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Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre – 13/03/2021 • O sentido especial do equilíbrio tem dois componentes: Componente dinâmico, que nos fornece informações sobre nosso movimento no espaço Componente estático, que nos diz se a nossa cabeça está na posição vertical normal • A informação sensorial proveniente da orelha interna e dos proprioceptores presentes nas articulações e nos músculos comunica ao nosso encéfalo a localização das diferentes partes do nosso corpo, umas em relação às outras, e em relação ao meio externo. CÉLULAS PILOSAS • A nossa sensação de equilíbrio é mediada por células pilosas, as quais revestem o aparelho vestibular cheio de líquido da orelha interna. Estes receptores não neurais respondem a mudanças na aceleração rotacional, vertical e horizontal, e no posicionamento. • A função das células pilosas é similar à das células da cóclea, mas a gravidade e a aceleração, em vez de as ondas sonoras, é que fornecem a força que move os estereocílios. • As células pilosas vestibulares possuem um único cílio longo, chamado de cinocílio, localizado em um lado do feixe ciliar. • O cinocílio estabelece um ponto de referência para a direção da curvatura. • Quando os cílios se curvam, os filamentos de ligação entre eles abrem e fecham canais iônicos. O movimento em uma direção provoca a despolarização das células pilosas; com o movimento na direção oposta, elas hiperpolarizam.. APARELHO VESTIBULAR - LABIRINTO MEMBRANOSO • Funções: fornece informações sobre movimento e posição. • O aparelho vestibular é uma série intrincada de câmaras interconectadas cheias de líquido. • É composto de dois órgãos otolíticos semelhantes a sacos – o sáculo e o utrículo – juntamente com três canais semicirculares, os quais se conectam ao utrículo em suas bases Os órgãos otolíticos nos informam a aceleração linear e a posição da cabeça. Os três canais semicirculares detectam a aceleração rotacional em várias direções. • ENDOLINFA: O aparelho vestibular, assim como o ducto coclear, é preenchido com endolinfa com alta Fisiologia do equilíbrio Orelha interna Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre – 13/03/2021 concentração de K+ e baixa de Na+, secretada pelas células epiteliais É secretada continuamente e drenada da orelha interna para o seio venoso da dura-máter do encéfalo. Se a produção de endolinfa exceder a taxa de drenagem, o acúmulo de líquido na orelha interna pode aumentar a pressão de líquido dentro do aparelho vestibular. Acredita-se que o acúmulo excessivo de endolinfa contribui para a doença de Ménière, uma condição marcada por episódios de vertigem e náuseas. CANAIS SEMICIRCULARES • Os três canais semicirculares do aparelho vestibular detectam a aceleração rotacional. • Eles estão orientados em ângulos retos um ao outro, como três planos que se juntam para formar o canto de uma caixa • O canal horizontal (ou lateral) detecta rotações que associamos com o giro, como um rodopio de um patinador no gelo ou o balançar de sua cabeça à direita e à esquerda para dizer “não”. • O canal posterior detecta a rotação esquerda- direita, como a rotação que você realiza quando inclina sua cabeça em direção ao seu ombro ou realiza uma pirueta. • O canal anterior detecta a rotação para a frente e para trás, como quando você balança sua cabeça para a frente e para trás ou dá uma cambalhota. • Em uma das extremidades de cada canal há uma câmara alargada, a ampola, a qual contém uma estrutura sensorial, chamada de crista. • A crista é constituída de células pilosas e uma massa gelatinosa, a cúpula, que se estende da base ao teto da ampola, fechando-a. • Cílios das células pilosas são embebidos pela cúpula. • Funcionamento: quando sua cabeça gira, o crânio ósseo e as paredes membranosas do labirinto se movem, porém, o líquido dentro do labirinto não consegue acompanhar, devido à sua inércia. Nas Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre – 13/03/2021 ampolas, a endolinfa inclina a cúpula e suas células pilosas na direção oposta àquela para a qual a cabeça está girando. A inércia do líquido no canal semicircular puxa a cúpula e os cílios das células pilosas para a esquerda, quando a cabeça vira para a direita. Se a rotação continua, o movimento da endolinfa finalmente é o mesmo da cabeça. Então, se a rotação da cabeça para abruptamente, o líquido não pode parar imediatamente. O líquido continua a girar