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MEDICINA TRADICIONAL CHINA (27/09/03) Como o material de trabalho da medicina chinesa é o animal (paciente) é necessário conhecer e entender todas suas atividades (situações de enfermidade), a acupuntura hoje em dia é vista como o mais antigo e completo sistema terapêutico pelo volume casuístico que atende, atentar par ao fato de que 40% das doenças são iatrogênicas. → Tratar do paciente como se fosse nós mesmos → Não garantir nada ao paciente, tudo depende de sua própria evolução Quando o frio se instala no organismo, custa a sair. Huang Di Nei Jing - Biblia do acupuntor (5000-6000 anos), 2 livros: 1) Su Wen: Como proceder com a vida sem buscar a enfermidade (imperador celeste) - IDEOGRAMAS 2) Ling Shu: Descreve situações patológicas e suas soluções IDEOGRAMA: Escritura com traços e significados, que depende da sua relação com outros ideogramas, e do contexto (matemática, agricultura…), ideogramas são entidades vivas que sofrem evoluções com o passar do tempo (como a representação ideogramática para Qi...) sintetiza uma simbologia para os movimentos energéticos que identificam, os níveis representam, respectivamente, o SUPERIOR (celeste), MÉDIO (humano) e INFERIOR (terrestre). Vale lembrar que o conceito de energia varia desde o mais concreto até o mais sutil. As práticas da MTC visam o resgate de um estilo de vida duradouro combatendo as 3 tentações do ser humano (egolatria, poder e glória), este estilo de vida conserva, amplia e questiona o conhecimento espiritual do ser, que não pode ser acelerado e não depende dos outros. Todas as leis que regem o universo regem também o ser humano, o organismo físico e espiritual pois, segundo o DAO somos um microuniverso dentro do macrouniverso, todos os princípios físicos aplicam-se às leis biológicas que regem a vida. A Medicina Tradicional Chinesa implica todo conhecimento pertencente à humanidade, que não é privativo ou exclusivo de uma comunidade, é perpetuada através do tempo pela transmissão oral, e validada continuamente. Instinto: es todo aquello que llevamos grabado, aprendido de antemano y que es necesario para la vida (comer, reproducirse, reír, llorar, hablar, etc.) y que surge de forma inevitable y natural. El instinto de hablar es uno de los más profundos del hombre. La estructura del lenguaje no es aprendida, nacemos con ella. Según el estudio de los Neuro lingüistas y lingüistas en general, se ve que dependiendo de las actividades de las comunidades primitivas humanas, desarrollan diversas estructuras del lenguaje, no es lo misma estructura sintáctica y semántica de los puebles que son cazadores, de aquellos que son agricultores o de las que son pescadores. El lenguaje es un instinto que va netamente ligado a la actividad del hombre, toda actividad psicomotora va a propiciar el desarrollo de un lenguaje y de una inteligencia adecuada. Por eso hoy en día se hace los trabajos de Estimulación Temprana. La estructura íntima de la materia obedece a la intención y el hombre expresa su intención a través de la “palabra”. Puntos de acupuntura: llamados también Resonadores, son los sitios donde la energía se comporta de una manera determinada. Al poner en esos puntos de acupuntura es hacer recordar su función. Tienen nombre y tenemos que llamarlos y nombrarlos bien. Ejm: 36 E (Fu Tan Li) “Divina Indiferencia Creativa Terrestre” 5 TR (Weing Wang) “Barrera Externa” Son canales de energía o Verbos de Luz que permiten la transmisión de luz. Originariamente no tienen número. Son nombres o varios nombres, hay razonadores que tienen varios nombres dependiendo de las necesidades, nos van a permitir acceder a esa esencia íntima de la materia o de ese espíritu configurado. Entonces al decir el nombre también proyectamos nuestra intención, y de esa manera se realiza el acto de sanar. El verbo es lo que da la vida y el verbo tiene fuerza creadora. Es imprescindible la transmisión oral y esta maneja Conceptos Universales, los cuales manejan criterios en los cuales uno debe ser impecable. Universal son todos aquellos elementos que son válidos en cualquier lugar, independientemente a la clase social, religión, etc. y que son válidos a pesar del transcurso de la historia, es decir aquello que se puede usar en cualquier lugar del universo, aquellos criterios que son incontestables y que son indiscutibles, son cosas simples que no se pueden discutir, son cosas axiomáticas. La única artista es la fuerza creadora, y se manifiesta su arte de una manera muy simple, es porque nos subyuga primero por que se mueve, si no se moviera nosotros no tendríamos percepción de los fenómenos, se mueve con un ritmo determinado, el ritmo es lo que permite a cada movimiento identificarlo como un evento único existencia. Tercero ese ritmo y ese movimiento se hace de una forma sencilla, natural. Cuarto se hace con entrega total y absoluta, de manera que esa identificación de la fuerza da como resultado una expresión que conocemos como belleza, que es inútil, no tiene utilidad, simplemente nos lleva a una vivencia gozosa más allá del placer. El error del artista es no darse cuenta que el también es como el universo que contempla, que tiene un movimiento, que tiene un ritmo, que puede hacerlo deforma sencilla y que debe hacerlo con entrega total y absoluta, cada uno en lo que es, no tratar de imitar. El problema es que el hombre al ver los elementos de belleza a tratado de atraparlos, a tratado de poseer el universo, porque es cautivador, no se ha dado cuenta que no puede atrapar nada. El hombre como es una obra de arte está diseñado como un artista. El universo puede existir sin nosotros. El hombre no forma parte de ningún eslabón ecológico. Para nosotros lo que nos rodea es imprescindible, somos inútiles para la creación. El gozo es una experiencia sin límites. La utilidad es una experiencia que tiene una función concreta. "...pois nenhuma grande descoberta jamais foi aceita de imediato. Pelo contrário, na Medicina, parece que o reverso é verdadeiro, e todos devem passar por um período de aprovação e até censura antes que o que parece ser a verdade óbvia seja reconhecido por todos...Mas essas aceitação tão lenta impede que as descobertas verdadeiras sejam conhecidas e amplamente aceitas mais cedo, e muitas vidas são assim sacrificadas desnecessariamente." Frank Slaughter EXECUTIVOS NA PONTA DA AGULHA É cada vez mais freqüente a presença de executivos nas boas clínicas de acupuntura. Matéria publicada em 28 de dezembro na Gazeta Mercantil, escrita por Álvaro Oliveira, mostra que a tensão do meio empresarial, as crises e ameaças de recessão e desemprego estão levando cada vez mais empresários e executivos aos consultórios. O stress é, em cerca de 70% dos casos, a motivação preferida das visitas, mas na lista aparecem problemas respiratórios, dores nas costas provocadas por tensão, problemas dermatológicos, entre outros. O aumento da freqüência nas clínicas especializadas é atribuído aos bons resultados que a acupuntura obtém nos tratamentos destes males. No caso das dores e tensões, o sucesso deve-se à liberação da endorfina, um calmante natural produzido pelo organismo. Já no sistema digestivo, ela age como regulador do movimento do tubo digestivo e colabora no tratamento da colite, prisão de ventre e úlcera. No sistema emocional, as agulhas agem também na liberação da endorfina, amenizando a angústia e ansiedade. A matéria cita o caso da publicitária Isabel Zanini, que se livrou, com a acupuntura, da dependência de três anos do tranqüilizante Lexotan. Acupuntura resolve dores crônicas Estudo alemão com mais de 40 mil pacientes comprovou a eficácia da Acupuntura. As agulhas conseguiram eliminar dores crônicas dos mais diversos tipos, na cabeça, nas costas e até nas juntas, em 90% dos voluntários. Em mais da metade dos pacientes o alívio veio em apenas duas semanas de tratamento, ou quatro sessões de acupuntura. Somente 2% precisaram de mais de dez aplicações. Os efeitos colaterais, como irritações no local da picada, aconteceram em menos de 1% dos avaliados.Ai! Que Alívio* No tratamento da dor, a acupuntura não é mais uma alternativa peculiar, mas um instrumento da corrente principal da medicina moderna Por Fred Guterl Traduzido por Patricia Paura Lei Dao está deitado de bruços, com as calças abaixadas, enquanto seu médico, Hong Na, torce e gira uma agulha em seu quadril e outra nas costas. "Doe", grita Lei - então dá uma risada, com os dentes cerrados, de onde ele foi se meter. Esse desconforto, contudo, não é nada se comparado à dor que o levou ao Hospital Wangjing, em Beijing, em primeiro lugar. Escritor de uma publicação jurídica, passa longas horas em sua mesa de trabalho, o que o faz sentir dores freqüentes e agonizantes na perna direita. Para a maioria de suas enfermidades, Lei prefere o uso de remédios e outros tratamentos convencionais, mas ainda não encontrou nada melhor do que a acupuntura para o alívio das dores musculares. "A medicina ocidental não pode fazer nada pela minha dor", declara Lei, "e a acupuntura funciona". Numerosos estudos científicos confirmam esse julgamento e, hoje em dia, é largamente aceito que a acupuntura é um tratamento eficiente para a maioria dos tipos de dor. Entretanto, Lei pode estar enganado quanto a um aspecto: a distinção entre medicina ocidental e acupuntura está cada vez menos clara. No mundo todo, a acupuntura está se tornando um tratamento autêntico para dor - outro instrumento, junto com analgésicos e anestésicos, na maleta do médico. Cada vez mais, médicos de acupuntura apresentam-se vestidos de branco e recebem seus honorários de sistemas de saúde estatais ou até de seguros médicos particulares. Mesmo na China, cientistas estão se esforçando para fundamentar essa arte ancestral em uma base científica sólida. No entanto, os cientistas não conseguiram propor uma teoria válida para o porquê de a acupuntura aparentemente funcionar. A medicina chinesa tradicional acredita que a acupuntura ajuda a facilitar o fluxo da força vital, ou qi, ao longo do corpo, através