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Lei de Introdução ás Normas do direito Brasileiro

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Lei de Introdução ás Normas do direito Brasileiro
Direito civil – 2° período
Esta Lei vem regulamentar as fontes do direito, para tornar possível uma mais fácil aplicação de TODAS as leis. Ou seja, tem o objetivo de disciplinar as outras normas jurídicas... Obs.: se trata de uma lei autônoma e independente. Nenhuma outra lei reflete nela.
Lex Legum = Conjunto de normas sobre normas 
OBS: antigamente essa norma era chamada de “lei de introdução ao código civil”, mas o seu conteúdo procurava atingir todos os ramos do direito e então recebe o nome atual. 
A LINDB está estruturada da seguinte maneira:
Arts. 1º e 2º: Tratam sobre Vigência das Normas
Art. 3º: Obrigatoriedade das leis; 
Art. 4º: Integração das normas;
Art. 5º: Interpretação das normas; 
Art. 6º: Aplicação da Lei no Tempo; 
Arts. 7º a 19: Aplicação da lei no Espaço. 
Arts. 20 a 30: Normas sobre Segurança Jurídica e Eficiência na Criação e na Aplicação do Direito Público (acrescentados pela Lei nº 13.655/2018).
1. Vigência das normas:
Art. 1o Salvo disposição contrária, a lei começa a vigorar em todo o país quarenta e cinco dias depois de oficialmente publicada. 
§ 1o Nos Estados, estrangeiros, a obrigatoriedade da lei brasileira, quando admitida, se inicia três meses depois de oficialmente publicada.
O legislador pode estabelecer o prazo de vigência da norma (lei com Vocatio Legis expressa). Mas, caso isso não ocorra, o prazo é de 45 dias após ser publicada. Caso essa lei vier a afetar brasileiros em estados estrangeiros, se inicia após 3 meses (no art. 1 – lei com Vocatio Legis tácita).
*Vocatio Legis : período que medeia entre a publicação da lei e sua entrada em vigor.
1. Lei com vocatio legiIs expressa: lei de grande repercussão, onde de acordo com o artigo 8.º da lei Complementar n. 95/98, tem expressa o período de vacatio legis. Ex.: “entra em vigor um ano depois de publicada”
 
2. Lei com vocatio legis tácita: no silêncio da lei entra em vigor, no país, 45 dias depois de oficialmente publicada ou, no estrangeiro, quando admitida, três meses após a publicação oficial. (previsto o art.1 da LINDB)
 
3. Lei sem vocatio legis: lei de pequena repercussão, entra em vigor na data de publicação. Obs.: deve estar expressa ao final do texto legal.
• Existem 2 tipos de vigência: 
1. sistema do prazo de vigência única: a lei entra em vigor ao mesmo tempo em todo o país (atual)
 2. sistema do prazo de vigência sucessiva ou progressiva: a lei entra em vigor no país aos poucos (antiga) 
Art. 1°, § 3º Se, antes de entrar a lei em vigor, ocorrer nova publicação de seu texto, destinada a correção, o prazo deste artigo e dos parágrafos anteriores começará a correr da nova publicação.
§ 4º As correções a texto de lei já em vigor consideram-se lei nova. 
Se a lei não tiver entrado em vigor ainda, se começa a contar um novo prazo de aplicação desta parte da lei (mudada). Caso essa lei já tenha entrado em vigor, para concertá-la é necessária uma nova lei
Art. 2º Não se destinando à vigência temporária, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue.
Princípio da continuidade 
E de acordo com esse princípio, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue (art. 2.º da LINDB). Assim, só a lei pode revogar a lei. (continuidade) Esta não pode ser revogada por decisão judicial ou por ato do Poder Executivo. 
O princípio da continuidade normativa só não se aplica às leis temporárias, que têm vigência por prazo certo, ou seja, salvo nos casos de leis temporárias, a lei terá vigor até que outra a modifique ou revogue. 
