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Superior Tribunal de Justiça AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL N° 1347855 - GO (2018/0210847-3) RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE AGRAVANTE : ANDRE WILSON DAL SASSO ADVOGADOS : DIVINO ANTÔNIO DE DEUS - GO016726 WILSON ALENCAR DO NASCIMENTO - GO016756 AGRAVADO : ADRIANA RODRIGUES BUENO ADVOGADO : DARLENE LIBERATO DE SOUSA - GO008000 EMENTA AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL POR ROMPIMENTO UNILATERAL DE NOIVADO. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO E MINORAÇÃO DO MONTANTE INDENIZATÓRIO. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DE DISPOSITIVO LEGAL VIOLADO. SÚMULA 284/STF. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. DESCABIMENTO. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A indicação de dispositivo legal violado – contrariado ou objeto de interpretação divergente – é requisito constitucional de admissibilidade do recurso especial, exigido mesmo em caso de dissídio notório, sob pena de aplicação da Súmula 284/STF. Precedentes. 2. É incabível revisão do montante indenizatório estabelecido a título de danos morais com base em dissídio jurisprudencial, pois, ainda que haja grande semelhança nas características externas e objetivas, haverá distinção no aspecto subjetivo dos julgados confrontados. Precedentes. 3. Agravo interno desprovido. ACÓRDÃO Vistos e relatados estes autos em que são partes as acima indicadas, acordam os Ministros da Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Nancy Andrighi, Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva e Moura Ribeiro votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Moura Ribeiro. Brasília, 03 de Dezembro de 2018 (Data do Julgamento) MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE, Relator Superior Tribunal de Justiça MB 13 AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.347.855 - GO (2018/0210847-3) RELATÓRIO O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE: Trata-se de agravo interno interposto por ANDRÉ WILSON DAL SASSO contra decisão monocrática desta relatoria (e-STJ, fls. 377-380), que conheceu do agravo para não conhecer do recurso especial, nos termos da seguinte ementa: AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL POR ROMPIMENTO UNILATERAL DE NOIVADO. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO E MINORAÇÃO DO MONTANTE INDENIZATÓRIO. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DE DISPOSITIVO LEGAL VIOLADO. SÚMULA 284/STF. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. DESCABIMENTO. AGRAVO CONHECIDO PARA NÃO CONHECER DO RECURSO ESPECIAL. Em suas razões recursais (e-STJ, fls. 384-388), o agravante alega que a questão central não foi a afronta a nenhuma lei infraconstitucional, mas o dissenso jurisprudencial sobre o quantum indenizatório, bem como ser necessária a manifestação da Turma acerca dos julgados divergentes quanto ao mesmo tema, nos quais foram arbitrados valores inferiores ao estabelecido no caso. Impugnação apresentada às fls. 392-399 (e-STJ), na qual é postulada a condenação do agravante ao pagamento da multa prevista pelo art. 1.021, § 4º, do CPC/2015. É o relatório. AREsp 1347855 Petição : 578955/2018 C542560551584434<14881@ C11304=584188803@ 2018/0210847-3 Documento Página 1 de 5 Superior Tribunal de Justiça MB 13 AgInt no AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL Nº 1.347.855 - GO (2018/0210847-3) RELATOR : MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE AGRAVANTE : ANDRE WILSON DAL SASSO ADVOGADOS : DIVINO ANTÔNIO DE DEUS - GO016726 WILSON ALENCAR DO NASCIMENTO - GO016756 AGRAVADO : ADRIANA RODRIGUES BUENO ADVOGADO : DARLENE LIBERATO DE SOUSA - GO008000 EMENTA AGRAVO INTERNO NO AGRAVO EM RECURSO ESPECIAL. RESPONSABILIDADE CIVIL POR ROMPIMENTO UNILATERAL DE NOIVADO. DANOS MORAIS. CONFIGURAÇÃO E MINORAÇÃO DO MONTANTE INDENIZATÓRIO. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DE DISPOSITIVO LEGAL VIOLADO. SÚMULA 284/STF. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. DESCABIMENTO. AGRAVO DESPROVIDO. 