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- Pesquisa de staphylococcus aureus e escherichia coli em aparelhos celulares utilizados em laboratório

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KAREN ADRIELE BARBOSA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PESQUISA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS E ESCHERICHIA COLI EM 
APARELHOS CELULARES UTILIZADOS EM LABORATÓRIO 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PORTO VELHO 
2018 
 
KAREN ADRIELE BARBOSA DA SILVA 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
PESQUISA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS E ESCHERICHIA COLI EM 
APARELHOS CELULARES UTILIZADOS EM LABORATÓRIO 
 
 
 
 
 
 
 
Artigo apresentado à Banca 
Examinadora do Centro Universitário 
São Lucas, como requisito de 
aprovação para obtenção do Título de 
Bacharel em Biomedicina 
 
Orientador: Prof. Me. Lorena 
Brandhuber 
 
 
 
 
 
 
PORTO VELHO 
2018 
 
PESQUISA DE STAPHYLOCOCCUS AUREUS E ESCHERICHIA COLI EM 
APARELHOS CELULARES UTILIZADOS EM LABORATÓRIO 
 
Karen Adriele Barbosa da SILVA
1*
; Lorena Brandhuber de MOURA
1
.
 
1. Centro Universitário São Lucas, Porto Velho, Brasil. 
*Autor correspondente: karenadrielebs@gmail.com 
 
RESUMO: A biossegurança dentro dos laboratórios tem uma grande importância a fim de evitar riscos para o 
indivíduo e o meio ambiente. Essas normas são necessárias para minimizar os riscos para profissionais e 
inclusive estudantes de graduação, onde pesquisas já realizadas afirmam que estes não dão total atenção para 
essas medidas de segurança, o que reforça a ideia de que as universidades tem que informar e cobrar seus 
acadêmicos o respeito e comprometimento em seguir as regras impostas pela biossegurança. Atualmente, muitos 
se dedicaram a pesquisas sobre os aparelhos celulares dentro de um laboratório, e é comprovado que seu risco de 
contamianção é possível. Esta pesquisa tem como objetivo verificar contaminação pelas bactérias 
Staphylococcus aureus e Escherichia coli em aparelhos celulares utilizados em laboratórios, seja por estudantes 
ou profissionais da saúde. Foi realizada uma pesquisa de caráter exploratório e experimental em 15 aparelhos 
celulares de estudantes e profissionais que trabalham em laboratório, com as devidas assinaturas recolhidas pelo 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE). Positivaram no geral 19 amostras, no qual 18 ocorreram 
no manitol e 1 ocorreu no McConkey. Baseado nessa pesquisa, é possível afirmar a importância de uma correta 
higienização dos aparelhos celulares e das mãos ao manuseá-los. 
 
PALAVRAS-CHAVE: Staphylococcus aureus. Escherichia coli. Contaminação bacteriana. Aparelho celular. 
 
INTRODUÇÃO 
 
O termo biossegurança é designado 
pela soma das ações voltadas para promover 
a segurança dentro de um laboratório, seja 
por meio dos profissionais de saúde e 
também para o meio ambiente. Essas boas 
práticas devem ser supervisionadas por um 
responsável designado excepcionalmente 
para esse cargo ou por uma comissão de 
biossegurança (ANVISA, 2013). 
Todas as normas são importantes, 
porém, algumas merecem destaque, como: 
uso de EPIs (Equipamento de Proteção 
Individual) que são as luvas, jaleco, 
máscaras, óculos e sapato fechado. Sempre 
higienizar as mãos, não comer e beber dentro 
dos laboratórios, não pipetar com a boca, 
manter os cabelos presos, evitar pegar em 
maçanetas e em aparelho celulares utilizando 
as luvas (ANVISA, 2013). 
A biossegurança dentro dos 
laboratórios tem uma grande importância a 
fim de evitar riscos para o indivíduo e o meio 
ambiente (SILVA; MASTROENI, 2009). 
Essas normas são necessárias para minimizar 
os riscos para os profissionais e inclusive 
estudantes de graduação. As pesquisas já 
realizadas afirmam que estes não dão total 
atenção para essas medidas de segurança, o 
que reforça a ideia de que as Universidades 
tem que informar e cobrar de seus 
acadêmicos o respeito e comprometimento 
em seguir as regras impostas pela 
biossegurança (SILVA; MASTROENI, 
2009; SANGIONI et al., 2013). 
Os laboratórios clínicos também 
necessitam dessas ações de segurança, a 
Agência Nacional de Vigilância Sanitária 
(ANVISA) disponibiliza atualmente nas 
redes móveis todas as informações acerca 
desse tema. Inclusive é alertado sobre a 
designação de um responsável por 
implementar as normas de segurança 
(ANVISA, 2013). 
 