na direção da rotação da cabeça, deixando a pessoa com uma sensação de estar girando. Se a sensação for suficientemente forte, a pessoa pode projetar o seu corpo na direção oposta à da rotação, em uma tentativa reflexa de compensar a aparente perda de equilíbrio. PROJEÇÕES PARA O CEREBELO • As células pilosas vestibulares, assim como as da cóclea, estão tonicamente ativas e liberam neurotransmissor nos neurônios sensoriais primários do nervo vestibular (um ramo do nervo craniano VIII, o nervo vestibulococlear). • Os neurônios sensoriais fazem sinapse nos núcleos vestibulares do bulbo ou vão, sem fazer sinapse, diretamente para o cerebelo, um importante local de processamento do equilíbrio. • Vias colaterais seguem do bulbo para o cerebelo ou ascendem através da formação reticular e do tálamo. • Existem algumas vias pouco definidas do bulbo para o córtex cerebral, entretanto a maior parte da integração do equilíbrio ocorre no cerebelo. • Vias descendentes dos núcleos vestibulares seguem para neurônios motores envolvidos com a movimentação dos olhos. Essas vias ajudam a manter os olhos fixos em um objeto enquanto a cabeça gira. VIA PARA PERCEPÇÃO, ORIENTAÇÃO E POSTURA • É via ascendente proveniente dos núcleos vestibulares para o tálamo. • Origina-se dos núcleos vestibulares superior, médio e inferior, a via talâmica sobre bilateralmente para diversos locais no inteiror e em torno do núcleo ventral posterior (12-3B). • Os três principais locais no interior dos lobos parietal e insular recebem informações vestibulares (12-3A) • O córtex vestibular no córtex retroinsular e na parte posterior do lobo parietal exerce funções de percepção consciente de ativação vestibular e na percepção da orientação corporal, e orientação do mundo ao redor do indivíduo. • Na área 3ª (parte do córtex somatossensorial primário), participa na percepção da posição da cabeça em conjunto com os aferentes proprioceptivos nos músculos do pescoço. • Cada uma dessas regiões corticais participa no controle dos músculos proximais e postura por meio de conexões descendentes com os neurônios do trato vestibuloespinal – um trato corticovestibuloespinal indireto. Vias do equilíbrio Referências: -SILVERTHORN, D. Fisiologia Humana: Uma Abordagem Integrada, 7ª Edição, Artmed,2017. - MARTIN, J.H. Neuroanatomia Texto e Atlas. 4 ed. Porto Alegre: AMGH, 2013. - MACHADO, A.B.M. Neuroanatomia Funcional. 3 ed. São Paulo: Atheneu, 2014. -JUNQUEIRA, LC; CARNEIRO, J. Histologia básica. 12. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2013. Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre – 13/03/2021 Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre – 13/03/2021 • O cerebelo e o cérebro são os dois órgãos que constituem o sistema nervoso suprassegmentar. • Tanto o cerebelo como o cérebro apresentam um córtex que envolve um centro de substância branca (o centro medular do cérebro e o corpo medular do cerebelo), onde são observadas massas de substância cinzenta (os núcleos centrais do cerebelo e os núcleos da base do cérebro) • O cerebelo possui aproximadamente o mesmo número de neurônios que o cérebro. • Funções motoras e cognitivas. • Camada molecular- externa: é formada principalmente por fibras de direção paralela e contêm 2 tipos de neurônios: células estreladas e as células em cesto. As células em cesto apresentam sinapses axossomáticas dispostas em torno do corpo das célulasde Purkinje – em forma de cesto. • Camada média- células de Purkinje: são as principais células do cerebelo. As células de Purkinje, piriforme e grandes, são dotadas de dendritos, que se ramificam na camada molecular, e de um axônio que sai em direção oposta, terminando nos núcleos centrais do cerebelo, onde exercem ação inibitória. Esses axônios constituem fibras eferentes do córtex do cerebelo. Cerebelo Generalidades Córtex cerebelar - citologia Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre – 13/03/2021 • Camada interna - granular: é constituída por células granulares ou grânulos do cerebelo (menores células do corpo humano), cujo citoplasma é reduzido. Tais células, extremamente numerosas têm vários dendritos e um axônio que atravessa a camada de células de Purkinje e, ao atingir a camada molecular, bifurca-se em T. Os ramos resultantes dessa bifurcação constituem as chamadas fibras paralelas, que se dispõem paralelamente ao eixo da folha cerebelar. Essas fibras, dispostas ao longo do eixo da folha cerebelar