§ 1° A lei posterior revoga a anterior quando expressamente o declare,/ quando seja com ela incompatível ou quando regule inteiramente a matéria de que tratava a lei anterior. -> REVOGAÇÃO TÁCITA 
§ 2° A lei nova, que estabeleça disposições gerais ou especiais a par das já existentes, não revoga nem modifica a lei anterior. -> LEX SPECIALIS 
§ 3° Salvo disposição em contrário, a lei revogada não se restaura por ter a lei revogadora perdido a vigência. -> FENÔMENO DA REPRISTINAÇÃO
REVOGAÇÃO: 
É quando uma norma perde sua vigência no ordenamento jurídico, deixando de pertencer a esse sistema do ponto de vista temporal. 
Tipos de revogação:
· Revogação Expressa – Quando a nova norma enuncia a revogação dos dispositivos anteriores. Por exemplo, o CC-2002 revogou expressamente o CC-1916.
· Revogação Tácita - Quando, embora não enunciando a revogação, a nova norma disciplina a matéria de forma diferenciada da regra original, tornando ilógica a sua manutenção.
· Revogação Total – Revoga-se toda a norma. Ex.: o CC-02 revogou por completo o CC-16. 
· Revogação Parcial – Revoga-se parte do comando normativo.
Há ainda outras regras reguladoras que podem se aplicar a revogação, como:
I. Lex superior – A norma que dispõe, formal e materialmente, sobre a edição de outras normas prevalece sobre estas. Ex.: CF sobre CC e CP. 
II. Lex posterior – Se normas do mesmo escalão estiverem em conflito, deve prevalecer a mais recente. 
III. Lex specialis – A norma mais especial revoga a geral no que esta dispõe especificamente.
REPRISTINAÇÃO:
· A repristinação é a restauração de uma lei revogada pela revogação de sua lei. 
· Em regra, ela não é aceita no ordenamento jurídico Brasileiro na sua modalidade tácita, mas pode ser aceita se esta for expressa. 
Tipos de repristinação:
Tácita: ocorre quando uma lei revogada (lei “A”) por nova lei (lei “B”) retorna automaticamente a possuir seus efeitos de validade por ter sido a nova norma (lei “B”) revogada por outra norma (lei “C”). 
Expressa: esta se dá quando uma lei revogada (lei “A”) por novo normativo (lei “B”) volta a possuir validade por ter sido a nova norma (lei “B”) revogada por uma terceira (lei “C”), e esta (lei “C”) dispõe expressamente em seu código que a primeira (lei “A”) voltará a valer.
Ex.: A lei X disciplina certa atividade, vindo essa lei a ser substituída, por revogação total, pela nova lei Y. Tempos depois, surge a lei Z, que revoga totalmente a lei Y, sem dispor nada sobre a matéria, não é possível ressuscitar a lei X. Até mesmo se for editada nova norma, com o mesmo teor da lei X, não será mais esta que estará reaparecendo, mas sim um novo regramento, coincidentemente com o conteúdo dessa lei.
2 . Obrigatoriedade das leis
Art. 3º Ninguém se escusa de cumprir a lei, alegando que não a conhece.
Princípio da inescusabilidade da ignorância da lei. (Não conhecer a lei como argumento para não a obedecer) 
Obs.: NENHUM PRINCÍPIO É ABSOLUTO. 
Ex.: o Juiz quando vai julgar ele adota o critério da razoabilidade – tem que ver as circunstâncias (chamado de princípio da proporcionalidade ou princípio da adequação dos meios aos fins, é um método utilizado no Direito Constitucional brasileiro para resolver a colisão de princípios jurídicos) como por exemplo, o juiz julgar uma pessoa por cassar um animal, e não a condenar, por esta ser uma pessoa analfabeta, faminta e passando em meio a uma crise econômica.
3 . Integração das normas
Art. 4º Quando a lei for omissa, o juiz decidirá o caso de acordo com a analogia, os costumes e os princípios gerais de direito.
Quando o juiz se depara com um problema que não se resolve com a legislação ou um que até tenha disposto na legislação, mas não supre para resolução do problema aí ele faz a INTEGRAÇÃO (para fazer isso ele se baseia em outras fontes – costumes, analogias, princípios gerais etc.)
• A integração será uma técnica utilizada sempre que o aplicador da lei não encontrar no sistema jurídico uma lei que regule especificamente uma situação concreta. 
• Subsunção (a lei tem aplicabilidade direta do caso)
• Integração (utilização das fontes secundárias do direito civil)
4 . Interpretação das normas
Art. 5º Na aplicação da lei, o juiz atenderá aos fins sociais a que ela se dirige e às exigências do bem comum.
