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Fichamento História da riqueza do homem Leo Huberman

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Fichamento História da riqueza do homem 
O autor Leo Huberman, nasceu no nordeste americano em americano em 1903 
e morreu aos 65 anos, em 1968. Foi um jornalista e escritor marxista, era graduado 
em economia e lecionou na Universidade de Columbia. Em 1949, fundou e co-editou 
a revista Monthly Review com Paul Sweezy, foi também editor laboral do jornal PM é 
autor de livros de história populares Man’s Worldly Goods e We, The People. Nesta 
obra “A História da Riqueza do Homem” publicada em 1936, Huberman tem como 
objetivo explicar a História pelo estudo da teoria econômica e, ao mesmo tempo, 
explicar a economia através do estudo de História. 
Ao iniciar sua obra, Huberman se propõe a estudar a história econômica e a 
história mais geral da sociedade pré-capitalista ou feudal. Segundo o autor, durante o 
período da Idade Média, a sociedade feudal possuía um sistema de sociedade 
extremamente estratificado, consistindo em três classes: a dos que rezavam 
(sacerdotal), a dos que guerreavam (nobre) e a dos que efetivamente trabalhavam 
(camponesa). 
 Em uma economia essencialmente agrária, com o resfriamento do comércio e 
a descentralização política, o camponês era colocado como o sustentáculo da 
produção material que abastecia as duas classes privilegiadas, sendo elas o clero e a 
nobreza. Portanto a riqueza do homem nestes tempos, se dava pela terra, o servo 
através do uso da terra como meio de produção, cobravam taxas abusivas como a 
talha e a corveia, além do dízimo requerido pelos clérigos. Não obstante, Huberman 
chega a aproximar a situação do servo e a do escravo, já que ambos eram explorados. 
Sobre o contexto feudal, destaca – se o poder e a importância da Santa Madre, 
a Igreja Católica, responsável pela unidade cultural da Europa ocidental sob o signo 
da religiosidade cristã. A Igreja adquiriu enorme influência sobre as questões deste 
mundo, tornando-se a instituição mais rica e poderosa do período. 
Huberman disserta sobre o renascimento comercial ao fim da Idade Média, 
após as cruzadas. O autor explica a história de produção econômica em cada período, 
na alta Idade Média o capital acumulado pela minoria privilegiada, isto é, pelos padres 
e guerreiros, era estático, imóvel ou improdutivo, pois era apenas acumulado, não 
https://pt.wikipedia.org/wiki/1949
https://pt.wikipedia.org/wiki/Revista
https://pt.wikipedia.org/wiki/Monthly_Review
https://pt.wikipedia.org/wiki/Paul_Sweezy
https://pt.wikipedia.org/wiki/1936
servindo para financiar investimentos ou gerar mais capital. Até porque não havia 
interesse em investir em excedentes produtivos, visto que o comércio estava 
enfraquecido, as condições em geral não favoreciam a atividade comercial, pois as 
estradas eram ruins e permeadas de ladrões e saqueadores, portanto havia uma 
variedade imensa de moedas, que tornava trabalhoso o esparso e fraco comércio 
existente. Huberman sustenta um escopo econômico elipsado por esta finalidade 
“espiritual”, ou seja, a real motivação para este evento seria em verdade, conquistar 
mais terras, riquezas e retomar o controle de importantes rotas comerciais, como as 
do Mediterrâneo. Assim com uma economia mais complexa e com trocas comerciais 
mais numerosas e rápidas, o feudo autossuficiente aos poucos se converte em 
economia de mercado. 
A principal ideia de Huberman é demonstrar como o crescimento em tamanho 
e complexidade do comércio engendrará o crescimento das cidades, olvidadas pela 
sociedade feudal, que era essencialmente ruralista. Com o aumento das feiras, há 
uma expansão comercial que viria a engolir a velha ordem socioeconômica medieval. 
O autor traz a noção de um “Burgo Extramural”, para explicar como as pequenas 
feiras, organizadas pelos mercadores burgueses aos poucos expandem-se, 
atropelando os muros dos feudos em que eram realizadas. Na busca por liberdade 
para desempenhar suas atividades econômicas, as ligas exerceram importante papel, 
pressionando a elite medieval a reduzir ou isentá-los de impostos e a conceder 
proteção e incentivos ao comércio. 
Dizia a Igreja que atividades como emprestar a juros ou cobrar um preço acima 
do “justo” que é apenas o necessário para suprir os custos de produção, não obtendo 
lucro, eram pecaminosas, sendo classificadas como usura. Segundo Huberman, 
(2008) emprestar a juros durante o medievo era considerado pecado porque naqueles 
tempos, com a debilidade do comércio, só se emprestava em situações de desgraça, 
para ajudar na sobrevivência alheia, de sorte que seria extremamente imoral lucrar 
em cima disto. 
