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Acidentes com Animais Peçonhentos

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Beatriz Marinelli, 8º termo 
Atenção Integral à Saúde da Criança 
Acidentes com Animais Peçonhentos 
 
→Animais Peçonhentos 
Os animais peçonhentos são aqueles que injetam venenos, tais como: 
• Serpentes; 
• Aranhas; 
• Escorpião; 
• Abelhas. 
→Serpentes 
Identificação da serpente venenosa 
• A serpente venenosa terá sempre a fosseta loreal; 
• O aparecimento na lesão de 2 furinhos ou 1 furo só é denominado botão hemorrágico, relacionado 
ao local da ingesta de veneno; 
• Quando tiver o aparecimento de arranhões em vez desses botões hemorrágicos, significa que a cobra 
quando é venenosa; 
• Por ter bactéria, toda picada de animal é necessário fazer a profilaxia do tetano, animais não ou 
peçonento. 
• Existe apenas uma cobra que não tem fosseta e é peçonhenta: coral. 
 
 
Toxicologia 
 
Beatriz Marinelli, 8º termo 
Atenção Integral à Saúde da Criança 
Acidentes ofídicos no brasil (Gêneros da serpente): 
• Jararaca; 
• Cascavel; 
• Pico de Jaca; 
• Coral. 
1. Acidente Botrópico 
• Rabo fino e liso; 
• Popularmente conhecidas como: jararacas, Jararacuçu, urutu, cotiara, caiçara, bota-de-sapo; 
• Hábitos noturnos, mais agressivas – correm atras, seu bote da até 1/3 do corpo; 
• Habitam em zonas rurais e periferias de grandes cidades, preferindo ambientes úmidos, como matas 
e áreas cultivadas e locais de fácil proliferação de roedores; 
• Existe em todo o Brasil e em todo tipo de terreno e vegetação; 
• É o acidente ofídico de maior importância no Brasil, responsável por cerca de 90% dos casos. 
• Mecanismo de ação do veneno botrópico: 
− Tem ação proteolítica: levando a um processo inflamatório – edema local, bolhas e necrose; 
− Ação coagulante: atividade sobre os fatores X, protrombina e consumo de fibrinogênio, 
levando a formação do botão hemorrágico; 
− Ação hemorrágica: leva a hemorragias. 
− Basicamente ela altera o tempo de coagulação, levando a dor local intensa, edema, botões 
hemorrágicos. 
• Quadro Clínico: 
− Dor e edema endurado no local da picada, de intensidade variável e, em geral, de instalação 
precoce e caráter progressivo; 
− Equimoses e sangramentos no ponto da picada; 
− Podem ocorrer náuseas, vômitos, sudorese, hipotensão arterial e, mais raramente, choque. 
• Complicações: 
− Bolhas; 
− Gangrena; 
− Abcesso; 
− Síndrome compartimental – edema vai comprimir artérias, veias e nervos; 
− Déficit funcional; 
− Insuficiencia Renal Aguda; 
− Choque; 
− HDA e Hemorragia SNC. 
• Exames laboratoriais: tempo de sedimentação (TS) e tempo de coagulação (TC), hemograma, função 
renal – observar principalmente o TC, que na jararaca vai dar alargado. 
• Tratamento: 
− Específico: administração, o mais precocemente possível, do soro antibotrópico (SAB) por via 
intravenosa; 
− Geral: professora não comentou. 
→ Manter elevado e estendido o segmento picado; 
→ Emprego de analgésicos para alívio da dor; 
→ Hidratação: manter o paciente hidratado, com diurese entre 30 a 40 ml/hora no 
adulto, e 1 a 2 ml/kg/hora na criança; 
Beatriz Marinelli, 8º termo 
Atenção Integral à Saúde da Criança 
→ Antibioticoterapia: o uso de antibióticos deverá ser indicado quando houver 
evidência de infecção. 
• Classificação Soro Antibotrópico: 
− Leve: 4 ampolas; 
− Moderado: 8 ampolas; 
− Grave: 12 ampolas 
• Obs.: Esse soro pode levar choque anafilático, devendo dar profilaxia de tétano e deixar do lado 
adrenalina milesimal e material de entubação por risco de choque anafilático. 
 
2. Acidente Laquético 
• Picos-de-jaca (Lachesis); 
• Possui fosseta loreal, rabo com escama arrepiadas, encontradas em florestas fechadas tipo 
Amazônia; 
• Veneno possui ação proteolítica, coagulante, hemorrágica e neurotóxica (estimulação vagal); 
• Quadro semelhante a jararaca; 
• Quadro clinico: 
− Edema; 
− Bradicardia; 
− Hipotensão; 
− Vômitos; 
− Hemorragia. 
• As manifestações da “síndrome vagal” poderiam auxiliar na distinção entre o acidente laquético e o 
botrópico; 
• Exame complementar: A determinação do Tempo de Coagulação (TC) é importante medida auxiliar 
no diagnóstico do envenenamento e acompanhamento dos casos. 
• Tratamento específico: soro antilaquético (SAL) via intravenosa; 
• Obs.: Na Amazônia por ter a surucucu, eles dão o soro antibotrópico-laquético. 
 