1. A indicação de dispositivo legal violado – contrariado ou objeto de interpretação divergente – é requisito constitucional de admissibilidade do recurso especial, exigido mesmo em caso de dissídio notório, sob pena de aplicação da Súmula 284/STF. Precedentes. 2. É incabível revisão do montante indenizatório estabelecido a título de danos morais com base em dissídio jurisprudencial, pois, ainda que haja grande semelhança nas características externas e objetivas, haverá distinção no aspecto subjetivo dos julgados confrontados. Precedentes. 3. Agravo interno desprovido. AREsp 1347855 Petição : 578955/2018 C542560551584434<14881@ C11304=584188803@ 2018/0210847-3 Documento Página 2 de 5 Superior Tribunal de Justiça MB 13 VOTO O SENHOR MINISTRO MARCO AURÉLIO BELLIZZE (RELATOR): As razões recursais não trouxeram nenhum argumento capaz de modificar a conclusão da decisão monocrática ora agravada. O recurso especial é reclamo vinculado às hipóteses de cabimento constitucionalmente previstas, razão pela qual é imprescindível que a parte recorrente aponte, de forma clara, os dispositivos legais infraconstitucionais considerados violados – contrariados ou objeto de interpretação divergente –, sob pena de inadmissão por deficiência da fundamentação, incidindo o óbice da Súmula 284/STF (v.g. AgRg no AREsp 523.565/PA, Rel. Ministro Luis Felipe Salomão, Quarta Turma, julgado em 26/8/2014, DJe 1º/9/2014; e EDcl no AREsp 519.224/SC, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Terceira Turma, julgado em 2/10/2014, DJe 9/10/2014). Segundo orientação jurisprudencial consolidada pela Corte Especial do STJ, de observância obrigatória, nos termos do art. 927, V, do CPC/2015, a indicação dos dispositivos legais objeto do recurso especial é requisito de admissibilidade exigido inclusive em caso de dissídio jurisprudencial notório. A propósito: ADMINISTRATIVO. PROCESSUAL CIVIL. SERVIDOR PÚBLICO. CONCURSO PÚBLICO. AGRAVO REGIMENTAL NO RECURSO ESPECIAL. INÉPCIA DA PETIÇÃO INICIAL. NÃO OCORRÊNCIA. DISSÍDIO JURISPRUDENCIAL. DISPOSITIVO LEGAL. INDICAÇÃO. AUSÊNCIA. SÚMULA 284/STF. AGRAVO NÃO PROVIDO. (...) 3. Nos termos do art. 105, III, "c", da Constituição Federal, é cabível a interposição de recurso especial quanto o acórdão recorrido "der a lei federal interpretação divergente da que lhe haja atribuído outro tribunal". 4. "Para que se caracterize o dissídio, faz-se necessária a demonstração analítica da existência de posições divergentes sobre a mesma questão de direito" (AgRg no Ag 512.399/RJ, Rel. Min. ELIANA CALMON, Segunda Turma, DJ 8/3/04). 5. Para demonstração da existência de similitude das questões de direito examinadas nos acórdãos confrontados "[é] imprescindível a indicação expressa do dispositivo de lei tido por violado para o conhecimento do recurso especial, quer tenha sido interposto pela alínea a quer pela c" (AgRg nos EREsp 382.756/SC, Rel. Min. LAURITA VAZ, Corte Especial, DJe 17/12/09). AREsp 1347855 Petição : 578955/2018 C542560551584434<14881@ C11304=584188803@ 2018/0210847-3 Documento Página 3 de 5 Superior Tribunal de Justiça MB 13 6. Sem a expressa indicação do dispositivo de lei federal nas razões do recurso especial, a admissão deste pela alínea "c" do permissivo constitucional importará na aplicação, nesta Instância Especial, sem a necessária mitigação, dos princípios jura novit curia e da mihi factum dabo tibi ius, impondo aos em. Ministros deste Eg. Tribunal o ônus de, em primeiro lugar, de ofício, identificarem na petição recursal o dispositivo de lei federal acerca do qual supostamente houve divergência jurisprudencial. 7. A mitigação do mencionado pressuposto de admissibilidade do recurso especial iria de encontro aos princípios da ampla defesa e do contraditório, pois criaria para a parte recorrida dificuldades em apresentar suas contrarrazões, na medida em que não lhe seria possível identificarde forma clara, precisa e com a devida antecipação qual a tese insculpida no recurso especial. 