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Aula dia 10/02/2021 
1ª PARTE 
 
 
O Crédito e os seus 
Elementos 
Prof. Carlos Henrique Passos Mairink 
 
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FAMIG – Faculdade Minas Gerais – Todos os direitos reservados. 
AULA 
 
CURSO: Direito 
DISCIPLINA: Títulos de Crédito 
PERÍODO: 8º 
PROFESSOR: Carlos Henrique Passos Mairink 
AULA REFERÊNCIA - DIA: 10/02/2021 
TEMA DA AULA: O Crédito e os seus Elementos 
 
Orientações 
Em caso de dúvidas sobre a disciplina, favor entrar em contato: 
 
WhatsApp: (31) 98455-3659 
E-mail: passosmairink@gmail.com 
 
 
 
1 INTRODUÇÃO 
Olá! 
Daremos início ao estudo da nossa disciplina. 
Trabalharemos nessa unidade com o Crédito e os seus 
elementos. Saliento que o objetivo é compreender o crédito e a 
sua importância, ou seja, o ponto focal é demonstrar o porquê 
do estudo da presente disciplina. 
Bons estudos! 
 
 
 
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2 OBJETIVOS DE APRENDIZAGEM 
Ao final desta aula, você deverá ser capaz de: 
• Compreender a importância do crédito na economia. 
• Entender os elementos do crédito. 
• Conhecer a classificação do crédito. 
 
3 DESAFIO 
OBS: O DESAFIO DEVERÁ SER RESPONDIDO NA 
ATIVIDADE FÓRUM 
Analise a seguinte situação hipotética e responda os 
questionamentos: 
Você foi procurado pelo Sr. Antônio que narrou a seguinte 
situação fática: 
O Sr. Antônio emprestou a Manoel a quantia de R$ 
2.000,00. 
O empréstimo foi formalizado por meio de um contrato, no 
qual Manoel comprometeu-se a pagar ao Sr. Antônio a quantia 
de R$ 2.200,00, em 01 de março de 2020. 
Cumpre ressaltar, que além do contrato foi formalizado um 
instrumento particular de aval em que constava a seguinte 
cláusula: 
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“Por este instrumento fica o Sr. João constituído como 
avalista no contrato firmado entre Antônio e Manoel, respeitando 
o benefício de ordem”. 
O contrato está vencido e não foi pago pelo Manoel. 
Pergunta: 
a) O Sr. Antônio pode cobrar a dívida do Sr. Manoel? 
Justifique sua resposta. 
b) O Sr. Antônio pode cobrar a dívida do avalista Sr. João? 
Justifique sua resposta. 
c) O que é benefício de ordem? Justifique sua resposta. 
Responda o questionamento por meio da atividade Fórum. 
 
 
 
 
 
 
 
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4 O SENTIDO DA PALAVRA CRÉDITO 
Iniciaremos o nosso curso realizando uma análise sobre o 
crédito. 
Destaco que não é escopo do presente estudo, realizar 
uma análise da palavra crédito em seu aspecto histórico, pois ao 
meu sentir ficaria muito repetitivo voltar em todo histórico do 
direito comercial até a ideia de direito empresarial, perpassando 
por toda à história do comércio. 
Assim, realizaremos uma análise mais objetiva. 
Tem-se que a palavra crédito pode apresentar três sentidos 
importantes, quais sejam: moral, jurídico e econômico. 
a) Sentido moral da palavra crédito: traduz-se na 
situação de confiança, ou seja, quando alguém possui 
crédito com outra. 
b) Sentido jurídico da palavra crédito: Aqui se encontra 
um sentido importante, ou seja, crédito é o direito que o 
sujeito ativo tem de exigir a prestação do sujeito passivo. 
c) Sentido econômico da palavra crédito: Crédito é troca 
de um bem presente (prestação presente) por um bem 
futuro ausente. 
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Salienta-se que o sentido moral e, principalmente, o sentido 
econômico são fáceis de serem assimilados, mesmo para quem 
nunca teve oportunidade de estudar economia. 
Quando é realizada a seguinte pergunta: Carlos você tem 
crédito? Se o Carlos responde ao questionamento, verifica-se 
nessa situação, que os interlocutores sabem o que é crédito no 
sentido moral. 
A mesma situação acontece quando é realizada a seguinte 
pergunta: Carlos você pode comprar fiado? Você pode comprar 
mesmo não tendo dinheiro para realizar o pagamento à vista? 
Se a resposta for positiva ou negativa, os interlocutores, 
também, sabem a noção econômica de crédito. 
Logo, o conceito de crédito, está no sentido econômico, ou 
seja, trata-se de uma situação em que se confere poderes de 
compra a quem não tem dinheiro para realizá-las à vista. 
Salienta-se que são várias as definições dos economistas sobre 
o que é crédito. Contudo, tenho que crédito é a permissão para 
usar capital alheio. 
Lembre-se que crédito é: a troca de um bem presente 
por um bem futuro. 
Assim, pode se afirmar que se alguém vai comprar a 
crédito, o que se tem é a troca entre um bem presente para um 
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bem futuro, e por corolário, alguém vai se comprometer a uma 
prestação em determinado tempo ou prazo. 
Quando alguém comprar um carro e não faz o pagamento 
à vista o que acontece? 
O que ocorre é a troca de um bem presente por um valor 
futuro, que vai se efetuar dentro de um determinado prazo (30, 
60, 90, dias ou mais) do que se ajustou para pagar a coisa. Ou 
seja, a troca de um bem presente por um valor futuro. 
Pelo que foi visto, tem-se que o crédito pode ser 
considerado como uma situação em que se dá poder de compra 
para quem não tem moeda para realizar à vista. 
Formas essenciais de crédito 
Tem-se que o crédito decorre de duas formas essenciais: 
contrato de compra e venda a prazo e o contrato de mútuo. 
Em ambos os casos o que há? 
No mútuo o que se tem é que uma pessoa empresta 
dinheiro para outra pessoa. Quando alguém pega dinheiro 
emprestado em um banco (o presente é capital); por outro lado, 
ele se compromete. 
Já no contrato de compra de um veículo a prazo, o que se 
tem é a entrega do bem, para pagamento da prestação futura. 
 
