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04+FORMAS+DE+HIPNOSE

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Curso de Psicoterapia Holística 
 
 
Formas de Hipnose 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
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HIPNOSE 
Desde os primórdios da humanidade o ser humano adquiriu doenças por meio de vários fatores, 
clima, alimentação, acidentes entre outros fatores. 
A história da hipnose, na realidade, iniciou-se antes da existência de qualquer relato escrito da história 
humana. Nas cerimônias religiosas e de cura de todos os povos primitivos que já habitaram este planeta 
existem elementos essenciais para induzir seus participantes em transe hipnótico. Assume-se, portanto, 
pelo estudo das cerimônias de povos primitivos ainda existentes na África, na Austrália e em outros lugares, 
que, mesmo antes da história começar a ser gravada, as induções eram realizadas através de cantos rítmicos, 
batidas monótonas de tambores, juntamente com o olhar fixo dos olhos acompanhado de catalepsia do 
resto do corpo. 
 Também nos achados da Antiguidade, existem textos, com mais de 4.500 a.C., nos relatando como 
os sacerdotes da Mesopotâmia, usavam o Transe "um estado diferenciado da consciência usual" para 
realizar diagnóstico objetivando curas. Os Antigos egípcios a 2000 a.C., já utilizavam empiricamente 
encantamentos, amuletos, imposição de mãos, sem se darem conta da imaginação e sugestão envolvidas 
nesses procedimentos. 
 Historicamente, os primeiros registros de práticas hipnóticas, remontam a 2400 a.C., na Índia e na 
Caldéia. Podemos identificá-las, também, na Pérsia, Babilônia, Assíria, Suméria, Egito, Grécia, Roma, nos 
antigos Hebreus, nos Deltas. Nas cerimônias primitivas tinham como ponto essencial o foco central da 
atenção, com áreas neurológicas vizinhas de inibição, sendo estes dois fatores responsáveis por 95% da 
indução do transe hipnótico. Na realidade é sem importância que estas cerimônias sejam chamadas de 
religiosas, curandeirismo ou uma combinação de ambas. O fato é que o estado de transe existia e seu caráter 
era hipnótico, apesar de que a palavra "hipnose" jamais fora aplicada a ele antes de Braid cunhar o termo 
em 1842. 
 Todos aqueles que viajam através do mundo estão familiarizados com hindus, faquires, iogues, 
encantadores de serpentes, e adeptos da Magia no ocidente que induzem em si e em outros, estados 
catalépticos através da fixação dos olhos e de outras técnicas de mesmerismo, capazes de realizar proezas 
físicas e de eliminar a dor. 
 É irônico o fato de que a história moderna da hipnose se inicie não com um médico, mas com um 
membro do clero, um padre católico que viveu em Klosters. O Padre Gassner defendia a tese de que, de 
acordo com as crenças da época, os pacientes doentes estavam possuídos por demônios, que deviam ser 
banidos, antes que o paciente pudesse novamente gozar de boa saúde. Gassner obteve o consentimento da 
Igreja para suas ações através da afirmação de que Deus estava agindo através dele para expulsar os 
demônios que estavam possuindo seus infelizes pacientes. Diferentemente de outros homens de sua época, 
o Padre Gassner não fazia segredos de seus métodos, e frequentemente permitia que médicos observassem 
no administrando seu tratamento. Os médicos que se apresentavam para observá-lo em ação eram 
conduzidos a uma sala parecida com um pequeno teatro onde se acomodavam, e então o paciente era 
posicionado numa espécie de palco no centro desta sala para esperar pelo Padre Gassner. Com o objetivo 
de melhorar ainda mais o espetáculo, no ‘timing’ de sua entrada, Gassner caminhava até a plataforma 
através de um longo promontório negro, segurando um grande crucifixo de "ouro" com a mão estendida ao 
alto. O paciente era de antemão avisado que quando o Padre Gassner o tocasse com o crucifixo, ele 
prontamente cairia ao chão e permaneceria ali esperando novas instruções. Os pacientes de Gassner 
eram instruídos a "morrer" enquanto jaziam prostrados ao chão, e que durante este período de "morte" 
Gassner expulsaria os demônios de seus corpos, devolvendo-lhes a vida normal novamente. Esta ideia de 
renascimento permeia tanto a hipnose quanto a religião, inclusive suas formas mais primitivas. Depois que 
algum médico examinava o paciente, não sentindo seu pulso, não ouvindo as batidas do coração e dando-o 
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como morto, o Padre Gassner ordenava que o demônio partisse e, logo após, o paciente ‘ressuscitava’ e se 
levantava completamente curado. É dito que Mesmer assistiu várias performances do Padre Gassner por 
volta de 1770, sendo depois responsável pela introdução do fenômeno na prática médica. 
 Franz Anton Mesmer (1734-1815). 
 Inaugurou a fase científica da hipnose. O início da história formal da hipnose se deu em 1765 com os 
trabalhos de Mesmer com seu magnetismo animal... 
Franz Anton Mesmer, filho de um guarda florestal, nasceu em 23 de maio de 
1734, em Iznang, no Lago Constance, Alemanha. 
Ele estudou nas universidades de Dillingen e Ingolstadt, na Áustria, onde recebeu seu Ph.D., estudando 
Direito posteriormente. Recebeu seu grau de Doutor em Medicina no ano de 1766, depois de apresentar 
um artigo com o título de 'De Planetarum Influx' (Sobre a Influência dos Planetas). Dois anos depois de sua 
graduação, Mesmer casou-se com a rica viúva de um Tenente-Coronel do exército, de nome Marie Anna 
Von Posch, em 10 de janeiro de 1768. Incapaz de aceitar a hipótese do Padre Gassner de que os pacientes 
eram possuídos por demônios, Mesmer acreditava que de alguma maneira o crucifixo de metal empunhado 
por Gassner fosse talvez o responsável pela magnetização do paciente; então desenvolveu suas ideias e 
explicou os resultados na teoria do magnetismo animal, testada pela primeira vez em 1773, em uma jovem 
de 28 anos, Franziska Osterlin, que por acaso se casou com Fredrich Von Posch, enteado de Mesmer. 
Mesmer publicou seu primeiro relato da cura magnética em 1775, sob o título de Schreiben Uber die 
Magnetiker. 
 Apesar de sua fama continuar a se espalhar, ele foi forçado a deixar Viena após o famoso caso 
Paradis, no qual o Dr. Von Stoerck e o Dr. Barth foram seus oponentes. Em 1777, Maria Theresa Paradis, 
uma jovem pianista cega, e favorita da Imperatriz da Áustria, que recuperou sua visão depois de ser tratada 
por Mesmer, apesar do fato de ter estado por dez anos sob os cuidados do maior especialista em olhos da 
Europa, o Dr. Von Stoerck, sem qualquer melhora. Influenciada por médicos ciumentos, a mãe da criança 
afastou-a dos cuidados de Mesmer antes da cura estar completa. Numa cena de emocionalismo, a mãe deu 
um tapa no rosto da criança por ela não querer deixar a clínica do Dr. Mesmer, fazendo com que a cegueira 
histérica se reafirmasse. 
 No entanto, a influência de Mesmer ainda era grande o bastante para garantir uma recomendação 
do Ministro do Exterior austríaco à Embaixada Imperial em Paris, para onde se mudou em fevereiro de 1778. 
Ele fundou uma clínica com D'Eslon, na Place Vendôme, e publicou seu famoso livro em 1779, Mémoire Sur 
La Découverte Du Magnetisme Animal. 
Em 1784, o governo francês investigou Mesmer, declarando-o um farsante. Entretanto, Benjamin Franklin, 
que era membro do comitê de investigação, escreveu o relatório da minoria, que afirmava que o fenômeno 
era digno de maiores considerações. 
 Outros membros da comissão eram Jussieu, famoso por sua ligação com os Twilleries; Guillotin, o 
inventor da guilhotina, que leva seu nome; e Lavoisier, o famoso químico francês cujo nome ainda é familiar 
aos americanos como o nome de uma marca de antisséptico bucal! 
A descrição fascinante de Esdaile a respeito da investigação afirma que ele acreditava que o veredito era 
justo o bastante, considerando a natureza das provas apresentadas aos membros da comissão. Ele continua 
afirmando: “...mas entretanto, (tal é a falibilidade humana), neste caso, summum jus também era suma 
injuria; a verdadefoi sacrificada à falsidade, como penso que se tornará claro de uma rápida análise dos 
procedimentos. Este provavelmente não será tempo perdido, pois tenho ouvido cavalheiros inteligentes 
dizerem que o relato dos filósofos franceses ainda decidiam suas opiniões. 
 Eles tinham uma série de axiomas sobre o Mesmerismo que lhes foram apresentados, cuja verdade 
eles examinariam e a eficácia de certos processos deveria ser provada para sua satisfação através de 
experimento. 
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O objetivo dos Mesmeristas parece ter sido tentar convencer a comissão de que Mesmer possuía um 
segredo digno de ser aprendido, e ao mesmo tempo 
continuar a guardá-lo para si ocultando sua extrema simplicidade sob o manto de um complicado 
mecanismo e vários tipos de teatralismos. D'Eslon, aluno de Mesmer, propôs suas leis do Magnetismo 
Animal desta forma: 
 I. O magnetismo Animal é um fluído universal, constituindo um polônio absoluto na natureza, e o 
meio de toda influência mútua entre os corpos celestes, e entre a terra e os corpos animais. Esta é uma 
afirmação muito exagerada. 
 II. É o fluído mais sutil na natureza, capaz de fluxo e de refluxo, e de receber, propagar, e dar 
continuidade a todas as formas de movimento. 
 III. O corpo animal está sujeito às influências deste fluído através dos nervos, que são imediatamente 
afetados por ele. Não vemos outra maneira no presente. 
 IV. O corpo humano possui polos e outras propriedades, análogas ao ímã. A primeira proposição 
jamais foi provada, e admite tudo como sendo correto; e na segunda existe apenas probabilidade. 
 V. A ação e a virtude do magnetismo animal pode ser transmitida de um corpo a outro, quer animado 
ou inanimado. Isto está correto, no que diz respeito às relações entre corpos animados; e estes podem 
também impregnar substâncias inanimadas. 
 VI. Opera a uma grande distância, sem a intervenção de qualquer pessoa. 
 VII. É aumentado e refletido por espelhos, transmitido, propagado e aumentado pelo som, e pode 
ser acumulado, concentrado, e transportado. 
 VIII. Não obstante a universalidade deste fluído, todos os corpos animais não são afetados por ele; 
por outro lado existem alguns, apesar de que pequeno em número, cuja presença, destrói todos os efeitos 
do magnetismo animal. A primeira parte está correta, a última não é improvável. 
 IX. Por meio deste fluído, doenças nervosas são curadas imediatamente, e outras medialmente; e 
suas virtudes, de fato, estendem-se à cura universal e a preservação da Verdade da humanidade, a um grau 
tão elevado, que ainda não sabemos o quão longe poderá ir. 
 Surpreende o fato de que a comissão desdenhosamente recusou tamanha quantidade de asserções 
absolutas e de teorias insustentáveis, com certeza temperadas com verdade, porém tão diluídas e 
obscurecidas a ponto de se tornarem irreconhecíveis? Como uma testemunha de Bengala, D'Eslon não se 
contentou em simplesmente dizer a verdade, mas acrescentou por conta própria tantas invenções 
corroboradoras a ponto de ninguém saber em que acreditar, e o caso foi encerrado como indigno de 
posterior investigação. Ele arruinou a si e a sua causa também, (talvez por ignorância) ao carregar a verdade 
com um pacote de maquinarias espalhafatosas, através das quais esperava que o poder da natureza 
penetrasse. Mas a Natureza, como um camelo sobrecarregado, virou-se contra seu condutor, jogando a si e 
sua parafernália de plataformas magnéticas, bastões e cordas condutoras, pianos, árvores e baldes 
magnetizados, na lama; e a verdade retirou-se em desgosto para o fundo de seu poço, para lá permanecer 
até que homens mais honestos pudessem novamente extraí-la para surpreender e beneficiar o mundo. 
Até onde concerne minha observação, tudo o que é necessário para o sucesso, se as partes estiverem na 
relação do agente e do sujeito, é a obediência passiva do paciente e uma atenção e paciência sustentada 
por parte do operador. O processo sendo natural, quanto mais as partes estiverem num estado natural, 
melhor: os corpos de meus pacientes estando despidos, e suas cabeças geralmente raspadas, 
provavelmente não é de pouca consequência nos procedimentos…" 
Existem algumas asserções muito importantes neste excerto do livro de Esdaile. 
 Em primeiro lugar, ele certamente salienta claramente a razão por que a comissão rejeitou o 
fenômeno como sendo indigno de posteriores investigações. 
 Segundo: ele também ilustra a questão de forma dupla através do acréscimo de um número de suas 
próprias concepções erradas, concepções estas que, no entanto, eram aceitas como verdadeiras em sua 
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época, no que diz respeito à prática médica. Terceiro: ele sumariza uma teoria realmente astuta e brilhante 
em apenas uma sentença: ‘Até onde concerne minha observação, tudo o que é necessário para o sucesso, 
se as partes estiverem na relação do agente e do sujeito, é a obediência passiva do paciente e uma atenção 
e paciência sustentada por parte do operador.’ Quarto: ele faz uma observação que poderia servir para 
outros experimentos: 
 O processo sendo natural, quanto mais as partes estejam num estado natural, melhor. Isto poderia 
ser conseguido de uma forma melhor por outros meios que não a mera nudez, apesar de que, talvez, 
possivelmente o fato de estar nu, o indivíduo psicologicamente está "sem defesa", ou mais "submisso". Meu 
método favorito de indução é levar o paciente com todos os seus sentidos para uma viagem a uma área de 
floresta primitiva, cheia de paz e quieta, tranquila e calma, onde a concentração e o relaxamento são 
maiores. Os espíritos da obediência passiva, bem como da viagem à vastidão da natureza para buscar 
comunhão com Deus, fazem parte de toda grande religião do mundo. 
O acima já é o suficiente no que tange ao relatório da comissão que teve como seu principal efeito a 
denúncia de Mesmer, seus métodos e suas teorias, apesar de que suas teorias estavam, na realidade, sendo 
mais julgadas do que seus métodos. 
Depois de ser denunciado em Paris, a popularidade de Mesmer rapidamente 
diminuiu, e então ele viajou para a Inglaterra, Itália e Alemanha, retornando para uma rápida visita a Paris 
antes do início da revolução. Ele então estabeleceu-se em Frauenfeld, na Suíça, até o verão de 1814, quando 
mudou-se para Morsburg, onde faleceu no dia 5 de março de 1815. 
 Não é de conhecimento geral, mas, no entanto, verdadeiro, que Mesmer e seu filho publicaram 
trabalhos sobre o magnetismo animal, e até mesmo hoje cópias destas obras completas podem ser obtidas. 
Quando os pacientes de Mesmer eram colocados em banheiras cheias de água e de limalhas de ferro das 
quais sobressaíam-se varas maiores de ferro, Mesmer sugeria a eles que, quando os tocasse com seu bastão 
magnético, eles se tornariam magnetizados e eventualmente entrariam num estado de "crise" do qual 
sairiam curados. Seus pacientes invariavelmente se curavam e Mesmer considerava a crise uma necessidade 
absoluta para a cura. Mesmer era uma figura muito imponente com seus longos robes, segurando seu 
bastão magnético e passando de quarto em quarto em sua clínica. Seus métodos de magnetismo, portanto, 
permaneceram inquestionados e seu discípulo e aluno de boa fé, o Marquês de Puysegur, colocava 
pacientes em um transe que chamava de sonambulismo artificial, no qual os pacientes não entravam num 
estado de crise, mas num estado de calmo relaxamento. (O Marquês havia se esquecido de sugerir de 
antemão aos seus pacientes que eles experimentariam um ‘ataque’! 
 
