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Estratégias de gestão social e ambiental

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Prévia do material em texto

/
DESCRIÇÃO
Histórico do desenvolvimento sustentável e das principais estratégias e instrumentos da gestão
social e ambiental, além de sua imprescindibilidade na consolidação de práticas de governança
sustentáveis e no alcance da competitividade requerida para as organizações.
PROPÓSITO
Compreender os desafios do desenvolvimento sustentável mediante a identificação do meio
ambiente como problema ou oportunidade para os negócios a partir do histórico desse
desenvolvimento e dos instrumentos de diagnóstico social e ambiental aplicáveis a diversos
segmentos empresariais.
/
OBJETIVOS
MÓDULO 1
Reconhecer o meio ambiente como oportunidade para os negócios no contexto da
sustentabilidade aliada à alta competitividade requerida
MÓDULO 2
Descrever os instrumentos de diagnóstico de gestão social e ambiental aplicáveis a diversos
segmentos empresariais
INTRODUÇÃO
É um consenso que sustentável, sustentabilidade e desenvolvimento sustentável são termos
consagrados e oportunos em nível global. No entanto, os significados advindos dessas
expressões variam em função de perspectivas e associações relativas tanto a contextos internos e
externos quanto a necessidades, expectativas, interesses e conflitos das partes interessadas
(stakeholders) envolvidas.
Até em função disso, essas questões, para algumas dessas partes interessadas, podem se
transformar em problemas ou oportunidades nesse cenário de alta competitividade.
Ao longo dos últimos anos, vêm sendo desenvolvidos e aplicados diversos modelos e
instrumentos de diagnóstico de gestão social e ambiental pertinentes a diversos segmentos
empresariais. Tais modelos e instrumentos incluem, por exemplo, certificações voluntárias, como
ISO 14001, ISO 50001, ISO 26000, SA 8000, NBR 16001 e AA 1000; modelos mais específicos
desenvolvidos por outros tipos de organizações, como o balanço social, ou pelo Banco
/
Interamericano de Desenvolvimento (BID); e, por fim, modelos internacionais de financiamentos,
como os Princípios do Equador e o International Finance Corporation (IFC), que são instituições
globais que oferecem serviços de investimento, consultoria e administração de ativos para
incentivar o desenvolvimento do setor privado em países menos desenvolvidos.
Ao longo deste tema, discorreremos sobre o histórico do desenvolvimento sustentável e os
instrumentos de diagnóstico social e ambiental aplicáveis a diversos segmentos empresariais.
MÓDULO 1
 Reconhecer o meio ambiente como oportunidade para os negócios no contexto da
sustentabilidade aliada à alta competitividade requerida
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL,
SUSTENTABILIDADE E SUSTENTÁVEL
Mas, afinal, de onde surgiram as primeiras definições sobre sustentabilidade?
/
Um dos primeiros marcos relacionados ao termo sustentável está registrado no livro Sylvicultura
oeconomica oder anweisung zur wilden baumzucht, publicado por Carlowitz em 1713. Influenciada
pelas ideias de Evelyn (1664) e de Colbert (1669) sobre a acelerada devastação florestal da
Europa, essa publicação contemplava o binômio ecologia-natureza, além de dois pilares: o
econômico e o da ética social.
Na primeira metade do século XVIII, a ideia de rendimento sustentado chegou à vários países da
Europa, mais especificamente à Dinamarca, à Noruega, à Rússia e à França. Em sequência, a
evolução do processo de civilização ocidental atingiu o seu ápice entre 1750 e 1900. Nesse
período, consolidou-se o desenvolvimento em conjunto com a ciência, sendo atribuído a ela o
domínio da natureza. Entretanto, já no final desse século (1798), surgiram, em um primeiro
momento, os efeitos negativos advindos da Revolução Industrial, como o desemprego, a pobreza
e as doenças.
JÁ EM 1974, EM UMA SÉRIE DE CONFERÊNCIAS SOBRE
QUESTÕES FLORESTAIS, O TERMO
SUSTENTABILIDADE FOI UTILIZADO PELA PRIMEIRA
VEZ NO CONTEXTO DE DESENVOLVIMENTO. EXISTEM
DIVERSAS OUTRAS REFERÊNCIAS CRONOLÓGICAS AO
TERMO POR DIFERENTES AUTORES EM ÉPOCAS
DISTINTAS, MAS PODEMOS CITAR QUE A IDEIA DE
DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL FOI ENTENDIDA
INICIALMENTE DA SEGUINTE FORMA: “[...] UMA
SOCIEDADE SUSTENTÁVEL É AQUELA QUE PODE
SATISFAZER AS SUAS NECESSIDADES SEM
COMPROMETER AS CHANCES DE SOBREVIVÊNCIA
DAS GERAÇÕES FUTURAS”.
/
(BROWN, 1981)
Pela abrangência de sociedade, não devemos considerar apenas a civilização humana, e sim a
consolidação complexa de aspectos ambientais, sociais e econômicos em busca de seu equilíbrio.
Podemos destacar que a compreensão da sustentabilidade nas organizações está alicerçada em
três pilares de desempenho: econômico, social e ambiental. Conforme frisaremos a seguir, a
integração entre eles é fundamental. Dessa forma, o triple bottom line ficou também conhecido
como os 3 Ps (people, planet and profit) – ou, em português, pessoas, planeta e lucro (PPL).
 
Fonte: Adaptada de: (ELKINGTON, 2001)
 Dimensões da sustentabilidade empresarial.
MARCOS HISTÓRICOS
Dando sequência à evolução anteriormente descrita, verificamos que esses conceitos foram
utilizados, em 1987, no Relatório Brundtland. Intitulado Nosso futuro comum, ele ofereceu uma
definição para a expressão desenvolvimento sustentável. Esse relatório é seguramente uma
das principais referências nos debates sobre esse desenvolvimento.
/
Elaborado pela Comissão Mundial sobre o Meio Ambiente e o Desenvolvimento, ele compôs uma
série de iniciativas anteriores à Agenda 21 que reafirmavam a visão crítica do modelo de
desenvolvimento adotado pelos países industrializados e em desenvolvimento. O Relatório
Brundtland ainda ressaltava as ameaças e os riscos decorrentes do uso excessivo dos recursos
naturais caso uma capacidade de resposta e suporte dos ecossistemas não fosse levada em
consideração.
Segundo o Relatório da Comissão Brundtland (2018), uma série de medidas deve ser tomada
pelos países para promover o desenvolvimento sustentável. Entre elas, destacam-se as seguintes:
AGENDA 21
A Agenda 21 foi um dos principais resultados da conferência Eco-92 (ou Rio-92) ocorrida no
Rio de Janeiro em 1992. Trata-se de um documento que estabelecia a importância de cada
país se comprometer a refletir global e localmente sobre a forma pela qual governos,
empresas, organizações não governamentais e todos os setores da sociedade poderiam
cooperar no estudo de possíveis soluções para os problemas socioambientais. Cada país
desenvolve a sua Agenda 21; no Brasil, as discussões são coordenadas pela Comissão de
Políticas de Desenvolvimento Sustentável (CPDS) e pela Agenda 21 Nacional.
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/
 