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Elementos do crédito 
Os elementos do crédito são dois: tempo e confiança. 
Na relação jurídica de crédito, haverá sempre uma 
troca no tempo, isto é, uma pessoa entrega um bem 
atual em troca de um bem futuro (uma prestação 
futura). Essa troca no tempo só se realizará se houver 
uma relação de confiança. 
(Crédito = confiança + tempo) 
Assim sendo, quem recebe um valor futuro em troca de 
um valor atual confia na realização de tal valor futuro, 
ou seja, quem vende um bem a prazo e entrega esse 
bem confia no recebimento futuro do preço desse bem. 
Tal confiança pode ter uma conotação subjetiva ou 
objetiva. Na primeira, o credor acredita que o devedor 
preenche os requisitos morais para satisfazer a 
prestação, ou seja, trata-se de uma confiança na 
pessoa pelo que ela aparenta ser. Já na confiança 
objetiva, o credor acredita que o devedor tem 
capacidade econômico-financeira de satisfazer a 
prestação em razão da apresentação de garantias, de 
consultas a sistemas de proteção ao crédito, ou por 
qualquer outro motivo. 
Essa confiança se associa necessariamente a um 
intervalo de tempo entre duas prestações. Na troca 
imediata de valores, não há necessidade de confiança 
e, por isso, não se cogita de crédito na relação. O 
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tempo entre as prestações é essencial para o 
desenvolvimento da economia, permitindo a mais 
rápida circulação de riquezas e, por isso, um maior 
número de negócios se realiza. (TOMAZETTE, 2017, 
p. 27) 
5 FUNÇÃO DO CRÉDITO 
A principal função do crédito é de fecundar capitais, é de 
salvar a esterilidade capitais. Tal afirmação se torna verdadeira, 
pois se o crédito se concentrar nas mãos de pessoas que não 
querem gastar; ou de que não podem comercializar (por ex.:juízes); ou se ninguém pegasse o dinheiro e aplicasse, fosse em 
razão de sua profissão, de sua vontade ou da desnecessidade - 
o crédito não produziria RIQUEZA - ficaria parado. 
Então, a concessão do crédito produz riqueza, porque a 
medida que se empresta o capital para alguém, mobilizando-o, 
fazendo-o circular, aí sim, vai produzir riqueza. 
Por exemplo: a pessoa que quer começar um negócio ou 
fomentá-lo, mas não tem dinheiro, pegando empréstimo através 
da concessão de crédito, vai contribuir para a produção de 
riqueza, pois, inegavelmente, existirá a circulação de produtos 
ou serviços, geração de empregos e recolhimento de tributos. 
Sem o crédito, o número de mercadorias produzidas 
seria bem menor e a produção ocorreria de modo mais 
lento, na medida em que o produtor só teria acesso às 
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matérias-primas se já possuísse, em mãos, o dinheiro 
necessário para sua aquisição. Do mesmo modo, os 
consumidores não conseguiriam adquirir tantos bens 
sem que houvesse a concessão de certo crédito por 
parte dos vendedores. A mesma ideia se aplica na 
prestação de serviços e nas demais atividades 
econômicas. (TOMAZETTE, 2017, p. 28) 
Então, a função do crédito é proporcionar isso: salvar da 
esterilidade capitais que se ficassem parados não iria gerar 
nenhuma produção. 
6 CLASSIFICAÇÃO DO CRÉDITO 
Para fins didáticos, podemos reunir o crédito em 
grupos, classificando o de acordo com vários critérios. 
Tendo em vista a necessidade de segurança no 
exercício dos direitos de crédito, é comum que se 
reforce o crédito com alguma garantia, isto é, há um 
reforço que facilita o recebimento do crédito, tornando 
o menos arriscado. A garantia é apenas um reforço, 
não substituindo a obrigação original que, 
normalmente, continua a existir. 
Em função da garantia assegurada ao credor, temos: 
a) Crédito real: a garantia assenta em determinado 
bem móvel (penhor) ou imóvel (hipoteca) do devedor 
ou de terceiro, que fica vinculado ao cumprimento da 
obrigação. Não havendo o cumprimento da obrigação, 
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o credor poderá receber o produto da venda do bem 
dado em garantia. 
b) Crédito pessoal: a garantia assenta em todo o 
patrimônio da pessoa e não em um bem determinado; 
é a chamada garantia fidejussória (aval e fiança). 
Nesses casos, além do devedor original, soma-se um 
garantidor, que amplia as chances de recebimento do 
crédito. 
O crédito permite, em última análise, a imediata 
mobilização da riqueza com a satisfação de 
necessidades das pessoas que dele se beneficiam. 
Tais pessoas podem ter diversas finalidades para usar 
o seu crédito. Para fins didáticos, podemos classificar 
o crédito quanto à finalidade de sua utilização de duas 
formas: 
a) Créditos de consumo: os valores recebidos são 
aplicados na satisfação das necessidades pessoais do 
beneficiário do crédito, como, por exemplo, para 
aquisição de bens de consumo (carros, 
eletrodomésticos...). 
b) Crédito de produção: os valores recebidos são 
utilizados na produção de certos bens ou no 
desenvolvimento de certa atividade econômica, isto é, 
são utilizados na geração de novas riquezas, como, por 
exemplo, o crédito rural ou o crédito industrial. 
(TOMAZETTE, 2017, p. 29) 
 
