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1 Martina Frazão – 4º Período IMUNOLOGIA IMUNOLOGIA DO TRANSPLANTE No transplante tem um doador e um receptor. Ou seja, há uma proteína que será presentada e uma protepina que será reconhecida. O processo de apresentação de antígeno é fundamental em qualquer resposta imunológica. INTRODUÇÃO TRANSPLANTE: é o termo usado em imunologia referente ao ato de transferir células, tecidos ou órgãos de um indivíduo saudável (doador) para o necessitado (receptor). DOADOR: é o indivíduo que proporciona o enxerto. RECEPTOR: é o indivíduo que recebe o enxerto. QUANDO SE FAZ UM TRANSPLANTE? Doenças renais, hepáticas e cardíacas. Doenças hematológicas – anemia aplásica. Vale lembrar que essa doença está diretamente relacionada com a baixa de produção das células da medula óssea como um todo, ou seja, tanto células brancas e células vermelhas. OBS: existe anemia aplásica acometida por uso de medicamento, mas após 6 meses sem o uso do medicamento, o sistema imune volta a produzir as células do SI. Doenças autoimunes Doenças genéticas Doenças malignas: leucemias MEIA VIDA DO TRANSPLANTE MEIA VIDA: é o tempo necessário para que 50% dos transplantes falhem, considerando comente os enxertos funcionantes um ano após o transplante. MEIA VIDA EM LONGO PRAZO: mais do que 5 ou 10 anos pós-transplante. TIPOS DE TRANSPLANTE AUTÓLOGO: é o autotransplante, o auto enxerto. Um exemplo são queimaduras, uso de vasos sanguíneos saudáveis para substiruir artérias coronárias. SINGÊNICO: entre gêmeos idênticos. ALOGÊNICO: dentro da mesma espécie. XENOGÊNICO: entre espécies diferentes. PRINCIPAIS OBSTÁCULOS PARA OS TRANSPLANTE Compatibilidade do HLA (MHC humano) Órgãos vascularizados: Rejeição pelo sistema imune Tempo de isquemia fria: período no qual o órgão é preservado frio). o Rins 48h o Fígado 24h o Coração 4h Transplante de células tronco- hematopoiéticas: doença enxerto X hospedeiro (DEVH). GENES E ANTÍGENOS DE HISTOCOMPATIBILIDADE Principais responsáveis pela rejeição de tecidos transplantados: antígenos do complexo de histocompatibilidade principal (ou antígeno leucocitário humano: HLA). OS GENES LOCUS DO MHC 2 Martina Frazão – 4º Período IMUNOLOGIA MOLÉCULAS E GENES DO MHC ALELO: cada variante de um gene polimórfico. HAPLÓTIPO: grupo de alelos do MHC herdado do pai ou da mãe. Filhos do mesmo pai e da mesma mãe tem uma compatibilidade em torno de 30 a 35%. Gêmeos univitelinos têm 100%. SISTEMA LEUCOCITÁRIO HUMANO (HLA) HLA de classe I: HLA-A, HLA-B e HLA-C. HLA de classe II: HLA-DR, HLA-DP e HLA-DQ Grande diversidade de moléculas: Poligenia: expressão de vários genes diferentes que codificam a cadeia alfa (HLA de classe I) e as cadeias alfa e beta (HLA de classe II). Polimorfismo: múltiplos alelos de cada gene do HLA de classes I e II. OBS: então, para realizar um transplante é necessário garantir que a compatibilidade tem que ser alta. TRANSPLANTE ALOGÊNICO E ALORRECONHECIMENTO TIPOS DE ALORRECONHECIMENTO TIPOS IMUNOLÓGICAS DE REJEIÇÃO REJEIÇÃO AGUDA Anticorpos e células efetoras. Inicia 1 a 6 semanas após o transplante, pode ocorrer anos após o transplante. É mediada por linfócitos T CD4 e CD8. 3 Martina Frazão – 4º Período IMUNOLOGIA O diagnóstico é feito por biópsia. Acontece normalmente em transplantes renais, vai promover uma diminuição do volume urinário, aumento de creatinina, leucocitose, leucocitúria e hematúria. Acontece 4 mecanismos imunológicos: a) Ativação de linfócitos auxiliares b) Ativação de linfócitos citotóxicos c) Ação de citocinas d) Citotóxicidade celular dependente de anticorpos Linfócitos CD4 Linfócitos CD8 Citocinas ADCC NA REJEIÇÃO HIPERAGUDA: Anticorpos. Anticorpos pré-formados no receptor: anticorpo contra o SISTEMA ABO, anticorpo anti-HLA estranho (transfusão de sangue, gestações múltiplas, transplante anterior). Ligação do anticorpo ao endotélio- ativação do complemento e da cascata de coagulação - trombose intravascular - necrose do órgão. OBS: muitas vezes o transplantado toma inibidores da resposta imune, ou seja, ele está garantindo que não vai ativar sistema complemento. Ocorre em alguns minutos até 72 horas após o transplante. Nesse caso, deve-se retirar o órgão. COMO EVITAR? Determinação dos antígenos do sistema ABO do doador e prova cruzada (soro receptor + hemácias do doador). 