Beatriz Marinelli, 8º termo 
Atenção Integral à Saúde da Criança 
3. Acidente Crotálico 
• Cascavel (Crotalus); 
• Possui fosseta loreal; 
• Guizo na ponta do rabo (chocalho); 
• Encontra-se nas regiões de campo do Centro, Sul, Nordeste e da Amazônia; 
• Nuca são encontradas, entretanto, no interior das florestas – gostam de lugares secos; 
• Complicação: leva a complicações neurológicas que complicam para insuficiência respiratória e 
Insuficiencia renal, da uma mialgia generalizada, dor no corpo todo por conta da destruição da 
masculatura genética. Urina escura ou cor de coca cola por conta dessa destruição; 
• Ação do veneno crotálico: 
− Neurotóxica: produzida principalmente pela fração crotoxina, uma neurotoxina de ação pré-
sináptica que atua nas terminações nervosas inibindo a liberação de acetilcolina. Esta inibição 
é o principal fator responsável pelo bloqueio neuromuscular do qual decorrem as paralisias 
motoras apresentadas pelos pacientes. Levando aptose palpebral, diplopia. 
− Miotóxica: leva a destruição muscular →rabdomiolose 
− Coagulante: decorre de atividade do tipo trombina que converte o fibrinogênio diretamente 
em fibrina. 
• Quadro clinico: Leva a fácies Miastênico (ou neurotóxico ou rosenfelt ou cara de bêbado), mialgia, 
urina vermelha, alteração no diâmetro da pupila, diplopia, vomito, dificuldade de deglutição. 
 
• Exames laboratoriais: 
− Creatinoquinase (CK) 
− Desidrogenase lática (LDH) 
− Transaminase (TGO e TGP) 
− Uréria, creatinina, potássio 
− Tempo de coagulação – geralmente não altera tempo de coagulação, muito rato. 
• Tratamento: 
− Hidratação e diurético – para proteger o rim, uma vez que leva a lesão renal; 
− Tratamento soro anticrotálico (EV): 
➢ Leve: 5 ampolas; 
➢ Moderada: 10 ampolas; 
➢ Grave: 20 ampolas; 
Beatriz Marinelli, 8º termo 
Atenção Integral à Saúde da Criança 
• Medidas profilácticas: material de entubação e adrenalina milesimal. 
4. Acidente Elapídico 
• Coral-verdadeira (Micrurus) 
• As corais verdadeiras existem em todo o Brasil, e em qualquer território; 
• Ela possui anéis amarelo, branco e preto e dentição anterior; 
• Não tem fosseta loreal; 
• Uma vez picada por coral trata-se com coral verdadeira; 
• Ela não ataca só se defende; 
• Quadro clinico: 
− Mesmo que da cascavel, mas evolui rapidamente para insuficiência respiratória. 
− Ptose palpebral; 
− Diplopia; 
− Face de Rosenfelt; 
− Disfagia; 
− Insuficiência respiratória. 
• Tratamento dos acidentes elapídicos: 10 ampolas de soro antielapídico (SAE); 
• Primeiros socorros: não deve amarrar; não dar pinga, querosene ou álcool; não corte, nem fure; lava 
com agua e sabão e leve com urgência para atendimento. Dar soro até 3 a 4 horas (com exceção da 
coral); 
• O tratamento com soro, mais rápido possível, dentro das primeiras 4 horas; 
• Entretanto, havendo sintomas de envenenamento o tratamento deve ser feito, seja qual for o tempo 
transcorrido desde o acidente. 
→Aranhas 
1. Acidente por Loxosceles 
• Aranha Marrom 
• Deve-se perguntar se doeu? Em que momento? Picou não doeu nada e agora está começando a 
doer? - História de uma aranha que não atacou você, apenas se defende, é a loxoceles; 
• Quadro clinico: 
− Começa com uma área avermelhada, com placa marmorada e área de necrose; 
− Com evolução faz ulcera com fundo necrótico; 
 
Beatriz Marinelli, 8º termo 
Atenção Integral à Saúde da Criança 
− Paciente apresenta dor local de 10-12 horas após a picada, edema, mal-estar geral, náuseas 
e febre; 
− Pode levar a lesão física ou renal; 
− Pode levar a gangrena e a necrose. 
• Tratamento: soroantiloxoscélico 
 