 Marquês de Puysegur 
 Discípulo de Mesmer (Armand Marie Jacques de Chastenet) conhecido como 
Marquês de Puysegur, tratando separadamente um paciente de 23 anos de idade de nome Victor Race, em 
1784, observou que ao invés de o mesmo apresentar convulsões como ocorria com os pacientes de Mesmer, 
ele dormia tranquilamente e durante esse sono podia falar, responder ordens, e apósser acordado não 
lembrava de nada. Então denominou esse estado de sonambulismo artificial por analogia ao sonambulismo 
do sono fisiológico. Foi responsável pela descrição das três características fundamentais da Hipnose: 
Primeiro, concentração dos sentidos no operador, segundo aceitação das sugestões sem questionamento, 
e terceiro amnésia em relação a acontecimentos em transe. 
Séc. XVIII (1756-1819) José Custódio de Faria. 
 Sacerdote português, nascido em Condolim de Bardez (Goa), Ídia Portuguesa, chegou em Paris por 
volta de 1813, e considerava que não podia haver influência de um “fluido” nas experiência do marquês de 
Puységur. Para o abade Faria era a vontade do paciente que conduzia ao que chamava de “sono lúcido”. 
Faria foi o primeiro a afirmar que a vontade receptiva do paciente e o rapport entre o paciente e o 
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magnetizador determinava a formação do processo de cura. No entanto, a popularidade de Mesmer estava 
tão bem estabelecida que a hipótese de Faria foi logo esquecida. 
 O Dr. Wolfart, a pedido do governo da Prússia, viajou de Berlim para Frauenfeld em 1812, para 
investigar Mesmer e para aprender tudo o que o que fosse capaz a respeito do magnetismo animal, trazendo 
posteriormente este conhecimento para a Universidade de Berlin. No mesmo período, Koreff já estava em 
Paris numa missão semelhante. O Mesmerismo espalhou-se rapidamente através da Europa, incluindo a 
Suíça, a Itália e até mesmo os países Escandinavos. Isto produziu muitos especialistas, incluindo 
Eschenmayer, Kerner, Lallemant, Schelling, Passavant, Kluge, Pace, Ostermeyer, Pfaff, Pezold, Selle, Bartels 
e muitos outros. 
 
 James Braid 
 Nascido em Fifeshire na Escócia, adepto do ocultismo, médico oftalmologista e cirurgião de 
Manchester, Inglaterra, apareceram os primeiros conceitos científicos sobre o hipnotismo. No dia 13 de 
novembro de 1841, um magnetizador francês chamado La Fontaine, que demonstrou o Mesmerismo, 
introduziu James Braid pela primeira vez ao Mesmerismo (teoria baseada no magnetismo animal) e aos 
experimentos mesméricos numa reunião acontecida naquele dia. Uma descrição completa desta reunião 
pode ser encontrada por escrito juntamente com uma história detalhada da atividade de Braid, no livro de 
Bramwell, Hypnotism, Its History, Practice and Theory. Seis dias depois assistiu novamente e, o fato do 
indivíduo não poder abrir as pálpebras lhe chamou atenção. Braind achou que ali estava as causas dos 
fenômenos, e ao voltar para casa fez experiências com a sua esposa, um amigo e um criado. Pediu para que 
olhasse fixamente um determinado ponto brilhante até que seus olhos entregassem extenuados ao 
repouso. A partir desse momento teve em suas mãos essas pessoas “magnetizadas”. 
 As primeiras conclusões de James Braind foram: 
 a) O fenômeno do mesmerismo era puramente subjetivo e não dependia de qualquer poder mágico, 
de nenhuma influência astral, de qualquer fluido mineral ou animal, nem sequer de qualquer influencia da 
pessoa do operador; 
 b) esses fenômenos deviam-se exclusivamente à natureza física, mecânica e funcional, produzindo 
alterações nos órgãos dos sentidos, especialmente na visão, levando a um esgotamento do centro visual 
pela estimulação continuada e monótona; 
 c) introduziu o método de indução da fixação do olhar, que ainda hoje pode ser 
utilizado, com ou sem modificações. James Braid é mais conhecido pelo fato de ter renomeado o 
Mesmerismo para "Hipnotismo", em 1842, com base na palavra grega "Hypnos", que significa "sono", e por 
ter se oferecido a apresentar um documento a seu respeito numa reunião da British Medical Association, 
em Manchester, que recusou. Apesar disso, ao contrário de Mesmer, ele manteve uma boa reputação 
profissional em sua comunidade durante toda sua vida, e não apenas ficou conhecido como um excelente 
hipnotista, mas também como foi amplamente aclamado por suas cirurgias de pé plano (chato) e outras 
deformidades. No final de sua vida, Braid concluiu que o hipnotismo não era um verdadeiro sono, mas uma 
concentração da mente, e tentou mudar o nome para monoideísmo. Mas, na época, "Hipnose" e 
"Hipnotismo" já eram palavras bem enraizadas em todas as línguas da Europa, abandonando por fim este 
esforço de mudar o nome. 
 Ele cultivou a prática e o interesse no hipnotismo durante toda sua vida, escrevendo vários 
documentos e monografias sobre o assunto. Apesar de Braid ser mais conhecido por ter renomeado a arte 
de Mesmer para hipnotismo, ele também foi responsável por várias ideias que ainda persistem até o 
presente. 
Estas são como descritas a seguir: 
 1) Que a hipnose é uma ferramenta poderosa que deveria ser limitada somente aos profissionais da 
medicina e da odontologia. 
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 2) Que apesar de ter o hipnotismo sido capaz de curar muitas doenças para as 
quais antes não havia remédio, não era, no entanto, uma panaceia, mas era apenas uma ferramenta médica 
que deveria ser usada em combinação com outras informações médicas, drogas, remédios, etc., para 
apropriadamente tratar os pacientes. 
 3) Que em mãos qualificadas não há grande perigo associado ao tratamento com 
a hipnose, nem sequer dor ou desconforto. 
 4) Que muitos estudos e pesquisas seriam necessários para compreendermos por 
completo vários conceitos teóricos a respeito da hipnose. Estes enunciados filosóficos eram extremamente 
sólidos, especialmente para um médico que viveu no século XIX e que possuía conhecimentos limitados, 
disponíveis naquela época. O fato de que estes conceitos permaneceram virtualmente imutáveis até hoje 
demonstra, claramente o brilhantismo deste grande médico e hipnotista de Manchester. 
 