de 14 caminhos principais, ou "meridianos". De acordo com essa teoria, a dor é o resultado de qi bloqueado em um ou mais meridianos. Dr. Han Jisheng, diretor do Instituto de Pesquisa de Neurociência na Universidade de Beijing, gostaria de acreditar nisso, especialmente por ser esse um princípio fundamental de sua cultura. Contudo, ele diz, "não tenho provas". Han se envolveu com acupuntura em 1965, quando ele testemunhou um procedimento cirúrgico realizado sem anestésicos - só com acupuntura para aliviar a dor. Desde então, ele tenta explicar cientificamente como ela funciona. Apesar de os "acupontos" destacados pelo mapa de meridianos do corpo não corresponderem a nenhuma parte da anatomia, parecem ser os locais mais eficientes para aplicar as agulhas ou correntes elétricas. Ele também descobriu que a acupuntura provoca a liberação de endorfinas e outras substâncias químicas bloqueadoras da dor. Han até conseguiu resultados diferentes ao aplicar diferentes freqüências de corrente alternada às agulhas: 100 hertz atuavam melhor em espasmos musculares como resultado de lesões na coluna vertebral, ao passo que dois Hz eram mais indicados para dor crônica na região lombar. Mas a despeito de seus esforços, Han não foi capaz de conseguir uma explicação científica razoável para isso. Cientistas nos Estados Unidos que utilizaram cintigrafias do cérebro em pacientes de acupuntura foram capazes de observar que as agulhas estimulam as partes do cérebro envolvidas na percepção da dor. Zang-Hee Cho, um professor de ciências radiológicas da Universidade da Califórnia, em Irvine, interessou-se pelo assunto há dez anos, quando feriu suas costas num acidente em uma caminhada. Como o consultório do seu médico estava fechado, sua esposa sugeriu a acupuntura. "Quase fiquei furioso com ela", recorda. Mas funcionou. Desde então, Cho tem estudado pacientes através de imagens de ressonância magnética e tomografias de emissão positrônica, mas ainda não conseguiu explicar por que a acupuntura funciona. "É engraçado", revela, "como, apesar de toda esta ciência moderna, não podemos explicar esse procedimento. Ninguém conhece o mecanismo". Naturalmente, a medicina é uma profissão pragmática. Médicos e pacientes não se importam tanto com o porquê, desde que funcione e não apresente efeitos colaterais. Quatro anos atrás, Marie Rochette, uma parisiense de 36 anos, teve um acesso de ciática particularmente doloroso, em que duas semanas de analgésicos não ajudaram. Após quatro ou cinco sessões de acupuntura, sentiu um alívio enorme. "Passei de acamada com dores a totalmente ativa, até retomei os exercícios", regozija-se. Ela tem sido uma adepta das agulhas desde então. E está em boa companhia. A acupuntura está na moda na Europa. Cherie Blair, esposa do primeiro ministro da Inglaterra, tem sido vista com uma agulha de estanho na orelha. Mais de 2.000 médicos de acupuntura são licenciados na França - doutores em clínica médica cujos serviços são reembolsados pelo sistema de saúde estatal. Na Alemanha, 50.000 médicos praticam acupuntura e os números estão aumentando. A maioria dos hospitais e clínicas de tratamento da dor inclui a acupuntura como regime padrão. E o governo está atualmente financiando experiências clínicas em 150.000 pacientes que sofrem de dor crônica nas costas, enxaqueca e artrite; como um prelúdio para a acupuntura fazer parte da previdência social do país no fim do ano. Até algumas seguradoras de saúde particulares nos Estados Unidos, hoje em dia, oferecem pelo menos metade do reembolso para tratamentos de acupuntura. Talvez o sinal mais claro de que a acupuntura tornou-se importante na medicina ocidental é o de que ela está sendo usada para cortar as despesas com assistência médica. Apesar de os tratamentos se estenderem por muitas semanas, são freqüentemente mais baratos que regimes de remédios. Os hospitais estão aderindo. Esta semana, o Dr. Peter Tassani, um anestesiologista da Clínica Cardíaca da Universidade Técnica de Munique, começará a utilizar a acupuntura em pacientes submetidos a cirurgias de ponte de safena. Em vez de os doparem com drogas anestésicas potentes, insere agulhas de 3cm em suas orelhas e braços 30 minutos antes do início da cirurgia e amplia o efeito com uma corrente elétrica de 90 volts. Ainda assim, administra drogas, é claro, mas as dosagens foram cortadas em 75 por cento. O retorno vem depois da cirurgia, pois os pacientes não ficam inconscientes pelo resto do dia, ao ocupar uma cama valiosa na terapia intensiva - em vez disso, são levados para o quarto pouco depois da sutura do tórax. A clínica espera economizar aos cântaros nas mais de 2.000 cirurgias cardíacas realizadas a cada ano. "A acupuntura não se encaixa em nada que aprendi na faculdade", declara Tassani. "Tudo que sei é que funciona". Para a arte da medicina, isso é o mais importante. Com as participações de SARAH SCHAFER em Beijing, LIZ KRIEGER em Paris, STEFAN THEIL em Berlim e JAIME CUNNINGHAM em Nova York * Matéria publicada na NEWSWEEK 19/05/2003 As estrelas da medicina chinesa As agulhas usadas na acupuntura não causam danos à pele. A maioria das agulhas é feita de aço inoxidável, esterilizada em óxido de etileno. O cabo pode ser banhado em prata, de cobre ou de outro material. Os franceses chegaram a usar agulhas de prata para sedar e de ouro para tonificar, mas hoje utilizam as de aço inox. Seu tamanho é variável. Elas podem ir de 1 até 12 centímetros, mas as mais usadas têm 3 centímetros. As aplicadas na orelha medem apenas 3 milímetros. Elas têm 20% da espessura de uma agulha de injeção comum, são flexíveis e maciças. A ponta é arredondada e não cortante. Por isso penetram na pele sem causar ferimento. Alguns médicos utilizam apenas agulhas descartáveis para evitar a transmissão de doenças virais ou bacterianas como hepatite e Aids. "Não corro riscos. Essa é uma tendência mundial na área médica", diz Hong Jin Pai, do Hospital das Clínicas de São Paulo. Outros especialistas vendem agulhas não descartáveis para seus pacientes e as limpam depois decada sessão. FONTE: Revista Época, Edição 29, 7 de dezembro de 1998 O bálsamo das picadas A acupuntura ganha o respeito de médicos e professores, além de uma legião de pacientes atrás da cura para dores crônicas. Algumas agulhas, espetadas criteriosamente nos lugares certos do corpo para combater doenças, trouxeram a China para dentro do Brasil. A milenar técnica chinesa da acupuntura abriu espaço no mundo da medicina ocidental nos últimos anos e se impôs como terapia auxiliar importante. Em menos de dez anos dobrou o número de médicos que praticam a técnica - de 2.500 em 1990 para cerca de 5 mil neste ano, segundo a Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura. O que era visto com desconfiança, quase beirando o charlatanismo, tornou-se uma especialidade respeitada. Os motivos dessa virada são facilmente explicáveis: a alta eficiência da técnica e a demonstração científica de como ela funciona no organismo. A acupuntura tem grande espectro de indicação, que vai da lombalgia à depressão, embora seja usada, no Brasil, basicamente para aliviar dores de todos os tipos. É útil, por exemplo, para amenizar o desconforto causado por tensões musculares, mas é importante também para pessoas que têm restrições a alguns tipos de medicamento. Não é à toa que já há serviços de acupuntura em 16 hospitais universitários brasileiros e cursos de especialização de dois anos em universidades federais e estaduais de seis estados. No Sistema Único de Saúde (SUS) há 60 serviços de acupuntura espalhados pelo país que fazem mais de 12 mil atendimentos mensais. O interesse por essa área tem crescido de tal forma que há uma semana 700 médicos do Brasil e do exterior participaram em Recife do maior congresso internacional da especialidade. A procura pela terapia aumentou porque seus resultados são visíveis e os princípios simples. Ela consiste no estímulo elétrico de algumas terminações nervosas por meio de finas agulhas de aço. Quando penetram levemente na pele, liberam substâncias produzidas naturalmente pelo organismo, como endorfina e serotonina, ligadas à sensação de bem-estar e de efeito analgésico, que provocam vasodilatação (permitem maior passagem do sangue pelos vasos sanguíneos) e removem o ácido lático e as toxinas. O resultado é imediato: a dor diminui ou some em poucos minutos. Essa é a explicação ocidental. Para os chineses, é diferente. Eles afirmam que a técnica se baseia na teoria milenar dos pólos opostos yin (negativo) e yang (positivo), encontrados em todos os seres vivos. Essas duas forças da natureza se combinariam para formar a energia vital chamada de chi, distribuída pelo corpo por meio dos meridianos. As doenças e dores derivariam do desequilíbrio dessas forças. Os acupunturistas agem nos pontos que passam pelos meridianos para desbloquear os caminhos dessa energia. Uma vez sem obstáculos, o chi percorre o corpo normalmente, o equilíbrio é restabelecido e as doenças desaparecem. Partindo desse princípio, os chineses afirmam que quase todas as moléstias podem ser tratadas pelas agulhas. "Sua grande vantagem é o fato de não ter efeito colateral e poder ser aplicada junto com outros tratamentos", diz o clínico geral Hong Jin Pai, um dos pioneiros a cursar pós-graduação nessa área na China, coordenador das unidades de acupuntura do Hospital das Clínicas da Faculdade de Medicina da Universidade de São Paulo. "O estímulo provocado pelas agulhas muitas vezes facilita a ação de um medicamento que não vinha fazendo efeito", afirma. Ela também pode ser um complemento eficaz da fisioterapia. Foi o que aconteceu com o ator Eduardo Moscovis, 30 anos, o Carlão da novela Pecado Capital, da Rede Globo. Há seis anos ele teve de interromper a temporada da peça infantil Robin Hood em razão de uma "indescritível dor na coluna". Ele conta que na hora da crise ficou todo torto. "Tomei relaxante muscular, mas fui obrigado a parar minhas atividades", recorda. No ortopedista, ele descobriu que sofria de um deslizamento de vértebra e há três anos