Fonte: Dome LifeThibaan/Shutterstock
1
2
3
4
5
6
7
Limitação do crescimento populacional.
Garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia) em longo prazo.
Preservação da biodiversidade e dos ecossistemas.
Diminuição do consumo de energia e desenvolvimento de tecnologias com o uso de fontes
energéticas renováveis.
Aumento da produção industrial nos países não industrializados com base em tecnologias
ecologicamente adaptadas.
Controle da urbanização desordenada e integração entre campo e cidades menores.
/
Atendimento das necessidades básicas (saúde, escola e moradia).
Em âmbito internacional, as metas propostas são:
1
2
3
4
Adoção da estratégia de desenvolvimento sustentável pelas organizações de desenvolvimento
(órgãos e instituições internacionais de financiamento).
Proteção dos ecossistemas supranacionais, como a Antártica e os oceanos, pela comunidade
internacional.
Banimento das guerras.
Implantação de um programa de desenvolvimento sustentável pela Organização das Nações
Unidas (ONU).
De forma sintetizada, podemos definir que esse relatório reforça a tese sobre a incompatibilidade
entre o desenvolvimento sustentável e os padrões de produção e consumo vigentes.
NOVO OLHAR PARA A SUSTENTABILIDADE
Observa-se que o tópico sustentabilidade ganhou luz mais intensa com base nas discussões
sobre os tipos de fontes energéticas e a premente necessidade de preservação dos recursos
naturais. Dessa forma, se consolidaram de maneiradefinitiva as relações entre o modo de
vida dos seres humanos e o meio ambiente – e, mais especificamente, os problemas de
deterioração na relação entre a ecologia global e o desenvolvimento econômico.
/
Relacionando tais temas, podemos descrever que a sustentabilidade mensura o nível da
qualidade desse sistema com o objetivo de avaliar seu grau de distanciamento em relação ao que
seria sustentável. Já o desenvolvimento sustentável atua por meio de estratégias para aproximar o
nível de sustentabilidade ao sistema ambiental humano sustentável.
Apesar de essa conceituação ser clara, nos últimos tempos, tem se proliferado globalmente um
estado de inquietação pública diante das revelações sobre as condições reais do meio ambiente e
das enormes desigualdades sociais geradas pelos modelos econômicos e de produção
convencionais.
De um tempo para cá, a sociedade passou a lidar com preocupações que não existiam em outras
épocas. Entre elas, podemos citar a proteção ecológica, a defesa do consumidor, a qualidade dos
produtos/serviços, o respeito às práticas trabalhistas e aos direitos humanos, além de outras
questões sociais.
Pautado na função econômica como geradora de lucros, salários e impostos, o papel social da
organização já não é suficiente para nortear os negócios diante dos novos valores requeridos pela
sociedade e pelas demais partes interessadas.
Em decorrência desse contexto, as expectativas relativas ao comportamento, aos valores e à
conduta organizacional adequada tornaram-se mais intensas.
/
Qual é o resultado dessa evolução?
Ela fez com que as organizações passassem por reivindicações pertinentes a mudanças em
suas práticas e comportamentos.
Sob a ótica ambiental, essas práticas de governança e gestão levaram à adoção, por exemplo, de
P+L (produção mais limpa), que também é conhecida como ecoeficiência; ecodesign de produtos;
contabilidade e valoração ambiental; avaliação de origem (cadeia de custódia) e composição da
matéria-prima; análise de alternativas de produtos recicláveis ou de menor impacto ambiental; e
desenvolvimento de provedores externos (fornecedores e distribuidores) ambientalmente
responsáveis.

Já certas questões e aspectos sociais passaram a ser considerados de forma mais diligente e
apropriada. Isso ocorreu, por exemplo, na não contratação de mão de obra infantil; na utilização
de campanha de mídia relacionada a questões corporativas e responsáveis de interesse público;
no respeito aos direitos humanos e à diversidade étnico-racial e religiosa no ambiente
organizacional; na ética empresarial; na definição de diretrizes contra qualquer tipo de assédio; e
no compromisso pela recolocação de trabalhadores demitidos.
/
NA VISÃO ATUAL, PODEMOS CONSIDERAR QUE
UMA ORGANIZAÇÃO SUSTENTÁVEL É AQUELA
QUE...
RESPOSTA
RESPOSTA
... Segundo Savitz (2007), “gera lucro para os acionistas (shareholders) ao mesmo tempo
que protege o meio ambiente e melhora a vida das pessoas com quem mantém relações”.
A sustentabilidade empresarial está, portanto, relacionada à gestão responsável da empresa.
Essas novas práticas de conduta e governança por parte das organizações contribui para a
superação das crises sociais e ambientais. Dessa forma, gera-se o consenso de que a conduta
socioambiental responsável é a forma pela qual as organizações buscam o desenvolvimento
sustentável combinado da sociedade e do próprio negócio, proporcionando, com isso, benefícios
para as partes interessadas (stakeholders), como, por exemplo, uma melhor qualidade de vida e
acesso a benefícios por parte dos empregados, clientes, parceiros de negócios e comunidades em
que atuam.
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/
Apresentaremos a seguir a interação entre alguns conceitos-chave:
Gestão responsável
Capacidade da empresa de atender simultaneamente aos interesses dos diferentes públicos com
os quais ela se inter-relaciona, conseguindo, assim, incorporá-los ao planejamento de suas
atividades.
Fonte: Instituto Ethos

Gestão sustentável
Consiste em assegurar o sucesso do negócio em longo prazo e, ao mesmo tempo, contribuir para
o desenvolvimento econômico e social da comunidade com o propósito de assegurar um meio
ambiente saudável e uma sociedade estável.
Fonte: Instituto Ethos

Gestão responsável e sustentável
É a atividade econômica orientada para a geração de valor econômico-financeiro, ético, social e
ambiental, cujos resultados são compartilhados com os públicos afetados. A produção e a
comercialização dela são organizadas de modo a reduzir continuamente o consumo de bens
materiais e de serviços ecossistêmicos, conferindo competitividade e continuidade à própria
atividade, além de promover e manter o desenvolvimento sustentável da sociedade.
Interação entre alguns conceitos-chave. / Fonte: Adaptada de: (ALIGLERI; ALIGLERI;
KRUGLIANSKAS, 2016)
Na busca constante pelo equilíbrio, a gestão socioambiental não questiona o propósito do
crescimento econômico, que é o principal elo a impulsionar as atuais políticas econômicas.
Infelizmente, esse crescimento também potencializa a deterioração do ambiente global.
/
Embora saibamos que vivemos em um mundo eminentemente capitalista, isso, por si, não nos
obriga a buscar cegamente um crescimento econômico irrestrito. Ele não deve ser analisado
apenas sob métricas meramente quantitativas, como a maximização dos lucros, estando isolado
de um conceito mais abrangente.
Refletir sob o olhar da gestão socioambiental implica o reconhecimento de que o crescimento
econômico ilimitado em um planeta com recursos naturais finitos, cuja capacidade de carga deve
ser preservada, só pode levar a um desastre. Por isso, o conceito de crescimento precisa ser
controlado – e isso pode ser feito com a introdução da premissa de sustentabilidade ecológica
como um parâmetro fundamental de todas as atividades de negócios.
Neste vídeo, entenderemos como o meio ambiente constitui, de fato, uma oportunidade para os
negócios – e não um problema – no contexto de uma sustentabilidade aliada à alta
competitividade requerida.
/
ONDAS DE INOVAÇÃO NO CONCEITO DE
SUSTENTABILIDADE
 
Fonte: Arthimedes/shutterstock
Em meio a tantos desafios e externalidades distintas, a inovação deve ser considerada
fundamental para o avanço consistente da gestão sustentável. Essa inovação será cada vez mais
alcançada mediante sucessivas trocas de experiências entre os elos que compõem a cadeia de
/
valor. Trocas de experiências do tipo requerem também uma mudança nas práticas de governança
corporativa, gerando, com isso, consequentes alterações no modelo e na estratégia dos negócios.
Levando em consideração que as questões externas e internas presentes no atual sistema de
operação das organizações estão recheadas de turbulências e complexidades, as variáveis
ambientais e sociais constituem pontos-chave para a inovação.
Consideraremos as ecoinovações qualquer inovação que reduza o uso de recursos naturais e a
liberação de substâncias nocivas em todo o ciclo de vida do produto ou do serviço.
 
