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Exercício: CEL0239_EX_A10_201902581441_V9 15/03/2021 Aluno(a): SANDRA REGINA PEREIRA 2021.1 EAD Disciplina: CEL0239 - OFICINA LITERÁRIA 201902581441 1 Questão Considere o poema de Gullar transcrito abaixo e marque a alternativa que não está em conformidade com o que diz o poema. Meu povo, meu poema Meu povo e meu poema crescem juntos como cresce no fruto a árvore nova. No povo meu poema vai nascendo como no canavial nasce verde o açúcar. No povo meu poema está maduro como o sol na garganta do futuro. Meu povo em meu poema se reflete como a espiga se funde em terra fértil. Ao povo seu poema aqui devolvo menos como quem canta do que planta. Partindo da palavra povo, o poema se constituirá a fim de retornar ao seu ponto de origem. No título se anuncia o ritmo inicial de cada uma das cinco estrofes do texto, em cujo primeiro verso surge sempre o substantivo povo. Na primeira das cinco estrofes, povo e poema possuem crescimento simultâneo; sua forma de crescer é igual à da árvore que, em forma de semente, de vida potencial, repousa no interior do fruto. A segunda e a terceira estrofes apresentam um movimento, em que o povo agora é o próprio espaço onde rebenta o poema, é a própria terra nutriente que concebe e alimenta o broto. A intenção do autor é clara: colocar a palavra povo no início de cada estrofe, com a mesma função sintática, ou seja, objeto indireto. Respondido em 15/03/2021 14:15:13 Gabarito Comentado 2 Questão Leia atentamente a letra de canção A deusa da minha rua, composição de Jorge Faraj e Newton Teixeira, interpretada por Nelson Gonçalves, abaixo transcrita, e depois escolha a opção que contem uma afirmação incorreta. "A deusa da minha rua / Tem os olhos onde a lua / Costuma se embriagar / Nos seus olhos eu suponho / Que o sol, num dourado sonho / Vai claridade buscar. / Minha rua é sem graça / Mas quando por ela passa / Seu vulto que me seduz / A ruazinha modesta / É uma paisagem de festa / É uma cascata de luz. / Na rua uma poça d'água / Espelho da minha mágoa / Transporta o céu / Para o chão / Tal qual o chão de minha vida / A minh'alma comovida / O meu pobre coração. / Espelho da minha mágoa / Meus olhos / São poças d'água / Sonhando com seu olhar / Ela é tão rica e eu tão pobre / Eu sou plebeu / Ela é nobre / Não vale a pena sonhar." a figura feminina aparece idealizada na letra da canção. o eu lírico está consciente da impossibilidade da realização do amor e por isso sofre. o amor consegue superar todas as barreiras e convenções sociais. o amor encontra na diferença de classes sociais um obstáculo. a ruazinha modesta é o cenário do amor impossível e do sofrimento do eu lírico. Respondido em 15/03/2021 14:19:45 Explicação: A opção que contem uma afirmação incorreta é: o amor consegue superar todas as barreiras e convenções sociais. 3 Questão Leia atentamente a letra de canção abaixo e depois escolha a opção correta. "Quando eu digo que deixei de te amar / É porque eu te amo / Quando eu digo que não quero mais você / É porque eu te quero / Eu tenho medo de te dar meu coração / E confessar que eu estou em tuas mãos / Mas não posso imaginar / O que vai ser de mim / Se eu te perder um dia / Eu me afasto e me defendo de você / Mas depois me entrego / Faço tipo, falo coisas que eu não sou / Mas depois eu nego /Mas a verdade / É que eu sou louco por você / E tenho medo de pensar em te perder Eu preciso aceitar que não dá mais / Pra separar as nossas vidas // E nessa loucura de dizer que não te quero / Vou negando as aparências / Disfarçando as evidências / Mas pra que viver fingindo / Se eu não posso enganar meu coração? / Eu sei que te amo! / Chega de mentiras / De negar o meu desejo / Eu te quero mais que tudo / Eu preciso do seu beijo / Eu entrego a minha vida / Pra você fazer o que quiser de mim / Só quero ouvir você dizer que sim! // Diz que é verdade, que tem saudade / Que ainda você pensa muito em mim / Diz que é verdade, que tem saudade / Que ainda você quer viver pra