começou a fazer fisioterapia e acupuntura. "Só então retomei meus exercícios normais", diz o ator. Hoje, ele não abre mão da acupuntura uma vez por semana, mesmo gravando a novela todos os dias. "Se fico 15 dias sem 'tomar agulha' começo, aos poucos, a sentir a dor chegar e procuro logo assistência", diz. O sucesso da terapia no ambulatório levou o Hospital São Paulo, da Universidade Federal de São Paulo, a criar um departamento exclusivo de pronto atendimento no começo deste ano, o primeiro do país. "Atendemos 2.500 pacientes por mês no nosso ambulatório", diz o médico Ysao Yamamura, chefe do setor. O pronto atendimento foi criado para desafogar o ambulatório. "O paciente é avaliado, faz uma sessão para aliviar as dores e, se o problema persistir, é enviado para o ambulatório", explica. Todos os médicos que usam a técnica enfatizam a importância do diagnóstico. "Se o paciente não melhora depois de duas semanas, peço todos os exames possíveis para não correr risco", afirma Hong Jin Pai, do HC. Normalmente, as dores causadas por lesões ou tensão são as mais facilmente tratáveis. O ex-governador paulista Franco Montoro, 82 anos, procura a ajuda das agulhas para suas pernas. "Tenho um problema antigo nos joelhos, ainda do tempo em que jogava futebol. E as dores diminuem depois de cada sessão", conta. Mas o uso da acupuntura não está restrito à dor. A pediatra paulistana Ana Maria Mesquita Rodrigues Antun recorreu à terapia para ajudar o filho Henrique, de 9 meses, portador de síndrome de Down. Um dos problemas dessa síndrome é a flacidez da musculatura. Por isso, é fundamental estimular precocemente todos os sentidos da criança. Por meio de amigos, ela levou o filho para fazer curtas sessões de acupuntura, de 5 minutos cada uma, a partir dos 6 meses. "Após cada sessão, ele sempre fica um pouco mais ativo", diz Ana Maria. Ela recomenda a acupuntura como complemento importante de outras terapias, como fisioterapia e fonoaudiologia. As agulhas são usadas também em Rachel Lyra Pedrosa, 53 anos, de São Paulo. Portadora de encefalomielite aguda e difusa, doença semelhante a esclerose múltipla, ela tem dificuldades para andar e já ficou um mês em coma. Hoje Rachel faz uma sessão semanal no ambulatório do Hospital São Paulo, gratuitamente, para melhorar o equilíbrio e o tremor nas mãos. "Me sinto tão mais segura para andar depois de cada sessão que morro de medo que me dêem alta", afirma. Nos consultórios particulares as aplicações custam, cada uma, de R$ 30 a R$ 65. Há especialistas que defendem a acupuntura como método para auxiliar a emagrecer ou livrar-se do alcoolismo e da dependência das drogas. "A liberação de endorfina certamente ajuda as pessoas a tratar-se das compulsões, mas só dá certo com quem quer realmente parar", alerta Hong. A terapia tem usos tão diversos que dentistas e até veterinários começam a aplicá-la. "A partir da conclusão de que as patologias que aparecem na boca nunca estão sozinhas, adotei a acupuntura", explica a dentista carioca Marina de Castro. A aceitação dos pacientes tem sido surpreendente. "Os clientes estão mais aptos a acreditar na técnica como opção de tratamento do que os dentistas", afirma. As experiências com animais também são promissoras. O médico veterinário Tetsu Inada, da Universidade Federal Rural do Rio de Janeiro, diz que é possível tratar todos os animais, mas a procura mais freqüente é por cães, gatos e cavalos. Vítima de um tombo de uma laje de 4 metros, a cadela Frederica está há dois meses com os membros traseiros paralisados. "Na primeira sessão, há 15 dias, ela já apresentou melhora", garante o veterinário Denilson Peixoto, adepto da terapia. Até os médicos mais conservadores, como os alopatas tradicionais, reconhecem os benefícios da acupuntura, mas com reservas. "Para dor sabemos que resolve bem. O problema é que hoje recomenda-se acupuntura para todas as doenças e isso pode ser perigoso", observa o infectologista Vicente Amato Neto, ex-superintendente do HC de São Paulo. As pesquisas sobre a milenar terapia chinesa estão longede terminar. Nos Estados Unidos, na França, na Alemanha, no Brasil e na própria China, os cientistas continuam tentando entender como ela funciona e seu alcance. Para quem quer se tratar, a melhor maneira de evitar problemas é procurar médicos acupunturistas de confiança por indicação de pacientes e de outros médicos que já conhecem a técnica. FONTE: Revista Época, Edição 29, 7 de dezembro de 1998 As agulhas também tratam o baixinho. A Acupuntura ganhou, nos últimos anos, o status de especialidade médica. Nesta entrevista, o médico Hong Jin Pai mostra como a terapia pode ser usada nos seus filhos. Embora provoque arrepios em muita gente, essa técnica que emprega agulhas para curar problemas que vão de dores musculares a distúrbios neurológicos pode, sim, ser usada em crianças. "Os pacientes mirins são muito melhores que os adultos", garante o médico Hong Jin Pai, do Instituto da Criança. Além de eles serem mais receptivos à terapia, os resultados aparecem mais rapidamente. "Mas é preciso ganhar a confiança dos pequenos e mostrar aos pais a importância de não transmitir apreensão nos momentos em que o tratamento estiver sendo realizado", ensina o médico. E, com isso, dá para garantir às crianças uma forma de tratamento que muitas vezes dispensa o uso de remédios. Acupuntura difere em crianças? Hong Jin Pai - É, sim. Sempre procuramos opções mais confortáveis. Principalmente para os pequenos até 5 anos. Eles suportam menos as dores e são emocionalmente mais instáveis. Por isso, usamos o raio laser ou estímulos elétricos. Este segundo recurso é composto por várias placas, colocadas no corpo da criança com adesivos. Quando o aparelho é ligado, ele emite vibrações com intensidade variável e aceitável. A técnica não provoca dor, apenas um pequeno desconforto. Entretanto, em crianças com problemas mais graves e crônicos e após os 6 anos, podemos usar as agulhas. M. N. - E elas são as mesmas que as usadas em adultos? Hong - São. Mas há uma diferença. Como a criança é mais sensível à terapia, aplicamos as agulhas de forma superficial. O tempo das sessões também é menor. Varia entre 5 a 10 minutos. E não estimulamos mais do que dez pontos. M.N - E em que tipo de problemas o médico deve aprofundar mais as agulhas nas crianças? Hong - No caso de sequelas neuromusculares causadas por lesões cerebrais, por exemplo. Essas crianças precisam de fortes estímulos para apressar a melhora da função neuromuscular. E, se isso acontece, até os exercícios de reabilitação também passam a ser mais bem aproveitados. Em geral, com quatro ou seis sessões pode-se notar os resultados positivos. Porém, irá depender do caso. M.N - A presença dos pais no consultório é importante? Hong - É, mas desde que eles não transmitam ansiedade ao pequeno. Muitos pais têm medo de agulhas ou acreditam que o tratamento é sinônimo de tortura. Daí, acabam se assustando quando os filhos estão em tratamento. Nesses casos, procuro salientar a importância de eles passarem tranquilidade para os filhos. Se a tarefa no início for muito difícil, recomendo que não fiquem muito próximos, ou até mesmo em outra sala. M.N - E o profissional, como deve tratar os pequenos? Hong - É essencial ganhar a confiança deles. Muitas vezes, inicio o tratamento com sessões que tenho certeza de que não vão provocar nenhum tipo de desconforto. Além disso, é importante descontrair. Passear com eles pelas salas e mostrar outros pacientes pequenos que também vão ser tratados é primordial para a aceitação da terapia. M.N - Como a acupuntura age no organismo? Hong - Ao aplicar uma agulha, várias reações são desencadeadas. Quando ela é inserida, há a liberação de um neurotransmissor conhecido como somastina, que tem um efeito analgésico local. A partir daí, outras ações são provocadas. Substâncias que promovem a estimulalção do sistema imunológico também são liberadas, além de outros neurotransmissores com efeitos terapêuticos, como a endorfina, serotonina, dopamina. E mais: a glândula supra-renal também aumenta a produção do cortisol, um antiinflamatório natural fabricado pelo corpo. M.N - A acupuntura é indicada para que tipo de doença? Hong - Ela pode tratar vários distúrbios, como agitação, dores musculares, enurese noturna e rinites. Mas, para alguns, ela é mais conhecida. Em crianças asmáticas, por exemplo, a acupuntura ajuda de diversas formas. A técnica estimula a produção da cortisona natural, que ajuda na broncodilatação. E há também o fortalecimento do sistema imunológico. Essas reações em conjunto beneficiam cerca de 75% dos asmáticos tratados com acupuntura e fazem com que haja um intervalo maior entre as crises de asma. Além disso, a gravidade das crises diminui bastante. Mas a maior vantagem está na possibilidade de poder descartar o uso de cortisona. O remédio, apesar de ter sua eficácia comprovada, provoca alterações no sistema imunológico da criança e pode afetar seu crescimento. É possível, com o tempo, diminuir o uso do medicamento clássico e evitar os efeitos colaterais muito comuns provocados por essa substância. M.N - Como? Ela trata dos sintomas, dos efeitos colaterais provocados por remédios ou da própria doença? Hong - Dos três. Nos casos de criança agitada, com enurese noturna ou dores musculares, a acupuntura pode ser usada sozinha, sem nenhuma outra terapia. Em asmas, artrites ou enxaquecas, ela pode vir associada ao tratamento convencional, mas com menor quantidade de remédios. Já em crianças com câncer, a acupuntura pode diminuir a dor, o desconforto e o mal-estar provocado pela quimioterapia e radioterapia. M.N - Há alguma contra-indicação para a acupuntura? Hong - Nenhuma. Mas é importante escolher um médico com experiência em tratamento infantil, para que ele opte pelo método correto. Até pacientes com Aids podem ter benefícios com o tratamento. Lembrando sempre que o objetivo principal, nesse caso, é melhorar a qualidade de vida do paciente: provocando um efeito analgésico, aumentando o apetite e relaxando. M.N - O Instituto da Criança