Fonte: FrameStockFootages/Shutterstock
Alguns autores afirmam que a próxima onda da inovação estará apoiada no conceito e nas
práticas do desenvolvimento sustentável, sendo ainda incrementada pela melhoria do
desempenho produtivo e pela redução dos impactos ambientais. Pautam essa nova onda
questões estudadas na ciência dos materiais, na química verde, na nanotecnologia e no
biomimetismo.
Essa situação pode ser observada na figura a seguir:
QUÍMICA VERDE
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/
Ciência relacionada ao meio ambiente, a química verde foi introduzida nos EUA por Mark
Harrison, um cientista da Universidade de Lehigh. Essa ciência basicamente trabalha com o
conceito de que os elementos químicos não podem degradar a natureza.
NANOTECNOLOGIA
Ciência que se dedica ao estudo da manipulação da matéria em uma escala atômica e
molecular, lidando com estruturas entre 1 e 1.000 nanômetros. Ela pode ser utilizada emdiferentes áreas, como medicina, eletrônica, ciência da computação, física, química, biologia
e engenharia dos materiais.
BIOMIMETISMO
A biomimética é uma área da ciência cujo objetivo é o estudo das estruturas biológicas e das
suas funções, procurando aprender com a natureza suas estratégias e soluções para utilizar
esse conhecimento em diferentes domínios científicos.
/
 
Fonte: Daros (2013) adaptado Hargroves e Smith (2005, p. 17)
 Ondas de inovação.
 ATENÇÃO
Cada nova onda potencializa o poder de transformação da competitividade e produtividade das
organizações, assim como o padrão de vida da sociedade e os paradigmas técnico-econômicos.
Para propiciar oportunidades de negócios mais inclusivas, socialmente responsáveis e
ambientalmente eficazes, são utilizadas inovações de gestão, processo, produto e as
tecnológicas. Desse modo, esses tipos de inovações permitem entender os resíduos não como
lixo, e sim como uma oportunidade de valor compartilhado e agregado que possibilita uma gestão
circular de recursos e energia, além de um incremento na produtividade.
A figura acima também apresenta a evolução das ecoinovações e as novas fronteiras de
desenvolvimento desde os quatro séculos passados até os dias de hoje.
Observamos nela que, apesar de diversas inovações tecnológicas terem sido percebidas desde
1795, somente a partir da sexta onda, no século XXI, se passou a considerar, de forma efetiva,
questões relacionadas à sustentabilidade, como, por exemplo, a ciência dos materiais, a química
verde e a nanotecnologia, energias renováveis.
/
Vamos refletir agora sobre o resultado de uma pesquisa:
EM JUNHO DE 2019, A NIELSEN DIVULGOU UM ESTUDO
DEMONSTRANDO QUE 42% DOS CONSUMIDORES
BRASILEIROS ESTÃO MUDANDO SEUS HÁBITOS DE
CONSUMO PARA REDUZIR SEU IMPACTO AMBIENTAL E
30% DOS ENTREVISTADOS ESTÃO ATENTOS AOS
INGREDIENTES QUE COMPÕEM OS PRODUTOS. JÁ UM
LEVANTAMENTO SOBRE CONSUMO CONSCIENTE
FEITO DESDE 2015 PELO SPC BRASIL E PELO MEU
BOLSO FELIZ MOSTROU QUE, EM 2018, 71% DOS
CONSUMIDORES DAVAM PREFERÊNCIA A PRODUTOS
DE MARCAS COMPROMETIDAS COM AÇÕES
AMBIENTAIS E SOCIAIS, ENQUANTO 56% CHEGAVAM A
DESISTIR DA COMPRA SE A EMPRESA ADOTASSE
PRÁTICAS NOCIVAS AO MEIO AMBIENTE.
(NIELSEN, 2019)
Com base no resultado da pesquisa e em tudo que foi apresentado ao longo deste tema, fica claro
e evidente que o desenvolvimento sustentável, por meio de seus conceitos e práticas, pode – e
deve – ser considerado uma oportunidade para os negócios nesse contexto de alta
competitividade, e nunca como um problema que atrasa ou dificulta o desenvolvimento
ambientalmente responsável, socialmente justo e economicamente viável.
/
ENVIRONMENTAL, SOCIAL AND
GOVERNANCE (ESG)
 