O uso da tecnologia 
atualmente é muito útil se diz respeito a 
saúde, e apesar dos riscos de contaminação 
proporcionados ao celular, suas vantagens 
também devem ser estudadas. A tecnologia 
aliada a saúde pode auxiliar na educação de 
profissionais desse ramo, e também apoiar 
pacientes que necessitam de incentivo moral 
(LOPES; HEIMANN, 2016). 
 
Em contramão a essas vantagens da 
tecnologia temos os potenciais riscos do uso 
dos aparelhos celulares dentro do ambiente 
laboratorial, como a disseminação de 
bactérias multirresistentes, que podem 
contaminar o indivíduo, pessoas de seu 
convívio e até pacientes no caso de um 
 
agente da saúde trabalhando dentro de uma 
UTI (REIS et al., 2017). Em consideração a 
isso, é de extrema importância uma correta 
higienização durante a semana desses 
aparelhos, utilizando álcool 70% com 
algodão ou gaze, e também a limpeza 
adequada das mãos durante o manuseio do 
celular (BALDO et al., 2016; SOUZA et al., 
2018). 
Além da higienização do celular, ter 
disciplina em relação a biossegurança 
laboratorial é essencial para evitar possíveis 
transtornos, por isso, diversos trabalhos 
disponíveis online são dedicados a esse tema 
tão simples e importante. Um desses é um 
artigo original no qual se foi pesquisado o 
grau de importância da biossegurança na 
visão dos alunos dentro de uma universidade. 
Nessa pesquisa foi possível observar a 
carência de informações sobre a 
biossegurança por parte desses alunos, visto 
que 98% afirmaram não ter participado de 
palestras e nem de cursos sobre o assunto 
(FERREIRA et al., 2018). 
 Atualmente, muitos se dedicaram a 
pesquisas sobre os aparelhos celulares dentro 
de um laboratório, e é comprovado que seu 
risco de contaminação é possível. Dentre 
muitas dessas pesquisas se comprova a 
prevalência de Staphylococcus spp e 
Escherichia coli entre os contaminantes 
desses telefones celulares (BALDO et al., 
2016; PIRES, 2016; REIS et al., 2017; 
SHAHABY et al., 2012; SOUZA et al., 
2018). 
O Staphylococcus aureus é um dos 
principais microorganismos que infectam 
indivíduos, e apesar de pertencer à 
microbiota, essa bactéria tem um grau de 
patogenicidade alta pois se dissemina fácil 
em ambiente hospitalar e possui uma 
associação a resistência a antibióticos. As 
patologias causadas por essa bactéria são 
diversas podendo citar infeccções que 
envolvam feridas, furúnculos, septicemia, 
pneumonia e intoxicação alimentar 
(ENGELKIRK; DUBEN-ENGELKIRK, 
2012). 
O gênero Staphylococcus também 
abrange os que possuem a característica de se 
mostrarem coagulase negativa. Estes são 
exemplos de bactérias presentes na 
microbiota natural da pele, mas que também 
são possíveis patogênicos, se levado em 
consideração o quadro clínico do indivíduo. 
(MONTEIRO et al., 2016). 
Já a Escherichia coli tem uma grande 
facilidade no que diz respeito a formas de 
transmissão, podendo ser disseminada por 
meio das mãos, da água, alimentos, inclusive 
por animais de estimação. É um habitante do 
trato gastrointestinal, que pode causar 
patogenias intratestinais e fora dessa região 
também, como infecções do trato urinário, e 
septicemia. Por pertencer á microbiota 
gastrointestinal, sua presença indica 
contaminação por coliformes fecais 
(CROXEN et al., 2013; ENGELKIRK; 
DUBEN-ENGELKIRK, 2012). 
Diante o contexto, esse trabalhotem 
uma importância dentro da conscientização 
dos indivíduos diante a importância das 
normas de Biossegurança dentro dos 
laboratórios, principalmente no que diz 
respeito ao uso de aparelhos celulares com as 
luvas em mãos. 
Esta pesquisa tem como objetivo 
verificar contaminação pelas bactérias 
Staphylococcus aureus e Escherichia coli em 
aparelhos celulares utilizados em 
laboratórios, seja por estudantes ou 
profissionais da saúde. 
 
