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METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA LINGUA PORTUGUESA

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NÚCLEO DE
METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Resumo apresentado a faculdade da UNIPLAN – Centro Universitário Planalto do Distrito Federal, como pré requisito para o curso de Pedagogia para avaliação do semestre.
Orientadora: Ana Maria de Oliveira
1. METODOLOGIA E PRÁTICA DO ENSINO DA LÍNGUA PORTUGUESA
Durante muito tempo, a escola nos inseriu numa prática de leitura e escrita mecanizada. Ou seja, as primeiras leituras que fazíamos, com a orientação dos professores, não exigiam uma reflexão sobre o que estava escrito e, quando isso ocorria, geralmente era sob a forma de um questionário que precisávamos responder a partir da localização das informações no texto. 
Com a escrita nada era diferente. A associação de palavras simples, a utilização de poucos recursos, a letra maiúscula e o ponto final, em muitos casos, limitavam a nossa criatividade e não ofereciam oportunidade para que pudéssemos expressar o que conhecíamos acerca do assunto em questão. Apesar disso, se não houvesse erros ortográficos e gramaticais nas nossas produções textuais, conseguíamos a nota máxima. 
Porém, mesmo com todas essas inadequações do ensino da leitura e da escrita, muitos de nós aprendemos desse modo, o que justifica o discurso daqueles que são contra mudanças na forma de ensinar. 
O processo educativo não está isolado de outras instâncias sociais. Ele apresenta estreita relação com as e perspectivas da sociedade em qualquer parte do mundo. Tais perspectivas podem estar essencialmente a favor daqueles que estão no poder ou podem refletir, fundamentalmente, as transformações sociais necessárias; normalmente, esses dois aspectos estão em jogo, visto que têm, entre si, implicações mútuas. 
Refletir sobre esses aspectos de caráter histórico político é essencial para que saibamos a importância de romper com modelos que já não contribuem para a formação de uma sociedade melhor. É preciso, também, conhecer o papel que a leitura e a escrita desempenham nesse processo, pois, constituem-se vias de acesso à informação, a partir das quais podemos interpretar o que ocorre na sociedade, tomar decisões, fazer exigências, enfim, sair da passividade para a atividade. 
Desse modo, a leitura e a escrita precisam ser compreendidas também na perspectiva de instrumentos que viabilizam uma participação social mais eficiente, contribuindo com transformações necessárias para a construção da sociedade, com condições favoráveis de desenvolvimento para todos. 
É preciso compreender que todas essas atividades podem contribuir para a aprendizagem da leitura e da escrita. Contudo, é necessário saber que, para o desenvolvimento da competência leitora e escritora preciso ir além de atividades que não oferecem a reflexão sobre o nosso sistema de escrita, nem sobre a mensagem que está sendo lida. 
Para muitas crianças, a escola será a única possibilidade de ampliar os seus saberes para além daqueles oriundos da sua comunidade; não por condições cognitivas, mas sociais e financeiras. Ninguém se torna criativo de um dia para o outro. Essa formação é processual, ou seja, acontece de modo gradativo, ao longo de um tempo que varia de indivíduo para indivíduo. Isso é o que a sociedade atual espera que a escola ofereça aos seus alunos: a apropriação dos conhecimentos culturalmente valorizados e o desenvolvimento de competências para utilizá-los em situações práticas.
A prática de realizar a leitura de história para as crianças, infelizmente, tem ficado sob a inteira responsabilidade de professores que atuam na Educação Infantil ou das famílias, nas quais o hábito de ler tem sido cada vez menos valorizado, por razões diversas. A passagem do aluno da Educação Infantil para o Ensino Fundamental é, na maioria dos casos, acompanhada por uma ruptura de rotina e de práticas pedagógicas, para a qual não se encontra fundamento.
Sendo assim, cabe ao professor buscar meios para garantir aos seus alunos o desenvolvimento de tais competências. O paradoxo existente em muitas práticas pedagógicas atuais está justamente no fato de que, para contribuir no desenvolvimento de uma leitura competente por parte do aluno, os professores deixam de ler para ele.
Sendo que é quando o professor lê para os alunos que o texto ganha vida. A entonação, as expressões, o gestual, o ritmo, a fluência, enfim, toda a postura do professor revela ao ensinar como deve ser uma leitura. O professor, leitor competente, enquanto lê, oferece aos alunos um bom modelo do que é essa atividade. 
Esse é o papel que o professor realiza enquanto lê para os seus alunos. Isto quer dizer que ele vai desbravando, perante os estudantes, os caminhos da leitura que realiza. Ele oferece um bom modelo, um bom estilo de leitura para que, apoiado nele, o aluno possa desenvolver o seu estilo próprio. 
Desse modo, entendemos que o papel que o professor desempenha como leitor, junto aos seus alunos, é muito importante para o desenvolvimento da competência leitora. Nessa fase de aprendizagem a partir dos critérios estabelecidos pelo professor os alunos terão contato com textos de qualidade literária reconhecida, possibilitando a ampliação do vocabulário, a identificação e utilização de recursos linguísticos que valorizam o texto, a reflexão sobre o que foi lido. Enfim, será a prática de leitura diária na escola que possibilitará, ao aluno, um mergulho prazeroso no mundo da leitura. 