Fonte: Rawpixel.com/shutterstock
Considerada a grande questão que pauta as discussões centrais no mundo corporativo e com o
potencial de afetar a economia das nações, esta recente prática de governança refere-se aos três
temas centrais na medição da sustentabilidade e do impacto social de um investimento em uma
organização ou um negócio. Monitorar tais parâmetros permite a determinação do desempenho
financeiro futuro das empresas, possibilitando ainda as mensurações de retorno sobre o
investimento e seus riscos associados.
AS DECISÕES HISTÓRICAS SOBRE ONDE OS ATIVOS
FINANCEIROS SERIAM COLOCADOS FORAM
/
BASEADAS EM VÁRIOS CRITÉRIOS, PREDOMINANDO O
RETORNO FINANCEIRO. NO ENTANTO, SEMPRE HOUVE
MUITOS OUTROS CRITÉRIOS PARA DECIDIR ONDE
COLOCAR O DINHEIRO — DESDE CONSIDERAÇÕES
POLÍTICAS ATÉ RECOMPENSAS CELESTIAIS. FOI NAS
DÉCADAS DE 1950 E 1960 QUE OS VASTOS FUNDOS DE
PENSÃO ADMINISTRADOS PELOS SINDICATOS
RECONHECERAM A OPORTUNIDADE DE AFETAR O
AMBIENTE SOCIAL MAIS AMPLO USANDO SEUS
ATIVOS DE CAPITAL — NOS EUA, A INTERNATIONAL
BROTHERHOOD OF ELECTRICAL WORKERS INVESTIU
SEU CONSIDERÁVEL CAPITAL NO DESENVOLVIMENTO
DE PROJETOS DE HABITAÇÃO A PREÇOS ACESSÍVEIS,
ENQUANTO O UNITED MINE WORKERS FOI INVESTIDO
EM UNIDADES DE SAÚDE.
(WIKIPEDIA, 2020, tradução nossa)
TENDO EM VISTA ESSE CONTEXTO, RESPONDA: O QUE
FOI ESTABELECIDO ENTRE OS LÍDERES DE
PODEROSAS CORPORAÇÕES?
Foi estabelecido um consenso entre os líderes de poderosas corporações – em especial, seus
investidores – de que, quanto mais intensamente os temas de ESG estiverem incorporados nas
práticas e estratégias de negócio, mais bem preparadas estarão as organizações para lidar com
situações delicadas e crises com baixa previsibilidade e alta gravidade.
/
Há registros de investimentos nas áreas ambientais e sociais de forma responsável desde
décadas passadas. Iniciado em 1971, um dos marcos reconhecidos – e citado como o primeiro –
ainda existe nos dias de hoje. Trata-se do Pax World (PAXWX), que foi pensado com o propósito
de distinguir as organizações que contribuíam para a Guerra do Vietnã.
A partir de então, vem se observando um crescimento progressivo e significativo desses
investimentos. Em 1994, foi alcançada a marca de 26 fundos, cujos ativos totalizavam algo em
torno de US$1,9 bilhão.
O incremento e o amadurecimento desses investimentos foram provocados por vários fatores.
Dentre eles, podemos destacar:
1
Grandes acidentes industriais e diversas contaminações em várias partes do mundo.
Realização da Eco-92, o que demonstrou uma preocupação relacionada ao aquecimento global e
aos gases de efeito estufa.
2
/
3
Consolidação do conceito de responsabilidade social (direitos trabalhistas e humanos, reflexões
sobre questões relativas à imigração, pobreza, trabalho infantil, doenças endêmicas etc.).
Metas do Milênio, Global Compact e Objetivos para o Desenvolvimento Sustentável (ODS).
4
5
Solidificação do capitalismo financeiro e do papel das bolsas de valores para as organizações e os
investidores, além de maior transparência das ações e até inações por meio da universalização da
internet e do jornalismo online.
Vale ressaltar o papel relevante desempenhado pelas instituições financeiras (IFI) nesse processo,
tendo o BID e demais processos conduzidos com base nos Princípios do Equador e na
International Finance Corporation (IFC) como exemplos significativos.
Quem apoia o projeto tem a responsabilidade de explicar os requisitos e encarregar-se de sua
devida diligência, avaliação e supervisão. A compreensão dos riscos potenciais e dos esforços
empregados, incluindo os recursos orçamentários requeridos pela gestão responsável dos riscos,
são parte do processo decisório das IFI.
Em situações nas quais os custos implicados na gestão dos problemas socioambientais são
elevados, existe a possibilidade de a relação custo-benefício geral do projeto/empreendimento ser
considerada inaceitável por não atender aos requisitos financeiros estipulados.
Por fim, fica evidente que a prática de governança ESG veio para ficar; portanto, as organizações
deverão incorporar cada vez mais as questões socioambientais em suas decisões estratégicas a
fim de se manterem competitivas.
/
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. ASSINALE A ALTERNATIVA QUE INDICA ALGUMAS DAS MEDIDAS ESTABELECIDAS
PELO RELATÓRIO DA COMISSÃO BRUNDTLAND. EMITIDO EM 1987, ELE É CONSIDERADO
UM DOS MARCOS MAIS IMPORTANTES DO DESENVOLVIMENTO SUSTENTÁVEL.
A) Análise de ciclo de vida (ACV); economia circular (EC); balanço social e ISO 26000 — diretrizes
sobre responsabilidade social.
B) ISO 14001 — sistema de gestão ambiental; química verde; SA 8000 — sistema de gestão de
responsabilidade social.
C) Limitação do crescimento populacional; garantia de recursos básicos (água, alimentos, energia)
em longo prazo; controle da urbanização desordenada e integração entre o campo e as cidades
menores; atendimento das necessidades básicas (saúde, escola, moradia).
D) Objetivos do desenvolvimento sustentáveis (ODS); mudanças climáticas; Pacto Global das
Nações Unidas; programa mundial de alimentos da ONU.
2. PRÁTICA RECENTE DE GOVERNANÇA CORPORATIVA, A ESG É CONSIDERADA A
GRANDE QUESTÃO A PAUTAR AS DISCUSSÕES CENTRAIS NO MUNDO GLOBALIZADO,
TENDO O POTENCIAL CLARO DE AFETAR A ECONOMIADAS NAÇÕES. ELA REFERE-SE
AOS TRÊS TEMAS CENTRAIS NA MEDIÇÃO DA SUSTENTABILIDADE E DO IMPACTO
SOCIAL DE UM INVESTIMENTO EM UMA ORGANIZAÇÃO OU NEGÓCIO. ENTRE AS
OPÇÕES APRESENTADAS A SEGUIR, QUAL DELAS NÃO CONTÉM UM DOS EXEMPLOS DE
BENEFÍCIOS ALCANÇADOS POR MEIO DE SUAS AS PRÁTICAS?
A) Aumento de custos de implantação e operacional inerentes aos empreendimentos e às
organizações por meio de ações filantrópicas na área social, além de ações de remediação e
compensação ambiental relacionadas a seu processo de licenciamento ambiental.
/
B) Quanto mais intensamente os temas de ESG estiverem incorporados nas práticas e estratégias
de negócio, mais bem preparadas estarão as organizações para lidar com situações delicadas e
crises de baixa previsibilidade e alta gravidade.
C) A compreensão dos riscos potenciais e dos esforços empregados, incluindo os recursos
orçamentários requeridos pela gestão responsável dos riscos, é parte do processo decisório das
instituições financeiras.
D) Monitorar os parâmetros sociais e ambientais permite a determinação do desempenho
financeiro futuro das empresas, possibilitando ainda as mensurações de retorno sobre o
investimento e riscos associados.
GABARITO
1. Assinale a alternativa que indica algumas das medidas estabelecidas pelo Relatório da
Comissão Brundtland. Emitido em 1987, ele é considerado um dos marcos mais
importantes do desenvolvimento sustentável.
A alternativa "C " está correta.
Embora as alternativas apresentem ações positivas e relacionadas aos temas ambientais e
sociais, somente a alternativa C contempla algumas das medidas estabelecidas pelo Relatório da
Comissão Brundtland.
2. Prática recente de governança corporativa, a ESG é considerada a grande questão a
pautar as discussões centrais no mundo globalizado, tendo o potencial claro de afetar a
economia das nações. Ela refere-se aos três temas centrais na medição da sustentabilidade
e do impacto social de um investimento em uma organização ou negócio. Entre as opções
apresentadas a seguir, qual delas não contém um dos exemplos de benefícios alcançados
por meio de suas as práticas?
A alternativa "A " está correta.
A alternativa A caracteriza exatamente práticas antigas e não mais recomendadas, pois elas são
ações reativas que não combinam bem as três dimensões que compõem a sustentabilidade
(ambiental, social e econômica). As demais alternativas mostram benefícios alcançados pela
prática adequada da governança corporativa.
/
MÓDULO 2
 Descrever os instrumentos de diagnóstico de gestão social e ambiental aplicáveis a
diversos segmentos empresariais
MOTIVAÇÕES INICIAIS
Desde as últimas décadas, as intenções e os discursos das organizações relacionadas ao
presente e ao futuro vêm enfatizando a necessidade tanto de agir quanto de demonstrar as
práticas e os resultados pertinentes à sustentabilidade. Como resultado disso, houve um aumento
do engajamento das organizações nacionais e internacionais nesse assunto, refletindo, assim, sua
relevância graças à substituição de modelos de gestão tradicionais por outros que reconheçam
políticas e práticas socioambientais – e sem deixar de se preocupar com os resultados
econômicos e financeiros das organizações.
 
Fonte: Khakimullin Aleksandr/shutterstock
Nessa linha, as organizações passaram a enxergar seus negócios de forma mais ampla,
contemplando os principais temas globais em suas práticas de governança e políticas de gestão.
/
Como exemplos desses temas globais, podemos citar:
1
2
3
4
5
6
7
8
Conservação dos recursos naturais e dos serviços ecossistêmicos.
Combate à mudança climática e redução das emissões de gases de efeito estufa.
Gestão eficiente das águas.
Alternativas de energias limpas, renováveis e biocombustíveis.
Análise do ciclo de vida dos produtos e rotulagem ambiental.
Redução de resíduos.
Respeito aos direitos humanos e diversidade no ambiente de trabalho.
Saúde e segurança ocupacional.
Assegurar uma boa integração entre toda a cadeia produtiva por intermédio da conciliação de
processos, da coordenação de decisões e da garantia de que tanto os recursos quanto as
responsabilidades e as atividades se tornem solidários a fornecedores, prestadores de serviços e
outros componentes da cadeia é cada vez mais significativo para:
1
2
3
4
/
5
6
Garantir consistência, transparência e credibilidade às ações implementadas.
Incrementar a eficiência, eficácia e a produtividade.
Conceber e desenvolver novos produtos e serviços.
Reduzir custos e exposição a penalidades.
Normalizar o fornecimento de insumos e itens.
Solidificar a reputação da marca.
Existe o prognóstico de que, em uma projeção temporal próxima, as cadeias produtivas já terão
superado as conexões clássicas. Conhecida como simbiose industrial, essa abordagem tem o
propósito de internalizar suas externalidades por meio de um fluxo de materiais e energia.
Essas novas redes simbióticas poderão se transformar em modelos para reduzir a carga ambiental
do homem sobre o planeta de forma substancial. Além disso, elas poderão propiciar uma sinergia
industrial e oportunizar a colaboração entre novas áreas e potenciais oportunidades de negócio.
A requerida responsabilidade socioambiental torna-se um considerável instrumento gerencial tanto
para a capacitação e o conhecimento organizacional quanto para a criação de condições de
competitividade para as empresas independentemente do segmento econômico em que atuam.
Em função disso, várias organizações reconhecidamente poluidoras do meio ambiente e com
o potencial de impactar socialmente as comunidades em seus entornos, como, por exemplo, as
empresas mineradoras, siderúrgicas, metalúrgicas, montadoras do setor automotivo, papel e
celulose, química e petroquímica, entre outras, investem em programas de gestão ambiental e
social.
/
 