6. Agravo regimental não provido. (AgRg no REsp 1.346.588/DF, Rel. Ministro Arnaldo Esteves Lima, Corte Especial, julgado em 18/12/2013, DJe 17/3/2014) AGRAVO REGIMENTAL. RECURSO ESPECIAL. PROCESSUAL CIVIL. DISSÍDIO PRETORIANO. AUSÊNCIA DE INDICAÇÃO DO DISPOSITIVO DE LEI FEDERAL OBJETO DE DIVERGÊNCIA INTERPRETATIVA. ÓBICE DA SÚMULA 284/STF. PRECEDENTE DA CORTE ESPECIAL. 1. Possibilidade de flexibilização dos requisitos formais, legais e regimentais, de admissibilidade do recurso especial interposto com base na alínea "c" do permissivo constitucional, quando se trata de dissídio notório. 2. Imprescindibilidade da indicação do dispositivo de lei federal objeto de divergência jurisprudencial, ainda que se trate de dissídio notório, por se tratar de requisito previsto no art. 105, inciso III, alínea "c", da Constituição Federal. 3. Impossibilidade de saneamento do vício pelo órgão julgador, sob pena de ofensa aos princípios da imparcialidade e do contraditório. Precedente da Corte Especial. 4. AGRAVO REGIMENTAL DESPROVIDO. (AgRg no REsp 1.387.411/SC, Rel. Ministro Paulo de Tarso Sanseverino, Terceira Turma, julgado em 6/8/2015, DJe 24/8/2015) No caso dos autos, da leitura das razões do recurso especial (e-STJ, fls. 323-328), constata-se que as teses recursais sobre a inexistência de danos morais e a necessidade de minoração do quantum indenizatório arbitrado foram deduzidas sem que tenham sido indicados dispositivos legais específicos tidos por violados – contrariados ou objetos de divergência jurisprudencial –, circunstância que impede o conhecimento do recurso por óbice da Súmula 284/STF. Além disso, esta Corte possui entendimento sedimentado no sentido de AREsp 1347855 Petição : 578955/2018 C542560551584434<14881@ C11304=584188803@ 2018/0210847-3 Documento Página 4 de 5 Superior Tribunal de Justiça MB 13 ser incabível a revisão do montante indenizatório estabelecido a título de danos morais com base em dissídio jurisprudencial, pois, ainda que haja grande semelhança nas características externas e objetivas, haverá distinção no aspecto subjetivo dos julgados confrontados (v.g. AgRg no AREsp 816.086/PR, Rel. Ministro João Otávio de Noronha, Terceira Turma, julgado em 17/3/2016, DJe 29/3/2016; e AgRg no AREsp 231.854/SP, Rel. Ministro Antonio Carlos Ferreira, Quarta Turma, julgado em 8/11/2016, DJe 16/11/2016). Por fim, em resposta à parte contrária, deixo de condenar o agravante ao pagamento da multa prevista pelo art. 1.021, § 4º, do CPC/2015, pois, embora desprovido, o agravo não pode ser considerado protelatório, caráter necessário para a imposição da referida penalidade, que não é automática, porquanto persegue o conhecimento de recurso interposto na origem visando à reforma de decisão que é obviamente prejudicial à parte agravante, nos termos por ela defendidos. Ante o exposto, nego provimento ao agravo interno. É como voto. AREsp 1347855 Petição : 578955/2018 C542560551584434<14881@ C11304=584188803@ 2018/0210847-3 Documento Página 5 de 5 TERMO DE JULGAMENTO TERCEIRA TURMA AgInt no AREsp 1.347.855 / GO Número Registro: 2018/0210847-3 PROCESSO ELETRÔNICO Número de Origem: 35883569 0358835.69.2013.8.09.0051 3588356920138090051 Sessão Virtual de 27/11/2018 a 03/12/2018 Relator do AgInt Exmo. Sr. Ministro MARCO AURÉLIO BELLIZZE Presidente da Sessão Exmo. Sr. Ministro MOURA RIBEIRO AUTUAÇÃO AGRAVANTE : ANDRE WILSON DAL SASSO ADVOGADOS : DIVINO ANTÔNIO DE DEUS - GO016726 WILSON ALENCAR DO NASCIMENTO - GO016756 AGRAVADO : ADRIANA RODRIGUES BUENO ADVOGADO : DARLENE LIBERATO DE SOUSA - GO008000 ASSUNTO : DIREITO CIVIL - RESPONSABILIDADE CIVIL - INDENIZAÇÃO POR DANO MORAL AGRAVO INTERNO AGRAVANTE : ANDRE WILSON DAL SASSO ADVOGADOS : DIVINO ANTÔNIO DE DEUS - GO016726 WILSON ALENCAR DO NASCIMENTO - GO016756 AGRAVADO : ADRIANA RODRIGUES BUENO ADVOGADO : DARLENE LIBERATO DE SOUSA - GO008000 TERMO A Terceira Turma do Superior Tribunal de Justiça, por unanimidade, decidiu negar provimento ao recurso, nos termos do voto do Sr. Ministro Relator. Os Srs. Ministros Nancy Andrighi, Paulo de Tarso Sanseverino, Ricardo Villas Bôas Cueva e Moura Ribeiro votaram com o Sr. Ministro Relator. Presidiu o julgamento o Sr. Ministro Moura Ribeiro. Brasília, 04 de Dezembro de 2018
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