MATERIAL E MÉTODO 
 
Foi realizada uma pesquisa de 
caráter exploratório e experimental em 15 
aparelhos celulares de estudantes e 
profissionais que trabalham em laboratório, 
com as devidas assinaturas recolhidas pelo 
Termo de Consentimento Livre e Esclarecido 
(TCLE). 
Foram utilizados 30 swabs em meio 
de transporte Stuart. Para cada telefone 
realizou-se a coleta de duas amostras de 
swab, sendo uma no local de saída de som e a 
outra no botão de início. Após a coleta, os 
swabs foram introduzidos em caldo BHI 
(Kasvi), e encubados a 37°C por 24 horas. 
Posteriormente foram semeados em 
 
meios de cultura específicos, como o ágar sal 
manitol (Kasvi), para a procura de 
Staphylococcus aureus e ágar MacConkey 
(Kasvi), para a procura de Escherichia coli, e 
encubados por 24 horas a 37°C. 
Após a encubação, foi analisado o 
crescimento no ágar sal manitol, seguindo o 
protocolo estabelecido para a pesquisa de 
Staphylococcus aureus através da coloração 
de gram no qual são visualizados Cocos 
Gram-Positivos, e prova da catalase que 
positivada define o gênero Staphylococcus. 
Já as catalase negativas, foram descartadas 
por serem padronizadas para outro gênero. 
Nas amostras catalase positivas, continuou-se 
o protocolo com os testes de Dna’se (Kasvi), 
encubadas em câmara fria a 37°C por 24 
horas, e coagulase, com plasma de coelho, 
encubados a 37°C por 24 horas. Resultados 
positivos nesses dois testes confirma a 
presença de Staphylococcus aureus. 
O meio de cultura MacConkey 
(Kasvi), foi escolhido pelo fato de ser 
seletivo para os Bacilos Gram-negativos. A 
análise do crescimento foi baseada na 
fermentação do meio, que occorre através da 
lactose, sendo possível identificar as 
bactérias lactose positivas pela coloração de 
colônias rosas, e lactose negativas, pelas 
colônias incolores. Após o crescimento, as 
colônias foram selecionadas parra inoculação 
nos meios de cultura TSI, Rugai e Citrato, 
para o fechamento do gênero e espécie 
bacteriana Escherichia Coli. 
 
RESULTADOS 
 
 Os resultados obtidos foram que das 
30 amostras coletadas, positivaram no geral 
19 amostras, no qual 18 ocorreram no 
manitol e 1 ocorreu no McConkey. 
 Dessas 19 amostras positivadas, 10 
são provenientes dos swabs coletados do 
botão de início e 9 foram coletados da saída 
de som. Em 11 amostras coletadas não houve 
nenhum tipo de crescimento, conforme 
apresentado na figura 1. 
 
 Figura 1 – Gráfico de crescimento. 
*Legenda: Das amostras coletadas 37% negativaram, 33% ocorreram no botão de início e 30% ocorreram no 
local da saída de som. 
**Fonte: Próprio autor. 
 
Das amostras coletadas no botão de 
início, 10 amostras obtiveram crescimento, 
todos ocorridos no sal manitol. No 
37% 
33% 
30% 
GRÁFICO DE CRESCIMENTO 
NEGATIVOS
BOTÃO
SAÍDA DE SOM
 
MacConkey não houve nenhum crescimento, 
conforme apresentado na figura 2. 
E nas amostras coletadas na saída de 
som, ocorrram 9 crescimentos, sendo apenas 
1 no MacConkey e 8 no sal manitol, 
conforme apresentado na figura 3.
 
 Figura 2 – Gráfico dos crescimentos ocorridos no botão de início. 
 
*Legenda: 100% ocorreram no ágar sal manitol. 
**Fonte: Próprio autor. 
 
Figura 3 – Gráfico dos crescimentos ocorridos no local de saída de som. 
*Legenda: 89% ocorreram no ágar sal manitol e 11% no ágar MacConkey. 
**Fonte: Próprio autor. 
 