Fonte: Tatiana Grozetskaya/Shutterstock
Além do viés econômico e do negócio, pesquisas revelam que as razões para a adoção de
práticas socioambientais não se limitam às exigências de legislação. Na verdade, elas estão
ligadas principalmente às seguintes questões:
Aumentar a qualidade intrínseca e percebida dos produtos;
Incrementar a competitividade das exportações;
Atender aos novos anseios dos consumidores com preocupações socioambientais;
Considerar e procurar atender às reivindicações das comunidades no entorno;
Responder às pressões de organizações não governamentais sociais e ambientais;
Alinhar-se às políticas ambiental e social da organização;
Melhorar a imagem reputacional perante as partes interessadas (stakeholders) e a
sociedade.
/
NORMAS E CERTIFICAÇÕES
Primeiramente, precisamos contextualizar os conceitos de normalização e norma.
A normalização pode ser definida como a organização sistemática das atividades pela
aplicação de regras comuns. Esse processo ganhou importância a partir da Revolução
Industrial, pois, em decorrência da transformação da produção artesanal em uma fabricação de
grandes lotes de forma seriada, foi necessária a utilização de normas que permitissem a produção
de peças intercambiáveis.
Soma-se a isso o fato de os consumidores e as demais partes interessadas apresentarem uma
maior consciência e necessidade de engajamento, fazendo com que os produtos e serviços
precisem corresponder efetivamente ao valor pago. Isso vem estimulando o desenvolvimento de
normas técnicas que sirvam como uma base para o relacionamento de confiança entre essas
partes interessadas.
/
 
Fonte: Dr. Victor Wong/Shutterstock
A definição internacional de norma técnica atesta que ela é um:
[...] DOCUMENTO ESTABELECIDO POR CONSENSO E
APROVADO POR UM ORGANISMO RECONHECIDO, QUE
FORNECE, PARA USO COMUM E REPETITIVO, REGRAS,
DIRETRIZES OU CARACTERÍSTICAS PARA ATIVIDADES
OU SEUS RESULTADOS, VISANDO À OBTENÇÃO DE UM
GRAU ÓTIMO DE ORDENAÇÃO EM UM DADO
CONTEXTO.
(ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2020)
/
Com base nessa definição, podemos separar as normas por tipos e relacioná-los ao contexto
do nossotema. Assim sendo, as que definem regras são conhecidas como certificáveis ou
contratuais, contendo cláusulas (também chamadas de requisitos). Tais normas permitem, entre
outras aplicações, que as organizações busquem certificações ou que façam as próprias
declarações em conformidade com os requisitos delas.
Um dos principais atores envolvidos nesse processo é a Organização Internacional para
Normalização (ISO). Ela é representada no Brasil pela Associação Brasileira de Normas Técnicas
(ABNT), único foro nacional de normalização do país. Ainda tem papel de destaque nesse tópico o
Instituto Nacional de Metrologia, Qualidade e Tecnologia (Inmetro).
No formato de agência executiva, essa autarquia federal é vinculada ao Ministério da Economia. O
Inmetro atua como organismo acreditador, tendo o papel de chancelar credibilidade aos processos
de certificações realizados por organismos de certificação de sistemas (OCS).
ISO
Trata-se de uma organização internacional não governamental independente, estando
associada a 165 organismos de normalização nacionais.
Precisamos, contudo, entender as diferenças entre as certificações compulsórias e voluntárias.
Em determinadas situações, os procedimentos de avaliação da conformidade – em particular, as
certificações – são considerados compulsórios para determinados mercados. Em outras
oportunidades, embora não haja uma obrigatoriedade legal, as práticas adotadas de forma
corrente neles tornam indispensáveis a utilização de determinados procedimentos de avaliação da
conformidade (tipicamente a certificação) como maneira de demonstração do diferencial de
qualidade e de informação para essa terceira parte (consumidor e até as demais partes
interessadas).
O papel de avaliação de conformidade exemplificado pela certificação desempenha papéis
importantes no mercado e na sociedade moderna. Um deles é pautado pela homogeneização de
determinados padrões nacionais e internacionais.
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/
Isso tende a facilitar a comercialidade de bens e serviços entre países, pois, se os produtos e
serviços de um grupo de países seguirem os mesmos padrões, não haverá barreiras técnicas que
impeçam sua comercialização naquele grupo. Por outro lado, a adoção de normas e padrões
específicos ou mais rígidos por parte de nações também pode dificultar a comercialização,
gerando, assim, uma proteção em relação aos produtos do mercado externo.
EXEMPLOS DE INSTRUMENTOS DE
DIAGNÓSTICO DE GESTÃO SOCIAL E
AMBIENTAL
 
Fonte: Olivier Le Moal/shutterstock
Em 1987, nasceu a primeira norma de gerenciamento da qualidade, inaugurando a série de
normas e certificações da série ISO 9000. Ao longo das últimas três décadas, a ISO 9001 já
passou por quatro revisões nos anos de 1994, 2000, 2008 e 2015 (versão atual).
A partir da revisão de 2015, essa norma passou a incorporar requisitos mais abrangentes e
diretamente relacionados ao negócio, contemplando questões estratégicas com contexto interno e
externo, necessidades e expectativas de partes interessadas e ações para abordar riscos e
oportunidades. Em certa medida, essa nova abordagem aproxima o sistema de gestão de
/
qualidade das questões socioambientais, especialmente quando se destacam os riscos e as
oportunidades associados a contextos interno e externo.
Na área socioambiental, vem se desenvolvendo, nos últimos anos, muitos padrões, normas e
certificações relativos a diversos temas e suas especificidades, como as ambientais, sociais, de
gestão com stakeholders e de local de trabalho.
Neste vídeo, falaremos sobre os instrumentos de diagnóstico de gestão social e ambiental, além
da aplicabilidade deles a diversos segmentos empresariais e suas interfaces.
/
ISO 14001 ‒ SISTEMAS DE GESTÃO AMBIENTAL ‒
ESPECIFICAÇÃO E DIRETRIZES PARA USO
 
Fonte: Olivier Le Moal/shutterstock
Emitida inicialmente em 1996 e revisada em 2004, a norma ISO 14001 se encontra atualmente na
versão atualizada 2015. Tendo como estrutura básica o ciclo PDCA (planejar ‒ executar ‒ verificar
‒ atuar) e contemplando requisitos mais estratégicos relacionados ao negócio, ela pode ser
utilizada tanto para a certificação de uma terceira parte quanto para que as organizações
implementem seus requisitos e se declarem em conformidade com eles (autodeclaração).
A figura a seguir mostra como a estrutura apresentada nessa norma está integrada ao ciclo PDCA,
o que pode ajudar os usuários novos ou existentes a entenderem a importância de uma
abordagem de sistemas.
/
 
Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2015)
 Ciclo PDCA da ISO 14001.
São definidos nesse ciclo os critérios (requisitos) para um sistema de gestão ambiental, sendo
delineada a estrutura que a organização pode seguir para estabelecer um sistema de gestão
ambiental eficaz. Ele é concebido para ser aplicado em qualquer tipo de organização
independentemente de:
Atividade ou setor;
Tipo: pública ou privada;
Modelo: Limitada ou sociedade anônima;
Tamanho: Micro, pequena, média ou grande.
Isso pode garantir aos gestores e colaboradores da empresa e aos stakeholders externos que o
impacto ambiental é monitorado e melhorado. De acordo com informação disponibilizada no site
da ISO (2020), existem atualmente mais de 300.000 certificações ISO 14001 em 171 países ao
redor do mundo.
/
Entre os principais propósitos para a implementação e certificação do sistema de gestão ambiental
(SGA) com base na ISO 14001, podemos destacar os seguintes:
 
Fonte: SeventyFour/Shutterstock
Demonstrar conformidade com requisitos legais e outros requisitos de forma contínua.
 
Fonte: mentatdgt/Shutterstock
/
Aumentar o engajamento das funções de liderança e o comprometimento dos colaboradores.
 
Fonte: Prostock-studio/Shutterstock
Melhorar a reputação da organização e a confiança das partes interessadas mediante uma
comunicação transparente e estratégica.
 
Fonte: petrmalinak/Shutterstock
/
Alcançar os objetivos estratégicos dos negócios por meio da incorporação de questões ambientais
na gestão do seu negócio.
 
Fonte: kung_tom/Shutterstock
Oferecer vantagem competitiva e financeira, aumentando a eficiência, a eficácia operacional e
ambiental, além de reduzir os custos.
 