 John Elliotson 
 
 Tal como Braid, Elliotson graduou-se em medicina em Edinburgo, mas continuou seus estudos no 
continente e em Cambridge e no Sir Guy's Hospita. 
Ele nasceu em 1791 e morreu no dia 29 de julho de 1868, após uma longa doença, na casa de seu amigo, o 
Dr. Symes, um aluno formal. Assim como Braid, Elliotson foi um brilhante médico, palestrante e Professor 
de Medicina. A fama de Elliotson, entretanto, até mesmo excedeu a de seu predecessor, o Dr. Braid, pois 
Elliotson chegou ao topo da vida acadêmica de Professorado em Medicina na Universidade de Londres. Ele 
também foi nomeado Presidente da Royal Medical and Surgical Society, e foi um dos fundadores do 
University College Hospital, em Londres. 
 Ele introduziu o estetoscópio na Inglaterra, juntamente com os métodos de se examinar o coração e 
os pulmões da forma que são utilizados até hoje. Uma história completa de sua vida aparece também no 
livro de Bramwell. 
Elliotson é mais conhecido pelo fato de ter estabelecido o primeiro periódico a tratar do hipnotismo, em 
1846. Esta revista tinha o título de ‘The Zoist’, e cópias completas de seus números ainda podem ser obtidas 
através de algumas fontes. 
Ele foi expulso do University College Hospital por ter escolhido a hipnose como o assunto do discurso 
Harveiano de 1846. Neste discurso, Elliotson citou esta passagem memorável das obras de Harvey: "Os 
verdadeiros filósofos, compelidos pelo amor à verdade e à sabedoria, nunca se imaginam tão sábios e cheios 
de si a ponto de não se renderem à verdade, de qualquer fonte e a qualquer tempo; nem possuem eles 
mentes tão estreitas a ponto de acreditar que qualquer arte ou ciência nos foi transmitida por nossos 
predecessores em tal estado de 
perfeição a ponto de nada restar para futura dedicação". 
 Elliotson aplicou então as palavras de Harvey à ciência do Hipnotismo e afirmou em termos nada 
duvidosos que era o dever dos médicos daquela época analisar cuidadosamente e com isenção sua pesquisa 
sobre o assunto. Muitos artigos interessantes foram publicados em seu periódico The Zoist, que foi 
publicado trimestralmente de abril de 1843 até 31 de dezembro de 1855. Durante treze anos, artigo após 
artigo foipublicado por Elliotson, Esdaile e muitos outros médicos brilhantes da época, testemunhando os 
excelentes resultados do tratamento com hipnose para insanidade, epilepsia, histeria, gagueira, nevralgia, 
asma, torcicolo, dores de cabeça, dificuldades funcionais do coração, reumatismo, tic doloroso, cólicas 
espasmódicas, ciática, lumbago, paralisia, convulsões, inflamações agudas dos olhos e dos testículos, e 
relatos de centenas de operações sem dor, desde a remoção de uma catarata até a amputação do pênis, a 
qual James Esdalie relatou dois casos. Parker (que originou a expressão "Parker Sem Dor") relatou cerca de 
200 operações sem dor na Exeter, uma instituição que Elliotson ajudou-o a fundar. Elliotson era excelente 
no campo da hipnose infantil, e trabalhou com muitas crianças e com muitas doenças infantís, tais como 
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Dança de São Vito, coréia, tiques e outras enfermidades. Ao contrário de Braid, no entanto, Elliotson 
continuou a acreditar na clarividência e outros fenômenos místicos até sua morte. 
 
 James Esdaile 
 
 O Dr. James Esdaile provavelmente realizou mais operações cirúrgicas sob hipnoanestesia do que 
qualquer outro médico, pelo menos até a presente época. 
Ele era um homem de extrema perspicácia e inteligência que trabalhou a maior parte de sua vida na Índia, 
e provavelmente é mais conhecido por seu trabalho com a hipnose do que qualquer outro homem, com a 
possível exceção do próprio Mesmer. Ele nasceu no dia 6 de fevereiro de 1808, filho de um ministro, e como 
Elliotson e Braid, estudou em Edinburgo, onde graduou-se em 1830, obtendo um cargo na East India 
Company. 
Esdaile realizou sua primeira operação sob hipnose no dia 4 de abril de 1845, em um hindu condenado à 
prisão que tinha dupla hidrocele, no hospital de Hooghly. 
 Após realizar 75 operações sob hipnoanestesia, ele escreveu à junta médica, porém sua carta não foi 
nem sequer reconhecida. Mais tarde, no final daquele mesmo ano, tendo mais de cem operações em seu 
crédito, ele contatou Sir Herbert Maddock, o então vice-governador de Bengala, que nomeou um comitê de 
investigação composto primariamente de médicos. 
Ao receber o relatório favorável deste comitê, o Governador então colocou Esdaile como responsável de um 
pequeno hospital experimental próximo a Calcutá, para que ele pudesse dar continuidade em sua pesquisa 
sobre a hipnose, sejam quais fossem os valores que esta pudesse ter. Esdaile iniciou sua pesquisa em 
novembro de 1846, com os seguintes médicos nomeados para auxiliá-lo: R. 
Thompson, D. Stuart, J. Jackson, F Mouatt, R. O'Shaughnessy. E, ao final do primeiro ano do trabalho 
experimental de Esdaile, ele já tinha mais 133 operações em seu crédito, bem como um grande número de 
casos médicos. Os relatos daqueles que visitaram a instituição continuaram a ser favoráveis, e, portanto, 
com o continuado apoio do vice-governador, Esdaile foi então indicado para trabalhar no Lane Hospital and 
Dispensary de Sarkea, para dar continuidade ao seu trabalho e expandi-lo para outros campos da medicina. 
 A fama de Esdaile espalhou-se para todos os cantos, e certa vez ele afirmou com sinceridade que 
havia feito mais operações em tumores escrotais em um mês do que todas as que aconteceram em todos 
os hospitais de Calcutá em um ano inteiro. Alguns médicos locais que achavam seus pacientes serem 
histéricos, criticaram-no nas revistas médicas. 
O comentário de Esdaile quanto a isto foi que o seu próprio relato dos casos ainda era digno de nota, nem 
que se fosse como um exemplo de uma epidemia da insanidade. Seu senso de humor o acompanhou até 
quando deixou a Índia, em 1851. Ao deixar aquele país, ele tinha milhares de operações sem dor em seu 
crédito, e cerca de 300 grandes operações, todas executadas com a hipnose. 
 Enquanto estava na Índia, o clorofórmio foi introduzido como um anestésico e depois de ter deixado 
a Índia, um prêmio de dez mil dólares foi oferecido em 1853 ao descobridor das propriedades anestésicas 
do éter, que foi descrito como o primeiro dos anestésicos. Esdaile enviou uma carta revoltada de protesto 
contra isso, chamando a atenção ao fato de que ele havia realizado cirurgias sem dor com o Mesmerismo 
anos antes que qualquer pessoa tivesse ouvido falar do éter. (A propósito, o clorofórmio surgiu antes do 
éter.) 
Desgostoso com a Índia, e "não dando a mínima" a respeito de uma grandiosa prática em Calcutá, Esdaile 
retornou a Perth, o lar de seu pai, onde estabeleceu-se e permaneceu até desenvolver uma doença nos 
pulmões (tuberculose?), mudando-se então da Escócia para a cidade de Sydenham, na Inglaterra, onde 
morreu com a idade de 50 anos, no dia 10 de janeiro de 1859. Suas obras foram numerosas, mas talvez a 
mais famosa seja um livro originalmente intitulado Mesmerism in India, e posteriormente publicado sob o 
título Hypnosis in Medicine and Surgery. 
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 Neste livro, ele não apenas relatou 73 operações sem dor, mas também descreveu 18 casos médicos 
de paralisia, lumbago, ciática, convulsões e tic doloroso, além de informar o público sobre a hipnose. Ele 
atacava a estupidez de certos médicos que eram cegos para quaisquer novas ideias, citando a frase em latim 
"Stare super vias Antiquas", para descrever tais médicos. Ele chegou ao ponto de dizer que, como um 
amante da verdade por si 
só, ele ficava pouco satisfeito quando seus amigos lhe diziam: "Eu acredito porque você está dizendo". Ele 
achava que esta era uma crença estéril e constantemente procurava médicos para demonstrar-lhes sua 
recém descoberta ferramenta médica. O médico Jacob Conn, da Universidade de Medicina Hopkins, 
afirmou que ninguém trabalhou mais diligentemente do que James Esdaile para trazer o valor da analgesia 
e da anestesia hipnótica à atenção dos profissionais da medicina. A obra de Esdaile evidentemente se pagou, 
pois a Associação Médica Britânica relatou favoravelmente em 1891 que "Como um agente terapêutico, o 
hipnotismo é com freqüência eficaz no alívio da dor, proporcionando sono e suavizando muitas indisposições 
funcionais". 
 