 
 
 
0% 
100% 
BOTÃO 
MACCONKEY
SAL MANITOL
11% 
89% 
SAÍDA DE SOM 
MACCONKEY
SAL MANITOL
 
 No ágar sal manitol das 30 amostras 
coletadas, ocorreram 18 crescimentos, 
conforme apresentado na figura 4. E dentro 
dessas 18 amostras que obtiveram 
crescimento, todas se apresentaram como 
cocos gram-positivos na coloração de gram, e 
4 negativaram na prova da catalase, por isso 
foi necessária a continuação com os testes de 
Dna’se e coagulase em apenas 14 amostras, e 
nessas 14 ambos testes negativaram, 
conforme apresentado na tabela 1. 
 
Figura 4 – Gráfico dos resultados obtidos no ágar sal manitol. 
 
*Legenda: Em 60% dos meios houve crescimento e em 40% não ocorreu nenhum crescimento. 
**Fonte: Próprio autor 
 
Tabela 1 - Resultados obtidos na procura de Staphylococcus aureus. 
AMOSTRAS COLORAÇÃO 
DE GRAM 
CATALASE 
 
DNA’SE COAGULASE 
AMOSTRA 1 CGP + - - 
AMOSTRA 2 CGP + - - 
AMOSTRA 3 CGP + - - 
AMOSTRA 4 CGP + - - 
AMOSTRA 5 CGP + - - 
AMOSTRA 6 CGP + - - 
AMOSTRA 7 CGP + - - 
AMOSTRA 8 CGP + - - 
AMOSTRA 9 CGP + - - 
AMOSTRA 10 CGP + - - 
AMOSTRA 11 CGP + - - 
AMOSTRA 12 CGP + - - 
60% 
40% 
SAL MANITOL 
POSITIVOS
NEGATIVOS
 
AMOSTRA 13 CGP + - - 
AMOSTRA 14 CGP + - - 
AMOSTRA 15 CGP - - - 
AMOSTRA 16 CGP - - - 
AMOSTRA 17 CGP - - - 
AMOSTRA 18 CGP - - - 
TOTAL 18 14 0 0 
*Legenda: CGP = Cocos Gram Positivos 
**Fonte: Próprio autor 
 
 Já na pesquisa de Escherichia coli 
das 30 amostras semeadas, somente em 1 
houve crescimento. A colônia apresentou 
coloração rosa, o que indica que o meio 
fermentou a lactose, o que é uma 
característica dessa bactéria. Essa colônia foi 
identificada pelos bioquímicos TSI, Rugai e 
Citrato, e conforme abaixo na tabela 2, a 
bactéria encontrada foi de fato a Escherichia 
coli. 
 
Tabela 2 - Resultados obtidos da amostra 1. 
TESTE BIOQUÍMICO RESULTADO 
LACTOSE + 
SACAROSE + 
GLICOSE + 
CITRATO - 
INDOL + 
LISINA + 
MOTILIDADE + 
GÁS + 
URÉIA - 
H2S - 
RESULTADO ESCHERICHIA COLI 
**Fonte: Próprio autor. 
 
 
DISCUSSÃO 
 
Os resultados obtidos se 
comparados, foram semelhantes aos de 
outros trabalhos já publicados. Por se tratar 
de um gênero bacteriano presente em nossa 
própria microbiota (GRICE; SEGRE, 2011) 
o Staphylococcus coagulase negativa foi o 
mais encontrado nos aparelhos celulares, o 
que comprova que provavelmente ocorreu 
contaminação causada pelas mãos de seus 
usuários. 
Uma pesquisa já realizada no qual 
também foram utilizados telefones móveis 
(NUNES; SILIANO, 2016) comprova a alta 
incidência de Staphylococcus sp. que 
estavam presentes em 91% das amostras 
coletadas, e a baixa contaminação pela 
Escherichia coli que apareceu apenas em 3% 
da porcentagem. Nesse mesmo trabalho 
também relataram aparelhos celulares livres 
de contaminação. 
 