tem um ambulatório em que são tratados pacientes por meio da acupuntura. Quais são os casos mais comuns? Hong - Além da asma e da artrite juvenil, tratamos também tendinites, fibromialgia (doença que provoca dores musculares e cansaço), insônia, enxaquecas, leucemia, doenças crônicas e hepatite descompensada. Em meu consultório, tenho pacientes com sequelas provocadas por lesão cerebral e com Síndrome de Down que também tiveram ótimos avanços. M.N - Como a acupuntura explica a melhora dos pacientes com lesões neuromusculares? Hong - A ciência ainda não conseguiu explicar. Mas a evolução dessas crianças é muito boa. O mesmo digo dos pequenos com Sìndrome de Down. Nesses casos, não visamos a cura da doença. Mais uma vez, o que queremos é melhorar a qualidade de vida e recuperar o desenvolvimento psicomotor deles. E estamos conseguindo executar essa tarefa. M.N - Quanto tempo demora um tratamento por acupuntura? Hong - Depende do tipo de doença. O tratamento médio contra asma, por exemplo, é de dez sessões. Fazemos uma programação levando em conta a reação do pequeno, sua idade, o consumo do remédio e a gravidade do distúrbio que ele apresenta. Começamos com duas sessões semanais, depois vamos aumentando o espaço entre elas. M.N - A aplicação provoca algum efeito colateral? Hong - Se a técnica é bem aplicada, não. Pode ocorrer, em casos raros, um hematoma no local próximo da picada. Às vezes também a criança acaba fazendo mais xixi do que o normal ou fica um pouquinho sonolenta. M.N - O tratamento pode ser feito de forma preventiva? Hong - Quando a criança tem saúde perfeita, não há motivo para submetê-la à acupuntura. Mas, se ela costuma ter crises de asma, poderá, no outono, por exemplo, iniciar um tratamento preventivo para fortalecer seu sistema imunológico no inverno. M.N - Há algum cuidado específico com as agulhas? Hong - Devemos usar somente agulhas descartáveis. Fazer a limpeza das agulhas com álcool, fervura e formol é comprovadamente ineficaz. FONTE: Revista Meu Nenê, Ano2, Edição 15, Julho de 1999 Picadas do Bem Problemas emocionais são inimigos número 1 da balança. Mas existem várias maneiras de equilibrar esses deslizes e sua auto-estima para que nada afete o seu corpo. Uma das opções é a acupuntura. Reportagem Tatiana Silvestre Criada pelos chineses há mais de 5000 anos, a acupuntura consiste na técnica de aplicar agulhas em terminais nervosos do corpo humano com o intuito de tratar dores, doenças e mal-estares. Além desse tratamento, os chineses acreditam que para ter uma boa qualidade de vida e preservá-la é preciso aprender alguns quesitos básicos. "Manter a calma (sempre), respirar tranqüilamente, praticar exercícios e ter uma alimentação equilibrada é fundamental", afirma o acupunturista do Hospital das Clínicas (SP) Hong Jin Pai. Isto é exatamente o que a acupuntura faz, ela ajuda no equilíbrio do metabolismo, estimulando a mudança de sua conduta alimentar. Agindo na raiz do problema, esse tratamento inibe o apetite, cura a ansiedade, a compulsão, a angústia e a gula, permitindo que você consiga ter uma alimentação e uma vida mais equilibradas. A dúvida de todos é: como pequenas agulhas espetadas na pele podem curar problemas como esses? Antes de tudo, é bom entender que o corpo humano é formado por um complexo de neurônios que tem mecanismos interligados e estrategicamente situados, envolvendo os músculos e órgãos. Esses terminais nervosos do corpo são chamados de ponto de acupuntura ou meridiano. Então quando algum desses pontos é estimulado com a agulha, o organismo libera uma substância neurotransmissora denominada somatostatina (substância responsável pela comunicação entre os neurônios), causando um efeito analgésico local. Os estímulos sobem pela medula espinhal até chegar ao cérebro que vai liberar outras substâncias como a endorfina e a serotonina. Elas, por sua vez, agem em uma determinada área do cérebro provocando um efeito necessário para harmonizar o corpo físico e o emocional. Mas, lembre-se que a acupuntura não é mágica, isto é, ela não age diretamente naquelas gordurinhas indesejáveis. Este tratamento somente auxilia no emagrecimento, proporcionando uma capacidade maior de resistir bravamente às tentações que a culinária nos reserva diariamente. "A acupuntura diminui a ansiedade e a compulsão, mas é preciso complementá-la com regime, senão ela não funciona. Se você quer perder até 3 kg, a acupuntura resolve sozinha. Mas se quer emagrecer mais do que isso, terá de fazer exercícios e uma reeducação alimentar juntamente com o tratamento", garante O dr. Hong. Segundo o dr. Hong, as aplicações devem ser feitas somente por médicos especializados em acupuntura, pois o tratamento requer muito conhecimento e prática. "Apenas o acupunturista sabe com detalhismo a profundidade, o que as agulhas devem atingir quando são aplicadas, o seu ângulo ideal e o local exato. Caso contrário, podem existir problemas", afirma. Quem tem medo de agulhas não precisa se preocupar, a aplicação é simples e indolor. Depois de aplicadas, elas permanecem cerca de 15 a 30 minutos no local, tempo médico que dura a sessão. Para conseguir um bom resultado, dependendo do que é pretendido pelo paciente, o ideal é um tratamento de duas vezes por semana ou mais. Segundo o dr. Hong, o resultado surge logo na primeira consulta, mas somente depois de 15 dias de tratamento é que os sintomas de melhora são mais concretos. O médico também recomenda alguns cuidados que o paciente deve ter ao procurar a acupuntura: 1 . 2 . 3. Peça agulhas descartáveis; Confira os diplomas do especialista. Não seja enganado; Melhore a alimentação. A acupuntura funcionará mais rápido, pois está ligada a este fator; Aproveite essa cultura do oriente para mudar de vida. Melhorar seu físico e sua alma! Fonte: Revista SportVida O melhor dos dois mundos. Médicos e terapeutas naturais unem esforços para pôr ordem no mercado da medicina complementar e evitar o charlatanismo Mônica Tarantino Os nomes variam. Alguns ainda chamam de medicina alternativa, outros, mais modernos, de medicina complementar. E há quem batize terapias como acupuntura, ioga, fitoterapia e aromaterapia de práticas heterodoxas. Mas todos a descrevem como um conjunto de técnicas, sistemas e produtos usados na atenção ao corpo que foge aos padrões da medicina convencional. Seja lá que nome tiverem, esses tratamentos conquistam a cada dia um público maior, de usuários a profissionais de saúde. Basta conferir o crescimento no número de médicos estudiosos e praticantes da acupuntura, por exemplo. Em três anos, o total de médicos que estudaram acupuntura no Brasil passou de dois mil para cinco mil. Neste caso específico, um dos grandes estímulos para o aumento foi o reconhecimento da acupuntura como especialidade pelo Conselho Federal de Medicina, em 1996. Mas há outros indicadores do fôlego do setor. Uma estimativa do Sindicato Nacional dos Terapeutas Naturistas (Sinaten) – esses não possuem diploma médico – indica que há no Brasil cerca de 70 mil terapeutas atuando nas cinco áreas mais populares da medicina natural. São elas o toque (massoterapia), as terapias holísticas (mescla de várias práticas), a medicina chinesa, os florais e a fitoterapia (uso de medicamentos à base de plantas). A força das terapias alternativas é um fenômeno mundial. Dados da Organização Mundial de Saúde (OMS) indicam que nos Estados Unidos, por exemplo, há cerca de 50 milhões de adeptos. As pessoas têm procurado cada vez mais massagens, ginásticas diferenciadas, acupuntura e outras técnicas para combater problemas que vão de dor nas costas à depressão, stress ou simplesmente cuidar de seu bem-estar. E até que se mostre que certas terapias não funcionam, a quantidade de usuários continuará se multiplicando. Uma das explicações é a sensação de acolhimento e respeito pelas emoções que a maioria dos indivíduos experimenta ao passar pelos cuidados de um terapeuta complementar. Muito diferente do que ocorre grande parte das vezes em que se procura um médico convencional. Diante do aumento, as autoridades de saúde americanas decidiram colocar alguma ordem na casa e criaram o Centro Nacional de Medicina Complementar. Trata-se de um órgão destinado à investigação científica das práticas de cura e bem-estar de acordo com os métodos mais rigorosos da ciência. O serviço também informa os profissionais da saúde e a população sobre os resultados de estudos recentes e revisões da literatura científica associada a cada prática. “Ele serve de orientador sobre o uso mais adequado das terapias e os casos em que não devem ser aplicadas”, diz o médico e acupunturista Chin Lin, da Universidade de São Paulo (USP). No Brasil, o destino da medicina complementar também começa a tomar contornos mais definidos. Na semana passada, em Brasília, por exemplo, um encontro reuniu representantes do governo, fabricantes e usuários da fitoterapia, setor que movimenta US$ 1 milhão por ano, segundo Décio Alves, da Sociedade Brasileira de Fitomedicina. “Criaremos uma política nacional para os remédios fitoterápicos e trabalharemos pela sua inclusão em toda a rede do Sistema Único de Saúde”, disse Norberto Rech, diretor de Assistência Farmacêutica do Ministério da Saúde. Isso significa estabelecer critérios de qualidade, segurança e estimular a produção. Atualmente, os fitoterápicos fazem parte dos produtos indicados no atendimento público em algumas cidades do Rio de Janeiro, São Paulo, Ceará e Santa Catarina. Na Universidade Federal do Rio de Janeiro, por exemplo, boa parte das cerca de 400 pessoas atendidas por mês no Ambulatório de Terapias Naturais é tratada com remédios à base de plantas. Equilíbrio – Não é só no setor de fitoterápicos que os interessados tentam se organizar. Em outubro, cerca de 300 médicos da Associação Brasileira de Medicina Complementar (ABMC) estarão reunidos em São Paulo com terapeutas de várias linhas, a maioria sem formação médica. O objetivo do encontro, além de revisar velhas técnicas e apresentar novas possibilidades de tratamento, é encontrar um ponto de equilíbriopara