Todavia os empréstimos se fizeram necessários em situações menos 
calamitosas, sendo admitido como justo, outro ponto destacado pelo autor são as 
contradições existentes entre o discurso elaborado pela Igreja e suas práxis. A Santa 
Madre agia como a maior das usurárias, vendendo indulgências e extorquindo através 
de dízimos abusivos. 
 O papel do camponês muda bastante com a transferência gradual do eixo da 
produção material da agropecuária para o comércio e a indústria. A instabilidade típica 
da sociedade feudal, apresentada, composta por uma hierarquia entre Senhores, 
Clérigos e Servos, é enfraquecida pela atenuação da antiga ordem produtiva, pautada 
na terra, em razão da ascensão de uma classe intermediária, a burguesia e um novo 
modo de gerar riqueza através da compra e venda de mercadorias. Contudo, com a 
vinda da peste negra, causa a morte da grande parcela da polução europeia, assim a 
oferta de trabalho é reduzida, isto é, com menos gente para trabalhar, os que 
sobraram obtiveram privilégios mais facilmente, o que é explicado pelas relações 
econômicas entre oferta e demanda. 
 O autor destaca o surgimento das corporações de ofício e seus impactos para 
a economia e a história da época. É dito que, no feudalismo, não havia especialização 
industrial, toda produção manufatureira era caseira, doméstica ou artesanal, as 
corporações de oficio tinha o encargo de treinar jovens e convertê-los em profissionais 
sapateiros, padeiros, ferreiros, entre demais ofícios. 
Huberman coloca aqui a necessidade de compreender o processo de 
centralização política e de consequente formação dos estados nacionais modernos 
dentro do contexto econômico da época. Naquele período onde se tinha a unidade 
religiosa, sentia-se a falta de uma unidade política que governasse dentro de um 
território. Deste modo criou-se o monopólio da cobrança de impostos, pertencente ao 
rei, neste processo de centralizações a autoridade real será impelida contra a clerical, 
da Igreja Católica, a qual, desacreditada por muitos por sua hipocrisia, perderá 
bastante influência após as reformas protestantes. Por fim, o autor destaca que, 
dentro do novo sistema político-administrativo, a burguesia ocupará cargos 
burocráticos. 
O autor coloca em pauta a discussão sobre as políticas mercantilistas (a priori, 
neste momento, essencialmente monetárias) no início da história política dos estados 
nacionais como primeira etapa do capitalismo, ou ao menos como preâmbulo deste 
sistema, analisando também suas consequências para a economia e a sociedade. Foi 
no período, entre os séculos XVI e XVII, em que surgiram famílias de banqueiros ou 
comerciantes bastante ricas, a exemplo dos Fugger, que engendraram enormes 
centros comerciais. Em contraste com o cenário descrito anteriormente, de riqueza e 
fartura, Huberman mostrará aqui o outro lado: a miséria generalizada que atingia as 
massas nestes tempos. Agora há possibilidade de alugar a terra para quem pudesse 
pagar mais, o que acaba por expulsar o servo das terras senhoriais. 
O autor explicar algumas mudanças no comércio e sistema produtivo da época. 
Huberman (2008) nos diz que, substituindo o esquema de produção artesanal, voltado 
apenas para o abastecimento local, será criado um esquema doméstico, marcado pela 
divisão e especialização do trabalho. Portanto e feita à reflexão sobre as políticasmercantilistas e seus impactos sociopolíticos e econômicos, nesse sentido foi 
incentivado o crescimento industrial, que permitia agregar maior valor aos produtos, 
que seriam exportados, gerando lucro para a nação, Huberman nos mostra como tal 
postura estatal será contestada a partir do desejo de liberdade dos comerciantes. O 
discurso mercantilista de “busca da riqueza da nação” será posto em cheque, pois o 
que se verificava era a riqueza de uma minoria, basicamente composta pela nobreza. 
A finalidade de Huberman é debruçar-se sobre a França do século XVIII, a fim 
de compreender suas particularidades políticas e econômicas que deram ensejo à 
revolução de 1789, que alterará profundamente as estruturas da cultura e da 
sociedade europeia, inaugurando uma nova ordem. Dentro deste sistema de opressão 
e abuso, os camponeses do terceiro estamento, com seu descontentamento 
alimentado pela miséria e pela fome, buscam liderança na classe média ascendente 
a burguesia, também oprimida pelos privilégios estamentais, para promover a 
revolução. Ao distinguir o dinheiro que é capital daquele que não é. Capital, em sua 
acepção, é tudo aquilo que é gasto ou investido resguardando a esperança de obter 
lucro, isto é, algo que é comprado para ser revendido (quiçá transformado antes), a 
fim de lucrar. 