Outro trabalho que corrobora com 
esses resultados, é o da (SILVA et al., 2015) 
onde foram identificados microorganismos 
presentes em celulares de funcionários e 
alunos da Universidade Cidade de São Paulo. 
Novamente é notada a prevalência de 
colonização das bactérias do gênero 
Staphylococcus sp. no qual sua frequência foi 
de 39% e a baixa contaminação por 
Escherichia coli com 3%. O gênero 
Streptococcus sp. também aparece com o 
dado de 14%. 
Estudantes do curso debiomedicina 
realizaram pesquisas onde seus resultados 
corroboram com os desse artigo. A 
ocorrência das bactérias gram-positivas, 
representadas pelos Staphylococcus sp. foram 
predominates se comparadas a outros gêneros 
bacterianos como por exemplo o das 
Enterobactérias (ARAÚJO et al., 2017). 
No Egito também foi realizado um 
trabalho com o tema semelhante a este. 
Foram pesquisados microorganismos 
presentes em 40 aparelhos celulares dentro 
de um ambiente hospitalar, igualmente a esse 
eles também encontraram uma maior 
porcentagem de Staphylococcus coagulase 
negativa com 50%, e em menor quantidade a 
Escherichia coli com apenas 12,5% (SELIM; 
ABAZA, 2015). 
Estudantes de enfermagem em 
Valença realizaram uma pesquisa de 
contaminação de celulares utilizados em 
UTI, e seus resultados comprovaram que a 
maior parte desses aparelhos (76%), estavam 
colonizados por Staphylococcus coagulase 
negativa, ainda nessa pesquisa demostram a 
importância da limpeza desses telefones, 
principalmente se utilizados em ambiente 
hospitalar (REIS et al., 2017). 
Em Cairo, no Egito, pesquisadores 
investigaram patógenos presentes em 
celulares. Manipularam 101 telefones, e a 
maior contaminação encontrada foram de 
Staphylococcus coagulase negativa, com um 
total de 60 aparelhos. A Escherichia coli 
aparece nessa mesma lista com apenas 22 
telefones móveis infectados (SHAHABY et 
al., 2012). 
Segundo (CUNHA et al., 2016) foi 
sucedido uma avaliação microbiológica de 
telefones de profissionais em um bloco 
cirúrgico dentro de um hospital. Semearam 
duas vezes utilizando 50 celulares desses 
profissionais, e verificou-se Staphylococcus 
coagulase negativa, que se sobressaiu no 
primeiro semeio realizado com 75% e no 
segundo com 70,5%, colocando-os assim 
como o maior índice de contaminação. 
Todos esses dados reforçam sobre a 
importância das regras de biossegurança 
aplicadas dentro dos laboratórios. Pesquisas 
recentes abordaram sobre esse tema e 
obtiveram resultados interessantes. No Rio 
Grande do Sul foi realizada uma análise 
desse conhecimento sobre biossegurança por 
parte de estudantes em formação, e na frente 
sob o conhecimento dessas regras, os 
estudantes de biomedicina são os mais 
conscientes com 82,27% de desempenho 
(DOS SANTOS et al., 2018). 
Pesquisadoras realizaram uma coleta 
de dados por meio de questionários para 
avaliar o nível de educação da biossegurança 
em profissionais de laboratórios de análises 
clínicas (RIGO; FONTANA, 2018) e com a 
descoberta da falta de conhecimento acerca 
desse assunto, elas tiveram a ideia de usar a 
internet que é uma ferramenta de fácil 
acesso, para auxiliar na facilidade de 
entendimento, e criaram um website 
contendo informações significativas. 
Novamente é notado o uso do celular como 
fonte importante de informações e facilidades 
no ramo da saúde. 
Uma revisão da literatura realizada 
por (SILVA et al., 2015) teve como proposta 
a contribuição de conhecimento acerca da 
biossegurança, e como os autores citados 
acima, também foi possível observar a 
preocupação em utilizar a internet para a 
propagação de informações úteis sobre boas 
práticas laboratoriais, visando diminuir os 
riscos existentes em laboratórios, inclusive o 
de uso de aparelhos celulares durante sua a 
permanência no local. 
 