dividir harmonicamente os cuidados com o paciente. “Os médicos que usam terapias complementares vão sentar à mesa com os terapeutas para discutir limites e formas de cuidar do doente sem conflitos”, diz Aluizio Monteiro Júnior, terapeuta e presidente do Sinaten. “Os terapeutas não podem fazer diagnóstico, mas podem trabalhar em conjunto conosco”, explica o fisiologista José de Felippe, presidente da ABMC. Ele atua como médico ortomolecular (técnica que se baseia na reposição de vitaminas e minerais). O ginecologista Décio Alves, do Rio, concorda. “O diagnóstico é prerrogativa do médico. Muitas vezes, tratar a dor de pacientes sem saber sua origem pode encobrir doenças graves”, diz. Ele resume a grande preocupação dos médicos. O especialista Antônio Carlos Lopes, presidente da Sociedade Brasileira de Clínica Médica, por exemplo, defende o bom senso na aplicação dos métodos complementares. “Acho que é possível trabalhar em conjunto se os terapeutas entenderem que devem seguir as orientações do médico”, afirma. Essa questão também angustia muitos profissionais da medicina complementar. “A inexperiência leva várias pessoas a fazer até diagnósticos, o que é incorreto. Quando noto algo diferente, peço à pessoa que estou atendendo para procurar um médico”, explica a reflexologista Valéria Pasta, de São Paulo. Um dos seus pacientes, o engenheiro de telecomunicações João Miguel da Rocha, faz reflexologia há 20 anos e check-up anual com toda a parafernália médica a que tem direito. “Ela me ajudou a chegar aos 51 anos sem stress e com boas condições de saúde”, diz Miguel. O médico e acupunturista Hong Jin Pai, um dos introdutores da acupuntura no santuário brasileiro da medicina ortodoxa, a USP, também apóia o cuidado com o diagnóstico. Depois de cursar medicina no Brasil, ele se especializou em acupuntura na China. Na sua clínica, são feitos tratamentos para amenizar dores, mas ninguém sai sem pedido do médico para detectar a origem do mal-estar. A terapeuta corporal e professora de ioga Tânia Sturzenegger, brasileira radicada há três anos em Zurique, na Suíça, acha que a parceria com o médico é uma maneira excelente de melhorar o atendimento. Ela dá aulas de ioga para um grupo de dez idosos em tratamento de depressão. “Funciona bem porque escolhemos os exercícios de acordo com a condição do paciente. Práticas erradas podem piorar o estado de saúde”, afirma. Fiscalização – De fato, criar regras nesse mercado é fundamental. Afinal, trata-se de uma área bastante atraente e vulnerável à entrada de aproveitadores. É por isso que, além do esforço para determinar os papéis de cada profissional – o do médico e o do terapeuta – no auxílio ao paciente, há o desejo de melhorar a fiscalização do setor. “Precisamos ter instrumentos para impedir pessoas despreparadas de atuarem”, diz o terapeuta Monteiro Júnior. Hoje, enquanto os erros médicos são investigados pelos conselhos de medicina, as falhas dos terapeutas podem ser averiguadas por suas associações, mas não implicam perda da licença para trabalhar, como pode ocorrer com os médicos. E, a não ser quando a vigilância sanitária fecha alguma clínica por exercício ilegal da medicina, qualquer um que faça curso de final de semana pode colocar uma tabuleta na porta e se intitular massagista. Felizmente, há também iniciativas para acabar com vigarices. Em 2001, por exemplo, os massoterapeutas (categoria que reúne as pessoas que utilizam o toque terapêutico) criaram um conselho de auto-regulamentação. A finalidade é definir regras e limites, como cursos de especialização e horas de prática, para quem pretende trabalhar na área. Mas as determinações dos massoterapeutas não terão força a não ser que seja criado um Conselho Nacional de Massoterapia, o que depende da aprovação do Congresso Nacional. O projeto já foi apresentado uma vez, passou quatro anos engavetado e está na iminência de ser reapresentado. Mas há poucas chances de tramitação rápida.O limite entre o bem e o mal das terapias complementares começa a ser averiguado ainda em outro nível – o científico. Diversas universidades estão pesquisando os efeitos das práticas. A eficácia da meditação e da ioga, por exemplo, como coadjuvantes em tratamentos, foi comprovada por dezenas de estudos. Calcadas nessas evidências, várias instituições estão investindo na convivência entre a medicina convencional e as diversas terapias. A própria meditação, a fitoterapia, a acupuntura e a ioga, entre outras, são recursos usados em hospitais públicos e particulares e já penetraram nas principais escolas de medicina do País. Na USP, há ambulatórios de acupuntura e cursos para ensinar a técnica. Em um ano, 60 formandos em medicina já passaram por esse aprendizado. E há muitos outros centros universitários renomados que aderiram a essas práticas. Na Universidade Federal de São Paulo, ambulatórios de acupuntura combatem dores ortopédicas, fibromialgia e outros males.O espaço desses recursos terapêuticos na rede de atendimento de saúde também se expande. Em março de 2002, a Prefeitura de São Paulo começou a introduzir acupuntura, fitoterapia, massagens, ginásticas (tai chi e lian gong) e meditação nas suas unidades básicas de saúde. “Hoje, metade das unidades municipais já oferece ambulatórios de acupuntura e sessões de ginástica oriental durante a semana, atendendo cerca de 400 pessoas por mês”, explica o médico EmílioTelesi Junior, responsável pelo planejamento municipal da saúde. Os recursos que financiam o projeto vieram da Organização Pan-americana de Saúde. Iniciativas como essa são uma forma de garantir maior acesso a tratamentos usados para aliviar a dor e trazer mais bem-estar. “Mas para isso é preciso haver a certeza de que a doença foi diagnosticada, além de pesquisa e muito diálogo entre os especialistas. Só assim conseguiremos usar o melhor dos dois mundos”, diz o médico Chin Lin. Sábias palavras. Fonte: Revista ISTOÉ, 03/09/03 Acupuntura é um método de harmonização Por Andrea Cippiciani Da Redação A acupuntura é uma modalidade da Medicina Tradicional Chinesa que consiste no estímulo de determinados pontos do corpo humano para o tratamento de doenças, além de aliviar dores. Confira a seguir a entrevista com o Dr. Hong Jin Pai, Presidente da Sociedade Médica de Acupuntura de São Paulo. Transanet: Quando e onde surgiu a acupuntura? Dr. Hong: A acupuntura surgiu inicialmente na Antiga China , há mais de 5.000 anos. O povo antigo usava pedras afiadas e espinhas de peixe como instrumento de acupuntura. No século VI d.C. ela foi levada para a Coréia e depois de dois séculos para o Japão. Mais tarde chegou na França, Alemanha e Brasil. Transanet: A acupuntura é indicada para quais problemas? Dr. Hong: A acupuntura tem efeito analgésico, antiinflamatório, relaxante muscular - por isso é muito usada em tratamento de dor músculo-esquelética nas áreas de reumatologia, ortopedia e fisiatria, assim dores de coluna, artrose, artrite, tendinite, bursite, dor muscular, cólica menstrual, pós cirurgia e dor de câncer, fibromialgia. É usada para combater a ansiedade, estresse, depressão, síndrome de pânico e insônia, além de problemas como asma, bronquite, gastrite, enxaqueca, sequela de derrame cerebral, paralisia facial periférico, TPM e rinite. Recentemente, terminamos uma pesquisa que mostra que cerca de 70 % dos pacientes tiveram melhora na dor crônica, insônia, depressão e ansiedade após 15 sessões de acupuntura. Transanet: Qual a idade mínima para fazer? Dr. Hong: A acupuntura pode ser feita em qualquer idade. Transanet: Que especialização o profissional tem que ter para estar habilitado? Dr. Hong: Aqui no Brasil, ainda se discute esta questão. Na nossa opinião, para tratar o paciente, em primeiro lugar, deve-se saber fazer o dianóstico, assim o tratamento será mais correto e depois ainda tem orientação, prevenção e tudo isso é função dos médicos. A ciência evolui para melhorar a qualidade de vida da humanidade, os profissionais médicos são mais bem preparados para atender os doentes. Atualmente, a ênfase é a integraçãoda medicina convencional (possui o melhor método de diagnóstico), com a medicina chinesa (uso de acupuntura e fitoterapia), ou seja, devemos escolher as partes boas de cada uma e a sua integração para servir melhor a população. E como a acupuntura trata muitas doenças variadas: da pediatria até psiquiatria, só os médicos teriam melhor preparo. Conforme a evolução desfavorável da doença, muitas vezes, o paciente deve ser tratado em conjunto com outros especialistas. Transanet: Quando procurar o profissional? Dr. Hong: Na existência de qualquer problema citado anteriormente ou no caso da dor não melhorar com a medicina convencional. Transanet: Qual o preço médio da consulta? Dr. Hong: Isso depende do local, experiência de cada médico e de seu currículo. Transanet: Acupuntura dói? Dr. Hong: Em geral não dói. A agulha é muito fina com a ponta em forma oval. Se o paciente for muito tenso, na fase da tensão pré-menstrual por exemplo, pode doer um pouco, mas depende de habilidade de cada médico. Transanet: As agulhas são sempre descartáveis? Dr. Hong: Devem ser descartáveis. O método caseiro de desinfecção: álcool, fervura, formol não garantem a esterilização. Aliás, existem muitos casos de infecções, algumas fatais. Transanet: Quais os efeitos colaterais? Dr. Hong: A princípio não tem efeitos colaterais. Porém alguns pacientes podem apresentar sonolência, prisão de ventre e o local de inserção de agulhas pode ficar dolorido, tudo isso na primeira semana de tratamento. Transanet: A acupuntura pode transmitir doenças? Dr. Hong: Se não forem utilizadas agulhas descartáveis durante os procedimentos pode ocorrer infecção, por bactérias e fungos, e doenças como hepatite B, C, e AIDS. Transanet: Como é uma sessão? Quanto tempo dura? Dr. Hong: Em primeiro lugar, o médico examina o paciente como qualquer médico de medicina convencional e depois coforme a doença, ele vai verificar a sensibilidade dos meridianos. Alguns examinam a língua e pulso. Uma vez que o diagnóstico é concluído ele começa a