 Dr. Ambroise-Auguste Liebeault 
 Liébeault é descrito pelos seus biógrafos como um homem sereno, bondoso e estimado pelos 
pobres, que o chamavam Lebon père Liébeault. Dizia Liébeault aos seus clintes, em quase sua totalidade 
humildes camponeses: “ Se desejais que vos trate com drogas, o farei, mas tereis de me pagar antes. Se, 
entretanto, me permitis que vos hipnotize, farei o tratamento de graça”. Ao método de fixação ocular de 
Braid, liébaul acrescentou o da sugestão verbal. 
Liebeault é amplamente conhecido como o "Pai da Hipnose Moderna". A razão para isto é, antes de tudo, 
ter sido Liebeault o homem que concluiu e publicou a observação de que todos os fenômenos do hipnotismo 
são subjetivos em origem. 
Liebeault foi um humilde médico francês que, apesar de ser desinteressado pela pesquisa de uma maneira 
geral, foi, no entanto, um gênio na terapêutica. Ele manteve a prática médica de forma constante no campo, 
que o manteve ocupado dia e noite até receber seu diploma em medicina em 1850. Sua prática no 
hipnotismo era quase totalmente gratuita, e por causa disto obteve o sereno respeito de todos que o 
conheciam. Ele nasceu em 1823, começou seus estudos em medicina em 1844, e iniciou seus experimentos 
com o hipnotismo em 1848, mesmo antes de ter concluído a universidade. Após ter completado várias 
sessões terapêuticas de hipnose, ele escreveu um livro que demorou dois anos para ser concluído. O 
ceticismo no entanto, era tão grande que ele vendeu apenas uma cópia, e foi para Bernheim. Em 1882, 
Liebeault curou um caso obstinado de ciática, que Bernheim havia tratado sem resultados por cerca de seis 
meses. Em parte por causa de sua curiosidade, e em parte porque queria expor Liebeault como um 
charlatão, Bernheim comprou o livro e viajou para se encontrar com ele, convencidode que de fato Liebeault 
era um charlatão. Entretanto, Bernheim ficou tão impressionado pelo seu trabalho a ponto de decidir ficar 
com ele e dele tornou-se um devotado aluno e amigo por toda a vida. Bernheim e Liebeault, então, 
publicaram juntos outro livro, que foi amplamente aclamado. Isto assim o foi especialmente por causa do 
grande número de fascinantes históricos dos casos de Liebeault. 
 Enquanto Parker e seus contemporâneos estavam primariamente interessados na cirurgia sem dor, 
Liebeault invadiu todos os campos da medicina, sendo de fato o médico mais importante na ampliação do 
escopo da terapêutica através do uso da hipnose. Uma descrição excelente da clínica de Liebeault aparece 
no livro de Bramwell. 
Liebeault tornou-se um adepto da hipnose rápida e, de fato, foi um dos primeiros a perceber que para a 
maior parte dos casos de hipnoterapia, um transe profundo era desnecessário, fato assinalado com 
frequência pelo Dr. S. J. Van Pelt. Ao contrário, Liebeault induzia seus pacientes com não mais do que um 
aceno de sua mão e uma frase rápida, tal como "Durma, meu gatinho"; sugeria que os sintomas mórbidos 
se fossem e permitia que os pacientes acordassem quando desejassem. 
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 Ele atendia centenas de pacientes, raramente demorando-se mais do que quinze minutos com eles. 
Bramwell afirma que todos os pacientes de Liebeault melhoravam ou se curavam, após seus tratamentos de 
sugestão rápida. 
Liebeault, com a assistência de Bernheim, estabeleceu o que ficou conhecida como a "Escola de Nancy". 
Este foi um período de desenvolvimento da hipnose durante o qual uma grande quantidade de trabalhos 
experimentais foram feitos com muitos tipos de indução. 
Ao mesmo tempo que Liebeault estava meramente usando a palavra "durma", com um gesto de sua mão, 
Charcot, por outro lado, estava violentamente tocando gongos e piscando ‘luzes de drummond’. 
 Os alemães Weinhold e Heidenhain preferiam o tique-taque de um relógio, e Berger usava chapas 
quentes de metal. As idéias do magnetismo e dos processos magnéticos ainda não haviam desaparecido por 
completo. Apesar de Liebeault explicar os fenômenos como sendo subjetivos, Piteres sustentava que certas 
partes do corpo eram particularmente sensíveis ao estímulo da pele, e estas assim chamadas zonas 
hipnóticas que foram descritas por ele, existiam, algumas vezes, em apenas um lado do corpo e, em outras, 
em ambas. 
Moll afirmou ter ele mesmo visto muitas pessoas serem hipnotizadas apenas quando suas testas eram 
tocadas. Purkinje e Spitt afirmaram que toques na testa induziam um estado sonolento em muitas pessoas. 
A técnica de balançar o berço para induzir crianças era bem conhecida, e Eisenhart mencionou que o toque 
na testa era uma excelente técnica de indução em crianças. Hirt usava com frequência a eletricidade para 
induzir a hipnose, e Sperling, um contemporâneo de Bramwell e de Moll, descreveu os transes hipnóticos 
dos Dervixes que havia visto em Constantinopla (atual Istambul). Drzewiecki sentiu que havia uma diferença 
na suscetibilidade à hipnose por causa da nacionalidade, e chegou a afirmar que os russos eram mais 
facilmente hipnotizáveis do que qualquer outro povo. Entretanto, percebeu-se mais tarde que nem 
nacionalidade e nem sexo contavam na habilidade de uma pessoa ser hipnotizada. Foi somente 
depois de Liebeault atingir uma idade avançada e ter-se aposentado da medicina, que ele desfrutou um 
pouco da aprovação que certamente lhe era devida. Ele não buscou e nem fez fortuna. Até sua morte, 
permaneceu feliz e tranquilo, cônscio de uma vida bem vivida no tratamento dos pobres. 
O Dr. Bernheim, da Escola Nancy, é talvez mais conhecido pela propaganda do uso da hipnose. Apesar de 
ter Liebeault sido responsável pela ampliação da terapêutica, seu livro nunca foi amplamente lido. No 
entanto, quando Bernheim publicou seu livro sobre hipnose (com os históricos dos casos de Liebeault), este 
foi imediatamente aceito em todos os lugares. De fato, não obstante a tremenda reputação de 
Charcot e de seu pioneirismo com a Escola de Salpêtrière, mais e mais pessoas adotaram o modo de pensar 
da Escola Nancy. A disputa médica continuou através de todo o século XIX e até o início do século XX, com 
cada lado reivindicando vitórias na explicação da hipnose. Bernheim simplesmente pedia ao paciente para 
olhar para ele, não pensar em nada além de sono, e então dizia-lhe: "Suas pálpebras começarão a ficar 
pesadas, seus olhos estão cansados e começam a piscar, eles estão ficando úmidos, seus olhos não podem 
ver distintamente, e eles estão fechados." Se o paciente não fechasse seus olhos e caísse no sono quase 
imediatamente, como acontecia com muitos, ele então repetiria o processo até ser bem sucedido. Caso os 
pacientes não mostrassem quaisquer sinais de sono ou entorpecimento, ele então lhes asseguraria que o 
sono não era essencial e que a influência hipnótica poderia ser exercida sem ele. 
Bernheim inspirou centenas de médicos-hipnotistas famosos, tais como Von Schrenk, Noltzing, Babinski e 
muitos outros. Charles Richet foi reconhecido como o introdutor do método de indução com o pressionar 
dos polegares e das mãos juntas. 
 
 Jean Martin Charcot 
 Jean Martin Charcot, o famoso neurologista francês, tratava de pacientes histéricos no hospital dela 
Salpêtrière em Paris, deduzia que a hipnose era uma manifestação histérica. E, ainda, que a hipnose era 
obtida essencialmente por meios físicos, dando mínimo ou nenhum valor à sugestão. É óbvio que foram dois 
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grandes erros desse famoso neurologista, que segunda a história, nunca teria hipnotizado ninguém porque 
seus pacientes histéricos eram preparados pelos seus assistentes. 
Nasceu em 1825 e morreu em 1893. Era muito bem conhecido pelos profissionais de medicina por tantas e 
variadas realizações, e sua biografia é tão fácil de ser obtida que nenhum estudo detalhado a seu respeito 
será dado aqui. 
 Ele provavelmente foi o médico mais famoso a adotar o hipnotismo naquela época e, além de seu 
trabalho com o hipnotismo, era conhecido pelo banho de Charcot, pela doença de Charcot, pela junta de 
Charcot, pela síndrome de Charcot, etc., bem como pelo tipo de dente Charcot-Marie, e seu trabalho com a 
atrofia muscular neuropática progressiva, de conhecimento de todos os estudantes de medicina. 
 A Síndrome de Charcot-Weiss-Barber (síndrome do seio da carótida) e o sinal Charcot-Vigouroux 
também são bastante conhecidos. Vários cristais foram nomeados em homenagem a Charcot, incluindo os 
cristais Charcot-Leyden, os cristais Charcot-Neuman e os cristais Charcot-Robin. Apesar de sua grande fama 
no campo da medicina, ele mergulhou no hipnotismo sem a costumeira pesquisa cuidadosa que cercava 
seus outros trabalhos. Consequentemente, sua reputação enfraqueceu quando suas teorias de que a 
hipnose era um estado patológico que enfraquecia a mente foram mais tarde desaprovadas pela Escola 
Nancy de Medicina. De fato, quando Charcot morreu, Babinski denunciou muitas das curas de Charcot, 
afirmando que algumas foram na realidade falsificadas, e outras invenções da imaginação de Charcot. O 
amargo ataque de Babinski contra Charcot, mais do que qualquer outra coisa, foi responsável pelo declínio 
do uso da hipnose na França. Este declínio continuou até tempos modernos, com apenas algumas exceções, 
tal como Pierre Janet e o Dr. Joseph Morlaas, que usaram a hipnose até que esta fosse oficialmente 
introduzida nas escolas francesas de medicina, em 1958. 
 