estabelecem sinapses com os dendritos das células de Purkinje, lembrando a disposição dos fios nos postes de luz. Cada célula granular faz sinapse com grande número de células de Purkinje. Na camada granular existe ainda outro tipo de neurônio, as células de Golgi, com ramificações muito amplas. Essas células, entretanto, são menos numerosas que as granulares. • Se dirigem ao córtex • Ambas as fibras são glumatérgicas. • Fibras trepadeiras: são axônios de neurônios situados no complexo olivar inferior. Têm esse nome porque terminam enrolando-se em torno dos dendritos das células de Purkinje, sobre as quais exercem potente ação excitatória. • Fibras musgosas: representam a terminação dos demais feixes de fibras que penetram no cerebelo. ao penetrar no cerebelo, emitem ramos colaterais que fazem sinapses excitatórias com os neurônios dos núcleos centrais. Em seguida, atingem a camada granular, onde se ramificam, terminando em sinapses excitatórias axodendríticas com grande número de células granulares, que, através das fibras paralelas, se ligam às células de Purkinje. Conexões intrínsecas Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre – 13/03/2021 Constitui-se, assim, um circuito cerebelar básico, através do qual os impulsos nervosos que penetram no cerebelo pelas fibras musgosas ativam sucessivamente os neurônios dos núcleos centrais, as células granulares e as células de Purkinje, as quais, por sua vez, inibem os próprios neurônios dos núcleos centrais. Temos, assim, a situação em que as informações que chegam ao cerebelo de vários setores do sistema nervoso agem inicialmente sobre os neurônios dos núcleos centrais de onde saem as respostas eferentes do cerebelo. A atividade desses neurônios por sua vez, é modulada pela ação inibidora das células de Purkinje. As conexões intrínsecas do cerebelo são mais complexas, uma vez que o circuito formado pela união das células granulares com as células de Purkinje é modulado pela ação de três outras células inibitórias: as células de Golgi, as células em cesto e as células estreladas. Tais células, assim como as células de Purkinje, agem através da liberação de ácido gama-amino-butírico (GABA). Já a célula granular, única célula excitatória do córtex cerebelar, tem como neurotransmissor o glutamato. A célula de Purkinje recebe, portanto, sinapses diretamente das fibras trepadeiras e indiretamente das fibras musgosas. Projeta-se depois para os núcleos centrais do cerebelo ou para o núcleo vestibular, no caso do lobo flóculo nodular, sendo estas as vias de saída do cerebelo. • O núcleo fastigial localiza-se próximo ao plano mediano, em relação com o ponto mais alto do teto do IV ventrículo. • O núcleo denteado é o maior dos núcleos centrais do cerebelo; assemelha-se ao núcleo olivar inferior e localiza-se mais lateralmente • Entre os núcleos fastigial e denteado, localizam- se os núcleos globoso e emboliforme. Esses dois núcleos são bastante semelhantes do ponto de vista funcional e estrutural, sendo geralmente agrupados sob o nome de núcleo interpósito. • Dos núcleos centrais saem as fibras eferentes do cerebelo e neles chegam os axônios das células de Purkinje e colaterais das fibras musgosas. • O corpo medular do cerebelo é constituído de substância branca e formado por fibras mielínicas, que são principalmente as seguintes: fibras aferentes ao cerebelo - penetram pelos pedúnculos cerebelares e se dirigem ao córtex, onde perdem a bainha de mielina; fibras formadas pelos axônios das células de Purkinje dirigem-se aos núcleos centrais e, ao sair do córtex, tomam-se mielínicas. • Existem muito poucas fibras de associação no corpo medular do cerebelo. Admite-se que essas fibras são ramos colaterais dos axônios das células de Purkinje. Núcleos centrais e corpo medular Divisão funcional Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre – 13/03/2021 • Vestíbulocerebelo: compreende o lobo floculonodular e tem conexões com o núcleo fastigial e os núcleos vestibulares; • Espinocerebelo: compreende o vérmis e a zona intermédia dos hemisférios e tem conexões com a medula; • Cerebrocerebelo: compreende a zona lateral e tem conexões com o córtex cerebral. VESTIBULOCEREBELO • Conexões aferentes: As fibras aferentes chegam ao cerebelo pelo fascículo vestibulocerebelar, têm origem nos núcleos vestibulares e se distribuem ao lobo floculonodular. Trazem informações originadas na parte vestibular do ouvido interno sobre a posição da