acupuntura. Depedendo da doença, o paciente pode ficar em diferentes posições: deitado na maca ou cama, de lado, de barriga para cima, de bruço ou sentado. Cada sessão dura em média de 15 à 30 minutos. Transanet: Quantas agulhas são usadas? Dr. Hong: De 1 a 15 agulhas. Em média 12 agulhas. No caso de derrame cerebral, pode chegar até 30. Transanet: Como a acupuntura age no organismo? Dr. Hong: A agulha estimula os terminais nervosos liberando substâncias que agem no organismo como analgésico local, cicatrizante, antiinflamátório e relaxante muscular. Além de ativar o sistema imunológico, melhora também as disfunções de estômago, coração, pulmão e menstruação. Transanet: Quais os cuidados que devem ser tomados antes, durante e após aplicação? Dr. Hong: Antes da aplicação deve-se evitar comida e bebida alcóolica em excesso, sem passar fome. A bexiga deve estar vazia. Durante a aplicação é indicado manter a mente calma, não pensar em nada. Já após a aplicação não fazemos nenhuma restrição. Fonte: Rede Transamérica casos EM QUE as agulhas têm eficácia comprovada da Folha de S.Paulo Artrite reumatóide Cólica renal Depressão (incluindo neurose depressiva e depressão seguida de derrame) Dor ciática Dor de cabeça Dor na cervical Dor no epigástrio (úlcera péptica, gastrite aguda ou crônica e espasmo gástrico) Hipertensão Reações adversas à radioterapia e/ou quimioterapia Rinite alérgica Alguns dos sintomas e doenças relacionadas pela Organização Mundial da Saúde Fonte: Folha de São Paulo, 06/11/03 Como as agulhas agem no corpo, segundo as duas medicinas da Folha de S.Paulo Como explicar cientificamente que uma picada de agulha e a sua permanência no meio do tórax, por exemplo, pode diminuir os sintomas de ansiedade da pessoa? Questões desse tipo fizeram o atual chefe da equipe de acupuntura do Centro de Dor do Hospital das Clínicas e presidente da Sociedade Médica de Acupuntura de São Paulo, Hong Jin Pai, mudar-se para a China, na década de 80, para mergulhar no estudo da técnica de acupuntura. "Queria mais do que a explicação de desequilíbrio energético", diz ele. Segundo a teoria oriental milenar, o ser humano de mente sã e corpo são é formado por uma energia vital chamada de "qi" (pronuncia-se chi), distribuída pelo corpo e com seus aspectos opostos "yin" (negativo) e "yang" (positivo) perfeitamente equilibrados. O menor desequilíbrio dessas forças daria origem a desordens físicas e psicológicas. Para restabelecer essa rede de energia, agulhas são introduzidas em pontos específicos do corpo. Assim a harmonia do "yin" e "yang" é estimulada, anulando as doenças e as dores causadas pelo desequilíbrio. Segundo a medicina ocidental, as agulhas estimulam 365 terminais nervosos espalhados pelo corpo (os chamados pontos), ativando no cérebro a produção de substâncias que atuam como analgésicos (endorfina), antidepressivos (serotonina e noradrenalina) e antiinflamatórios naturais (cortisol) e que são liberadas na corrente sanguínea. Esses terminais nervosos estão distribuídos por 14 linhas longitudinais ao corpo (os chamados meridianos na medicina oriental). Cada linha possui de 20 a 30 pontos clássicos. "A introdução de uma fina agulha nos pontos causa uma microinflamação. Essa irritação faz com que o organismo passe a produzir naturalmente essas substâncias que não seriam fabricadas se não tivesse havido o estímulo com a agulha", explica Hong. Fora os pontos que estão nos meridianos, ainda existem cerca de 50 --chamados de pontos extras--, que, segundo Hong, têm ação local, não se irradiando ao longo do corpo como os clássicos. Há ainda muitos a serem descobertos, diz. A forma de aplicar as agulhas na pele, assim como a quantidade usada, variam segundo a indicação terapêutica. A introdução pode ser superficial, subcutânea e muscular, penetrando até 7 cm --caso do tratamento do ciático, diz Hong. A maioria das agulhadas não dói. As agulhas têm 0,25 mm de espessura, porém, mesmo tão fina quanto um fio de cabelo, se a introdução for mais profunda pode exigir reforço extra. Nesse caso, anestésicos, como lidocaína, são injetados com a picada. O preço médio de cada sessão --de 30 minutos-- vai de R$ 50 a R$ 100. E, para quem tem pavor de agulhas, existe a opção da acupuntura com laser. Porém, segundo Hong, o tratamento não é tão satisfatório quanto o tradicional. "Precisa haver o contato", diz. Os registros de aplicação de agulhas datam de mais de 5.000 anos, contudo o conceito da técnica se confunde com a evolução da própria civilização e é tão antigo quanto o gesto inconsciente do ser humano de massagear a lateral da testa com a ponta dos dedos para aliviar uma dor de cabeça. C u i d a d o s Antes de procurar um acupunturista, especialistas alertam para alguns procedimentos essenciais. "O principal é saber se o profissional é realmente médico e acupunturista", diz Ruy Tanigawa, vice-presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura (AMBA). Para tanto, ele aconselha os pacientes a se certificarem na associação se o profissional possui registro de médico e título de acupunturista. Os riscos do tratamento sem qualidade vão de infecção, no caso de agulhas não-descartáveis, a perfuração de órgãos. "Porém o mais grave é o suposto profissional deixar de fazer o diagnóstico de uma doença grave", afirma Tanigawa. O perigo reside em mascarar doenças graves, tratando apenas seus sintomas. O acupunturista que é médico pode diagnosticar as causas do sintoma ou, quando for o caso, saberá encaminhar o paciente a um especialista. Fonte: Folha de São Paulo, 06/11/03 Acupuntura auxilia tratamento tradicional ANA PAULA DE OLIVEIRA da Folha de S.Paulo A acupuntura anda de caso com a medicina alopática faz tempo. Agora, parece estar oficializando o "enlace". Na semana passada, um encontro denominado 1º Congresso Mundial de Integração da Acupuntura Médica reuniu acupunturistas e médicos favoráveis à técnica vindos da Alemanha, China, Inglaterra, entre outros países, e também brasileiros, num total de 1.600 especialistas.O objetivo: ampliar o uso da técnica milenar em especialidades da medicina tradicional, como reprodução humana e medicina esportiva. O acupunturista, diferentemente do alopata, não se dedica a especialidades. Ele deve estar apto a tratar de dores reumáticas a impotência. "Isso porque a medicina chinesa não vê a doença, mas o doente", explica a ginecologista e acupunturista Lilian Fumie Takeda. Vice-presidente do hospital Albert Einstein, o reumatologista José Goldenberg acredita no tratamento médico multidisciplinar e indica a acupuntura. Até dispõe do serviço na própria clínica para o tratamento de dores reumáticas. "A acupuntura tem essa característica de ver o ser humano como um todo." De manhã, endoscopia; à tarde, acupuntura. Essa é a rotina da clínica da médica especializada em endoscopia Mylene Mayumi Nagato, que se vale dos benefícios do uso associado das duas técnicas. "Contra dores estomacais, aconselho o paciente, além de medicação alopática, a fazer sessões de acupuntura para aliviar a dor." Aliviando a dor, o paciente não precisará tomar tantos remédios, o que reduz o custo com medicamentos e diminui os efeitos colaterais provocados por eles, diz Hong Jin Pai, chefe da equipe de acupuntura do Centro de Dor do Hospital das Clínicas (HC) e presidente da Sociedade Médica de Acupuntura de São Paulo. Sinal da aliança bem-sucedida da acupuntura com o tratamento convencional: "Em apenas três anos de utilização da acupuntura no Hospital do Servidor Público, 25 acupunturistas realizaram 35 mil procedimentos e ainda existe fila de espera", diz Ruy Tanigawa, vice-presidente da Associação Médica Brasileira de Acupuntura (Amba) e chefe do departamento de acupuntura do hospital. Além disso, é no Brasil que fica o primeiro pronto-socorro de acupuntura do Ocidente, serviço oferecido pelo Hospital São Paulo. Desde 1998, a acupuntura integra o Conselho de Especialidades da Associação Médica Brasileira. "Ou seja, para ser acupunturista, é preciso ser médico", diz Hong. "Entre os perigos da má aplicação, o pior é deixar de fazer o diagnóstico", alerta Tanigawa. O uso da técnica tem suas limitações: "Casos como intervenção cirúrgica e tratamento de doenças infecto-contagiosas e mentais ainda devem ser lidados pela medicina ocidental. A acupuntura, nesses casos, atua como coadjuvante para amenizar os sintomas colaterais", explica Tanigawa. A OMS (Organização Mundial da Saúde) relacionou doenças, sintomas e condições em que a acupuntura teve sua eficácia comprovada. Comprovação científica, aliás, é o que é essencial antes de a acupuntura ser indicada aos pacientes, segundo o neurologista especializado em enxaqueca e dor de cabeça Abouch Krymchantowski. "Existem evidências de que a acupuntura é útil como coadjuvante no tratamento medicamentoso da enxaqueca e outras dores de cabeça. Pode até tirar a dor, mas não curar", diz, orientando quem tem dores constantes que procure um especialista. Nas páginas 7 e 8, há uma relação de problemas, que vão de asma a impotência sexual, para os quais profissionais adeptos da acupuntura defendem o uso das agulhas. Antes, leia aqui as ressalvas de especialistas alopatas. Em geral, eles alertam que a técnica deve ser usada como tratamento complementar ao tradicional. "Jamais uma cirurgia deverá ser suprimida pela acupuntura", diz Paulo Zogaib, especializado em medicina esportiva. "O homem que tiver distúrbio de ereção deve procurar um urologista. Aconselho a acupuntura para diminuir o estresse, assim como oriento o paciente a procurar outros meios que o deixem menos estressado", diz o coordenador do Centro de Reprodução do HC, Jorge Hallak. O estresse, aliás, é um das causas de vários problemas estomacais, diz a gastroenterologista do HC Dorina Barbieri. "Se a acupuntura ajudar a relaxar, bom para o paciente, porém não vejo frequentemente as pessoas usarem a técnica para tratar o estômago." Já sobre o efeito anestésico das agulhas, Wilson Nogueira Soares, anestesiologista do Einstein, diz que uma cirurgia feita com anestesia provocada pela acupuntura é