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Anamnese psiquiatrica

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Psiquiatria 
Anamnese psiquiátrica 
Existem alguns pré-requisitos fundamentais para uma boa 
anamnese psiquiátrica, dentre eles temos: uma boa atitude do 
médico, um ambiente adequado, com boa iluminação, 
silencioso e reservado, ter um tempo de duração em torno de 
40 minutos à 1h, realizar anotações (alguns pacientes se 
incomodam com as anotações por se sentirem desconfiados – 
psicóticos, nesse caso devemos colher a história e anotar no 
fim da consulta) e o contato com familiares (muito importante 
ouvirmos os familiares também). 
Anamnese geral 
• Identificação 
• Queixa principal 
• HDA 
• Interrogatório sintomatológico 
• Antecedentes familiares 
• Antecedentes patológicos 
• Hábitos de vida 
• História psicossocial 
• Exame físico 
Anamnese psiquiátrica 
Algumas coisas da anamnese geral devem ser avaliadas com 
mais detalhes, como por exemplo: hábitos de vida e história 
psicossocial. 
Além disso devemos acrescentar um tópico extra: história 
psiquiátrica prévia, em que avaliamos todos os sintomas 
psiquiátricos que acompanham aquele paciente desde sua 
infância. 
Por fim, fechamos a anamnese psiquiátrica com o exame 
psíquico, este deveria ser realizado em todos os pacientes. 
OBS: medicamentos em uso. Alguns remédios podem 
exacerbar ou diminuir os sintomas. 
Estrutura da anamnese 
Identificação ➔ nesse tópico as informações mais importantes 
são: nome, sexo, idade, profissão, grau de escolaridade, 
religião, telefone e endereço. 
História da moléstia atual ➔ esclarecimento sobre sintomas 
atuais do paciente e que motivaram a busca de tratamento: 
quais são, como se manifestam, seu início, seu curso, grau de 
interferência na vida pessoal e profissional, sua relação com 
eventos desencadeantes, fatores e circunstâncias relacionados 
com o início, existência de episódios semelhantes em outros 
períodos da vida, tratamentos realizados e resultados obtidos. 
Antecedentes pessoais ➔ como foi a infância, vida adulta, 
desenvolvimento neuropsicomotor, histórico escolar e 
desempenho acadêmico, histórico e relacionamentos 
interpessoais (particularmente com pais e irmãos), eventos de 
vida de grande impacto, envolvimentos afetivos, sexualidade, 
amizades, lazer, de forma que a personalidade da pessoa seja 
caracterizada. 
Antecedentes familiares ➔ investiga se existem outros 
membros da família com sintomas semelhantes ou com 
problemas psiquiátricos, pesquisar histórico suicida na família 
também. 
Exame psíquico 
Aspecto geral ➔ devemos observar a aparência, presença de 
deformidade e peculiaridades físicas, modo de se vestir, 
cuidados pessoais, expressão facial, etc. 
Nível de consciência ➔ sonolência, obnubilação, esturpor, 
delirium, estado crepuscular, coma, etc. 
Psicomotricidade ➔ avaliar o comportamento e a atividade 
motora, como por exemplo velocidade e intensidade da 
mobilidade geral na marcha, quando sentado ou gesticulando. 
Avaliar se tem hipoatividade ou hipertatividade, presença de 
tremores, acatisia, maneirismos, tiques e etc. 
Orientação (espaço e tempo) ➔ alo ou autopsíquica 
Atenção / concentração ➔ capacidade de focalizar e manter a 
atenção em uma atividade, envolvendo a atenção/distração, 
frente aos estímulos externos ou internos. Esta função quando 
prejudicada interfere, diretamente, no curso da entrevista, 
requerendo que o entrevistador repita as perguntas feitas. 
Memória ➔ começa ser avaliada durante a obtenção da 
história clínica do paciente, com a verificação de como ele se 
recorda de situações da vida pregressa, tais como, onde 