 Josef Breuer 
 Até a época de Breuer, a hipnose havia primariamente sido usada para o alívio da dor em cirurgias, 
e está de acordo com o método de Liebeault, que simplesmente sugeria que os sintomas se fossem. 
Entretanto, por volta de 1880, Breuer fez uma descoberta acidental que mudou os métodos da hipnoterapia. 
Na verdade, esta descoberta não apenas mudou osmétodos da hipnoterapia, mas na realidade introduziu 
uma arte completamente nova em si, pois foi a obra de Breuer que atraiu Freud e o direcionou aos métodos 
da psicanálise que são tão comuns hoje em dia aos psiquiatras. 
 Breuer estava tratando uma paciente a qual chamou de Anna O. O caso é longo e complexo, sendo 
bem conhecido de todos os estudantes de psiquiatria. Durante uma parte da terapia, eles descobriram, para 
grande agonia da paciente, (e Anna O. era uma paciente histérica com muitos problemas e muito 
diferenciados) que ela não conseguia beber água. Na verdade, não importava a intensidade da sede que ela 
sentia, ela sentia que era uma impossibilidade física engolir água. Devido a isso, ela sobreviveu por alguns 
meses comendo frutas aquosas e melões, até que, durante uma sessão de hipnose, ela revelou num ataque 
de raiva, como, para sua grande aversão, uma ex-governanta havia deixado um cão beber água que estava 
num copo, em sua presença. 
 Tão logo acordou do transe, ela imediatamente pediu água a Breuer, esvaziando o copo com 
facilidade. Isto fez com que Breuer concluísse que a simples recordação das experiências traumáticas do 
passado (do cão bebendo água num copo) foi responsável pela remoção dos sintomas. Depois de chegar a 
esta conclusão, Breuer tentou então associar todos os sintomas dos pacientes com experiências traumáticas 
no passado. Depois de trabalhar com Anna O. por quase um ano, Breuer foi capaz de remover seus sintomas 
de cegueira, paralisia, surdez, a contratura de seu braço direito, sua falta de sensibilidade, tosse, tremores 
e outros sintomas, apenas através da repetição dos transes que revelaram mais e mais suas experiências do 
passado, que continham incidentes traumáticos danosos. 
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 Tal como Wolberg afirma em seu livro Medical Hypnosis, “A importância da obra de Breuer jaz na 
mudança de ênfase na terapia com hipnose, da remoção direta dos sintomas para o enfoque na causa 
aparente desses sintomas". 
Apesar de Janet ter chegado a esta mesma conclusão simultaneamente, o crédito por esta descoberta foi 
dado a Breuer. 
 
 Dr. Eugene Azam 
 Azam, um professor da Faculdade de Medicina em Bordeaux, e correspondente na Academia de 
Medicina em Paris, escreveu em 1887 um livro sobre um caso de consciência dividida. Ele descreveu em 
detalhes o caso de uma jovem, chamada Felita X., que o procurou pela primeira vez durante o mês de junho 
de 1858. Ele percebeu muitos fenômenos hipnóticos nesta paciente, fazendo algumas deduções psicológicas 
que confirmaram muitas das conclusões de Braid. 
 O Professor Jean Martin Charcot (supra) escreveu o prefácio do livro, elogiando muito a obra do Dr. 
Azam. Traduzido do francês, dizia o texto: 
“Na época de hoje, em que o Hipnotismo chegou e é agora a aplicação regular deste método de descrição 
de doenças, que finalmente tomou seu lugar entre os fatos da ciência positiva, seria injusto esquecer os 
nomes daqueles que tiveram a coragem de estudar esta questão numa época em que estava sob a 
desaprovação universal. O Dr. Azam foi um dos pioneiros, sendo o primeiro na França. Ele buscou controlar, 
através de sua experiência pessoal, os resultados anunciados por Braid. A boa sorte de uma descoberta 
inesperada, é verdade, foi-lhe favorável ao dispor-lhe a experiência de uma paciente, que espontaneamente 
apresentou vários fenômenos que haviam sido descritos por Braid. Mas, quantos médicos que estivessem 
no lugar do Dr. Azam teriam passado por estes fatos interessantes sem se deterem, quer por medo de serem 
confundidos por uma histeria jugular, ou por medo de comprometerem suas reputações ao realizar estudos 
que haviam sido desacreditados, ou simplesmente por seguir a preguiça científica que nos desprovê do 
benefício de novas coisas no desenvolvimento moderno? Os resultados do Dr. Azam não são apenas de 
interesse históricos: esta análise redescobriu a parte mais importante dos fenômenos somáticos e da 
anestesia psíquica, hiper-anestesia, contratura e catalepsia, que aprendemos, desde que neste ano foram 
apresentados, de acordo com uma determinação rigorosa, uma categoria especial de indivíduos (pacientes). 
Seria interessante observar, a bem da verdade, que pela escolha dos indivíduos e pela natureza dos 
fenômenos produzidos, os casos clínicos do Dr. Azam pertencem à hipnose histérica. É dito que esta forma 
de hipnose primeiro tomou seu lugar na ciência e somente agora chegou até nós. 
 Ela manifesta sintomas tão característicos a ponto da pessoa mais cética não poder duvidar de sua 
existência. Portanto, devemos convidar nossos eminentes colegas a tomar parte no sucesso da obra ao qual 
ele contribuiu, após termos registrado a pesquisa do Dr. Azam com aqueles da escola de Salpêtrière.” 
Azam enfrentou grandes dificuldades para remover a aura de mistério da hipnose, e foi elogiado por Charcot 
por isso. O Dr. Heinz Hammerschlag afirma em seu livro Hypnose und Verbrechen que os estudos de Azam 
em Bordeaux, apesar de importantes, foram importantes primariamente porque estes estudos atraíram a 
atenção de Liebeault, que foi o primeiro a ser bem sucedido em dar a estes pesquisadores uma novo ponto 
de vista. 
 Ele esforçou-se para atribuir os fenômenos da hipnose à influência psiquiátrica da sugestão, em vez 
da influência do magnetismo, que havia antes sido tão popular na época de Mesmer. 
Como Charcot pôde continuar a manter a afirmação ridícula de que todos os assuntos hipnóticos eram 
"histéricos", face a face com a pesquisa de Braid, e do lado oposto de sua boca elogiar o Dr. Azam por 
esclarecer e reiterar as conclusões de Braid, é algo completamente incompreensível. 
 