mim." (Evidências. Composição: Jose Augusto / Paulo Sérgio Valle. Intérpretes: Chitãozinho & Xororó.) na letra da canção, as convicções morais e religiosas do eu lírico impedem a realização do amor. a letra da canção expressa o caráter contraditório e enigmático do sentimento amoroso. na letra da canção, o amor é caracterizado como algo sublime e acima do plano mundano. na letra da canção, eu lírico interessa-se exclusivamente pelo prazer pessoal, ignorando o desejo do outro. na letra da canção, o amor é relacionado à sexualidade de forma explícita e crua. Respondido em 15/03/2021 14:16:54 Explicação: A resposta correta é: a letra da canção expressa o caráter contraditório e enigmático do sentimento amoroso. 4 Questão José Régio (1901-1969) é um dos autores mais importantes da segunda geração do Modernismo português, o Presencismo, e um dos fundadores da revista Presença, que dá nome ao movimento. Leia o soneto "Narciso" e, em seguida, responda a questão. Dentro de mim me quis eu ver. Tremia,/ Dobrado em dois sobre o meu próprio poço.../ Ah, que terrível face e que arcabouço/ Este meu corpo lânguido escondia!/ Ó boca tumular, cerrada e fria,/ Cujo silêncio esfíngico bem ouço!/ Ó lindos olhos sôfregos, de moço,/ Numa fronte a suar melancolia!/ Assim me desejei nestas imagens./ Meus poemas requintados e selvagens,/ O meu Desejo os sulca de vermelho:/ Que eu vivo à espera dessa noite estranha,/ Noite de amor em que me goze e tenha,/ ...Lá no fundo do poço em que me espelho! De acordo com o soneto de José Régio, considere as afirmativas a seguir. I - ao contrário de Narciso, personagem mitológico condenado a nunca conhecer a sua face externa sob o risco de morrer, o poema de José Régio explicita que o eu lírico busca conhecer a sua face interna. Há uma nítida preocupação com a autoanálise. II - o eu lírico se decepciona com o que encontra ao dobrar-se sobre o seu próprio poço. A sugestão é de que o poço tem pouca água, pois o seu reflexo é visto muito lá no fundo. O eu lírico acha terrível o que encontra, sofre e deseja de se reconciliar consigo mesmo. Passa a viver à espera do momento, da noite estranha, em que possa, finalmente, como Narciso, seduzir-se com o que vê, ou seja, gostar de si mesmo, ideia reforçada pelos versos do segundo terceto. III - o eu lírico, assim como Narciso, contempla a sua própria face e expressa fascinação, encantamento e prazer com o que encontra. Deseja ficar consigo próprio no fundo do poço em que se espelha, evidenciando egocentrismo e autossuficiência. Assinale a alternativa correta. Somente a afirmativa II é correta. Somente a afirmativa I é correta. As afirmativas I e II são corretas. Todas as alternativas são corretas. As afirmativas I e III são corretas. Respondido em 15/03/2021 14:17:00 Gabarito Comentado Gabarito Comentado 5 Questão Os versos abaixo pertencem à canção Brigitte Bardot, do cantor e compositor Zeca Baleiro. a saudade é um trem de metrô subterrâneo obscuro escuro claro é um trem de metrô a saudade é prego parafuso quanto mais aperta tanto mais difícil arrancar a saudade é um filme sem cor que meu coração quer ver colorido. Podemos afirmar que: Música e literatura não possuem relações entre si. A relação entre poesia lírica e música é recente, remonta ao século XX. A poesia lírica foi substituída pela letra das canções no século XXI. A letra de algumas canções são também poemas, como vemos em Brigitte Bardot, canção repleta de metáforas sobre a saudade. A poesia lírica nasceu identificada com a música, mas depois dissociou-se desta por completo. Respondido em 15/03/2021 14:17:07 Explicação: Nem todas as letras de canções podem ser consideradas tambémpoemas. No entanto, muitas delas têm qualidade literária e recursos de construção próprios da lírica, como é o caso dos versos de Brigitte Bardot. 6 Questão Os versos a seguir são do poeta, cronista e compositor Vinícius de Moraes e fazem parte do poema "A um passarinho". Vinícius pertenceu à geração de Carlos Drummond de Andrade, Cecília Meireles, Jorge de Lima e Murilo Mendes, todos de grande destaque na poesia brasileira a partir da década de 1930. Para que vieste/ Na minha janela/ Meter o nariz?