Fonte: Kowit Lanchu/Shutterstock
/
Incentivar a melhoria do desempenho ambiental por parte de provedores externos, integrando-os à
cadeia de fornecimento e aos sistemas de negócios da empresa.
ISO 50001 ‒ SISTEMAS DE GESTÃO DA ENERGIA
‒ REQUISITOS COM ORIENTAÇÕES PARA USO
Norma certificável que também permite autodeclaração, a ISO 50001 está na sua versão 2018.
Ela possui os requisitos para estabelecer, implementar, manter e melhorar um sistema de gestão
da energia (SGE).
 
Fonte: GoMixer/Shutterstock
Qual função a ISSO 50001 desempenha?
O resultado pretendido é permitir que uma organização siga uma abordagem sistemática para
alcançar a melhoria contínua do desempenho energético e do SGE. Vale destacar que o tema
energia é bem central e engloba questões extremamente relevantes e associadas aos temas
socioambientais.
/
Espera-se que uma adequada implementação do SGE por essa norma gere a melhoria da
competitividade e as reduções das emissões de gases de efeito estufa, do custo de energia e de
outros impactos ambientais associados por meio de gestão sistemática da energia.
Ainda pelo fato de utilizar recursos ambientais, os atores econômicos vêm buscando padrões para
investimento no uso sustentável da energia, incluindo seu ciclo de vida desde a busca por
matérias-primas ambientalmente mais responsáveis, passando pelo processo de geração e
transmissão e chegando até ao consumo final da energia gerada. Com isso, eles buscam a
melhoria do desempenho energético na racionalização dos recursos naturais explorados, na
redução do consumo e em sua otimização.
Porém, baseado nos altos preços vinculados à sua produção em um mercado sensível e instável,
implantar uma gestão de energia mostra ser uma boa solução para as organizações que queiram
semanter competitivas, aliando suas práticas a ações mais sustentáveis.
A implementação do sistema de gestão de energia (SGE) nas políticas internas estabelece
diretrizes sobre:
1
2
3
4
5
Eficiência energética;
Consumo consciente;
Produção renovável;
Redução de gases poluentes;
Saúde e Segurança do Trabalho.
ISO 26000 ‒ DIRETRIZES SOBRE
RESPONSABILIDADE SOCIAL
/
Por se tratar de uma norma de diretrizes, ela não pode ser usada para fins de certificação ou de
autodeclaração. A norma ISO 26000 fornece orientações para todos os tipos de organizações
independentemente de porte ou localização, de modelo de negócio, se ela é pública ou privada, se
possui operações em países desenvolvidos ou em desenvolvimento etc.
 
Fonte: GoMixer/Shutterstock
A norma apresenta sete princípios de responsabilidade social:
Prestação de
contas e
responsabilidade
Transparência
Comportamento
ético
Respeito pelos
interesses das partes
interessadas
Respeito pelo
estado de direito
Respeito pelas normas
internacionais de
comportamento
Respeito pelos direitos humanos
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
/
A norma está estruturada com base nos seguintes temas centrais: direitos humanos, práticas
trabalhistas, meio ambiente, práticas leais de operação, questões relativas ao consumidor e
envolvimento com a comunidade e seu desenvolvimento. Estabelecendo questões referentes à
responsabilidade social, ela busca a obtenção de:
Integração, implementação e promoção de comportamento socialmente responsável em toda a
organização e por meio de suas políticas e práticas dentro de sua esfera de influência.

Identificação e engajamento de partes interessadas.

Comunicação de compromissos, de desempenho e outras informações referentes à
responsabilidade social.
Mostraremos a seguir a visão geral esquemática da ISO 26000. Nela, podemos observar a
estrutura em seções e os temas centrais considerados fundamentais para o desdobramento das
diretrizes de responsabilidade social:
/
 
Fonte: (ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS, 2010)
 ISO 26000: diretrizes sobre responsabilidade social.
Os sete princípios de responsabilidade social, o papel central dos stakeholders e o desdobramento
das diretrizes de responsabilidade social a partir dos temas centrais adotados estruturam,
conforme está descrito acima, a ISO 26000.
A ênfase inicial da responsabilidade social era direcionada para atividades filantrópicas, como
doações a instituições beneficentes. Entretanto, temas como práticas trabalhistas e práticas leais
de operação já existem há mais de um século. Outros tópicos, como os direitos humanos, o meio
ambiente, o combate à corrupção e a defesa do consumidor, foram acrescidos ao longo do tempo
à medida que demandavam mais importância.
Entre os propósitos da responsabilidade social, podemos destacar:
Obtenção de
vantagem
competitiva.
Melhoria da reputação.
Capacidade de atração e retenção
de trabalhadores ou membros,
clientes, clientes e usuários.
Manutenção da
moral dos
Percepção dos
investidores, dos
Relações com organizações,
governos (órgãos
/
funcionários,
comprometimento,
engajamento e
produtividade.
acionistas (shareholders),
dos proprietários, dos
mantenedores, dos
patrocinadores e da
comunidade financeira.
regulamentadores), mídia,
provedores eternos, pares,
clientes, sindicatos, órgãos
representativos do setor e a
comunidade na qual se opera.
 Atenção! Para visualizaçãocompleta da tabela utilize a rolagem horizontal
NBR 16001, SA 8000 E AA 1000 ‒ NORMAS
CERTIFICÁVEIS SOBRE RESPONSABILIDADE
SOCIAL
Diferentemente da ISO 26000 (e na mesma linha da ISO 14001 e da ISO 50001), as normas NBR
16001, SA 8000 e AA 1000 são certificáveis e podem ser utilizadas para fins de certificação e
estão estruturadas com base no ciclo PDCA.
 
Fonte: ananaline/Shutterstock
/
NBR 16001 ‒ RESPONSABILIDADE SOCIAL – SISTEMA
DE GESTÃO ‒ REQUISITOS
Em sua versão 2012, ela estabelece os requisitos mínimos relativos a um sistema de gestão da
responsabilidade social, permitindo que a organização formule e implemente uma política e os
objetivos que levem em conta seus compromissos, de forma análoga à da ISO 26000, com
responsabilização, transparência, comportamento ético, respeito pelos interesses das partes
interessadas, atendimento aos requisitos legais e outros requisitos subscritos pela organização,
além do respeito às normas internacionais de comportamento, aos direitos humanos e à promoção
do desenvolvimento sustentável.
SA 8000 ‒ RESPONSABILIDADE SOCIAL
Chamada de norma privativa ou estrangeira, ela está na sua versão 2014. Desenvolvida pelo
Social Accountability International (SAI), a SA 8000 mede o desempenho social em oito domínios
importantes em termos de responsabilização social nos locais de trabalho.
Ela o faz tendo por base um elemento referente ao sistema de gestão que impulsiona a melhoria
contínua em todos os domínios da norma. São estes os seus elementos:
Trabalho infantil;
Trabalho forçado ou obrigatório;
Saúde e segurança;
Liberdade de associação e direito à negociação coletiva;
Discriminação;
Práticas disciplinares;
Horário de trabalho;
Remuneração;
Sistema de gestão.
/
AA 1000 ‒ ESTRUTURA DE GESTÃO DA
RESPONSABILIDADE CORPORATIVA
Atualmente na versão 2008, a AA 1000 foi desenvolvida pelo Instituto de Prestação de Contas de
Responsabilidade Social e Ética, sendo o padrão usado por provedores de garantia
independentes para assegurar que eles sigam um processo rigoroso capaz de terminar com
perspicazes, valiosos e compreensíveis resultados e conclusões em uma declaração pública.
Ela inclui a avaliação da extensão em que uma organização aderiu aos princípios de inclusividade,
materialidade e capacidade de resposta da accountability. Também pode incluir uma avaliação da
confiabilidade de certos elementos de sustentabilidade e informações de desempenho, como
emissões de carbono ou dados de saúde e segurança.
 ATENÇÃO
Um dos conceitos básicos para a AA1000 é saber que a informação é realmente importante para a
capacidade da organização de criar valor privado e público – e não apenas se as informações
forem precisas. No entanto, essa garantia tem seus limites. A declaração de garantia não fornece
uma opinião sobre o fato de a empresa estar tendo um bom desempenho em sustentabilidade.
Isso não significa que todas as questões importantes para todas as partes interessadas sejam
relatadas. Isso tampouco fornece uma garantia absoluta de que tudo está correto; afinal, isso seria
muito demorado (e, em alguns casos, impossível).
OUTROS MODELOS NÃO ASSOCIADOS A
NORMAS ESPECÍFICAS
/
 