inviável. "O paciente só não sente dor, mas ainda tem mobilidade, o que é contra-indicado em muitas cirurgias." "Era cético até o dia que tratei uma dor terrível no pé, que não passava de maneira nenhuma. Um amigo me indicou um acupunturista. Fui sabendo que não adiantaria. Quando a sessão terminou e me vi livre da dor de meses, percebi que não se tratava de charlatanismo, porém de uma ciência séria", conta o ginecologista Eliezer Berenstein, que indica a técnica como tratamento complementar da tensão pré-menstrual. "Descobri que a medicina é uma só. Existem técnicas que caem no ostracismo e outras que ultrapassam o tempo. A acupuntura é uma delas. Não dá mais para ser chamada de método alternativo, mas de tratamento complementar à medicina alopática." Para o cirurgião vascular da Santa Casa (SP) Jorge Guedes Neto, o médico deve estar aberto a todo tipo de tratamento cientificamente comprovado. "Sei que, em casos de derrame, a acupuntura auxilia no tratamento das sequelas. A técnica era vista como última saída, hoje completa a medicina ocidental." Ainda resistente à idéia, o especialista em reprodução humana Selmo Geber, porém, admite ter ficado intrigado quando uma paciente sua em tratamento de infertilidade comunicou que, paralelamente à terapia alopática, faria acupuntura. Ele disse que seria perda de tempo, mas ela insistiu. "E não é que engravidou!", admira-se, atribuindo o progresso à coincidência. "Mas, por via das dúvidas, vou ler mais a respeito, pois acredito que as constatações científicas são muito incipientes." Fonte: Folha de São Paulo, 06/11/03 Gurus da saúde Com dicas simples, preparadores físicos, nutricionistas e médicos ajudam paulistanos a abandonar vícios, sair do sedentarismo, melhorar hábitos alimentares e, assim, conquistar a tão sonhada qualidade de vida Marcella Centofanti Dormir oito horas e acordar sem despertador. Cheirar a comida e pegar as folhas com as mãos. Numa crise de ansiedade, em vez de se entupir de chocolate, boceje e espreguiiiiiiiice. Antes de trocar as cortinas ou o piso da casa, instale um simples comedouro para pássaros na janela e observe o movimento dos animais. Ah, tem ainda o banho frio: dois por dia. Essas recomendações, que caberiam bem na boca da vovó, encabeçam a lista dos mandamentos de alguns médicos, preparadores físicos e nutricionistas paulistanos. Eles lotam seus consultórios – há quem atenda até trinta pessoas por dia – vendendo receitas de como alcançar a tão propagada qualidade de vida. "Saúde não é sinônimo de condicionamento físico. Ter saúde é acordar de manhã, ver que está chovendo, respirar fundo e pensar: 'Que dia romântico!'", prega o preparador físico Nuno Cobra Ribeiro, o mais popular dos gurus do bem-estar. Cobra ficou famoso na década de 80 graças a um seguidor especial: Ayrton Senna. Seu currículo acumula outros nomes conhecidos do esporte, como os pilotos Mika Hakkinen, Rubens Barrichello, Gil de Ferran e Christian Fittipaldi e o tenista Jaime Oncins. Pacientes não estrelados pagam entre 1 200 e 2 000 reais por mês pelo "método Cobra", que preconiza a superação física como o caminho para uma mente sã e feliz. Esse valor dá direito a um encontro semanal com um de seus "discípulos" (leia-se a mulher, Silvia, e os quatro filhos, todos com formação na área esportiva). Segundo sua teoria, o exercício aumenta a circulação sanguínea, o que melhora a oxigenação do cérebro e, por conseqüência, o raciocínio e a criatividade. Seus conceitos encontram-se detalhados no livro A Semente da Vitória, lançado em janeiro de 2001. Há 106 semanas na lista dos mais vendidos de VEJA, o best-seller está na 49ª edição e ultrapassou a marca dos 230 000 exemplares. Na quarta-feira (20), ele deve inaugurar na cidade mais um lugar para difundir suas receitas de auto-ajuda, o Centro de Treinamento Nuno Cobra, no novo Hotel Gran Estanplaza, no Brooklin. O local terá aparelhos de ginástica, parede de escalada, barras e paralelas para atividades de equilíbrio – seu exercíciopreferido é colocar os executivos para andar sobre um arame esticado. "Ao superarem seus limites físicos, eles percebem que podem fazer o que parecia impossível", afirma Cobra, que nos anos 50, quando era estudante, completava o orçamento trabalhando num circo como equilibrista. A mensalidade do centro será em torno de 400 reais, mais do que se paga numa academia. Cobra é o que se pode chamar, com propriedade, de um homem de hábitos espartanos. Acorda às 5 da manhã, janta às 6 da tarde, dorme às 8 da noite, toma dois banhos gelados por dia e garante que não coloca um gole sequer de bebida alcoólica na boca há quarenta anos. Felizmente para seus pacientes, não exige semelhantes sacrifícios – embora recomende alguns. "Não sou durão, só faço elogios", diz ele, aos 65 anos que nem de longe aparenta, exceto pela cabeleira branca. "Quando o aluno percebe modificações no organismo, sente-se vitorioso e tem disposição para realmente mudar seu estilo de vida." Foi o que aconteceu com o publicitário Átila Francucci. Ao iniciar o tratamento, Francucci era sedentário, estava acima do peso e tinha os níveis de colesterol e triglicérides altos. Em quatro meses de treinamento, sem nenhum remédio, os exames sanguíneos ficaram estáveis. Hoje, 8 quilos mais magro, o publicitário corre cinco vezes por semana. No ano passado, completou a São Silvestre. "Meu humor e minha disposição melhoraram", conta. "Todo mundo percebe as mudanças e isso alimenta o espírito." O endocrinologista Alfredo Halpern é outro campeão das prateleiras e queridinho dos paulistanos que precisam fazer as pazes com a balança. Seus quatro livros somam mais de 120.000 exemplares vendidos. No início da década de 70, ele criou a famosa "dieta dos pontos", um regime no qual os alimentos ingeridos contam pontos – cada 1 equivale a 3,6 calorias. O paciente que desembolsa 390 reais pela consulta deve fazer com que a soma dos pontos fique dentro do limite diário estabelecido (em média, 1.100 calorias para mulheres e 1.400 para homens). Há dois anos, a dieta está disponível na internet e pelo telefone. O usuário paga uma taxa mensal de 50 reais e conta com o acompanhamento de uma nutricionista. "Qualquer dieta faz emagrecer", admite Halpern. "Só que, pelo sistema que criei, o indivíduo não passa sufoco. Ele escolhe o que vai comer, aprende a se alimentar e a manter o peso." O endocrinologista foi fundador do Ambulatório de Obesidade do Hospital das Clínicas, o primeiro do país. "Dei minha contribuição para tornar a obesidade um assunto sério", diz ele, vaidoso assumido. Pelo que calcula, cerca de 200.000 pessoas perderam quilos com sua ajuda. Em qualquer linha da medicina, a alimentação é considerada um ponto fundamental para o bem-estar. "Quando comecei a trabalhar, vinte anos atrás, dieta era sinônimo de emagrecimento", lembra a nutricionista Tânia Rodrigues. "Hoje, as pessoas procuram se alimentar bem para ter benefícios no sono, fortalecer a imunidade e melhorar o funcionamento do organismo." Tânia é sócia da RGNutri, clínica fundada por ela e por Patrícia Bertolucci, ex-nutricionista do São Paulo Futebol Clube. Ficou conhecida em meados da década de 90 ao cuidar da alimentação dos atletas do Corinthians. Para auxiliá-la, montou uma equipe de seis profissionais e doze estagiários. Monitorar os altos e baixos da balança de seus pacientes levou o clínico geral e endocrinologista Mauricio Hirata a uma descoberta. "Percebi que minha missão era maior: tratar da felicidade deles", diz. Aos poucos foi ampliando sua clínica em Moema, onde seguranças e manobristas controlam o incessante entra-e-sai de carros de luxo. Circulam por ali figuras como a empresária Eliana Tranchesi, o restaurateur Sergio Arno e o arquiteto Sig Bergamin. "Ele é médico e analista ao mesmo tempo", afirma a socialite Ana Maria Velloso. "Com remédios, perdi 20 quilos. Mas foi na base de muita conversa que descobrimos a causa psicológica de minha gordura." O médico é de fato daqueles que gostam de estudar a personalidade de quem entra em seu consultório e soltar frases como: "Pelos seus olhos, sei que você não está feliz". Sua fórmula engloba desde dicas simples até mudanças radicais, como tentar convencer grandes empresários a mudar de casa para ficar mais perto do trabalho e evitar o stress dos congestionamentos. Para receber tais conselhos, os clientes pagam 300 reais e enfrentam fila de espera de dois meses. Em sua equipe há psicólogo, ginecologista, nutricionista, professor de educação física, ortopedista, fisiologista do esporte e esteticista. Dela agora fará parte um sexólogo. "Sexo é a causa de muitos problemas, mas continua um assunto tabu." Nem sempre quem marca um horário com esses profissionais tem alguma doença crônica. É crescente o número de pessoas que vêm se aplicando para viver bem no trabalho e fora dele e conseguem transformar carreira, vida familiar e lazer em um conjunto harmonioso. "Quando o assunto é qualidade de vida, a medicina tradicional morre na praia", acredita o reumatologista Ari Stiel Radu, sócio da Clínica do Movimento, na Vila Nova Conceição, uma das mais respeitadas no ramo da medicina esportiva, e chefe do Ambulatório de Coluna do Hospital das Clínicas. "Em nossa consulta, por exemplo, queremos saber até a distância entre a academia e a casa do paciente. Isso pode explicar aquela eterna preguiça para a ginástica." Com a ajuda dele e da sócia, Fernanda Lima, chefe do Ambulatório de Medicina Esportiva do HC, a pedagoga Cléa Granadeiro, de 57 anos, soube que sofria de fibromialgia, uma doença reumatológica incurável não diagnosticada por exames. Enfrentou dores em articulações, músculos e tendões do corpo todo por dez anos. "Primeiro, a doutora Fernanda me entupiu de textos que explicavam a doença. Depois, receitou um tratamento que, além da parte clínica, inclui fisioterapia e psicoterapia", relata Cléa. "Hoje em dia faço ginástica regularmente, durmo bem e não sinto mais nada." Se a qualidade de vida é uma expressão que foi incorporada ao vocabulário da medicina tradicional na última década, ela faz parte há