2. Acidente por Phoneutria 
• Aranha Armadeira 
• Ela pula até 30cm com picada agressiva, além de possuir visão 360 graus; 
• Paciente relata muita dor (dor imediata) – dar anestésico local ou troncular à base de lidocaína a 2% 
sem vasoconstritor (3 ml - 4 ml em adultos e de 1 ml - 2 ml em crianças); 
• Quadro clinico/Tratamento: 
− Leve: 91% dos casos, dor local ou irradiada e taquicardia e agitação secundária a dor; 
− Moderado: dor intensa, sudorese, vômito – Soro antiaracnídico 2 a 4 ampolas IV 
− Grave: convulsões, coma, choque, edema agudo – Soro antiaracnídico 5 a 10 ampolas IV 
 
Beatriz Marinelli, 8º termo 
Atenção Integral à Saúde da Criança 
3. Lycosa (Aranha de jardim) e Caranguejeiras 
• Não tem veneno importante, apenas o pelo da caraguejeira pode desencadear quadro alérgico. 
→Escorpião 
• A maioria dos casos ocorrem nos meses quentes e chuvosos; 
• O diagnóstico/gravidade é feito pela presença de serrilhas ou não: 
− Tityus serrulatus, escorpião amarelo, é o mais grave e apresenta serrilha; 
− Tityus bahiensis, escorpião marrom/preto, não tem serrilha. 
• A picada deles doem intensamente, devendo fazer xilocaína sem vasoconstrição no local da picada 
de 1 a 3 ml, podendo repetir a cada 30 min; 
• Manifestações clinicas: 
− Caso leve: 90% dos casos com dor imediata, parestesias; 
− Moderado: náusea, vômito, sialorreia, ansiedade, sonolência, taquipneia, taquicardia, picos 
hipertensivos; 
− Casos graves: sudorese profunda, hipotermia, agitação psicomotora, convulsões, arritmia 
cardíaca (extra sistolia), edema agudo de pulmão, choque, coma e óbito. 
• Grupo de risco: crianças e idosos, sendo crianças menores de 3 anos consideradas alto risco; 
• Tratamento: 
− Leve: fazer analgésico, anestesia local, e observação por 6 horas; 
− Moderado: 2 ampolas de soro antiescorpiônico (SAEEs) IV; 
− Grave: 4 a 5 ampolas de e soro antiescorpiônico (SAEEs) IV em 10min e suporte clinico. 
• Tratamento sintomático: consiste no alívio da dor por infiltração de lidocaína a 2% sem 
vasoconstritor (1 ml a 2 ml para crianças; 3 ml a 4 ml para adultos) no local da picada ou uso de 
dipirona na dose de 10 mg/kg de peso a cada seis horas. 
• Obs.: Criança menores de três anos, picadas por escorpião amarelo, com menos de 2 horas de 
evolução, mesmo com poucos sintomas (oligossintomática) deve-se fazer soroterapia específica. 
 
Beatriz Marinelli, 8º termo 
Atenção Integral à Saúde da Criança 
→Acidente por Himenópteros 
• Pertencem à ordem Hymenoptera os únicos insetos que possuem ferrões verdadeiros, existindo três 
famílias de importância médica: Apidae (abelhas e mamangavas), Vespidae (vespa amarela, vespão 
e marimbondo ou caba) e Formicidae (formigas); 
• Falaremos apenas de abelhas e vespas sociais (Paulistinhas/Marimbondo); 
• Quadro clínico: pode ser alérgicos e tóxico (picadas múltiplas); 
• Tratamento/Conduta: 
− Remoção dos ferrões: feita por raspagem com lâmina e não pelo pinçamento de cada um 
deles, pois a compressão poderá espremer a glândula ligada ao ferrão e inocular no paciente 
o veneno ainda existente; 
− Controle da dor: meperidina 2mg/kg peso corporal ou analgesia poderá ser feita pela 
Dipirona, via parenteral - 1 (uma) ampola (500 mg) em adultos e até 10 mg/kg peso - dose em 
crianças; 
− Combate a reações alérgicas: administração subcutânea de solução aquosa de adrenalina; 
aminofilina; corticosteróides; 
− Medidas gerais de suporte: Manutenção das condições do equilíbrio ácido-básico e 
assistência respiratória, se necessário. 
− Complicações: choque anafilático, a insuficiência respiratória e a insuficiência renal aguda 
devem ser abordados de maneira rápida e vigorosa, pois ainda não está disponível, para uso 
humano, o soro antiveneno de abelha, não havendo maneira de neutralizar o veneno que foi 
inoculado e que se encontra na circulação sanguínea. 
 
Bibliografia: 
• Manual de diagnóstico e tratamento de acidentes por animais peçonhentos. 2™ ed. - Brasília: 
Fundação Nacional de Saúde, 2001. 120 1. Zoonose. I. Fundação Nacional de Saúde. 
• Tratado de pediatria : Sociedade Brasileira de Pediatria / [organizadores Dennis Alexander Rabelo 
Burns... [et al.]]. -- 4. ed. -- Barueri, SP : Manole, 2017.

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