 
 
 
 
CONCLUSÃO 
 
Baseado nessa pesquisa, é possível 
afirmar a importância de uma correta 
higienização dos aparelhos celulares e das 
mãos ao manuseá-los. Foram encontradas a 
presença de microorganismos em mais da 
metade das amostras coletadas, e ao contrário 
do que se era esperado, a bactéria 
Staphyloccocus aureus estava ausente em 
100% dos celulares analisados. 
Esse resultado da ausência do 
Staphyloccocus aureus levanta a hipótese de 
que os voluntários dessa pesquisa tem a 
consciência de uma limpeza adequada de 
seus aparelhos celulares, por estarem sempre 
em âmbito laboratorial, estes provavelmente 
conhecem e tem noção da importância da 
biossegurança. 
Uma grande parcela desses telefones 
estavam contaminados com bactérias do 
gênero Staphylococcus sp. estes que 
negativaram no teste de coagulase e como já 
citado anteriormente, estão presentes na 
microbiota natural da pele o que sugere uma 
contaminação pelas próprias mãos dos 
voluntários. 
Mas apesar de fazer parte da 
microbiota, nem sempre o Staphylococcus 
coagulase negativa se comporta de forma 
amigável, na literatura é possível encontrar 
vários relatos da patogenicidade desse gênero 
bacteriano. Uma pesquisa realizada em uma 
UTI neonatal buscou a incidência de 
infecções primárias ocorridas no sangue, e o 
Staphylococcus coagulase negativa foi 
encontrado em 37,5% dos pacientes 
(MACHADO; ANTUNES; SOUZA, 2017). 
Apenas um aparelho apresentou 
contaminação pela bactéria Escherichia coli, 
e isso demonstra uma possível transmissão 
por outras vias, podendo ter ocorrido 
principalmente na via oral-fecal, como já dito 
na introdução, esse microorganismo está 
presente em nosso sistema gastrointestinal e 
esse resultado positivo é preocupante, 
especialmente se o indivíduo não realiza a 
higienização das mãos corretamente, o que 
pode ocasionar uma propagação ao se 
alimentar. 
 
AGRADECIMENTOS 
 
Um agradecimento especial aos 
meus pais que sempre me apoiaram nos meus 
estudos e que não mediram esforços para 
tornar meu sonho de ter um ensino superior 
possível. 
Também gostaria de agradecer todo 
o cuidado e dicas valiosas da minha 
orientadora Lorena Brandhuber, que foi a 
peça chave para a conclusão dessa pesquisa. 
E com toda a certeza não pode ficar 
de fora os agradecimentos para o Centro 
Universitário São Lucas, que seleciona a 
dedo seus técnicos de laboratório, estes que 
me ajudaram muito em todas as dúvidas e 
problemas que foram ocorrendo no decorrer 
dessa pesquisa, deixo aqui meu carinho 
especial pela técnica Olívia Bezerra, sem ela 
essa pesquisa não seria possível. 
___________________________________________________________________________ 
 
SEARCH FOR STAPHYLOCOCCUS SP AND ESCHERICHIA COLI IN CELL 
PHONES USED IN LABORATORIES 
 
ABSTRACT: Biosafety within laboratories is of great importance in order to avoid risks to the individual and 
the environment. These norms are necessary to minimize the risks for professionals and even undergraduates, 
where research already carried out states that they do not give full attention to these security measures, which 
reinforces the idea that universities have to inform and charge their academics. Respect and commitment to 
follow the rules imposed by biosafety. Nowadays, many have been researching cell phones in a laboratory, and it 
is proven that their risk of contamination is possible. This research aims to verify contamination by bacteria 
Staphylococcus aureus and Escherichia coli in cellular devices used in laboratories, either by students or health 
professionals. An exploratory and experimental research was carried out on 15 cellular devices of professionals 
working in the laboratory, with the proper signatures collected by the Free and Informed Consent Term (TCLE). 
Overall, 19 samples were obtained, in which 18 occurred in mannitol and 1 occurred in McConkey. Based on 
 
this research, it is possible to affirm the importance of a correct hygiene of the cellular devices and the hands 
when handling them. 
 
KEYWORDS: Staphylococcus aureus. Escherichia coli. Bacterial contamination. Mobile phone. 
___________________________________________________________________________ 
 
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ANEXO 1 - FLUXOGRAMA UTILIZADO NA METODOLOGIA 
 
 
*Fonte: Próprio autor 
 
 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO 2 –Termo de Consentimento Livre e Esclarecido (TCLE) 
 
 
 
 
 
 
 
ANEXO 3 – Confirmação de submissão na Revista Saber Científico

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