 Sigmund Freud 
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 Até mesmo começar a tentar resumir a vida e a obra de um gênio é naturalmente impossível. Da 
mesma maneira, escolher incidentes específicos em sua vida e, ao descrevê-los, esperar que se compreenda 
o raciocínio intricado da mente de Freud, seria tão ridículo quanto descrever George Washington como "o 
garoto que cortou uma cerejeira". Várias centenas de livros foram escritos sobre Sigmund Freud, 
possivelmente o mais completo deles sendo The Life and Work of Sigmund Freud, de Ernest Jones (1879 - 
1958), em três volumes. Para uma outras, mas estando tal tarefa além do escopo deste texto, devemos 
nos satisfazer com um pequeno resumo da ligação de Freud com o desenvolvimento da hipnose. 
Foi a obra de Breuer que atraiu Freud e que o fez publicar seu famoso livro coautorado por Breuer, Studien 
uber Hysterie, que foi publicado em 1895. Breuer e Freud concluíram corretamente que os sintomas 
histéricos são desenvolvidos como resultado de experiências repressivas danosas, e que se estas 
experiências danosas fossem novamente liberadas da mente subconsciente por uma catarse mental, os 
sintomas histéricos seriam eliminados. Breuer conseguiu isso através do uso da hipnose, mas Freud, um 
hipnotista pobre, achou que a livre associação conjugada com a psicanálise eram veículos através dos quais 
poderia realizar seu trabalho de forma melhor. 
 Parlour observou que, apesar de que Freud menosprezou a "hipnose" formal, ele no entanto usou 
constantemente muitas técnicas de hipnose, tais como "tocar a testa do paciente", "a concentração da 
mente do paciente", "o relaxamento do corpo sobre um sofá" e "o farto uso da imaginação". Este fato foi 
muito negligenciado durante o tempo em que Freud viveu, atenção sendo dada às palavras de Freud que 
nem sempre explicavam as ações do mesmo. 
Foi durante este período que uma das idéias mais errôneas a respeito da hipnose ganhou terreno, e que 
ainda hoje, infelizmente, é difícil desalojar das mentes de muitos médicos e de milhares de leigos. 
 Devido à condenação da hipnose feita por Freud em favor da psicanálise, as pessoas começaram a 
associar a hipnose com "sugestões diretas" (este sendo apenas um dos aspectosdo hipnotismo). Por 
conseguinte, o público em geral e os leigos também começaram a pensar em termos de psicanálise versus 
sugestão direta. O que não foi suficientemente explicado foi que a ciência e arte do hipnotismo contém 
tanto análise quanto 
sugestão, e quando corretamente aplicada não apenas fraciona o problema em seus componentes para 
análise, mas recompõe o indivíduo novamente com uma Síntese. 
 A psicanálise convencional, entretanto, com sua falta de orientação diretiva, elimina inteiramente a 
última parte mencionada acima e torna a primeira delas lenta, incômoda e muitas vezes ineficaz. 
Todavia, devido ao grande brilho e popularidade de Freud, as palavras “associações livres” e “psicanálise” 
tornaram-se as senhas da época, e a hipnose novamente mergulhou na obscuridade. 
Alguns especialistas, tal como Pierre Janet da França, Bramwell e Moll da Grã-Bretanha, Morton Prince e 
McDougall dos Estados Unidos, e Pavlov na Rússia, continuaram a fazer uso do hipnotismo. A maioria dos 
neurologistas (naquela época, a maior parte das doenças mentais era investigada do ponto de vista da 
“neurologia”) foi imediatamente influenciada pela teoria e métodos de Freud. 
 Freud era um homem fascinante. Ele nasceu no dia 6 de maio de 1856, na cidade morávia de 
Freiberg, uma pequena e antiga cidade industrial que então pertencia ao Império Austro-Húngaro. Sua mãe, 
Amália, por quem teve um forte apego edipiano, era vinte anos mais nova que seu pai Jacob. A família 
mudou-se para Viena, onde viveu sua vida. Seu pai morreu em outubro de 1896, quando Freud tinha quatro 
anos, afetando-o profundamente, o que expressou numa carta que escreveu ao seu amigo, o Dr. Fliess. 
 A família de Freud era judia, mas Freud ignorava as comemorações dos judeus, e em vez disso 
celebrava o Natal e o Ano Novo porque "era mais fácil". Este tipo de comportamento parece muito incomum 
para um não conformista, mas como afirmamos acima, Freud era na realidade um paradoxo, dizendo 
algumas coisas e praticando outras. Ele constantemente afirmava, por exemplo, que era um cientista de 
primeira linha, que buscava sempre a verdade e somente a verdade. 
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 Até sua morte, ele continuou a acreditar na teoria de Lamarch de que características pessoais 
adquiridas poderiam ser herdadas, algo que nenhum verdadeiro cientista da época acreditava mais, da 
mesma forma que não acreditava que o mundo era plano. Freud também interessou-se pelo ocultismo e 
pela telepatia, e abertamente afirmava sua crença neles, apesar de nunca ter publicado obras deste teor. 
Freud acreditava sobremaneira na magia dos números, e seu amigo íntimo William Fliess, mencionado 
acima, afirmou que Freud acreditava que coisas importantes aconteciam aos seres humanos em ciclos de 
23 a 28 dias. Ele previu sua própria morte na idade de 61 ou 62 anos, e ficou um tanto quanto desapontado 
depois de ter passado por essa idade, elevando assim sua predição para 85 anos e meio, a idade em que seu 
pai e seu meio irmão morreram. O filho mais velho de Freud, Jean Martin Freud, cujo nome lhe foi dado em 
homenagem a Charcot, o qual Sigmund admirava tanto, publicou um livro relativamente novo sobre a vida 
doméstica de Freud como pai e como homem. Freud conheceu sua esposa em abril de 1882, e apaixonou-
se à primeira vista, apesar de não ter se casado antes de ter prestado um mês de serviço em manobras do 
Exército Austríaco em 1886, quando foi promovido de Primeiro Tenente a Capitão. 
 Freud trabalhava como especialista em doenças nervosas, e era um professor iniciante na 
Universidade de Viena quando Jean Martin nasceu. Ele vivia em Suenhaus, frente a Ringstrasze, mas 
escreveu muitos de seus melhores livros em cenários naturalistas. A Interpretação dos Sonhos, 
provavelmente um dos livros mais famosos de Freud, foi escrito numa vila em Berchtesgaden, uma linda 
estância situada no alto das montanhas da Bavária, que mais tarde se tornaria famosa como o bem guardado 
refúgio de Adolph Hitler. Freud estava sempre imaculada e cuidadosamente vestido, mesmo durante os 
últimos dezessete anos de sua vida, nos quais dolorosamente submeteu-se a uma operação após a outra 
por causa dos cânceres incuráveis que tanto o incomodaram. 
 Ele manteve seu senso de humor mesmo após a maior parte da estrutura de sua boca, pálato e 
maxilar ter sido removida, e de ter sido forçado a usar uma prótese monstruosa para poder fechar a abertura 
entre a cavidade nasal e a garganta para poder falar. Fraco e incapaz de falar, exceto em seu alemão nativo 
(apesar de que antes falasse bem o francês e o inglês), disse certa vez à cantora francesa Yvette Guilbert: 
"Meine Prosthese Spricht Keine Franzosisch" (Minha prótese não fala francês). 
 Freud submeteu-se a um total de 33 operações, incluindo uma operação de esterilização, a qual 
esperava que de alguma maneira mudaria a configuração hormonal de seu corpo, evitando que o câncer se 
espalhasse. Ele fugiu para a Inglaterra em 1938 para escapar de Hitler, e aos 82 anos de idade, em Londres, 
recuperou-se o suficiente para fazer quatro tratamentos de análise por dia. Freud odiava as drogas e tomava 
apenas aspirina ocasionalmente. Em fevereiro de 1939 seu câncer finalmente o encurralou, sendo 
considerado inoperável e completamente incurável na época, e, no dia 21 de setembro daquele ano, pediu 
ao seu médico, o Dr. Max Schur, que lhe desse um sedativo. "É somente tortura agora, e não faz mais 
qualquer sentido", disse Freud, e dias depois, com 83 anos de idade, ele morreu. Sua filha Anna permaneceu 
ao seu lado durante sua longa enfermidade, mantendo-o confortado. "O mais importante," disse o 
biógrafo Jones (que talvez foi o psicanalista de língua inglesa número um em sua época), "é a crescente 
consciência que as pessoas têm de serem movidas por forças obscuras dentro de si mesmas, as quais não 
conseguem definir. 
Poucos pensadores hoje em dia poderiam afirmar possuir um conhecimento completo de si mesmos, ou de 
que o que estão conscientemente cientes engloba o total de sua mentalidade, e este reconhecimento, com 
todas suas consequências formidáveis para o futuro das organizações sociais, nós devemos acima de tudo a 
Freud. O principal inimigo e perigo do homem é sua própria natureza incontrolável e as forças negras 
enclausuradas em seu interior. Se nossa raça tiver sorte de sobreviver por outros mil anos, o nome de 
Sigmund Freud será lembrado como aquele do homem que foi o primeiro a averiguar a origem e a natureza 
destas forças e que apontou a maneira de obter algum controle sobre elas". 
 
 EMILE COUÉ - (1857-1926) 
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 Farmacêutico francês, seu nome está associado às pesquisas sobre o "Efeito Placebo", é considerado 
o pai da Auto-Hipnose. Coué se baseou num fato que ocorreu "por acaso": Ao administrar um medicamento 
a um paciente, disse-lhe que era um remédio poderoso recém-chegado de Paris e que, sem dúvida, 
promoveria a cura - mas o medicamento não tinha essa especificação. Interessado 
pela hipnose, ele conclui dessa experiência que "na verdade, não é a sugestão que o hipnotizador faz que 
realiza qualquer coisa, é a sugestão que é aceita pela mente do paciente. Todas as sugestões efetivas devem 
ser ou são transformar em autossugestões" . Descobriu, assim, que não era necessário "hipnotizar" um 
paciente para induzi-lo a reagir desta ou daquela forma. Bastava "relaxar" o paciente e "fazer a sugestão", 
com voz firme, decidida, para obter o mesmo resultado. Foi ele quem formulou vários princípios e leis que 
fundamentam a aplicação e sistematização do processo sugestivo. 
 Foi no início do séc. XX que Emile Coué começou a popularizar a autossugestão consciente. Autor de 
alguns livros sobre o tema, dois deles, publicados em português, propunha uma auto hipnose genérica, 
extremamente simples e, por isso mesmo, muito popular. A frase que se tornou a suamarca registrada foi: 
"De dia para dia, em tudo e por tudo, vou cada vez melhor". Esta frase destinada a ser repetida 20 vezes 
todas às noites, antes de dormir e logo ao acordar, faz parte do célebre método que ele chamou de "Domínio 
de si mesmo pela autossugestão consciente" e começou a popularizar a autossugestão consciente. Essa 
frase se tornou muito popular no Brasil, graças a Omar Cardoso, radialista e astrólogo que a utilizava na 
abertura de seu programa nos anos 70. 
 
 
 Milton Hyland Erickson, (1901-1980) 
 A partir do 1980 a hipnose tornou-se muito popular devido a uma nova orientação conhecida como 
Psicoterapia Ericksoniana ou Hipnose Naturalista Fruto do trabalho do médico e psiquiatra americano Milton 
Hyland Erickson, (1901-1980). Dentre as inúmeras contribuições para o campo da Psicologia deixadas por 
ele, pode-se citar o conceito de utilização da realidade individual do paciente, levando sempre em 
consideração o indivíduo que está passando pelo processo terapêutico e sua realidade pessoal. Erickson 
trabalhava em cima do sintoma do paciente, entrando, através de uma hipnose naturalista, na forma em 
que a pessoa causava o problema a si mesmo. 
Outros Grandes autores do século XX que cunharam a Hipnose: 
 
 - Ivan Pavlov (1849-1936) - Transe “sono incompleto”, causado por sugestões hipnóticas. As 
sugestões provocariam uma excitação em algumas partes do córtex cerebral e inibição em outras partes. 
Criador da indução reflexológica. 
 
 - Pierre Janet (1849-1947) - descreveu o transe como dissociação. Introduziu o termo subconsciente 
para diferenciá-lo do inconsciente. 
 
 - 1918 - No Congresso de Psicanálise de Budapeste - frisou a importância de aliar a psicanálise à 
hipnose. 
 
 - 1938 - Falou da legitimidade de alguns fenômenos hipnóticos – no Esboço de Psicanálise. 
 
 - Ernest Simmel - psicanalista alemão (1918) - desenvolveu a hipnoanálise. 
 
 - Clark L.Hull (1984-1952) - professor de Psicologia em Yale, interessou-se pelos aspectos 
experimentais da hipnose. Autor do livro, “Hypnosis and Sugestibility” - considerava os fenômenos 
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hipnóticos como uma resposta adquirida, igual aos hábitos. Teoria da aprendizagem: repetição associativa, 
condicionamento e formação de hábito. 
 
 - Kris (1952) - regressão dirigida a serviço do ego. 
 
 - André M. Waitzenhoffer (1921-1953) - reforça o conceito da aprendizagem, mas caracteriza o 
transe como experiência naturalista. 
 
O Transe Hipnótico 
 
O transe hipnótico pode ser definido como um estado alterado de consciência. Nesse estado podem 
ocorrer vários fenômenos neurofisiológicos e mentais modificados. Os mais comuns são: a anestesia 
(ausência de dor), a alta sugestionabilidade (fenômeno mental), paralisia (incapacidade de mover o corpo 
ou partes dele), hiperestesia (aumento dos sentidos e das sensações), a amnésia (perda temporária da 
memória), visões de imagens e audição de sons ou vozes (por vezes encaradas como alucinações visuais e 
auditivas), dentre outros. 
 