O aumento da produção deveria ser complementado por uma maior rapidez na 
capacidade de transportá-la, que foi promovida através dos novos meios de transporte 
movidos pela tecnologia do vapor: as ferrovias e os navios cargueiros. Alteraram-se 
cursos de água e abriram-se estradas de ferro, indicando o surgimento de um mundo 
novo, mais veloz e mais complexo. Huberman apresentará a situação dos proletários 
em anos de revolução industrial, especialmente na primeira metade do século XIX. 
Com a chegada dos sistemas de produção fabril, a rotina das cidades e dos que nela 
vivem muda bastante. O autor critica a produção de verdades “naturalizadas” ou de 
leis incontestáveis na economia clássica. Huberman analisa os discursos de saber 
nas ciências econômicas como fundados não em um conhecimento puro, mas em 
interesses das classes dominantes em cada época. 
Huberman propõe estudar o socialismo científico, formulado por Marx. Assim 
destaca a importância de Marx ao alertar para a necessidade de o proletariado 
organizar-se com uma consciência de classe, estando preparado para as crises 
capitalistas e para superar suas contradições. Huberman (2008) menciona que o 
objetivo é debruçar-se sobre a escola econômica surgida como reação à teoria do 
valor-trabalho marxista, chamada escola neoclássica, que visa explicar o valor da 
mercadoria a partir da ideia de utilidade. Huberman destaca que a ambição desmedida 
dos monopólios, dentro e fora dos países, quando inserida na luta por mercados 
externos, o imperialismo engendra guerras e destruição. A vontade de dominar é 
tamanha que os industriais “anexariam os planetas, se pudessem”. 
O escopo do autor é discutir sobre as crises do capitalismo e seus motivos, 
além de outros conceitos importantes para a compreensão da economia capitalista, 
como a tendência decrescente do lucro. Huberman dá início à discursão diferenciando 
as crises ocorridas no início da era capitalista. Portanto buscará, aqui, comentar sobre 
a saída encontrada pela Rússia para as contradições do capitalismo: a revolução 
proletária e a troca de sistema produtivo. Para Lênin, líder dos bolcheviques, a 
revolução é uma arte, exigindo habilidade na condução da classe proletária, que a 
promoverá, além da consciência de que será um processo realmente problemático de 
saída brusca de um modo de viver para outro. 
No último capítulo, Huberman discorrerá sobre o paradoxo do capitalismo: 
pobreza em meio à abundância. Após a grande crise do sistema de produção 
capitalista, em 1929, a ordem era planejar, evitando outros crashes. Dentro do New 
Deal, apesar da intervenção dos planejamentos estatais, não havia uma unidade entre 
tais planos (planejamento central), ao contrário do que aconteceu na Rússia, porque 
a propriedade privada não fora abolida. Onde há propriedade privada, o interesse por 
esta se sobrepõe ao bem-estar nacional. Huberman destaca ainda, neste sentido, que 
o nazismo e o fascismo podem ser vistos como movimentos contrarrevolucionários, 
financiados por capitalistas que, na iminência da crise, utilizaram-nos como arma para 
impedir o advento do socialismo na massa pobre, destruindo sindicatos e combatendo 
partidos de esquerda. 
O autor conclui seu livro advertindo que, embora tenha trazido vantagens, ao 
implantar um planejamento central e dirimido a nociva liberdade do individualismo 
desmedido, o movimento nazifascista, que em linhas gerais continua compactuando 
da busca capitalista pelo lucro, conduzirá inevitavelmente à guerra imperialista, 
buscando expandir seus mercados consumidores e angariar mais fontes de matérias 
primas. O nazifascismo, por continuar seguindo a lógica da propriedade privada sem 
conseguir contornar as contradições do capital, só poderá nos levar a mais destruição. 
O autor Leo Huberman, para discutir sobre as pautas sobre economia 
relacionadas ao título do seu livro “História da riqueza do homem” ele se baseia em 
documentos e fontes descritivas, tais como explicar à economia através do estudo da 
História. Leo Huberman observa que a formação da riqueza ao longo da história 
ocorreu por diversas influências socioeconômicas. Dessa forma o autor fundamenta 
uma análise histórica e social para ilustrar a transição da riqueza na sociedade através 
do tempo e dimensionar o comportamento e influências da mesma na economia. 
Diante da minha visão concluo que esse livro e claramente considerado um 
clássico da história moderna, pois o livro abrange desde a Idade Média até o 
nascimento do nazifacismo. Com capítulos curtos conseguimos captar e ler 
rapidamente o que o autor propõe, tornando assim uma leitura prazerosa da 
economia, e nesse sentido que o livro foi de extrema importância, visto que me 
permitiu compreender através da história o estudo da teoria econômica.

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