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7 INFOGRÁFICO 
 
8 DICA DO PROFESSOR 
(...) o crédito só pode desenvolver seu papel 
apresentando três características básicas: a 
certeza, a segurança e a facilidade na sua 
circulação.16 Sem esses atributos, o crédito não 
seria capaz de provocar as transformações que 
gerou na economia. Se não fosse certo, não 
haveria a concessão de tanto crédito. Do mesmo 
modo, se não houvesse segurança para o 
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recebimento, também não haveria tantas 
operações de crédito. 
Por fim, a facilidade de circulação se impõe para 
agilizar as negociações e permitir a fruição mais 
pronta e célere dos recursos. (TOMAZETTE, 
2017, p. 28) 
9 EXERCÍCIOS 
1. O que é crédito? 
2. Quais são os elementos do crédito? 
3. Qual é o sentido moral da palavra crédito? 
4. Qual é o sentido jurídico da palavra crédito? 
5. Qual é o sentido econômico da palavra crédito? 
6. Como o crédito pode se classificar? 
10 PRATICANDO 
Julgue o próximo item, relativo às normas relativas ao 
crédito. Justifique as proposições que segue: 
"O crédito deve ser utilizado para fomentar a riqueza”. 
11 SAIBA + 
Selecionamos um vídeo esclarecedor que aprofundará na 
temática. Acesse o vídeo clicando no link: 
 
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12 Aqui você terá a oportunidade de assistir a nossa 
aula remota: 
• • Aula do dia 10-02-2021 
https://youtu.be/KRM3hxDs2HY 
 
Durante o percurso, estarei sempre a sua disposição para 
auxílio. De todo modo, é útil lembrar que a caminhada é de cada 
um e, por vezes, você poderá sentir-se solitário. É assim mesmo. 
A essa altura da vida, você já deve saber que a aprendizagem é 
um processo solitário e doloroso; isso porque faz pensar e afasta 
certezas, para a construção de um novo conhecimento. É assim 
que a gente aprende. Temos várias formas de comunicação, 
individualizada ou coletiva, que poderão ser utilizadas à vontade. 
Tenho a certeza de que, uma vez seguidas as orientações 
constantes no cronograma apresentado, tudo terminará bem. 
Mas não se esqueça de que você será o construtor da sua obra. 
Estaremos, porém, sempre a seu lado para garantir a solidez da 
aprendizagem. 
Vamos trilhar paralelamente os desafios que virão, e espero que, 
no final, o trabalho seja gratificante. 
https://youtu.be/KRM3hxDs2HY
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Carlos Henrique Passos Mairink 
 
BRASIL, Código Civil. (2002). Código Civil: lei 10.406, de 10 de 
janeiro de 2002. Brasília: Senado, 2002. Disponível 
em:<http://www.planalto.gov.br/ccivil_03/leis/2002/l10406.htm>. 
Acesso em: 31 jul. 2019. 
TOMAZETTE, Marlon. Curso de direito empresarial: Títulos de 
crédito, v. 2 - 8. ed. rev. e atual. – São Paulo: Atlas, 2017.