4 Martina Frazão – 4º Período IMUNOLOGIA Antígenos do sistema ABO são expressos na superfície das células endoteliais, podendo servir de alvo para as aglutininas naturais presentes no sangue do receptor. Compatibilidade ABO: evita a rejeição hiperaguda de órgãos vascularizados. Prova cruzada: o objetivo é evitar a rejeição hiperaguda contra antígenos HLA do enxerto. O exame é obrigatório no pré transplante e a presença de IgG contra Ag HLA de classe I é contraindicação formal para transplante. NA REJEIÇÃO CRÔNICA: Células efetoras. Participação da resposta celular e humoral. Fatores não imunológicos envolvidos: idade do doador, incompatibilidade de tamanho do órgão, tempo de isquemia fria, hiperlipidemia, infecções (CMV). Não tem tratamento. Como evitar? Bom nível de imunossupressão, evitar rejeição aguda, tratar alterações que possam ocorrer (fibrose, obliteração dos vasos, etc). 1. Doença enxerto contra hospedeito (DECH) Requisitos para ocorrência de DECH: O enxerto deve conter células imunocompetentes Receptor deve expressar Ag HLA ausentes no doador Receptor incapaz de destruir células imunocompetentes do enxerto Reação das células T do doador contra Ag do receptor Alguns locais afetados: pele, trato gastrintestinal e fígado. Caso graves: eritrodermiageneralizada, hematúria gastrintestinal e insuficiência hepática Eritrodermia: alteração cutânea, geralmente generalizada, caracterizada por vermelhidão intensa e uniforme e que pode ser acompanhada por descamação DOENÇA ENXERTO CONTRA HOSPEDEITO AGUDA 5 Martina Frazão – 4º Período IMUNOLOGIA SÍTIOS IMUNOLOGICAMENTE PRIVILEGIADOS Não ocorre rejeição córnea: córnea, útero, testículos e cérebro. Pois, nesses órgãos há a ausência de vasos linfáticos e, em alguns casos, de vasos sanguíneos. Possibilidade de transplante de células isoladas fisicamente: células das ilhotas de Langerhans em membrana semipermeável. TRANSPLANTES ROTINEIROS De rim Do fígado Do pâncreas De coração Pulmões De medula Cordão umbilical. ENXERTO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIÉTICAS Reação de células do enxerto contra células do doador. TESTES IMUNOLÓGICOS PRÉ TRANSLANTES DE ÓRGÃOS Esses testes são fundamentais para evitar a rejeição. a) Compatibilidade de ABO b) Prova Cruzada c) Porcentagem de reatividade cntrapainel (PRA) d) Compatibilidade HLA e) Tipagem por SSP TRANSPLANTE DE MEDULA ÓSSEA Tem como objetivo reconstruir a hematopoiese do paciente após tratamento mieloablativo, através da transferência de células tronco hematopoiéticas. Procedimento terapêutico indicado para uma série de condições patológicas: aplasias 6 Martina Frazão – 4º Período IMUNOLOGIA medulares, imunodeficiências congênitas, mielodisplasias, linfomas, leucemias. TIPOS a) Alogênico: efeito da quimioterapia e da radioterapia. b) Autólogo: em doenças autoimunes (possibilidade de resetar o sistema imune) e em doenças neoplásicas (aumento das doses de quimioterapia). TRANSPLANTE DE CÉLULAS TRONCO- HEMATOPOÉTICAS IMUNOSSUPRESSORES São fármacosque inibem a resposta celular / humoral. Utilização clínica: doenças autoimunes e evitar a rejeição do transplante. Ciclosporina: inibe a proliferação de linfócitos T. se mecanismo de ação consiste em inibir IL2, consequentemente diminui a proliferação de linfocios T CD4 e células NK. Agentes citotóxicos: impedem a expansão clonar de linfócitos T e B. (proliferação autócrina). Azatriopina: antagoniza o metabolismo das purinas e pode inibir a síntese de DNA, RNA e proteínas. Ciclofosfamida: ação citotixa sobre as células B, por interferir o funcionamento normal do DNA (alquilação). Corticoides: tem potente ação imunossupressora e anti-inflamatória. Inibem a expressão de MHC II e inibem a produção de IL2. ENXERTO DE CÉLULAS TRONCO HEMATOPOIETICAS (CTH) Ocorre raramente em transplantes HLA idênticos. O uso de medicamentos imunossupressores e linfócitos T do enxerto eliminam células imunoincompetentes do receptor.
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