cabeça, importantes para manutenção do equilíbrio e da postura básica. • Conexões eferentes: As células de Purkinje do vestibulocerebelo projetam-se para os neurônios dos núcleos vestibulares media e lateral. Através do núcleo lateral, modulam os tratos vestibulosespinhais lateral e medial que controlam a musculatura axial e extensora dos membros para manter o equilíbrio na postura e na marcha, fazendo parte do sistema motor medial da medula. Projeções inibitórias das células de Purkinje para os núcleos vestibulares mediais controlam os movimentos oculares e coordenam os movimentos da cabeça e dos olhos através do fascículo longitudinal medial. Conexões extrínsecas Funções não motoras do cerebelo Participa também de funções congnitivas, executadas principalmente pelo cerebrocerebelo. Há conexões com a área pre-frontal do córtex, associado a funções como resolver quebra- cabeças, associar palavras a verbos e etc. Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre – 13/03/2021 ESPINOCEREBELO • Conexões aferentes: Essas conexões são representadas principalmente pelos tratos espinocerebelar anterior e espinocerebelar posterior, que penetram no cerebelo respectivamente pelos pedúnculos cerebelares superior einferior e terminam no córtex das zonas medial e intermédia. Através do trato espinocerebelar posterior, o cerebelo recebe sinais sensoriais originados em receptores proprioceptivos e, em menor grau, de outros receptores somáticos, o que lhe permite avaliar o grau de contração dos músculos, a tensão nas cápsulas articulares e nos tendões, assim como as posições e velocidades do movimento das partes do corpo. Já as fibras do trato espinocerebelar anterior são ativadas principalmente pelos sinais motores que chegam à medula pelo trato corticoespinhal, permitindo ao cerebelo avaliar o grau de atividade nesse trato. • Conexões eferentes: Os axônios das células de Purkinje da zona intermédia fazem sinapse no núcleo interpósito, de onde saem fibras para o núcleo rubro e para o tálamo do lado oposto. Através das primeiras, o cerebelo influencia os neurônios motores pelo trato rubroespinhal, constituindo-se a via interpósito-rubroespinhal. Já os impulsos que vão para o tálamo seguem para as áreas motoras do córtex cerebral (via interpósito- tálamo-cortical),onde se origina o trato corticoespinhal Assim, através desses dois tratos, o cerebelo exerce sua influência sobre os neurônios motores da medula situados do mesmo lado. A ação do núcleo interpósito se faz diretamente Ana Carolina Casali Zanette- 2º semestre – 13/03/2021 sobre os neurônios motores do grupo lateral da coluna anterior, que controlam os músculos distais dos membros responsáveis por movimentos delicados. Os axônios das células de Purkinje da zona medial fazem sinapse nos núcleos fastigiais, de onde as o trato fastigiobulbar com dois tipos de fibras:fastígio- vestibulares e fastígio- reticulares. As primeiras fazem sinapse nos núcleos vestibulares, a partir dos quais os impulsos nervosos, através do trato vestibuloespinal, se projetam sobre os neurônios motores. As segundas terminam na formação reticular, a partir da qual os impulsos atingem pelos tratos reticuloespinhais, os neurônios motores. Em ambos os casos, a influência do cerebelo se exerce sobre os neurônios motores do grupo medial da coluna anterior, os quais controlam a musculatura axial e proximal dos membros, no sentido de manter o equilíbrio e a postura. CEREBROCEREBELO • Conexões aferentes: As fibras pontinas, também chamadas ponto- cerebelares, têm origem nos núcleos pontinos, penetram no cerebelo pelo pedúnculo cerebelar médio, distribuindo -se ao córtex da zona lateral dos hemisférios. Fazem parte da via córtico-ponto-cerebelar, através da qual chegam ao cerebelo informações oriundas de áreas motoras e não motoras do córtex cerebral. A projeção córtico-ponto-cerebelar tem mais fibras doque a projeção corticoespinhal, o que dá uma ideia de sua importância funcional. • Conexões eferentes: Os axônios das células de Purkinje da zona lateral do cerebelo fazem sinapse no núcleo denteado, de onde os impulsos seguem para o tálamo do lado oposto e daí para as áreas motoras do córtex cerebral (via dento-tálamo-cortical), onde se origina o trato corticoespinhal Através desse trato, o núcleo denteado participa da atividade motora, agindo sobre a musculatura distal dos membros responsáveis por movimentos delicados.
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