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Exercício: CEL0239_EX_A6_201902581441_V1 13/03/2021 Aluno(a): SANDRA REGINA PEREIRA 2021.1 EAD Disciplina: CEL0239 - OFICINA LITERÁRIA 201902581441 1 Questão Vamos Acabar Com Esta Folga Stanislaw Ponte Preta (Sérgio Porto) O negócio aconteceu num café. Tinha uma porção de sujeitos, sentados nesse café, tomando umas e outras. Havia brasileiros, portugueses, franceses, argelinos, alemães, o diabo. De repente, um alemão forte pra cachorro levantou e gritou que não via homem pra ele ali dentro. Houve a surpresa inicial, motivada pela provocação e logo um turco, tão forte como o alemão, levantou-se de lá e perguntou: -Isso é comigo? - Pode ser com você também - respondeu o alemão. Aí então o turco avançou para o alemão e levou uma traulitada tão segura que caiu no chão. Vai daí o alemão repetiu que não havia homem ali dentro pra ele. Queimou-se então um português que era maior ainda do que o turco. Queimou-se e não conversou. Partiu para cima do alemão e não teve outra sorte. Levou um murro debaixo dos queixos e caiu sem sentidos. O alemão limpou as mãos, deu mais um gole no chope e fez ver aos presentes que o que dizia era certo. Não havia homem para ele ali naquele café. Levantou-se então um inglês troncudo pra cachorro e também entrou bem. E depois do inglês foi a vez de um francês, depois de um norueguês etc. etc. Até que, lá do canto do café levantou-se um brasileiro magrinho, cheio de picardia para perguntar, como os outros: - Isso é comigo? O alemão voltou a dizer que podia ser. Então o brasileiro deu um sorriso cheio de bossa e veio vindo gingando assim pro lado do alemão. Parou perto, balançou o corpo e... pimba! O alemão deu-lhe uma porrada na cabeça com tanta força que quase desmonta o brasileiro. Como, minha senhora? Qual é o fim da história? Pois a história termina aí, madame. Termina aí que é pros brasileiros perderem essa mania de pisar macio e pensar que são mais malandros do que os outros. "O Melhor da Crônica Brasileira - 1", José Olympio Editora - Rio de Janeiro, 1997. http://www.releituras.com/spontepreta_folga.asp Observe que, no texto apresentado, as personagens não têm nomes. Sabemos que se trata de um alemão, de um turco, de um francês, de um inglês, de um norueguês e de um brasileiro. Este fato não caracteriza uma regra, mas um aspecto recorrente na crônica. Sendo assim, escolha a alternativa que indica o que isto significa. Não importa o nome das personagens, porque o foco de texto é o uso da linguagem coloquial. Não importa o nome das personagens, porque o importante é identificar a nacionalidade de cada um. Não importa o nome das personagens, porque o importante é a caracterização psicológica de cada uma. Não importa o nome das personagens, pois o destaque do texto é a trivialidade. Não importa o nome das personagens, porque o texto está centrado no humor. Respondido em 13/03/2021 17:22:25 Gabarito Comentado 2 Questão A OUTRA NOITE "Outro dia fui a São Paulo e resolvi voltar à noite, uma noite de vento sul e chuva, tanto lá como aqui. Quando vinha para casa de táxi, encontrei um amigo e o trouxe até Copacabana; e contei a ele que lá em cima, além das nuvens, estava um luar lindo, de lua cheia; e que as nuvens feias que cobriam a cidade eram, vistas de cima, enluaradas, colchões de sonho, alvas, uma paisagem irreal. Depois que o meu amigo desceu do carro, o chofer aproveitou o sinal fechado para voltar-se para mim: -O senhor vai desculpar, eu estava aqui a ouvir sua conversa. Mas, tem mesmo luar lá em cima? Confirmei: sim, acima da nossa noite preta e enlamaçada e torpe havia uma outra - pura, perfeita e linda. -Mas, que coisa... Ele chegou a pôr a cabeça fora do carro para olhar o céu fechado de chuva. Depois continuou guiando mais lentamente. Não sei se sonhava em ser aviador ou pensava em outra coisa. -Ora, sim senhor... E, quando saltei e paguei a corrida, ele me disse um "boa noite" e um "muito obrigado ao senhor" tão sinceros, tão veementes, como se eu lhe tivesse feito um presente de rei." Rubem Bragahttp://pensador.uol.com.br/cronicas_de_rubem_braga/ Sabemos que a crônica é uma forma de narrar que apresenta, assim como o conto, uma história curta. Qual das alternativas apresenta uma característica que, também, nos possibilita conceituar o texto apresentado como crônica? A trivialidade é o destaque do texto, por isso as personagens sequer apresentam nomes. Apresenta como cenário Copacabana, o famoso bairro da cidade do Rio de Janeiro. O questionamento do chofer. O uso da linguagem com certa polidez. O diálogo entre duas personagens. Respondido em 13/03/2021 17:47:52 Gabarito Comentado 3 Questão A crônica é uma forma de narrar que utiliza o jornal como veículo de divulgação. No entanto, por que não podemos considerá-la como um texto, exclusivamente, jornalístico? Porque o leitor sempre duvida da veracidade