Além destes, há outros sinais possíveis de serem verificados que evidenciam o transe. Lívio Túlio 
Picherle nos dá indicações a esse respeito: 
 
Alterações Pupilares 
Alterações Musculares e Sensoriais 
Lentificação do Reflexo de Piscar 
 
Lentificação do Pulso 
Lentificação da respiração 
Catalepsia 
Distorção do tempo 
Ideação autônoma 
Mudança de qualidade da voz 
Relaxamento 
Economia de movimentos 
Enrijecimento facial 
Sensação de distância 
Falta de resposta de susto 
Diminuição da salivação, dentre outros. 
 
A palavra transe está historicamente associada a sua utilização com Hipnose. O objetivo da Hipnose 
não é o transe, mas este deve ser considerado como um meio através do qual pode-se atingir um objetivo 
qualquer, seja terapêutico ou não. 
 
Apesar do termo transe ter sido, principalmente no Brasil, associado a estados modificados de 
consciência durante experiências religiosas ou místicas, a palavra deve ser empregada dentro de um 
contexto científico, principalmente entre pesquisadores que usam a Hipnose. 
 
O transe hipnótico possui diversos graus de intensidade. Pesquisadores procuram 
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classificar o transe em três níveis principais: transe leve, transe médio e 
transe profundo. O primeiro e o segundo são os mais usados dentre os terapeutas e psicólogos em suas 
abordagens de tratamento; o terceiro é mais comum nas práticas de Hipnose na Odontologia, onde se visa 
atingir uma anestesia natural sem a necessidade do uso de substâncias a fim de se realizarem cirurgias e 
outros procedimentos. Porém, na maioria das vezes não se pode controlar o grau do transe, pois isso vai 
depender da pessoa e de sua capacidade de “mergulhar” mais ou menos no estado de consciência alterado. 
 
Dentro do trabalho com TVP, o transe não deve ser encarado como uma supressão da consciência, 
mas como uma interiorização do indivíduo dentro de si mesmo, visando focalizar nas origens dos seus 
problemas atuais. Diz-se que o transe é a porta de acesso aos conteúdos inconscientes. Além disso, qualquer 
focalização ou concentração num tema pode provocar o estado de transe, ou estado alterado de 
consciência. 
 
 
 
O transe pode ser provocado espontaneamente, mesmo por uma simples pergunta. A insistência de 
frases repetidas (como demonstrou Morris Netherton), tal como os postulados (falaremos sobre isso mais 
adiante), podem induzir uma pessoa ao transe e serem as portas de entrada para uma vida passada. A 
focalização da atenção em partes do corpo, em emoções, em palavras, frases ou sentenças e em imagens 
que brotam espontaneamente podem ser suficientes para ativar o estado de transe e também podem ser, 
elas mesmas, um efeito do transe previamente estabelecido. 
 
Apesar do termo transe ter tomado uma significação mais voltado ao seu aspecto 
neurofisiológico e médico, é possível considerar o transe, assim como os estados alterados 
de consciência, como sendo o resultado de uma emancipação de nossa vibração mental; 
uma expansão de nossas capacidades psíquicas. Talvez o transe seja um provocador 
tanto de uma internalização quanto de uma externalização de nossa energia: 
 Internalização: para recuperar algo que já esteve em nós; 
 Externalização: para atingir algo que está além de nós. 
 
Léon Denis se referia ao transe magnético como sendo uma emancipação de nosso ser: “O estado 
de transe é esse grau de sono magnético que permite ao corpo fluídico exteriorizar-se, desprender-se do 
corpo carnal, e à alma voltar a viver por um instante sua vida livre e independente”. É preciso mencionar 
que na Terapia de Vidas Passadas, existe a preferência pelo termo “estado alterado de consciência” em vez 
do termo transe. 
 
A Hipnose Regressiva 
 
A Hipnose Regressiva é uma técnica realizada por meio da Hipnose que faculta ao indivíduo 
revivenciar, mediante um estado de transe leve, médio ou profundo, certas fases anteriores de sua vida. 
Essa também é chamada de Regressão de Idade. 
 
A Hipnose Regressiva não é necessariamente aplicada com fins terapêuticos. Ela pode ser realizada 
com finalidades de pesquisa. Mas quando o objetivo é o tratamento de problemas de ordem emocional e 
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psíquica, o hipnoterapeuta deve investigar fatos e eventos da vida do cliente que possam ser a força 
motriz ou o desencadeador da queixa. 
 
Diz Lívio Túlio Picherle que a Hipnose regressiva “pode ser usada para regressão de curto prazo, para 
melhorar a memória de determinados detalhes parcialmente esquecidos ou para regredir a fases 
traumáticas da infância, do parto, da gravidez, e em certos casos para voltar a supostas vidas anteriores”. 
 
O objetivo da Hipnose Regressiva é usar as técnicas comuns de Hipnose para se percorrer o passadodo atendido e reviver ou reativar reminiscências ou arquivos que estejam de alguma forma vinculados ao 
quadro clínico apresentado. Essa abordagem procura levar a pessoa a experimentar várias fases diferentes 
de sua vida, como a adolescência, a infância, o nascimento e a fase intrauterina. 
 
Além desse limiar, os terapeutas de vidas passadas afirmam existir um vasto e profundo arquivo 
desconhecido, e até então não acessível à consciência, que pode ser a causa de inúmeros males que assolam 
o ser humano. 
 
A Hipnose regressiva não necessariamente nos faz reviver vidas passadas, embora isso seja uma 
possibilidade sempre presente. Mesmo os terapeutas de regressão que não consideram como hipótese de 
trabalho a realidade da transmigração da alma, ou reencarnação, podem já ter presenciado vários casos em 
que a pessoa, durante a regressão, começa a relatar cenas, imagens e eventos associados a situações que 
parecem pertencer a um passado longínquo, além de sua existência atual. Porém, quando isso ocorre, alguns 
terapeutas céticos interpretam esses dados e o material psíquico evocado como sendo produto da fantasia 
ou mesmo um conteúdo simbólico do psiquismo, como um psicodrama. 
 
A Hipnose Ericksoniana 
 
A Hipnose Ericksoniana é uma modalidade de Hipnose clínica que teve origem com as pesquisas do 
psiquiatra norte-americano Milton H. Erickson. Erickson é considerado um dos maiores ou mesmo o maior 
hipnotizador de todos os tempos. Ganhou fama de conseguir induzir qualquer pessoa ao transe com grande 
simplicidade. Isso ocorre por que, na Hipnose clássica, as pessoas têm certa resistência a colocar-se sob o 
comando do terapeuta, pois temem a perda do controle consciente. Na Hipnose Ericksoniana, ao contrário, 
trabalha-se com a sensação da transferência desse poder e controle do terapeuta para o paciente, deixando-
o muito mais tranquilo e aberto. 
 
Erickson entendia que a eficácia de uma técnica universal da Hipnose era 
significativamente reduzida, por isso optou em se especializar no entendimento da forma singular 
que cada pessoa possui de entrar em transe. Desenvolveu então um estilo próprio de se realizar a Hipnose. 
Erickson verificou que a Hipnose deveria ser adaptada à realidade psíquica de cada cliente e acredita-se 
que isso conferiu uma maior qualidade ao seu trabalho. Erickson evitava entrar em confronto com as
 crenças dos pacientes e procurava segui-los em sua subjetividade. Dessa forma, na
 Hipnose Ericksoniana, não se procura incutir nenhuma sugestão que possa atrapalhar o 
transe, já que tudo ocorre de forma natural quando se “segue” a singularidade do paciente. 
O psiquiatra desenvolveu aos poucos um método em que a resistência do cliente era sensivelmente 
diminuída, sem que o próprio cliente se desse conta disso. Inclusive, segundo Erickson, seu método 
permite tratar uma pessoa usando a Hipnose com um mínimo de resistência, o que garante os melhores 
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efeitos terapêuticos. Pode-se inclusive, tal como na TVP, utilizar-se dos próprios sintomas, crenças, ideias 
fixas e até mesmo sua própria resistência para fazê-lo entrar em transe. 
 
O hipnólogo que segue o método Ericksoniano presta bastante atenção nas pistas não verbais, ou 
seja, na linguagem corporal do paciente, tal como a sua forma de 
se sentar, o movimento dos olhos, a expressividade com mãos e braços, as posturas diversas, 
a expressão facial, dentre outros. Desse modo, pode-se inclusive adaptar nossa linguagem de 
forma sutil à linguagem do paciente, para que este se sinta ainda mais a vontade. 
 
Apesar de Erickson não formular uma teoria uniforme e tão pouco preocupar-se em definir sua 
metodologia, outros pesquisadores estudaram seus métodos. É importante mencionar que foi a partir do 
seu trabalho que pesquisadores como Richard Bandler, Gregory Bateson, William H. O Hanlon, Ernest Rossi 
e outros desenvolveram o que ficou conhecido como PNL (Programação Neurolinguística). O próprio 
Erickson curiosamente declarava não saber exatamente como levava as pessoas ao transe e sequer como 
as curas eram realizadas. 
 
 
 
Muito ainda poderia ser descrito sobre o método, mas não é nossa intenção aprofundar-nos na 
Hipnose Ericksoniana. Falando um pouco do homem, parece que Erickson é um desses poucos seres que 
trazem o conhecimento da Hipnose de forma intuitiva e aplicam aquilo que está guardado em seus arquivos 
espirituais sem compreender bem seus mecanismos lógicos. Talvez esses mecanismos sejam menos para 
ser compreendidos e mais para serem vivenciados. 
 