/ Se foi por um verso/ Não sou mais poeta/ Ando tão feliz! Neste versos, o eu lírico encontra-se: interrogativo, com muitas dúvidas a respeito da felicidade e escolhe o passarinho como o seu interlocutor privilegiado. agressivo e irritado com o incômodo causado pelo canto feliz do passarinho, uma vez que o eu lírico está indeciso quanto a ser ou não ser poeta. reflexivo e repleto de indagações existenciais que se dirigem à natureza, no caso, ao passarinho. animado, disposto a criar versos, pois associa a inspiração poética ao estado de felicidade. feliz e decidido, o eu lírico renuncia ao posto de poeta, visto que condiciona a atividade de escrever versos ao estado de tristeza. Respondido em 15/03/2021 14:18:35 Gabarito Comentado 7 Questão Carlos Drummond de Andrade (1902-1987) pertence à elite dos poetas brasileiros mais importante do século XX. Dentre os muitos temas trabalhados pelo poeta, o sentimento da cidade e as reflexões sobre o espaço urbano estão muito presentes não só na sua produção poética, como na sua produção narrativa. A transcrição que segue é parte de um poema extenso intitulado "Edifício Esplendor". Na areia da praia/ Oscar risca o projeto./ Salta o edifício/ da areia da praia./ No cimento, nem traço/ da pena dos homens./ As famílias se fecham/ em células estanques./ O elevador sem ternura/ expele, absorve/ num ranger monótono/ substância humana./ Entretanto há muito/ se acabaram os homens./ Ficaram apenas/ tristes moradores./ [...]. Neste versos de Carlos Drummond de Andrade, é possível afirmar que: as células estanques são os apartamentos do edifício que protegem e acolhem os moradores. É possível comparar o nascimento do prédio e as demais descrições com a delicadeza e a ternura de um organismo vivo, representado, por exemplo, pela atividade do elevador. a areia e o cimento constituem duas imagens que reforçam a oposição entre a natureza e o desenvolvimento da cidade. No contexto do poema, a areia da praia e o cimento do edifício funcionam como uma antítese. A areia é sensível ao riscado do homem, já o cimento é duro e indiferente à pena dos homens. a maneira de o homem morar nas cidades não alterou a sua substância, pelo contrário, o poema mostra que o edifício é uma extensão harmônica da própria natureza. Esta ideia expressa-se, por exemplo, na menção de que o edifício salta da praia. o desenvolvimento da cidade não impacta a maneira de estar no mundo do homem. Na última estrofe transcrita, a expressão tristes moradores recupera rigorosamente o sentido do substantivo homens, usado na mesma estrofe, evidenciando a manutenção da condição humana pós-urbanização. a visão otimista e humanizadora do progresso urbano realiza-se por meio da figura concreta do edifício, que é símbolo da imponência das cidades. Respondido em 15/03/2021 14:18:27 Gabarito Comentado Gabarito Comentado 8 Questão O texto que segue é um poema escrito em 1930, de Ricardo Reis, heterônimo do poeta do Modernismo português Fernando Pessoa. Quando, Lídia, vier o nosso Outono Com o Inverno que há nele, reservemos Um pensamento, não para a futura Primavera, que é de outrem, Nem para o Estio, de quem somos mortos, Senão para o que fica do que passa, O amarelo atual que as folhas vivem E as torna diferentes. Desses versos, é possível extrair o tema da: Inveja da juventude. Existência humana e de seus ciclos. Competição entre pessoas de gerações diferentes. Relação amorosa. Mudança de estação do ano. Respondido em 15/03/2021 14:18:08 Explicação: Esse poema trata dos ciclos únicos da existência humana. O poeta recorre às estações do ano para ilustrar as várias fases da vida e ressaltar que a transformação é irreversível, pois cada indivíduo tem somente uma Primavera, uma Verão, um Outono e um Inverno. Prepara a amada para um pensamento quando o `amarelo das folhas outonais¿ chegar.
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