dos fatos narrados. Porque apresenta fatos distantes da realidade. Porque se trata de um texto que seleciona os fatos do cotidiano e os reveste de imaginação. Porque os fatos narrados estão, por séculos, distantes do tempo de narração. Porque apresenta o uso excessivo da formalidade da língua. Respondido em 13/03/2021 17:52:52 Gabarito Comentado 4 Questão A crônica literária é produzida por poetas e ficcionistas que: Transformam temas do dia-a-dia pela força criadora da fantasia. Descartam as trivialidades e privilegiam os temas de maior relevância social. Evitam compor textos que acrescentem um sentido poético aos temas do cotidiano. Apresentam uma versão muito próxima da notícia e rejeitam a fantasia. Constroem depoimentos rigorosos acerca das notícias. Respondido em 13/03/2021 17:55:41 Explicação: A crônica literária, como é próprio de qualquer texto literário, constrói-se sob a força criadora da fantasia e da imaginação, ainda que seus temas sejam selecionados a partir da realidade. 5 Questão Leia o texto apresentado e identifique as características da crônica: Chatear e encher Um amigo meu me ensina a diferença entre chatear e encher Chatear é assim: você telefona para um escritório qualquer na cidade. - Alô, quer me chamar por favor o Valdemar? - Aqui não tem nenhum Valdemar. Daí a alguns minutos você liga de novo. -O Valdemar, por obséquio. - Cavalheiro, aqui não trabalha nenhum Valdemar. - Mas não é do número tal? - É, mas aqui nunca teve nenhum Valdemar. Mais cinco minutos, você liga o mesmo número: - Por favor, o Valdemar já chegou? -Vê se te manca palhaço. Já não lhe disse que o diabo desse Valdemar nunca trabalhou aqui? - Mas ele mesmo me disse que trabalhava aí. - Não chateia. Daí a dez minutos, ligue de novo. - Escute uma coisa: o Valdemar não deixou pelo menos um recado? O outro dessa vez esquece a presença da datilógrafa e diz coisas impublicáveis. Até aqui é chatear. Para encher, espere passar mais dez minutos, faça nova ligação: - Alô! Quem fala? Quem fala aqui é o Valdemar! Alguém telefonou para mim? Paulo Mendes Campos, in Para gostar de ler - Crônicas Linguagem coloquial, humor, trivialidade Brevidade temporal, profundidade na caracterização das personagens, linguagem coloquial. Trivialidade, profundidade na caracterização das personagens, linguagem coloquial. Linguagem coloquial, definição de vocabulário, humor. Definição de vocábulo, humor, linguagem exclusivamente jornalística. Respondido em 13/03/2021 17:58:28 Gabarito Comentado 6 Questão O Padeiro Levanto cedo, faço minhas abluções, ponho a chaleira no fogo para fazer café e abro a porta do apartamento, mas não encontro o pão costumeiro. No mesmo instante me lembro de ter lido alguma coisa nos jornais da véspera sobre a"greve do pão dormido". De resto não é bem uma greve, é um lock-out, greve dos patrões, que suspenderam o trabalho noturno; acham que obrigando o povo a tomar seu café da manhã com pão dormido conseguirão não sei bem o quê do governo. Está bem. Tomo o meu café com pão dormido, que não é tão ruim assim. E enquanto tomo café vou me lembrando de um homem modesto que conheci antigamente. Quando vinha deixar o pão à porta do apartamento ele apertava a campainha, mas, para não incomodar os moradores, avisava gritando: Não é ninguém, é o padeiro! Interroguei-o uma vez: como tivera a ideia de gritar aquilo? "Então você não é ninguém?" http://pensador.uol.com.br/autor/rubem_braga/ O fragmento apresentado faz parte da crônica O Padeiro, de Rubem Braga. Quais são as informações dadas que possibilitam a classificação do texto como crônica? A suspensão do trabalho noturno. Aspectos comuns do cotidiano como, por exemplo, colocar a chaleira no fogo. A imaginária insignificância do padeiro. Informações sobre a greve dos patrões. O descontentamento do povo que ficou sem o pão matinal. Respondido em 13/03/2021 18:02:56 Gabarito Comentado 7 Questão Tanto a crônica quanto o conto são formas curtas de narrar. Sendo assim, qual das alternativas abaixo apontam a principal diferença entre esses dois gêneros literários? A crônica se diferencia do conto por dar destaque à trivialidade. A crônica se diferencia do conto por nomear as personagens. A crônica se diferencia do conto por privilegiar a presença do narrador-personagem A crônica se diferencia do conto por apresentar temas com profundidade psicológica. A crônica se diferencia do conto por apresentar poucas personagens Respondido em 13/03/2021 18:06:26 Gabarito Comentado Gabarito Comentado 8 Questão A crônica aborda de preferência: situações e fatos do cotidiano. situações e fatos do passado recente. situações fantásticas e incomuns. situações e fatos do passado distante. questões filosóficas e existenciais. Respondido em 13/03/2021 18:07:45 Explicação: A resposta correta é: situações e fatos do cotidiano.
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