O papel do intérprete ganha maior importância, pois a ele cabe avaliar as finalidades da norma, visando sempre a coletividade e o bem comum.
5 . Aplicação da Lei no Tempo 
Art. 6º A Lei em vigor terá efeito imediato e geral, respeitados o ato jurídico
perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada.
 • Direito intertemporal (conflito de leis no tempo) a chegada de uma nova lei pode trazer certos questionamentos e problemas de interpretação a vim gerar um conflito – qual a lei que tenho que usar? 
Disposições Transitórias: serve para normatificar (positivar) o período de chegada de uma nova lei. O legislador já para prevenindo possíveis conflitos já os solucionam nas disposições transitórias da lei. 
Exceções ao princípio do efeito imediato da lei (quando a lei entra em vigor e a partir disso gera um efeito – o legislador pode dizer quando ela vem a surgir efeito se depois da vocatio leges ou assim que ela for publicada).
Em prol da segurança jurídica, a fim de que se evite o conflito de normas no tempo, a lei dispõe que as leis terão efeito imediato e geral, respeitando-se o ato jurídico perfeito, o direito adquirido e a coisa julgada
• Ato jurídico perfeito: 
§ 1º Reputa-se ato jurídico perfeito o já consumado segundo a lei vigente ao tempo em que se efetuou. 
Atos humanos de vontade, ele é juridicamente perfeito quando atende os requisitos da lei. Uma determinada lei exigia certos requisitos, era ela que estava em vigor e você cumpriu. 
Ex.: José reconheceu o filho, atendendo todos os requisitos que a lei mandou, com isso ele fez o Ato Jurídico Perfeito. Se você quiser se casar terá que cumprir tudo com que a lei manda. 
• Direito Adquirido: 
§ 2º Consideram-se adquiridos assim os direitos que o seu titular, ou alguém por ele, possa exercer, como aqueles cujo começo do exercício tenha termo pré-fixo, ou condição pré-estabelecida inalterável, a arbítrio de outrem.
Direito Adquirido é TER o direito. Exercer o direito nesse caso é opcional. 
Ex.: Mesmo que a lei me der o direito de cobrar alguém que está me devendo. Se eu não quiser exercer esse direito e cobrar, eu não deixo de ter o meu direito adquirido, apenas opinei por não o exercer. 
• Coisa Julgada ou Caso Julgado
§ 3º Chama-se coisa julgada ou caso julgado a decisão judicial de que já não caiba recurso.
É um efeito de uma decisão judicial que não cabe mais recurso (a decisão passa a ser imodificável e indiscutível, quando você não recorre). 
Ex.: você só poderia modificar e discutir por recurso e você não apresentou o recurso. Ou seja, TRÂNSITO EM JULGADO, o processo vai parar, o trânsito já foi julgado. (Carol não fez coisa jugada, pois entrou com um recurso) Acontece quando você recorre até o supremo e perde, ou quando você tem um prazo de recurso e não entra com ele.
➢ Existem 2 tipos de coisa julgada: 
1. Formal : Não há solução do mérito. Não há o que apelar. É uma decisão do juiz por falta de alguma formalidade.
Ex.: Quando o juiz nem chega a ver o problema, não viu as provas, o problema, nem nada, ou seja, para o processo morrer o juiz precisa dar uma sentença, caso não recorra a essa sentença, você fará coisa julgada formal ( e poderá entrar novamente com um processo do mesmo caso) 
2. Material: Análise do processo, formalidade, e dos argumentos de ambas as partes para o juiz emitir um juízo de valor adequado. ( o juiz analisa o problema, o conflito das partes e ele vai solucionar o Mérito (é o direito que você quer para resolver o problema). 
Ex.: o juiz decretou que José tinha que pagar tanto depois de analisar todo o processo e ter acesso a todas as provas, e José decide pagar sem recorrer, ou seja, ele fez uma coisa jugada material. (já aqui não daria para entrar com o mesmo processo pois o juiz já deu o trânsito em julgado após analisar o problema). 
*Existem exceções* - Ação de investigação de paternidade com pedido de alimentos e Ação recisória (próxima aula).

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