênitos ou genéticos; no trauma, cirurgias e/ou queimaduras; em questões infecciosas e/ou parasitárias; pode ser inflamatória; neoplásica; tóxica, metabólica e/ou por irradiação; mecânica e/ou degenerativa; disfuncional e/ou psicológica; e até desconhecida, criptogenética. A essa classificação foram adicionados outros itens para diversas síndromes, o que gerou a seguinte classificação: síndromes álgicas generalizadas; síndromes álgicas localizadas; dor craniofacial de origem musculoesquelética; lesões do ouvido, nariz e cavidade bucal; cefaleias primárias; dor de origem psicológica da cabeça e da face; dor decorrente de disfunção musculoesquelética das regiões suboccipital e cervical; dor visceral do pescoço; dor de origem neurológica no pescoço, no ombro e na extremidade superior; lesão do plexo braquial; dor nos braços, no ombro e na cabeça; doença dos membros; vascular; colágeno; funcional vasodilatadora; insuficiência arterial; e psicológica. A intensidade da dor pode ser classificada pela aplicação de diversas escalas uni ou multidimensionais. O esquema geram de funcionamente de toda sensação é o seguinte: um receptor mais ou menos específico, atuando com transdutor, transforma a energia que chega a ele (estímulo) em energia elétrica (impulso nervoso), o qual, por vias específicas, chega ao tálamo (com exceção dos estímulos olfatórios), onde fazem relê e de onde se projetam a zonas mais ou menos específicas do córtex cerebral. Todas as vias da sensibilidade dão aferências à formação reticular, que controla o processo neurofisiológicos da sensação desde seu ponto de partida, ao nível dos receptores, até seu ponto de chegada no córtex. A chegada dos impulsos as estruturas centrais seguem-se a percepção consciente e, depois, as reações motoras, somáticas e vegetativas do organismo.
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