estudou, seu primeiro emprego, perguntas sobre pessoas 
significativas de sua vida passada, tratamentos anteriores, etc. 
Sensopercepção ➔ avaliar se as sensações e percepções do 
paciente resultam da estimulação esperada dos 
correspondentes órgãos do sentido. “Você já teve 
experiências estranhas, que a maioria das pessoas não 
costumam ter?” “Você já ouviu barulhos ou vozes, que outras 
pessoas, estando próximas, não conseguiram ouvir?” 
Linguagem e Pensamento 
• Características da fala ➔ fala espontânea, se ocorre 
apenas após estimulação ou se não ocorre (mutismo), 
descrição do volume da fala, se existe defeito na 
verbalização da palavra tais como afasia, disartria, 
gagueira, etc. 
• Progressão da fala ➔ quantidade e velocidade de 
verbalização do paciente 
o Linguagem quantitativamente diminuída 
o Fluxo lento 
o Prolixidade 
o Fluxo acelerado 
• Forma do pensamento ➔ organização formal do 
pensamento, sua continuidade e eficácia em atingir 
um determinado objetivo 
o Ccincunstancialidade → objetivo final de uma 
determinada fala é longamente adiado, pela 
incorporação de detalhes irrelevantes e 
tediosos. 
o Tangencialidade → o objetivo da fala não 
chega a ser atingido ou não é claramente 
definido. 
o Perseveração → o paciente repete a mesma 
resposta à uma variedade de questões, 
mostrando uma incapacidade de mudar sua 
resposta a uma mudança de tópico. 
o Fuga de ideias → pensamento acelerado e 
caracteriza-se pelas associações 
inapropriadas entre os pensamentos, que 
passam a serem feitas pelo som ou pelo 
ritmo das palavras (associações ressonantes). 
o Pensamento incoerente → ocorre uma perda 
na associação lógica entre partes de uma 
sentença ou entre sentenças (afrouxamento 
de associações). 
o Bloqueio de pensamento → interrupção súbita 
da fala, no meio de uma sentença. 
o Neologismos → paciente cria uma palavra 
nova e ininteligível para outras pessoas, 
geralmente uma condensação de palavras 
existentes. 
o Ecolalia → repetição de palavras ou frases 
ditas pelo interlocutor, às vezes com a 
mesma entonação e inflexão de voz. 
• Conteúdo do pensamento ➔ se ansiosos, depressivos, 
fóbicos ou obsessivos. Se tem ideias supervalorizadas, 
delírios, etc. 
Inteligência (devemos ter cuidado com essa avaliação, pois as 
vezes uma alteração em qualquer outro fator pode ser causada 
porque o paciente tem algum grau de deficiência mental ou 
porque ele não teve estudo). 
Afetividade / humor ➔ inclui a expressividade, o controle e a 
adequação das manifestações de sentimentos, envolvendo a 
intensidade, a duração, as flutuações do humor e seus 
componentes somáticos. 
Volição (tem vontade de fazer alguma coisa? Tem planos de 
quando sair do hospital?) 
Autopatognose (capacidade do individuo acreditar que está 
doente ou não com base nos sintomas que ele tem). 
Perguntas de rastreio 
Depressão: 
• Você está deprimido? 
• Humor, interesse, sintomas neurovegetativos 
• Ideação ou tentativa de suicídio 
Ansiedade 
• Você se sente ansioso, com medo? 
• Ataques de pânico? 
• Sintomas autonômicos (taquicardia, palpitação, 
dispneia) 
Psicose 
• Perguntar para o acompanhante 
• Tomar cuidado com as perguntas para o paciente 
Modelo das 3 partes 
 
O que vem primeiro, a ansiedade ou a depressão? Sente os 
dois sintomas (autonômicos e anedonia)? Qual a intensidade 
dos mesmos? 
OBS: Em geral, o deprimido está doente, mas se acredita muito 
mais doente que a realidade, o psicótico e maníaco estão 
muito doentes e nas crises não se admitem doentes, os 
neuróticos não estão doentes ou a doença é menor, mas se 
acreditam mais doentes que todos.

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