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SEPARAÇÃO E INDENTIFICAÇÃO DE ÍONS PRATA, MERCÚRIO E CHUMBO GOIÂNIA – GO 10/2016 1. INTRODUÇÃO Para uma análise qualitativa, os cátions são classificados em cinco grupos, tomando-se por base sua peculiaridade a determinados reagentes. Pelo emprego desses reagentes (que são específicos para cada grupo), podemos tirar conclusões sobre a presença ou ausência de grupos cátions e também separar tais conjuntos para uma posterior análise. O estudo dessas reações é mais fácil porque os íons de comportamento análogo são reunidos dentro de um grupo. Os reagentes usados na classificação dos cátions mais comuns são o ácido clorídrico, o ácido sulfídrico, o sulfeto de amônio e o carbonato de amônio. A classificação baseia-se no modo como os cátions reagem a tais reagentes pela formação ou não de precipitados. Por isso, pode-se dizer que a classificação dos íons mais comuns é baseada nas diferenças de solubilidade de seus cloretos, sulfetos e carbonatos. O grupo I é formado por cátions que formam precipitados com ácido clorídrico diluído. Os íons deste grupo são chumbo, mercúrio e prata. Esses íons são de nosso interesse para o presente relato experimental. Os cátions do grupo I formam cloretos insolúveis. O cloreto de chumbo é ligeiramente solúvel em água, e por esta razão, o chumbo nunca é completamente precipitado, quando se adiciona ácido clorídrico diluído à amostra. Os íons chumbo restantes são qualitativamente precipitados com ácido sulfúrico em meio ácido, junto com os cátions do segundo grupo. Os nitratos desses cátions são muito solúveis. Entre os sulfatos, o de chumbo, é praticamente insolúvel, enquanto o de prata se dissolve muito mais facilmente. A solubilidade do sulfato de mercúrio (I) situa-se entre os dois. Os brometos e os iodetos também são solúveis, embora a precipitação dos halogenetos de chumbo seja incompleta e os precipitados se dissolvam em água quente lentamente. Os sulfetos são insolúveis. Os acetatos desses cátions são mais solúveis, embora o acetato de prata possa ser precipitado a partir de solução mais concentradas. Os hidróxidos e os carbonatos são precipitados com uma quantidade equivalente de reagente, porém um excesso poderia funcionar de várias maneiras. Há diferenças também quanto ao seu comportamento em relação a amônia. Identifica-se diferentes características para cada cátion: Chumbo, Pb (MA = 207,19) O chumbo é um metal cinza azulado com alta densidade (11,48 g/cm 3 ). Ácido clorídrico diluído com nitrato de chumbo forma um precipitado branco em solução fria e não muito diluída. O precipitado é solúvel em água quente (33,4 g/L a 100°C, enquanto somente 9,9 g/L a 20°C), mas separa-se novamente, formando cristais em forma de agulhas alongadas por resfriamento. Prata, Ag (MA = 107,868) A prata é um metal branco, maleável e dúctil. Apresenta elevado peso específico (10,5 g/cm 3 ) e funde a 960,5°C. Mercúrio (I), Hg (MA = 200,59) O mercúrio é um metal branco prateado, líquido nas temperaturas normais e apresenta peso específico de 13,534 g/cm 3 a 25°C. OS íons chumbo, prata e mercúrio (I) são precipitados por HCl diluído como cloretos insolúveis PbCl2, AgCl e Hg2Cl2, respectivamente; os cloretos de todos os outros metais comuns são solúveis entre os quais, o PbCl2, é insolúvel em água em ebulição, enquanto Hg2Cl2 e AgCl são insolúveis. A extração do precipitado com água quente, portanto, remove o PbCl2. Os testes confirmatórios para íons chumbo são aplicados às soluções assim obtidas, por exemplo, com dicromato de potássio: Pb 2+ + CrO4 2- PbCrO4 AgCl é solúvel em solução de NH3, diluída, produzindo íon complexo solúvel [Ag(NH3)2] + . Este complexo é decomposto tanto por HNO3 diluído com por solução de KI, com a precipitação de sais insolúveis de AgCl e AgI. A conversão de Hg2Cl2 por solução de NH4OH na mistura preta insolúvel de cloreto de mercúrio-amido, Hg(NH2)Cl, e mercúrio e finalmente mercúrio diluído. A água régia converte a mistura preta em HgCl2. O mercúrio (II) é, então detectado com solução de SnCl2. Este ensaio é um ensaio conclusivo para mercúrio (I). Ele pode ser posteriormente confirmado, dissolvendo o precipitado em algumas mL de água-régia em ebulição, diluindo, filtrando, se necessário, e adicionando solução de SnCl2. Se Hg está presente numa quantidade razoavelmente grande eAg não foi detectado, efetue o teste confirmatório acima referido para Hg, e trate o resíduo totalmente lavado, insolúvel em água-régia, com solução diluída de NH3. Filtre, se necessário e adicione HNO2 diluindo à solução límpida. Um precipitado branco de AgCl irá formar-se, se pequenas quantidades de Ag estiverem presentes. Este é um procedimento alternativo para separar Hg e Ag numa mistura de HgCl3 – AgCl. 2. OBJETIVOS Tem-se como objetivo a separação e identificação de íons Prata (Ag + ), Mercúrio I (Hg2 2+ ) e Chumbo (Pb 2+ ) de modo qualitativo. O ácido clorídrico (HCl) – 2,0 mol/L é o reagente do grupo I de íons. 3. MATERIAIS UTILIZADOS Amostra contendo íons de chumbo, prata e mercúrio (Pb2+, Ag+ e Hg2 2+ ); Solução de ácido clorídrico 2mol/L (HCl); Solução de cromato de