milênios dos preceitos da medicina oriental. "Seis séculos antes de Cristo, já se falava na China que a saúde se sustenta sobre quatro pilares: atividade física regular, mente calma, respiração profunda e dieta equilibrada", explica o médico acupunturista Hong Jin Pai, que implantou a técnica no Hospital das Clínicas e diz aos pacientes o que acha que eles devem ouvir, sem meias palavras, ao estilo chinês. "Falo mesmo, porque, se o problema está nos hábitos da pessoa, ela pode fazer acupuntura quanto quiser que não vai resolver." Para ele, no entanto, a forma de encarar o cotidiano é mais importante que a quantidade de horas dormidas à noite. Hong atende pacientes das 7h15 às 20 horas, dá aulas na USP, escreve dois livros e elabora sua tese de doutorado. No fim de semana, ministra um curso de acupuntura. Há dois anos, seu momento de folga resume-se às tardes de domingo. "É fácil dizer que a pessoa tem de trabalhar menos, mas numa sociedade como a nossa isso é inevitável", considera. "Temos de produzir mesmo, desde que a rotina não vire um martírio." Entre os ensinamentos que repete no consultório, o principal é que cada um ame o que faz e pare de reclamar à toa. "Não existe segredo para ser saudável e feliz. Basta querer." Os cinco mandamentos de Hong Jin Pai, acupunturista 1- Reclamar da vida só causa stress. Em vez de resmungar porque faz frio, vista um agasalho 2- Passamos a maior parte do dia no trabalho. Por isso, você precisa amar o que faz 3- Aproveite o trânsito para escutar alguma música que goste, estudar um idioma ou, se não estiver dirigindo, ler 4- Seja otimista. Lembre-se de que todas as crises são passageiras 5- A terceira idade deve ser a melhor fase da vida. Estude, exercite-se e leia. Ficar parado só acelera o envelhecimento Fonte: Revista Veja São Paulo, 20/08/03 Sintomas da gravidez são tratados com agulhas da Folha de S.Paulo Ansiedade e depressão : Podem ser atenuadas com a associação de pontos tranqüilizantes e sedativos.Contrações precoces : Podem ser amenizadas com a ação das agulhas. Desnutrição : As aplicações nos pontos correspondentes ao baço/pâncreas melhoram a absorção de nutrientes pela mãe e pelo feto, ajudando a prevenir o nascimento de bebês com baixo peso. Enjôo e vômito : Sintomas clássicos da gestação, que podem ter causas emocionais ou físicas, são atenuados; boa alternativa para quem não pode ou evita tomar medicamentos nessa fase. Enxaqueca : Alivia a dor e o desconforto. Como no caso do enjôo, é uma opção para quem não pode ou não quer tomar medicamentos. Lombalgia : É o principal sintoma de gravidez tratado com acupuntura, além de o seu uso ser reconhecido e indicado pela OMS. Sonolência : Pode reduzir o sono excessivo comum às gestantes, principalmente nos três primeiros meses. Amamentação : Estudo da Organização Mundial da Saúde mostrou a eficácia da acupuntura para estimular a produção de leite de mães com dificuldade de amamentar. Fonte: Folha de São Paulo, 04/03/2004 Acupuntura: um furo no tempo Existente desde muito antes da Era Cristã, a medicina oriental expandiu-se pelo Ocidente em meio a questionamentos sobre sua eficácia Muita dúvida gira em torno e ainda pouco se sabe sobre a eficácia do tratamento por meio da Acupuntura. Contudo, mesmo na medicina ocidental tradiocional, com todo o avanço científico e tecnológico, tratamento e cura de doenças também geram incertezas. Sendo reconhecida no Brasil em 1998 como especialidade médica, a Acupuntura, uma técnica milenar chinesa com aproximadamente 5 mil anos, teve seus primeiros relatos no Ocidente por volta do século XVII, na Europa. Mas foi no início da década de 50 que o prof. Frederico Spaeth, fisioterapeuta e massoterapeuta, introduziu no Brasil a Acupuntura para a capacitação de profissionais da área da Saúde. Ministrou o primeiro Curso de Formação em Acupuntura em 1958, que culminou com a criação de um grupo que, posteriormente, foi o resonsável pela fundação da primeira entidade de classe no País - a Associação Brasileira de Acupuntura (ABA), tornando-se oficial três anos depois. Foi a associação que dedicou relevantes serviços à Acupuntura nacional, realizando seminários, congressos, simpósios e cursos difundindo, assim, a teoria e a prática da técnica oriental no Brasil. Vários tipos de dores podem ser tratados por meio da aplicação da Acupuntura. Inclusive nas dores de cotovelo, ombro, joelho, pescoço, coluna e demais articulações com total êxito. Outros males tratados são: resfriado, sinusite, bronquite, insônia, estresse, tabagismo, seqüelas de A.V.C. (Acidente Vascular Cerebral), paralisia, gastrite, diabete, impotência sexual, ejaculação precoce, tendinite e muito mais. Segundo a concepção chinesa a doença é uma manifestação de desequilíbrio, e a aplicação da Acupuntura é uma forma de readquirir a harmonia perdida. "Há uns 20 anos, a Acupuntura era vista como mística. Atualmente é comprovada cientificamente. Ainda temos profissionais não gabaritados no mercado, mas há como as pessoas saberem se o médico é especializado por meio de consulta feita à Sociedade Médica Brasileira de Acupuntura", aconselhou Hong Jin Pai, médico acupunturista e membro da SMBA. Na Acupuntura, as doenças não se classificam de uma maneira tão restritamente como estamos acostumados. A dor é a causa do tratamento. Seja na parte interna ou externa do corpo, o que importa é a eficácia da terapia. Todas as dores locais causam alterações no comportamento, no perfil psicológico e cognitivo. "Na hora de se submeter ao tratamento, temos de afastar a causa tratando a parte emocional e física do paciente", destacou dr. Hong. Como em qualquer outro tratamento, primeiro segue o diagnóstico feito pelo médico, através do toque na parte atingida. A localização dos pontos pode ser feita pela sensibilidade manual ou por meio do uso de aparelhos. Poucos sabem, mas na Acupuntura existem outras técnicas além da penetração de agulhas. O uso do aparelho elétrico é um, conhecido como Eletrosimulador, que aumenta a eficiência. Tem ainda a infiltração com injeção de xilocaina que alivia a dor e melhora a inflamação. E há técnicas medicamentosas como a queima de ervas medicinais com propriedades analgésicas e antiinflamatórias, aplicadas no local afetado. "Quem faz uso correto tem um alivio de até 75% da dor. Têm pessoas que dizem ter feito uso, mas não sentiram resultado. Contudo: será que foi feito de forma correta e por um especialista?", questionou Hong, acrescentando que "muitas vezes é preciso até trocar de médico." O método, segundo o especialista, apresenta três níveis relacionados no Brasil: primeiro a Acupuntura aplicada em clínicas particulares; segundo, convênios médicos que aceitam a Acupuntura em seus hospitais, como os do SUS (Sistema Único de Saúde). Na Sociedade Médica Brasileira de São Paulo foi criado um centro de referência, oferecendo tratamento gratuito ou quase gratuito a pessoas carentes. Cerca de 150 pacientes são atendidos por semana. A SMBA/SP fica na Alameda Jaú, 687, no Jardim Paulista. Mais informações pelo fone 3284-2513. Por Cleber Eufrásio Fonte: Folha Universitária Acupuncture's secret: Blood flow to brain By Marilyn Elias, USA TODAY Acupuncture on pain-relief points cuts blood flow to key areas of the brain within seconds, providing the clearest explanation to date for how the ancient technique might relieve pain and treat addictions, a Harvard scientist reports today. Researchers using MRI technology found that acupuncture decrease blood flow to the brain. By Al Goldis, AP Although researchers still don't fully understand how acupuncture works, "our findings may connect the dots, showing how a common pathway in the brain could make acupuncture helpful for a variety of conditions," says radiologist Bruce Rosen of Harvard Medical School. He'll release the findings at the American Psychosomatic Society meeting in Orlando. Rosen's team used functional Magnetic Resonance Imaging, or MRIs, on about 20 healthy volunteers before, during and after acupuncture. This type of brain scan shows changes in blood flow and the amount of oxygen in blood. Researchers applied acupuncture needles to points on the hand linked to pain relief in traditional Chinese medicine. Blood flow decreased in certain areas of the brain within seconds of volunteers reporting a heaviness in their hands, a sign the acupuncture is working correctly, Rosen says. The needle technique is not supposed to hurt if done correctly. When a few subjects reported pain, their scans showed an increase of blood to the same brain areas. "When there's less blood, the brain isn't working as hard, " Rosen says. "In effect, acupuncture is quieting down key regions of the brain." The specific brain areas affected are involved in mood, pain and cravings, Rosen says. This could help explain why some studies have found acupuncture helpful in treating depression, eating problems, addictions and pain. The brain regions involved also are loaded with dopamine, a "reward" chemical that surges in reaction to everything from cocaine to food, beautiful faces and money. The reduced blood flow could lead to dopamine changes that trigger a "cascade" effect, releasing endorphins, the brain's natural pain-relieving and comforting chemicals, Rosen says. Rosen's study "is a very exciting first step," says neurobiologist Richard Hammerschlag of the Oregon College of Oriental Medicine in Portland, but controlled research on pain and addiction patients will be needed to prove the point. Brain scans should be done on patients getting acupuncture at real and bogus points, he says, and patients shouldn't know which group they're in. The placebo effect is so powerful it could affect blood flow, says UCLA neurobiologist Christopher Evans, a pain expert. There's even some evidence that placebos can increase brain chemicals, such as endorphins, Hammerschlag says. Acupuntura é mesmo eficiente, diz pesquisa britânica Cientistas da University College London e da Southampton University disseram ter provas
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