É preciso ressaltar, porém, que as escolhas que fazemos para a leitura são bastante subjetivas, quer dizer, obedecem a critérios pessoais e, por esse motivo, aos alunos deve ser dada a oportunidade de não gostarem da leitura que ouviram. Nesse sentido, o professor também deve mediar discussões acerca das leituras que realiza, propondo aos alunos opiniões sobre as impressões obtidas e sobre a leitura que ouviram ou que realizaram. Por isso, essa é uma prática de extrema importância em que o professor atuará como referência para os alunos caminharem na direção da autonomia leitora. 
O professor não pode se fixar num único gênero textual a ser lido para os seus alunos. O fato de uma determinada turma gostar da leitura de contos de fada, não pode levar o professor a entender que deva realizar somente esse tipo de leitura. Os alunos precisam compreender o que se pretende em cada leitura e, além disso, conhecer outros gêneros, para que também saibam apreciá-los e utilizá-los quando necessário.
O desenvolvimento da competência leitora supõe um comportamento autônomo por parte do aluno. Quando se trata dessa questão, sabe-se que será preciso, em vários momentos, deixar que o aluno escolha o material que deseja ler; o que significa que ele precisa estar em constante interação com a diversidade textual. Por isso, cada classe deve possuir um acervo composto por livros de diferentes gêneros e autores, para que sejam manuseados livremente. Ou seja, é necessário que haja um acervo na sala de aula, garantindo a constante possibilidade de realizar uma leitura. 
O acesso ao acervo da classe permitirá, ao aluno, retomar, por exemplo, uma leitura que foi realizada pelo professor e pela qual tenha se interessado, buscando localizar as partes que mais gostou no texto. Essa proximidade com os diversos títulos também possibilitará que os alunos, entre si, façam recomendações de leituras, buscando justificativas que possam convencer o colega a ler a mesma obra, o que contribui significativamente para o desenvolvimento da oralidade e da argumentação.
 O contato da criança com a leitura é tão importante quanto o papel que o professor exerce nessa interação. A atuação do professor, nas atividades que desenvolve junto aos seus alunos, perpassa a sua concepção de ensino; ou seja, suas práticas pedagógicas, estão intrinsecamente relacionadas com aquilo que ele entende por ensinar, por aprender. 
O aluno tem um papel ativo no processo de sua aprendizagem, mas essa atividade não é exclusividade dele. O professor também atuará dinamicamente, mobilizando saberes, propondo desafios, observando, discutindo, validando estratégias
e conhecimentos, propiciando a troca de experiências e, acima de tudo, aprendendo também com os seus alunos. 
A atuação do professor junto aos alunos deve combinar observações advindas de um olhar atento e sensível, que o levará a intervenções adequadas, que mobilizam os saberes dos alunos e favorecem a aprendizagem. Assim, quando ele encaminha atividades a serem realizadas pelos alunos, seja individualmente ou em grupo, é de suma importância que circule pela classe, observando e acompanhando os caminhos percorridos pelos alunos para encontrem a solução para o desafio proposto. É nesse momento que o professor pode, por exemplo, captar informações que revelam a necessidade de uma intervenção de sua parte com determinado aluno.
Sempre que possível, o professor deve apresentar situações problematizadoras para que os alunos encontrem uma solução possível. Depois disso, deve abrir espaço para que os alunos apresentem as suas soluções, contando o caminho percorrido até chegarem a elas, já que um mesmo problema ou situação pode admitir mais de uma resposta. Será nessa troca de experiências, também, que o aluno terá a oportunidade de analisar se a solução que encontrou para a situação é, de fato, a melhor para o caso em questão.
Não podemos mais permanecer naquele único modelo de organização, em que impera a realização individual de atividades, com os alunos enfileirados olhando para a nuca do colega que senta à frente. Quando o modelo existente é pautado nessa dinâmica, normalmente há indisciplina na classe e o professor tem muita dificuldade para ministrar suas aulas. Esse desinteresse demonstrado pelos alunos, gerador da indisciplina na sala de aula, da qual tantos nos queixamos, (guardadas as particularidades de cada escola/comunidade/região), pode ser um indicador de que algo não vai bem com a forma pela qual estamos querendo que o nosso aluno aprenda. Talvez seja a hora de rever concepções e princípios e tentar algo diferente, assumindo os riscos do erro, sem o qual o processo de mudança e de consequente melhoria no ensino não se efetiva.
A atuação do professor junto aos alunos, nesse momento, é de grande importância. A sua forma de conduzir a atividade é que garantirá o seu sucesso. É importante que o encaminhamento da atividade esteja claro para todos os alunos, ou seja, eles precisam saber antecipadamente o que é esperado deles e o que necessitam levar em consideração, tanto no momento da realização da atividade, como na discussão sobre ela.

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