Fonte: Dome LifeThibaan/shutterstock
TRANSPARÊNCIA E BALANÇO SOCIAL
As boas práticas de governança e responsabilidade socioambiental, além do desempenho
econômico-financeiro, exigem que a organização demonstre de forma crível e auditável a
divulgação externa do seu desempenho em termos de realizações inerentes aos projetos sociais e
à preservação do meio ambiente.
O balanço social é uma excelente forma de demonstrar essas ações corporativas tanto para os
stakeholders (público interno, clientes, fornecedores, consumidores, órgãos regulamentadores,
sindicatos, governo, acionistas etc.) quanto para, em especial, as comunidades no entorno e as
potencialmente afetadas pelo funcionamento e desempenho da organização.
É POSSÍVEL COMPATIBILIZAR O BALANÇO SOCIAL E
OS MODELOS DE GESTÃO ANTERIORMENTE
APRESENTADOS, NÃO OBRIGANDO AS
ORGANIZAÇÕES A ESCOLHEREM APENAS UM TIPO DE
MODELO?
A resposta é sim! Considerando que os balanços sociais publicam apenas resultados e não se
concentram no processo utilizado para sua obtenção, em qualquer modelo de gestão adotado
(que se concentra no processo) há uma perfeita coexistência e complementação de informações
para fins de evidenciação e divulgação externa. Sendo assim, o balanço social é mais amplo que
as demonstrações financeiras e os balanços contábeis publicadospara o cumprimento de efeitos
legais e de evidenciação dos resultados econômicos da empresa.
/
A governança corporativa, reconhecida como um consolidado de práticas de gestão interna, é uma
forma de comunicação externa, funcionando como um sistema de comprovação e transparência
empresarial. Nessa linha, o sentido de comunicação com o mercado constitui a parte de uma
engrenagem maior, que é o balanço social voltado a refletir não apenas o crescimento econômico,
e sim o desenvolvimento humano nas organizações.
AVALIAÇÃO DE IMPACTO SOCIAL (AIS)
Como integrar questões sociais a projetos de desenvolvimento nos dias de hoje: É possível fazer
isso graças a uma visão geral das melhores práticas internacionais em AIS que estejam
associadas à descrição dos requisitos do Banco Interamericano de Desenvolvimento (BID) para a
avaliação de impactos sociais tanto em termos de passos a serem seguidos durante o ciclo de
projeto quanto de requisitos específicos das políticas do banco.
Mas qual é a função da AIS?
A AIS facilita a integração sistemática de questões sociais no planejamento e na implementação
de projetos; melhora a qualidade e a sustentabilidade dos projetos; apoia e fortalece os requisitos
nacionais; e, por fim, promove a aceitação do projeto e a apropriação local. Ela também ajuda a
identificar e gerenciar potenciais impactos sociais negativos que um projeto poderia causar ou
para os quais ele poderia contribuir, ajudando a maximizar os benefícios para as comunidades
locais.
Destacaremos a seguir as motivações para realização de uma AIS:
Avaliação e gestão de riscos e benefícios relacionados ao projeto, maximizando-os para as
comunidades locais e outros grupos.
Compreensão do projeto pelas partes interessadas, identificação das prioridades locais e
promoção do apoio local.
Eficiência e efetividade na implementação do projeto, proporcionando as informações e o
envolvimento contínuo com as partes interessadas, além de permitir uma gestão de projeto
adaptativa, de reação ágil e assertiva, e que evita custos imprevistos.
Avaliação de resultados e impactos do projeto por intermédio da criação de uma base de dados
sólida e com acuracidade, propiciando a avaliação dos resultados e dos impactos sociais de um
/
projeto.
O BID e outras instituições financeiras estão desenvolvendo e aplicando padrões e orientações de
boas práticas para abordar as diferentes oportunidades e os riscos ambientais e sociais nos
projetos. A integração sistemática dessas questões no planejamento e na implementação melhora
a qualidade e a sustentabilidade dos projetos, além de apoiar e reforçar os requisitos e aumentar a
aceitação local.
Um robusto e demonstrável processo de análise social e consulta que envolva as comunidades
locais e as demais partes interessadas também deveria servir de base para decisões estratégicas
sobre as prioridades e necessidades locais. Além disso, ele precisaria ser considerado ao se
determinar o conceito e o plano geral de um projeto – e não apenas, de forma reativa, analisar e
gerenciar os efeitos e as consequências de uma predeterminada abordagem.
Listaremos a seguir os dez elementos de uma AIS:

1. Esclarecimento dos fundamentos legais e normativos.
2. Avaliação do contexto social incluindo a compreensão dos grupos sociais locais, categorias e
instituições, com particular ênfase na pobreza, exclusão social e vulnerabilidade.


3. Condução de uma análise de partes interessadas e envolvimento significativo com elas,
propiciando a tomada de decisão e de boa governança.
/
4. Identificação de benefícios e oportunidades locais.


5. Identificação dos riscos reais e potenciais.
6. Determinação dos indicadores, linha de base e coleta de dados precisos e confiáveis,
proporcionando informações para concepção e implementação do projeto e fornecendo subsídios
para os planos de ação.


7. Questões sociais na elaboração/implementação do projeto, identificando e gerenciando os
riscos por meio de uma sequência lógica de etapas chamada de hierarquia de mitigação.
8. Produção e divulgação de relatórios e planos suportados por documentação sistemática das
análises e consultas realizadas, bem como dos vários planos de ação, sempre que for relevante.

/

9. Incorporação das questões sociais no sistema de gestão do projeto, proporcionando
informações não apenas para produzir estudos e relatórios, mas também para garantir que as
questões sociais sejam gerenciadas de modo adequado.
10. Monitoramento, gestão adaptativa e avaliação por meio de planos (documentos vivos) que
precisem ser revisados e atualizados em resposta a mudanças nas circunstâncias.

AVALIAÇÃO DE IMPACTO AMBIENTAL E SOCIAL
(AIAS)
A AIAS também é conhecida como avaliação ambiental, social e do impacto na saúde (ESHIA,
sigla em inglês).
O enfoque adotado para a AIS é promover sua coordenação com uma avaliação de impacto
ambiental (AIA) ou uma análise ambiental e social. Cada vez mais, isso tem sido feito como um
enfoque de forma integrada, ou seja, uma avaliação combinada de impacto ambiental e social.
Esse processo contribui para aumentar os benefícios e as oportunidades do projeto, assim como
ele identifica e administra o risco de possíveis impactos adversos. O diagrama apresentado a
seguir serve de ilustração desse processo, mostrando a sobreposição das questões ambientais e
sociais, ou seja, os benefícios “acima da linha” e os impactos adversos e os riscos “abaixo da
linha”.
/
 
Fonte: (KVAM, 2018)
 Enfoque ambiental e social integrado.
Em função da apresentação desses diversos modelos e instrumentos de gestão ambiental e
social, cabe às organizações fazerem as suas escolhas de forma acertada. Lembre-se de que
também podem ser feitas combinações com os modelos apresentados, pois não há restrições
entre eles.
Por exemplo, isso pode ser feito por meio da escolha de modelos normativos de certificações (ISO
14001, ISO 50001, NBR 16001, AA 1000 e SA 8000) somada à apresentação do balanço social e
à AIAS de forma integrada. A metodologia do BID ou outro análogo, como outra instituição
financeira, caso, por exemplo, dos Princípios do Equador ou do IFC, pode se traduzir em uma
estratégia robusta de demonstração de boas práticas de governança corporativa demonstráveis
para os stakeholders, já que está alinhada às exigências desse mercado altamente competitivo.
Na lista de fatores pertinentes para a escolha acertada, devem ser levados em consideração os
seguintes:
/
 
Fonte: LeoWolfert/Shutterstock
A cultura e o nível de maturidade de gestão da organização.
 