 
 
NEUROCIÊNCIA 
 
 Na atualidade podemos verificar que a correria com que vivemos e a rotina estressante que 
vivenciamos em nosso dia a dia tem provocado o aparecimento de diversos transtornos psicológicos 
conhecidos comumente como doenças modernas. Estes distúrbios podem gerar tantos malefícios quanto 
uma doença terminal. Isso porque esses transtornos provocam e desencadeiam uma série de 
comportamentos nocivos que pode prejudicar não só o corpo físico como principalmente a mente. Doenças 
modernas como depressão, ansiedade, estresse, síndrome do pânico entre outras. 
 Nos dias atuais a hipnose está em grande crescimento seja ela hipnose clínica ou hipnose de 
palco. A primeira trabalha em ambiente terapeuta auxiliando na busca do equilíbrio da saúde emocional do 
ser humano e o segundo para entretenimento. 
 Duas técnicas que levam a pessoa a um estado alterado de consciência. Na hipnose clinica pode ser 
utilizada de duas principais formas a hipnose verbal e a hipnose não verbal. Neste curso será abordada a 
hipnose não verbal 
A hipnose não verbal é uma técnica onde leva o indivíduo a um transe profundo podendo libertar a pessoa 
de muitos traumas e fazer com que o organismo busque o equilíbrio entre o corpo e mente. 
 Para iniciarmos este curso é importante entendermos como funciona o sistema nervoso de cada 
indivíduo normal. 
 O encéfalo e apenas do encéfalo surgem nossas emoções como felicidades, alegrias, satisfações, 
contentamentos, bem-estar, prazeres, hábitos, pensamentos, ações, motivações, aprendizados, memórias, 
etc. Assim como nossas tristezas, infelicidades, traumas, estresse, depressões, ansiedades, medos, fobias, 
inseguranças, etc. 
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 O encéfalo humano é uma rede neural de aproximadamente oitenta e seis bilhões de neurônios 
formando um circuito neural que constroem a percepção do mundo externo. Primeiramente é muito 
importante compreendermos a mente, como os neurônios estão organizados e como se comunicam por 
meio da transmissão sináptica na base das emoções, comportamentos e aprendizagem. 
 Neste contexto vamos unificar o corpo e a mente como um conjunto de funções encefálicas. 
Consequência que todos os transtornos que caracterizam doenças psiquiátricas resultam de distúrbios de 
função encefálica, transtorno afetivo (sentimento) e cognitivo (pensamento). 
 Como bilhões de células nervosas formam nosso sistema nervoso e assim produzem 
comportamentos e estados cognitivos resultante do ambiente em que vivemos. 
 Será apresentado um resumo de algumas partes funcionais do encéfalo: 
 O lobo frontal está envolvido em memórias de curto prazo e planejamento de ações futuras além do 
controle do movimento. 
 
 O lobo parietal está envolvido com sensações somáticas (mecanismos nervosos que coletam 
informações sensoriais, a partir do corpo, visão, audição, o olfato, gustação e o equilíbrio) relação com o 
espaço extra pessoal. 
 
 O lobo occipital está envolvido com a visão, compreensão do mundo. Processa os estímulos visuais 
de forma permanente, analisando distâncias, formas, cores, movimentos…. 
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 O lobo temporal está envolvido com a audição é a área do nosso cérebro que mais favorece nossas 
mudanças,pois graças a ele aprendemos, lembramos, nos motivamos, processamos informações, 
estabelecemos vínculos emocionais para podermos nos adaptar melhor ao nosso ambiente. 
 
 O Hipocampo e a amigdala são duas estruturas cerebrais fundamentais para a formação, 
armazenamento e interpretação de novas memórias. 
 O hipocampo é responsável pela CONVERSÃO de memórias de curto prazo em memórias de longo 
prazo, na prática, isto significa que esta região forma, organiza e armazena novas informações no cérebro. 
A amígdala é fundamental para a formação de memórias associadas a um contexto emocional, sendo o 
núcleo que determina a relevância positiva ou negativa de uma nova informação. 
No hipocampo e na amigdala estão armazenadas todas as nossas memórias e emoções. 
 
 Emoções são as percepções conscientes das respostas emocionais. Quando o encéfalo detecta tais 
estímulos emocionalmente competentes, envia comandos a redes que controlam as glândulas endócrinas, 
o sistema nervoso autônomo e o sistema musculoesquelético. O sistema endócrino é responsável pela 
secreção de hormônios na corrente sanguínea e por sua regulação. As alterações autônomas e endócrinas 
envolvidas nos estados emocionais são parte dos mecanismos de regulação homeostática do organismo, 
que são acionados sempre que o corpo é confrontado com estímulos com carga intrínseca. A motivação 
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intrínseca trata daquela que depende exclusivamente do indivíduo e que está diretamente ligada aos seus 
sentimentos, gostos, prioridades, desejos e outros estímulos relacionados às questões internas. 
 A motivação extrínseca são estímulos externos processados pelos sistemas sensoriais que 
convergem em sistemas de processamento emocional. Se os estímulos são emocionalmente salientes, 
sistemas da emoção, como a amígdala, são ativados também. A amígdala surgiu como uma região crucial as 
emoções. Sinais de saída dos sistemas que processam a emoção para as regiões hipotalâmicas do tronco 
encefálico ativam células efetoras que controlam a expressão das respostas fisiológicas, incluindo ação 
musculo esquelética, atividade do sistema nervoso autônomo e liberação hormonal. 
 Os neurônios são especialmente dotados da capacidade de se comunicarem de modo preciso e 
rápido com muitas outras células do corpo. Os neurônios são elétrica e quimicamente excitáveis vamos ver 
adiante. As proteínas são produzidas tanto nos neurônios como em outras células excretoras. A sinalização 
no encéfalo depende de a capacidade das células nervosos responderem a um estimulo. Nas células 
sensoriais o potencial da membrana é alterado em resposta a um estimulo físico mínimo, receptores nos 
olhos respondem a um simples fóton de luz; neurônios olfativos detectam uma simples molécula de 
substancia odorífera; e as células ciliadas na orelha interna respondem a pequenos movimentos de 
dimensão atômica. 
Uma técnica de imagem não evasiva para visualização de atividades no encéfalo, não apenas 
confirmou que a leitura e a fala ativam áreas diferentes no encéfalo, como também revelou que o ato de 
pensar acerca do significado de uma palavra na ausência de sinais de entrada sensorial ativa uma outra área 
distinta no córtex frontal esquerdo. 
Figura 01 - Olhando para a palavra - A leitura de uma única palavra produz uma resposta, tanto no córtex 
visual primário quanto no córtex visual associativo 
 
Figura 02 - Ouvindo a palavra - Ouvir uma palavra ativa no córtex temporal e ocorre também uma junção 
dos córtices temporal e parietal. A mesma lista de palavras usadas no teste de leitura (A), foi utilizada no 
teste em que o participante ouvia as palavras. Os resultados dos testes em que as palavras eram lidas e os 
resultados daqueles em que as palavras eram ouvidas mostram que o encéfalo não utiliza a via auditiva para 
retransmitir um sinal visual transformado. 
 
Figura – 03 Falando a palavra - Solicitou-se participantes que repetissem uma palavra apresentadas por fone 
de ouvido. A palavra falada ativa a área motora suplementar do córtex frontal medial. A área de broca é 
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ativada s a palavra é ouvida ou lida. Assim vias visuais e auditivas convergem na área de Broca, a região 
comum para a articulação motora da fala. 
 
Figura 04 - Pensando em palavra - Solicitou-se aos participantes que respondessem a palavra “encéfalo” 
com um verbo adequado, por exemplo “pensar”. Esse tipo de tarefa ativa o córtex frontal, assim como as 
áreas de Broca e Wernicke. Essas áreas desempenham um papel em toda as representações cognitivas e 
abstratas. 
 
 
Cada uma das quatro imagens do encéfalo apresentadas aqui (mostrando o lado esquerdo do 
cérebro) representa na verdade, a atividade encefálica média para diversos indivíduos normais. Nessas 
imagens por tomografia por emissão de pósitrons, branco indica áreas de maior atividade, vermelho e 
amarelo indicam áreas de atividades bastante alta, azul e cinza indicam áreas de atividades mínimas. 
 Para ilustrar esse ponto, deve-se considerar o modo como os seres humanos aprendem, 
armazenam e evocam informações acerca de objetos, pessoas e eventos. A simples introspecção sugere que 
cada fragmento do conhecimento é armazenado como uma representação única, que pode ser evocada em 
resposta a estímulos ou mesmo pela simples imaginação. Tudo aquilo que uma pessoa sabe acerca de sua 
avó, por exemplo, parece estar armazenado em uma representação completa, que é igualmente acessível 
se a pessoa a vê pessoalmente, ouve sua voz ou simplesmente pensa nela. A experiência humana, no 
entanto, não é um guia confiável para a forma como o conhecimento é armazenado na memória, O que 
uma pessoa conhece de sua avó não é armazenado como uma representação única, e sim subdividido em 
categorias distintas e armazenado separadamente. Uma região do encéfalo armazena informações acerca 
das características fisionômicas invariáveis que disparam o reconhecimento visual. A informação acerca de 
aspectos variáveis de sua face — a expressão e os movimentos dos lábios, relacionados à comunicação social 
— é armazenada em outra região. A capacidade de reconhecer a voz dela é mediada por outra região 
adicional. 
 
 A principal razão pela qual levou tanto tempo para a determinação de quais atividades mentais 
superiores são mediadas por certas regiões do encéfalo é o fato de esse ser o maior enigma biológico: a 
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representação neural da consciência e da autoconsciência. 
 
 
SINAPSES 
 Processo pelo qual as células nervosas se comunicam. Nas sinapses elétricas, o terminal pré-sináptico 
e a células pós-sináptica em estreita aposição em regiões chamadas junção comunicante formando uma 
ponte entre as células. As sinapses elétricas proporcionam transmissão instantânea de sinais e permite 
disparos rápidos e sincrônicos entre as células interconectadas. Uma das serventias dessas sinapses é por 
exemplo quando encostamos em algo quente, serve para tirarmos rapidamente a mão. Comunicação rápida 
a estímulos exteriores. 
 
 Nas sinapses químicas uma fenda (espaço) separa as duas células, de modo que elas se comuniquem 
através de canais comunicantes, portanto não possui uma continuidade estrutural entre neurônios pré e 
pós-sinápticos. O transmissor difunde-se pela fenda sináptica e liga-se a moléculas receptoras e nas 
receptoras na membrana pós-sináptica de modo a regular a abertura ou fechamento de canais iônicos pós-
sinápticos que podem excitar ou inibir o disparo de um potencial de ação. Nessa transmissão depende da 
difusão dos neurotransmissores na fenda sináptica. Neurotransmissor é uma substancia química que se liga 
aos receptores na membrana pós-sináptica. 
 
 Resumindo, quando um sinal elétrico chega ao final de um neurônio, ele dispara a liberação 
neurotransmissores (sinapses),

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