potássio 0,1mol/L (K2CrO4); Solução de ácido nítrico 4mol/L (HNO3); Solução de iodeto de potássio 0,1mol/L (KI); Hidróxido de amônio 28% 6mol/L (NH4OH); Água destilada quente (banho maria); Água destilada fria; Tubos de ensaio; Estante para tubos de ensaio; Béquer; Caneta hidrográfica; Pipetador; Pipetas graduadas; Chapa térmica; Centrifuga 4. PROCEDIMENTO EXPERIEMENTAL. Nomearam-se os tubos de ensaio de um a sete. Sobre a chapa térmica colocou-se dois béqueres contendo água destilada. Com uma pipeta adicionou-se ao tubo um, 2 ml da amostra contendo os íons Pb 2+ , Ag + e Hg2 2+ (todos os íons foram obtidos através de solução contendo nitrato, Pb(NO3)2, Hg(NO3)2 e AgNO3) em seguida incorporou-se 3 gotas de ácido clorídrico (HCl, 2 mol/L) após a formação de precipitado misturou-se 10 gotas do mesmo ácido e posteriormente a solução contida no tubo um foi levada a centrifuga a 250 rpm por 4 minutos, o sobrenadante foi transferido para o tubo dois observou-se a formação de precipitado, portanto não foi necessário analisar com HCl. No segundo tubo de ensaio misturou-se 5 ml de água destilada fria e por 4 minutos permaneceu em banho maria seguidamente submeteu-se o tubo 2 a centrifuga com 250 rpm por 4 minutos. Retirou-se da centrifuga, dividiu-se o sobrenadante entre o tubo 3 e 4. Adiante no terceiro tubo acrescentou-se 5 gotas de cromato de potássio (K2CrO4, 0.1 mol/L) constituiu-se precipitado de cor amarela, no quarto tubo de ensaio incorporou-se 2 gotas de iodeto de potássio (KI, 0.1 mol/L) apresentou-se precipitado de coloração laranja. Ambos confirmaram a presença de chumbo. Utilizou-se 1 ml de água destilada quente para solubilizar o precipitado formado no primeiro tubo, este submeteu-se a centrifuga a 250 rpm por 4 minutos, situou-se o sobrenadante no tubo 5, seguidamente, 2 gotas de K2CrO4 não houve formação de precipitado, mas a solução apresentou coloração amarelada, indicando a presença de chumbo. No tubo 1 incorporou-se 3 ml de hidróxido de amônio 28% (NH4OH, 6 mol/L), após solubilizado, submeteu-se a centrifuga 250 rpm por 4 minutos, dividiu-se o sobrenadante nos tubos 6 e 7. No sexto acrescentou-se 3 gotas de HCl, observou-se a formação de precipitado branco (a reação apresentou características de reações exotérmicas). No sétimo adicionaram-se algumas gotas de KI dando origem a uma solução leitosa de coloração branca. Ambos indicaram a presença de Ag + . O resíduo contido no primeiro tubo apresentava uma coloração próxima aos tons de cinza, mas não foi determinante para indicar a presença de Hg2 2+ . 5. RESULTADOS E DISCUSSÕES Inicialmente, os íonsestavam em uma mesma solução (solução problema). O que foi confirmado ao ser adicionado o HCl (utilizado aqui pois não interfere na reação liberando cátions, o que ocorreria se tivéssemos utilizado algum cloreto) , formando então um precipitado. O processo de centrifugação nos permitiu separar o sobrenadante do precipitado. Aquecendo a solução, fomos capazes de separar o íon Pb 2+ , pois o mesmo é solúvel em altas temperaturas. A adição de K2CrO4 e KI ambos em tubos separados, nos confirmou a presença de Pb na solução, pois formaram, respectivamente, um precipitado de cor amarela e laranja. Realizamos então uma lavagem no precipitado da solução problema com 1 ml de água destilada quente, levando em seguida à centrifuga a fim de verificar se ainda havia presença de Pb. O que foi confirmado ao administrarmos algumas gotas de K2CrO4, que continuava formando precipitado na cor amarela. O processo de lavagem e centrifugação deveria ter sido realizado até a coloração amarela não ser mais conferida, porém, por indisponibilidade de tempo, passamos para a próxima etapa. Foi administrado na solução problema 3 ml de NH4OH, o tubo foi agitado e levado a centrifuga, separamos o sobrenadante para outro tubo de ensaio. Observamos a coloração do precipitado da solução problema, como o mesmo não adquiriu coloração preta ou cinza escuro, a presença de Hg foi descartada. Ao sobrenadante restante, foi feita uma divisão em dois tubos para realizarmos a identificação de Ag. Em um tubo foi adicionado HNO3, a formação de precipitado de coloração branca, nos confirmou a presença de Ag. No segundo tubo foi adicionado KI, onde obtemos um líquido de coloração branca leitosa, que também confirmou a presença de Ag na solução. 6. CONCLUSÃO Pudemos perceber que é possível sim realizar a separação e identificação de íons de uma solução desconhecida, basta apenas trabalhar nas condições adequadas. O método qualitativo prova também a possibilidade em se realizar análises corretas através apenas da visualização, sem a necessidade de métodos quantitativos 7. BIBLIOGRAFIA SILVA, André Luís Silva da. Rota de identificação e separação para os íons de prata, chumbo e mercúrio. InfoEscola. Disponível em: < http://www.infoescola.com/quimica/rota-de- identificacao-e-separacao-para-os-ions-de-chumbo-prata-e-mercurio/> Acesso em: 12 de outubro de 2016. VOGEL, Arthur Israel. Química Analítica Qualitativa [tradução por Antonio Gimeno da] 5ª ed. – São Paulo: Editora Mestre Jou, 1981.
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