Fonte: SFIO CRACHO/Shutterstock
Os contextos internos e externos nos quais a organização está inserida.
/
 
Fonte: NDAB Creativity/Shutterstock
As expectativas, necessidades e interesses das partes interessadas mais afetadas pelo
desempenho da organização.
VERIFICANDO O APRENDIZADO
1. NO DECORRER DESTE MÓDULO, DESTACAMOS DOIS TIPOS DE MODELOS E
INSTRUMENTOS DE DIAGNÓSTICO DE GESTÃO SOCIAL E AMBIENTAL APLICÁVEIS A
DIVERSOS SEGMENTOS EMPRESARIAIS. UM DELES ESTÁ BASEADO EM NORMAS DE
GESTÃO CERTIFICÁVEIS OU DE DIRETRIZES; O OUTRO, EM MODELOS NÃO
ASSOCIADOS A NORMAS ESPECÍFICAS. EM MUITOS CASOS, A LIBERAÇÃO DE
INVESTIMENTOS PARA UM EMPREENDIMENTO ESTÁ CONDICIONADA À DEMONSTRAÇÃO
DE DESEMPENHO SOCIOAMBIENTAL ADEQUADO. QUAL DAS ALTERNATIVAS SEGUINTES
APRESENTA EXEMPLOS DESSES MODELOS?
/
A) ISO 9001; ISO 19600; ISO 31000; ISO 45001; rotulagem ambiental; produção mais limpa; FSC;
ISO 37001 e ISO 22000.
B) EIA-RIMA; auditorias ambientais; análise de riscos; FMEA; HAZOP; ISO 27001; OHSAS 18001;
DSC 10000; ISO 55000 e ISO 22301.
C) ISO 14001; ISO 50001; ISO 26000; NBR 16001; SA 8000; AA 1000; balanço social; Avaliação
de Impacto Ambiental e Social (AIAS); Princípios do Equador e International Finance Corporation
(IFC).
D) PMI/PMBOK; MRP-II; 6 Sigma; 5 S; WCM; VSM; KAIZEN; Just in Time; PNQ e GMP.
2. A PARTIR DO MOMENTO EM QUE AS ORGANIZAÇÕES PASSARAM A ENXERGAR OSSEUS NEGÓCIOS DE FORMA MAIS AMPLA, CONSIDERANDO QUESTÕES
SOCIOAMBIENTAIS E COMPETITIVIDADE, QUAIS SÃO OS PRINCIPAIS TEMAS GLOBAIS
QUE MOTIVARAM AS SUAS PRÁTICAS DE GOVERNANÇA E POLÍTICAS DE GESTÃO?
A) Acabar com a pobreza; acabar com a fome, alcançar a segurança alimentar e melhoria da
nutrição e promover a agricultura sustentável; assegurar uma vida saudável e promover o bem-
estar; assegurar a educação inclusiva e equitativa de qualidade, além de promover oportunidades
de aprendizagem; alcançar a igualdade de gênero e empoderar todas as mulheres e meninas;
assegurar a disponibilidade e gestão sustentável da água e saneamento.
B) Conservação dos recursos naturais e dos serviços ecossistêmicos; combate à mudança
climática; redução das emissões de gases de efeito estufa; gestão eficiente das águas;
alternativas de energias limpas, renováveis e biocombustíveis; análise do ciclo de vida dos
produtos e rotulagem ambiental; redução de resíduos; respeito aos direitos humanos e à
diversidade no ambiente de trabalho; saúde e segurança ocupacional.
C) Construir infraestruturas robustas; promover a industrialização inclusiva e sustentável e
fomentar a inovação; reduzir a desigualdade dentro e entre os países; tornar as cidades e os
assentamentos humanos inclusivos, seguros, resistentes e sustentáveis; assegurar padrões de
produção e de consumo sustentáveis; tomar medidas urgentes para combater a mudança do clima
e seus impactos; conservar e usar sustentavelmente os oceanos/mares/recursos marinhos para o
desenvolvimento sustentável; proteger/recuperar/promover o uso sustentável dos ecossistemas
/
terrestres; gerir de forma sustentável as florestas; combater a desertificação; deter e reverter a
degradação da terra e a perda de biodiversidade.
D) Fortalecer os meios de implementação e revitalizar a parceria global para o desenvolvimento
sustentável; assegurar o acesso confiável, sustentável, moderno e com preço acessível a fontes
de energia; promover o crescimento econômico sustentado, inclusivo e sustentável, com emprego
pleno e produtivo, além de trabalho decente; promover sociedades pacíficas e inclusivas para o
desenvolvimento sustentável; proporcionar o acesso à justiça para todos; construir instituições
eficazes, responsáveis e inclusivas.
GABARITO
1. No decorrer deste módulo, destacamos dois tipos de modelos e instrumentos de
diagnóstico de gestão social e ambiental aplicáveis a diversos segmentos empresariais. Um
deles está baseado em normas de gestão certificáveis ou de diretrizes; o outro, em modelos
não associados a normas específicas. Em muitos casos, a liberação de investimentos para
um empreendimento está condicionada à demonstração de desempenho socioambiental
adequado. Qual das alternativas seguintes apresenta exemplos desses modelos?
A alternativa "C " está correta.
A única alternativa que exemplifica de forma correta os modelos e instrumentos de diagnóstico de
gestão social e ambiental aplicáveis a diversos segmentos empresariais é a C. As demais
alternativas apresentam exemplos de certificações e outros sistemas que se relacionam mais com
aspectos de qualidade, produtividade, compliance, riscos, entre outros quesitos; ainda assim, eles
não são aplicáveis à abordagem requerida para as questões socioambientais abordadas neste
tema.
2. A partir do momento em que as organizações passaram a enxergar os seus negócios de
forma mais ampla, considerando questões socioambientais e competitividade, quais são os
principais temas globais que motivaram as suas práticas de governança e políticas de
gestão?
A alternativa "B " está correta.
A única alternativa que aponta para os temas globais que motivaram as organizações a pensarem
os seus negócios de forma mais completa e sustentável é a letra B. As demais alternativas
/
apresentam os ODS que, mesmo sendo fundamentais, não refletem os tópicos abordados nesse
contexto.
CONCLUSÃO
CONSIDERAÇÕES FINAIS
Constatamos neste tema que o meio ambiente deve ser classificado como uma oportunidade para
os negócios – e não como um problema no contexto de sustentabilidade. Por conta disso,
apresentamos o histórico do desenvolvimento sustentável.
Para propiciarmos a avaliação do desempenho das organizações, descrevemos alguns dos
principais instrumentos relacionados às normas de gestão e às suas metodologias. Adotados por
bancos e instituições financeiras, eles são utilizados para a avaliação das estratégias
socioambientais das organizações e dos empreendimentos, estando, desse modo, aliados a uma
alta competitividade cada vez mais exigida no mercado.
REFERÊNCIAS
/
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 14001:2015. Sistemas de
gestão ambiental - requisitos com orientações para uso.
ASSOCIAÇÃO BRASILEIRA DE NORMAS TÉCNICAS. ABNT NBR ISO 50001:2018. Sistemas de
gestão de energia - requisitos com orientações para uso.
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Para aprofundar seu conhecimento sobre a gestão ambiental, pesquise e assista a vídeos sobre o
tópico no site do Sebrae.
Consulte sites como o do Ministério do Meio Ambiente (MMA) e leia a respeito da governança
ambiental para entender como as instituições empregam o planejamento racional em benefício
das gerações atuais e futuras.
Pesquise artigos sobre o termo "sustentabilidade" para saber como ele surgiu e qual foi a sua
trajetória até ser incorporado nos meios político, empresarial e de comunicação de massa de
organizações da sociedade civil.
CONTEUDISTA
Vanilson Fragoso Silva
 CURRÍCULO LATTES
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